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domingo, 31 de março de 2024

RETARDATÁRIO - A QUEM ANUNCIAR

(republicação)
Em 23/04/2018 o Respeitável Irmão Ronaldo Neris Batista, Loja Fé, Equilíbrio e Amor, 317, REAA, GLESP, Oriente de São Paulo, Capital, apresenta a seguinte questão:

RETARDATÁRIO. A QUEM ANUNCIAR?

Novamente venho recorrer aos vossos ensinamentos e esclarecimentos.

Em uma Loja aberta no grau de Companheiro um Irmão que chegue atrasado e ritualisticamente bate à porta de forma correta no devido grau, isto é, bate como Companheiro o Irmão Guarda do Templo deve dirigir-se ao 1º ou ao 2º Vigilante?

Pergunto isso porque de rotina costuma-se seguir o ritual de Aprendiz e o Guarda do Templo dirige-se anunciando ao 1º Vigilante.

Entretanto, no ritual de exaltação está claro quando da entrada do “exaltante” que se deve informar ao 2º Vigilante que, “...como Companheiro bate-se a porta do Templo”.

Parece-me mais lógico, realmente anunciar ao 2º Vigilante a chegada de um irmão de sua coluna.

CONSIDERAÇÕES:

Antes um pequeno reparo. Atraso não é procedimento institucionalizado, entretanto nesse caso um retardatário dará sempre na porta do Templo a bateria universal, que é a do Aprendiz, não importando o grau de trabalho da Loja. Cabe ao Cobridor Interno quando da verificação de quem bate informar ao atrasado o grau de trabalho da Loja.

Quanto a quem o Cobridor informa numa situação dessas, nas sessões ordinárias (econômicas) ele o faz sempre ao Primeiro Vigilante porque esse Vigilante está no extremo do Ocidente, portanto mais próximo da porta e do próprio Cobridor. Note que na abertura dos trabalhos, como sua primeira obrigação, o Primeiro Vigilante se dirige ao Cobridor para se certificar da cobertura do recinto. Destaque-se que a Sala da Loja é alegoricamente um canteiro de obras.

Já no que diz respeito à cerimônia de Exaltação, a questão não é a de ser um Irmão dessa ou daquela Coluna que pede ingresso, porém é uma questão de característica iniciática que envolve a liturgia maçônica. 

Isso se explica porque desde os primórdios da Maçonaria quem recebia os candidatos nessas cerimônias sempre era o Segundo Vigilante. 

De certo modo, a Moderna Maçonaria conservou essa tradição mantendo esse dialogo ritualístico nas sessões magnas de Iniciação, Elevação e Exaltação com o Segundo Vigilante, embora ainda existam rituais que não respeitam essa regra, o que é lamentável.

É oportuno mencionar que a ritualística maçônica é detentora de inúmeros pormenores que devem ser observados, dos quais eu destacaria, nesse caso, dois aspectos: a do retardatário que pede ingresso e a do candidato que passa por uma cerimônia iniciática (iniciação ou aumento de salário). Em ambos os casos os procedimentos se distinguem porque o primeiro se reporta a simplesmente solicitar ingresso para participar dos trabalhos na Loja, enquanto o no segundo o ingresso é parte de um procedimento ritualístico que compõe a liturgia iniciática.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

BREVIÁRIO MAÇÔNICO


A ANOIA

Significa, em grego, ignorância, ou o "não conhecimento".

Uma das missões da Maçonaria é o combate à ignorância, que e considerado o ponto negativo da história.

O ignorante presunçoso é o ser mais abjeto que possa existir, uma vez que se torna o pomo da discórdia em qualquer diálogo.

O país que possui um percentual volumoso de analfabetos luta para vencer e atingir suas metas progressistas.

Embora nem sempre o analfabeto seja ignorante, uma vez que a vida ensina muito.

O ignorante pernicioso é aquele que, tendo meios para instruir-se, não o faz julgando-se sábio.

Para ingressar na Ordem Maçônica, uma das principais condições que o candidato deve apresentar é possuir luzes suficientes para o convívio fraterno; não se exige o ingresso de sábios, mas de quem a Ordem possa usufruir conhecimento para elevar-se cada vez mais no conceito social.

Nos dias que transcorrem, não há mais justificativa para o não conhecimento; aquele que se sentir frágil deve buscar, no convívio, crescer em sabedoria, ler muito, contatar com os mais ilustrados e estudar – eis as metas que cada maçom deve buscar.

Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 43.

PÁSCOA PARA O MAÇOM

Luiz Sergio Castro

A Páscoa conduz à reflexão e meditação sobre os valores que a data simboliza, como a renovação, a ressurreição e a redenção.

Por representar a ressurreição de Jesus Cristo, a Páscoa é uma das celebrações mais importantes do Cristianismo, porém seu simbolismo remonta a tradições religiosas pagãs antigas, a exemplo do Mitraísmo, religião que surgiu no Império Romano e se espalhou amplamente pela Europa durante o século I d.C. até o século IV d.C. Uma das principais celebrações do Mitraísmo era o festival de Mitras, em honra ao mito persa Mitra (um deus solar e da luz), símbolo da renovação e da vida. Realizado no final de março ou início de abril, o festival romano do "Dies Natalis Invicti Solis”, ou "Dia de Aniversário do Sol Invencível", marcava a volta do brilho do sol ao final do inverno (no hemisfério norte), e, portanto, o início da primavera e o renascimento da natureza com a volta da luz.

De sua vez, a "Pesach" - a Páscoa judaica, ou Páscoa da libertação -, celebrava a saída dos hebreus do Egito graças a Moisés, e o início de seu percurso até a terra prometida. Com o advento do cristianismo, a Páscoa adquiriu um novo significado, indicando a passagem da morte à vida por Jesus e a passagem a uma vida nova para os cristãos, libertados do pecado. Através da sua morte e ressurreição, o Cristo ofereceu a promessa da salvação, de renovação e de vitória da vida sobre a morte.

A Páscoa é uma celebração com tradições repletas de simbolismo, a exemplo da oferta de ovos decorados. O coelho e o ovo são símbolos de renascimento e fertilidade, relembrando as celebrações antigas pela chegada da primavera. Na cultura cristã, o ovo representa a tumba de Jesus, que se abriu para revelar a sua ressurreição, e os ovos coloridos também são uma forma de celebrar a alegria da ressurreição e a chegada da primavera.

Outro símbolo importante da Páscoa é o cordeiro, associado ao sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Na tradição cristã, o cordeiro simboliza a inocência e pureza de Jesus. Na tradição judaica, o cordeiro simboliza o sacrifício oferecido durante a celebração da Páscoa, representando a libertação do povo judeu da escravidão no Egito. O pão e o vinho são outros símbolos importantes, representando o sacrifício na cruz do corpo e sangue de Jesus Cristo.

Para o Maçom, a Páscoa conduz à reflexão e meditação sobre os valores que a data simboliza, como a renovação, a ressurreição e a redenção. Os símbolos da Páscoa, como os ovos e o cordeiro, também podem ser interpretados de forma maçónica. Os ovos, por exemplo, como símbolos da fecundidade e da fertilidade, representam a ideia de que a vida sempre se renova e se regenera. A inocência e a pureza, representadas pelo cordeiro, são valores muito prezados na Maçonaria.

A busca pela verdade, pela sabedoria e pela iluminação espiritual também pode ser vista como uma busca pela vida eterna e pela renovação da esperança. A vida, a morte e o renascimento também são temas fundamentais para a Maçonaria, que ensina a pensar sobre a natureza da existência e a trabalhar pela melhoria do homem e do mundo ao seu redor, visando construir uma sociedade mais justa e fraterna.

A crença maçónica na imortalidade do espírito e no aperfeiçoamento moral do indivíduo está em sintonia com a ressurreição de Jesus Cristo como símbolo da imortalidade da alma e da esperança na vida eterna. A busca constante pelo aperfeiçoamento moral e pela perfeição é um dos pilares da Maçonaria, e a Páscoa é a oportunidade para refletir sobre esse tema.

Fonte: Folha do Litoral/Loja Maçônica Perseverança – Paranaguá – PR

sábado, 30 de março de 2024

POSTURA DO COBRIDOR INTERNO

(republicação)
Questão que faz o Respeitável Irmão Lelio Geraldo da Silva, Loja Estrela de Bragança, 3.375, GOSP – GOB, sem declinar o nome do Rito, Oriente de Bragança Paulista, Estado de São Paulo.
professorlelio@ig.com.br

Gostaria de saber como deve ser a postura do Irmão Cobridor Interno no inicio, durante e no fim das sessões com relação ao seu instrumento de trabalho (espada).

Considerações:

Salvo quando o Ritual determinar o contrário (procedimento na Iniciação), geralmente a espada será empunhada em riste ou fica presa ao dispositivo colocado na faixa do Mestre, ou ainda em um aparelho preso atrás do encosto da cadeira. É também recomendável que a Loja providencie um talabarte com um dispositivo (bainha) para manter a espada embainhada.

Empunhando a espada – geralmente na entrada e saída dos obreiros, quando do ingresso ou retirada de alguém – com a mão direita, lado direito do corpo, lâmina apontada para cima junto ao corpo e punho colado ao quadril direito. Braço, antebraço e cotovelo afastado do corpo. Nas demais situações, salvo se orientado pelo ritual ao contrário, o Cobridor manterá a espada embainhada, ou presa à faixa, ou no suporte disposto na cadeira. 

Ratificando: durante a abertura e encerramento dos trabalhos o Cobridor não necessita de empunhar a espada, senão na abertura quando do procedimento de verificação se o Templo acha-se coberto. 

Cobridor com a espada embainhada faz sinal com a mão, ou mãos se for o caso. A regra de não se fazer sinal com o instrumento de trabalho se prende ao fato de não usar o instrumento para com ele compor o Sinal. Com as mãos livres o Sinal é composto na forma de costume. 

Finalizando fica a recomendação de que o Cobridor sentado faça uso dos artifícios aqui anteriormente apresentados. 

É de péssima geometria o Oficial dispor a espada sobre as coxas ou apoiá-la com a lâmina no piso com certas alegações ocultistas como é o caso da tal “descarregar energias”. 

A espada em Maçonaria é uma reminiscência de arma para a cobertura dos trabalhos. O Cobridor cobre simbolicamente os trabalhos da presença de bisbilhoteiros. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 

Fonte: JB News – Informativo nr. 1.065 - Florianópolis (SC) – sábado, 03 de agosto de 2013

MAÇONS FAMOSOS


Hoje, gostaríamos de falar sobre um personagem histórico da Maçonaria no Brasil, que usou a música para promover a igualdade e a justiça social.

O seu nome era Alfredo da Rocha Vianna Filho - "O Pixinguinha", e ele foi um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos. Pixinguinha era maçom, e sua participação na maçonaria foi fundamental para o seu desenvolvimento como artista e cidadão.

Pixinguinha foi iniciado na Maçonaria no Rio de Janeiro. Ele rapidamente se tornou um membro ativo da Ordem, e logo assumiu posições de liderança. Em 1938, ele foi eleito Grão-Mestre da Grande Loja do Brasil, sendo o segundo brasileiro a ocupar esse cargo.

Como Grão-Mestre, Pixinguinha usou a Maçonaria para promover a música como ferramenta de transformação social. Ele organizou concertos e eventos para promover a música brasileira, e incentivou os maçons a se envolverem na música e na cultura.

Pixinguinha também usou a música para promover a igualdade e a justiça social. Suas músicas frequentemente abordavam temas como a pobreza, a discriminação e a luta por direitos sociais.

O legado de Pixinguinha

O legado de Pixinguinha na Maçonaria é duradouro. Ele é considerado um dos fundadores da Maçonaria musical brasileira, e seu exemplo inspirou gerações de músicos e maçons.

Até hoje, os maçons brasileiros continuam a promover os ideais de igualdade, justiça social e cultura que Pixinguinha defendeu.

Fraternalmente,

️GLMLAB - Grande Loja de Maçons Livres e Aceitos do Brasil️ Unidos Somos a Grande Loja!

R. João da Silva Moura, 13 São Paulo - Casa Verde Brasil

A MAÇONARIA E A ESTÁTUA DA LIBERDADE

Ir∴ Nelson Célio Diniz (M∴M∴)
Aug Resp Loja Simb Fraterna União, 670
Or∴ de São Caetano do Sul

A vitória do Movimento Revolucionário de 1776, que deu origem à República dos Estados Unidos da América, foi também uma vitória da Maçonaria, pois os ideais maçônicos de Liberdade e Igualdade foram os alicerces para a construção do novo país.

A recém-nascida nação foi uma espécie de laboratório para a construção da primeira sociedade democrática do mundo, onde se organizou um governo que “em certo sentido, nascia de baixo para cima”. Dois maçons notáveis contribuíram para declaração de Independência dos Estados Unidos da América: George Washington e Benjamin Franklin.

Benjamin Franklin ao lado de Thomas Jefferson atuou como um dos principais articuladores do ideário republicano, alicerçado no “pensamento Iluminista de Locke, Hobbes, Rousseau e Montesquieu e sorvido pelo próprio Benjamin Franklin nas Lojas e na literatura maçônica que conheceu”.

A declaração de Independência dos Estados Unidos, elaborada por Thomas Jefferson, é o melhor exemplo do pensamento Iluminista de Locke, Hobbes e Montesquieu tornado práxis na edificação da nova sociedade. Este importante documento exalta os valores eternos de Liberdade e Igualdade, que são fins supremos da Maçonaria. A Estátua da Liberdade que é uma síntese desses ideais foi construída por um maçom e inaugurada numa cerimônia maçônica.

O historiador e maçom francês Edouard de Laboulaye foi quem primeiro propôs a idéia do presente, e o povo francês arrecadou os fundos para que, em 1875, a equipe do escultor Bartholdi começasse a trabalhar na estátua colossal.

O construtor da estátua da liberdade foi o maçom Frederic-Auguste Bartholdi. Retornando à França, com a ajuda de uma campanha de nível nacional feita pela maçonaria, encabeçada por Edoard, levantou a quantia de 3.500.000 francos franceses, uma quantia muito grande para a época (1870).

O projeto sofreu várias demoras porque naquela época não era politicamente conveniente que, na França imperial, se comemorassem as virtudes da ascendente república norte-americana. Não obstante, com a queda do Imperador Napoleão III, em 1871, revitalizou-se a idéia de um presente aos Estados Unidos.

Em julho daquele ano, Bartholdi fez uma viagem aos Estados Unidos e encontrou o que ele julgava ser o local ideal para a futura estátua.

PROJETO / DESENHO DA ESTÁTUA DA LIBERDADE

Uma ilhota na baía de Nova Iorque, posteriormente chamada Ilha da Liberdade (batizada oficialmente como ilha Liberty em 1956). Cheio de entusiasmo, Bartholdi levou avante seus planos para uma imponente estátua. Para o rosto da estátua, escolheu o rosto da sua própria mãe.


Tornou-se patente que ele incorporara símbolos da Maçonaria em seu projeto - a tocha, o livro em sua mão esquerda, e o diadema de sete espigões em torno da cabeça, como também a tão evidente inspiração ligada à deusa Sophia, que compõem o monumento como um todo. Isto, talvez, não era uma grande surpresa, visto ele ser maçom.

Segundo os iluministas, por meio desta foi dado "sabedoria" nos ideais da Revolução Francesa. O presente monumental foi, portanto, uma lembrança do apoio intelectual dado pelos americanos aos franceses em sua revolução, em 1789.

Um primeiro modelo da estátua, em escala menor, foi construído em 1870. Esta primeira estátua está agora no Jardin du Luxembourg em Paris. Um segundo modelo, também em escala menor, encontra-se no nordeste do Brasil em Maceió. Esse modelo, feito pelo mesmo escultor e pela mesma fundição da estátua original, está em frente à primeira prefeitura da cidade, construída em 1869, onde hoje é o Museu da Imagem e Som de Alagoas.

ELABORAÇÃO DO MOLDE – BRAÇO ESQUERDO


DA ESTÁTUA

A estrutura em que a estátua se apóia foi construída pelo Maçom Gustave Eiffel, o famoso construtor da Torre Eiffel. O pedestal sobre o qual se apoiaria a estátua seria construído e financiado pelos americanos.


Essa estátua foi feita de chapas de cobre batido a mão, que foram então unidas sobre uma estrutura de suportes de aço, projetada por Eiffel, com 57 metros de altura, completa, pesando quase 225 toneladas. São 167 degraus de entrada até o topo do pedestal. Depois são mais 168 degraus até a cabeça. Por fim, outros 54 degraus levam à tocha.

A coloração verde-azul é causada por reações químicas, o que produziu sais de cobre e criou a atual tonalidade. Registros históricos não fazem qualquer menção da fonte de fios de cobre usados na Estátua da Liberdade, mas se suspeita que sejam provenientes da Noruega.

Foi desmontada e enviada para Nova York, onde então foi montada em um pedestal projetado pelo arquiteto americano e maçom Richard Morris Hunt.


CONSTRUÇÃO DO PEDESTAL JUNHO 1885

A onda de perseguições na Rússia, aos judeus, que resultaram em uma migração em massa para os Estados Unidos, afetou a vida e as ações da poetisa judia americana, Emma Lazarus, de grande renome americano. Mas o que se tornou "o ponto culminante" na vida de Emma foi seu incansável trabalho de assistência aos milhares de refugiados judeus que perseguidos chegavam famintos.

Emma juntou-se ao trabalho da Maçonaria e a grupos judaicos de assistência e lançou-se em todo tipo de trabalho. Nada era duro ou difícil para ela.

Chegou a usar seu próprio dinheiro para ajudar os emigrantes em sua fase de adaptação. Trabalhou incessantemente na própria Stanten Island, a famigerada ilha, por onde os emigrantes eram obrigados a passar por uma humilhante seleção, que determinava quem poderia entrar em terras americanas.

As palavras e as ações de Emma Lazarus foram de extrema importância nesta época, servindo de incentivo para que muitos outros se juntassem aos esforços dos comitês de ajuda aos refugiados e com grande relevância da Maçonaria Americana.

O soneto de Emma Lazarus, intitulado "The New Colossus", com o famoso verso, está inscrito no pedestal. “Venham a mim as massas exaustas, pobres e confusas ansiando por respirar liberdade. Venham a mim os desabrigados, os que estão sob a tempestade. Eu os guio com minha tocha”.

A estátua foi terminada na França em julho de 1884 e a chegada no porto de New York, em 17 de junho de 1885. Para preparar-se para o trânsito, a estátua foi reduzida a 350 partes individuais e embalada em 214 containers de madeira. (O braço direito e a tocha, que foram terminados mais cedo, tinham sido exibidos na exposição Centennial em Filadélfia em1876, e depois disso no quadrado de Madison em New York City.) a estátua foi remontada em seu suporte novo em um tempo de quatro meses.

Para tal, o navio Bay Ridge, levou para a ilha de Bedloy, onde hoje está erguida a estátua. Cerca de 100 maçons, onde o principal arquiteto do pedestal, o maçom Richard M. Hunt, entregou as ferramentas de trabalho aos maçons construtores.


MODELAGEM DA ESTÁTUA 
NO ESTUDIO BARTHOLDI - FRANÇA

A pedra fundamental, a primeira pedra, foi então assente conforme ritualística maçônica própria para esses eventos. As peças que iriam compor a estátua chegaram ao porto de New York, em Junho de 1885; foram montadas sobre a estrutura construída por Gustave Eiffel. A estátua foi inaugurada em 28 de Outubro de 1886.


CERIMÔNIA DE INAUGURAÇAO 28 DE OUTUBRO DE 1886

O presidente Grover Cleveland presidiu à cerimônia em 28 de outubro de 1886 e o maçom Bispo Episcopal de New York fez a invocação. O maçom Bartholdi retirou a bandeira francesa do resto da estátua. O principal orador da cerimônia foi o maçom Chaucey M. Depew, senador dos Estados Unidos.

Fontes de consulta:

House, Random - The Secret Zodiacs

English history - Texto A Maçonaria e a Estátua da Liberdade

Fonte: JBNews - Informativo nº 235 - 20.04.2011

sexta-feira, 29 de março de 2024

DÚVIDAS

(republicação)
O Respeitável Irmão João dos Reis Neto, sem declinar o nome da Loja, GOB, Oriente de Brasília, Distrito Federal.
jreisneto@ig.com.br

1 - Como trabalhar na "PEDRA POLIDA" ou "PEDRA CÚBICA"? 

2 - Com qual instrumento? 

3 - Como receber três visitantes (Aprendiz, Companheiro e Mestre) que bateu na porta de uma Loja REAA, como Aprendiz e a Loja estava Trabalhando no Grau III?

Considerações:

Primeiramente gostaria de salientar que o termo “pedra cúbica” é o mais próprio no conceito doutrinário maçônico, dada à explicação de que o trato da obra está na elevação da construção por pedras justapostas. Assim a pedra cúbica se aplica melhor para o nivelamento e a aprumada. No meu entendimento uma pedra polida pode assumir diversas características de formato, todavia não próprias para a aplicação das ferramentas simbólicas.

Quem trabalha na Pedra Cúbica é o Companheiro, dado o simbolismo de aperfeiçoamento por aquele que aprendeu a desbastar a Pedra Bruta. Os instrumentos de trabalho do Companheiro no Rito Escocês Antigo e Aceito são o Maço e a Régua de 24 Polegadas (ver a alegoria do Companheiro). 

O Companheiro de idade mais apurada assenta a Pedra percutindo com o Maço o que em linhas gerais representa que pelo aprendizado ele não esfacela a pedra – note o primeiro trabalho do Companheiro com o Maço. 

Melhor evoluído ele pode também melhor medir o tempo para o aproveitamento e aperfeiçoamento do trabalho (Régua de 24 Polegadas). 

Ainda outros instrumentos de trabalho estão previstos e podem ser mais bem perscrutados nas cinco viagens na cerimônia de Elevação assim como no Painel do Segundo Grau (esse corolário está ligado diretamente aos cinco anos de aperfeiçoamento). 

Nesse sentido há então que se considerar que esse Grau é o mais genuíno da Maçonaria historicamente se comentando. 

Cabe aqui uma consideração. Alguns rituais brasileiros do Rito em questão apregoam a Régua de 24 Polegadas como instrumento de trabalho do Aprendiz. Há nesse procedimento um equívoco, pois a Régua é instrumento de trabalho do Primeiro Grau no Craft (inglês), ou da Maçonaria de vertente inglesa. 

Os objetivos são os mesmos, todavia o método doutrinário é outro. O Rito Escocês é de vertente latina (francesa). 

Em relação ao ingresso em Loja de Mestre após a abertura dos trabalhos (irmãos atrasados), o único que terá franqueado o ingresso obviamente será o Mestre. Havendo Cobridor Externo esse informará o grau de trabalho da Loja aos retardatários. Não havendo Cobridor Externo em qualquer situação somente se dá na porta a bateria universal (Aprendiz). 

Compete ao Cobridor Interno verificar pelos paramentos se os retardatários têm grau suficiente para adentrar. Não existe o repicar de baterias na porta. Baterias do Grau dadas da porta somente são praticadas quando o ritual assim determinar. 

Como não há institucionalização de atraso, a regra é bater como Aprendiz. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.064 - Florianópolis (SC) – sexta-feira, 02 de agosto de 2013

O SILÊNCIO INICIÁTICO

Angerona por Johann Christian Wilhem Beyer
Por Solange Sudarskis
Tradução J. Filardo

Quem diz segredo diz silêncio, proibição de uma revelação a quem não o compartilha.

As coisas sagradas dos antigos mistérios que eram conhecidos apenas pelos iniciados e que não haviam sido reveladas ao leigo eram chamadas aporrheta.

Na época de Abraão, vivia no Egito Hermes ou Idris II; ele foi apelidado Trimegisto por ser profeta, rei e filósofo. Ele ensinou a arte dos metais, alquimia, astrologia, magia, a ciência dos espíritos … Pitágoras, Empédocles, o Arquelau o Sacerdote, Sócrates, Platão e Aristóteles extraíram sua ciência dos escritos de Hermes. Eusébio declara expressamente que Hermes foi o instituidor dos hieróglifos; que ele os revelou aos sacerdotes e que Maneton, Sumo Sacerdote dos ídolos, os explicou na língua grega a Ptolomeo Filadelfo. Esses hieróglifos eram considerados sagrados e frequentemente chamados de “As Palavras de Deus”. Eles eram mantidos escondidos nos locais mais secretos dos templos. O grande segredo que os sacerdotes observavam sobre seus conhecimentos operativos, as altas ciências que professavam, fez com que considerassem e respeitassem em todo o Egito. A destruição de várias cidades, a ruína de quase todo o Egito por Cambises, rei da Pérsia, dispersou-os nos países vizinhos e na Grécia. Trouxeram suas ciências para lá, mas sem dúvida continuaram a ensiná-las da maneira por eles empregada, ou seja, misteriosamente. Não querendo esbanjá-los com todos, eles ainda os envolveram na escuridão das fábulas e dos hieróglifos, de modo que o homem comum, vendo, não vê nada, ouvindo, não entende nada. A expansão do Cristianismo elimina os últimos padres que dominam o segredo dos hieróglifos no final do IVe século.

Os gregos tinham um deus do silêncio, Harpócrates. Ovídio disse dele: “Quique premit vocem digitoque silentia suadet; aquele que controla a voz e persuade o silêncio com seu dedo. ” “É verdade que em todos os monumentos onde está representado, sua atitude é colocar o dedo na boca, para marcar, diz Plutarco, que os homens que conhecem os deuses, em cujos templos Harpócrates foi colocado, não devem falar sobre de forma imprudente ”.[1] “A estátua de Harpócrates estava entre os antigos sábios o emblema do segredo, que se fortalece com o silêncio, enfraquece & desaparece por parábolas ”.[1]

Ele era, no entanto, uma divindade na mitologia egípcia. Seu nome verdadeiro era, de acordo com Bunsen e Lepsius, Har-pi-krati, isto é, Hórus, a criança; acredita-se que ele era filho de Osíris e Ísis. Ele é representado por uma figura nua, às vezes sentado sobre uma flor de lótus, ou de cabeça descoberta com a esteira da infância ao lado, ou coberto por uma coroa de Hemhem, mas sempre com o dedo pressionado contra os lábios. “Harpócrates não é um deus imperfeito em estado de infância, nem qualquer um dos vegetais que estão começando a florescer. Em vez disso, ele deve ser visto como aquele que dirige e corrige as opiniões fracas, imperfeitas e imprecisas que os homens têm dos deuses. Assim, também ele mantém o dedo sobre a boca: uma atitude que é o símbolo do silêncio e da discrição. No último mês do ano egípcio, em julho, foram oferecidos a esse deus dos legumes, dizendo: “língua, sorte; linguagem, gênio”. De todas as plantas que crescem no Egito, a persea é a que é oferecida de preferência a este deus, porque seu fruto tem a forma de um coração e sua folha, a de uma língua ”[2].

Os romanos tinham uma deusa do silêncio chamada Angerona, representado como Harpócrates, um dedo na boca em sinal de segredo.

Existe uma lenda talmúdica do dedo do anjo: quando o Anjo da Noite se inclina sobre o bebê que nasce e que recebe nele a Neshamah, ele coloca seu dedo nos lábios do pequeno para impor à Neshamah[3] o segredo de todo o seu conhecimento das ligações entre o alto e o baixo, e o sulco que todos nós temos no meio do lábio superior é apenas o traço daquele dedo do anjo, o selo do segredo:

O Rei Salomão, em Provérbios 1.6, reconhece como objeto digno do estudo de um homem sábio estes segredos: “Vamos entender melhor as parábolas e frases, as palavras dos sábios e seus aforismos pungentes.”

“É por meio de um método hermenêutico de inspiração endógena, ou seja, inspirando-se no contexto de narração e representação do mundo dos criadores dessas histórias, que se torna possível acessar no sentido profundo e oculto de esses textos. O código estaria de fato integrado no texto e no contexto da narração, e é uma questão, apesar das óbvias dificuldades que isso representa, de discerni-lo ”.

A noção de sigilo, desde os primeiros Antigos Deveres (o Regius, o Cooke) aparece como uma injunção para proteger o artifex, o know-how das negociações veiculadas nos canteiros de obra.

Para Laurence Dermott, uma das principais qualidades que fazem a sabedoria de um homem é a sua força ou capacidade de guardar e esconder com inteligência os segredos honestos que lhe foram confiados, bem como os seus próprios negócios. [4].


Assim, em termos da loja do aprendiz-companheiro do Novo Catecismo dos Maçons de Louis Travenol vemos uma das portas do Templo de Salomão, no topo da qual de um lado está Harpócrates, e do outro a Verdade, tendo um espelho na mão[5] .

O segredo, que se justifica para a Maçonaria operativa pela necessidade de proteger a arte ou os segredos de fabricação específicos de cada corporação de of[icio, parece perder toda a legitimidade no caso da Maçonaria especulativa que não trabalha mais com materiais, mas com ideias. Em 1723, em Londres, é publicado em um Journal The Flying Post um texto nomeado Exame de um pedreiro que nos fala sobre as palavras, sinais, toques dos maçons e a cerimônia de recebimento de um leigo. Então, em 1730, Samuel Prichard, um maçom, membro em exercício ou demissionário da loja The Head of Henry VIII em Londres, publica, sob o título Maçonaria dissecada um ritual praticado dentro da Grande Loja de Londres que inclui para cada grau a descrição da cerimônia de iniciação. Em todo caso, o que aí se apresenta e se expõe só pode ser compreendido por meio da vivência da experiência vivida nas condições dos ritos de iniciação, não para fazer ou adquirir, mas para se tornar. A jornada iniciática não visa verificar o já revelado, mas exercitar a inteligência do oculto. Esta passagem será dividida em muitos dos chamados segredos convencionais que vão naturalmente da senha ao gesto que significa o estado interior de progresso, aos sinais de reconhecimento, etc. Todos esses derivados do segredo iniciático são altamente simbólicos, mas não são o segredo em si, são apenas um reflexo dele.

Quem diz silêncio diz espaço de escuta

“O silêncio do Zen obviamente não é aprender a se calar, se bloquear no silêncio, mas, pelo contrário, aprender a ouvir e a ver. Procura-se o silêncio para ouvir os outros e deixar de ouvir a si mesmo. ”

O silêncio do aprendiz nos ritos continentais é sua quinta jornada iniciática (depois do gabinete de reflexão + as três viagens da cerimônia de iniciação); ele se realiza na escuta, mas consiste também naquilo que ainda não lhe foi concedido e que lhe será dado, gradativamente, para ter todos os direitos do Mestre (direito de falar, de votar, de ocupar um cargo …). Calar-se, fazer silêncio, escutar é essencial para ouvir o mundo sutil e, por meio desses espaços libertados pelo silêncio, irrompe em nós todo um universo de forças insuspeitadas. O caminho da aprendizagem leva do pensamento silencioso à palavra redescoberta para dar sentido ao silêncio; o substantivo “palavra”, em si, em sua forma latinizada motus, significando silêncio, conforme lembra Lacan [7]. O silêncio desempenha o mesmo papel que a escuridão da qual nasce a luz. O silêncio, pela meditação e concentração que proporciona, permite escutar o outro e o invisível.

Quem diz silêncio diz segredo, porque é impossível dizer

O conhecimento que o maçom vem buscar na loja não pode ser colocado no mesmo nível que todo o conhecimento ao qual ele pode acessar nas instituições do mundo secular. Em suas Memórias, Casanova escreve: “O segredo da maçonaria é inviolável por sua própria natureza, pois o maçom, que o conhece, não o aprendeu de ninguém; ele o descobriu à força de ir à loja, observar, raciocinar e deduzir.”

Há um silêncio do mestre

Os mistérios, que os maçons também chamam de segredos da Maçonaria, se manifestam apenas dentro de cada pessoa; eles são constitutivos do convite permanente feito ao pedreiro para se conhecer. É um segredo cuja natureza profunda se enraíza na experiência individual que sublinha a passagem do eu para o sou, sobretudo no quadro coletivo de uma loja maçônica que mina o “eu” em favor de uma alteridade caritativa e no exercício de um ritual ancestral que ressitua o homem no arquétipo do movimento cosmogônico. De acordo com Mircea Eliade, o segredo não é apenas uma etapa na história da consciência humana, mas é um bloco de construção na estrutura dessa consciência.

O segredo é a nossa relação pessoal, no mais íntimo de nós, com Tudo o que nos rodeia. “

Se o segredo é o que o outro sabe e o que nós não sabemos, o mistério é o que ninguém o conhece está no silêncio, e somos portadores da sabedoria imemorial desse silêncio.



Notas:

[1] Don Pernety, Les fables égyptiennes et grecques T. 1, 1786, p. 324 et 129 : gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k840802/f341.item.r et gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k840802/f146.item.r


[3] A teoria esotérica judaica de Gilgul, o ciclo, imagina que após a morte o Neshamah, um dos três aspectos da alma, ascende à morada do paraiso acima, e recupera seu esplendor, isto é – a unidade do alto e o baixo, para um dia retornar em outro corpo.

[4] Ahiram Rezon, 1756, a partir da p. 16 : gpsdf.org/documents/Ahiman%20Rezon.pdf

[5]Louis Travenol , Nouveau Catéchisme des francs-maçons contenant tous les Mystères de la Maçonnerie, …, p.40,41 sur : gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k130898h/f44.item.


[7]“Efeito “Motus” que se abre como um tempo lógico de leitura, definindo um entorno da letra em termos de silêncio”, J. Lacan, O Seminário, Livro VII: A Ética da Psicanálise.

Fonte: https://bibliot3ca.com

quinta-feira, 28 de março de 2024

A CRENÇA EM DEUS - ASPECTOS DO RITO MODERNO

(republicação)
Em 22/04/2018 o Respeitável Irmão Antonio Gouveia, Loja Serra do Roncador, 2.240, sem mencionar o nome do Rito e do Oriente, GOB-MT, Oriente do Mato Grosso, solicita comentários a respeito:

ASPECTOS DO RITO MODERNO

Gostaria de saber sua opinião sobre alguns aspectos do Rito Moderno. Entendo que, ao se declararem agnósticos pela prática deste Rito, Maçons estão contrariando o Inciso I do Art. 2º da Constituição do GOB. Também a ausência de símbolos nas Lojas retira do Ritual sua função iniciática representada pelo simbolismo neles existente. Seria, para mim, um Rito sem rito iniciático. Gostaria de sua opinião sobre estes dois pontos, desde já agradecendo sua atenção.

CONSIDERAÇÕES:

Penso que para tal existem aspectos que merecem uma consideração mais apurada. 

Na concepção do agnosticismo, sobre o ponto de vista de um rito maçônico, ele deve ser admitido apenas como uma atitude que vê inúteis discussões sobre questões metafísicas, sobretudo porque elas tratam de realidades do incognoscível. 

Isso, entretanto, não quer dizer descrença num Princípio Criador, senão o caráter de não discutir esse efeito, deixando que cada um, livremente, fique com as suas conclusões. 

Ainda sob essa égide, se bem observado às teorias agnósticas, o agnosticismo admite uma ordem de realidade que não pode ser conhecido. Por óbvio isso nada tem a ver com descrença em Deus.

No que diz respeito a isso, especialmente ao Rito Moderno, ou Francês, sua definição se adequa mais a um sistema não dogmático, a despeito de que dogma seja um ponto fundamental e indiscutível de uma doutrina ou sistema religioso. Não apregoar e nem aceitar dogmas também não é a mesma coisa do que ser ateu. Muito menos ainda é confundir essa definição como agnosticismo – vide os conceitos filosóficos do teísmo e do deísmo.

Na realidade o Rito Moderno se embasa na liberdade do pensamento e na razão, motivo pelo qual ele deixa à consciência de cada um dos seus membros as interpretações metafísicas. Na verdade isso não significa combater a religião, mas ensinar ao homem que cada um deve respeitar as convicções dos outros. Assim, o ambiente ritualístico desse Rito não admite nele a imposição de preferências religiosas ou em seu nome fazer proselitismos. 

Isso faz parte da história e pode ser verificada nos acontecimentos políticos, sociais e religiosos hauridos do século XVIII.

Essa condição racional está sutilmente interligada a uma concepção deísta que de certo modo acredita num Criador, mas sem a sua antropomorfização e nem a sua interferência nas causas humanas. 

No que diz respeito à Constituição do GOB e o seu Artº 2º, Inciso I – a existência de um princípio criador: o Grande Arquiteto do Universo – cabe ao maçom compreender quem e o que é esse Princípio Criador denominado Arquiteto do Universo. Para tanto há que se compreender que esse título tem acima de tudo um viés conciliatório para um único Deus Criador mencionado nas religiões dos homens, visto tanto pela óptica teísta bem como pela deísta.

Assim, o Grande Arquiteto do Universo é Aquele que concilia todas as crenças, sem que com isso existam na Moderna Maçonaria imposições religiosas.

Nesse sentido o Rito Moderno, ou Francês, ao contrário do que muitos pensam, jamais se opõe à crença em Deus. Entende sim que embora nos seus templos não estejam absolutamente previstos dogmas e nem preces e orações, o Arquiteto Criador é um elemento velado de conciliação religiosa entre os homens - que cada um tenha a sua convicção, sem que haja sobre tal nenhuma interpelação por parte da Maçonaria.

Evidencia-se nesse caso o respeito à liberdade individual religiosa, porém sem que jamais esse caráter possa se confundir com ateísmo.

É oportuno mencionar que na Maçonaria em geral (para todos os seus ritos) basta o título de “O Grande Arquiteto do Universo”. Não existe razão para que ele seja ainda complementado como o redundante “que é Deus”, como é comum se encontrar em muitos rituais, pois por si só conciliatoriamente Grande Arquiteto já exprime essa verdade.

A despeito desse comentário, é seguro dizer que não existe ateísmo na Maçonaria, ou melhor, que não existem ritos ateus, isso porque os nossos ancestrais, as “organizações de construtores medievais”, sempre tiveram a característica de dar um cunho religioso ao trabalho. É o caso, por exemplo, das Associações Monásticas do século VII, das Confrarias Leigas do século XII, da Francomaçonaria (protegida pela Igreja) após e século XII e as Guildas de Construtores. Posteriormente, já no período dos Aceitos, século XV, a Maçonaria continuou trazendo consigo todo esse respeito religioso, o que pode ser inclusive comprovado no século XVIII com o advento da Moderna Maçonaria surgida com a fundação da Primeira Grande Loja em Londres.

Infelizmente muitos tratadistas, e mesmo alguns próprios praticantes do Rito Moderno ou Francês, continuam fazendo má interpretação da sua história dando ao Rito uma falsa característica de ser um sistema que não crê em Deus. Provavelmente isso acontece por eles não a conhecerem amiúde a sua história, sobretudo a partir das origens da Maçonaria na França, assim como a sua própria filosofia. 

A retirada da Bíblia, fato que se deu no Grande Oriente da França, também deu subsídios para interpretações equivocadas. Alguns entenderam esse procedimento como um predicado de ateísmo, o que não é verdade, pois essa atitude nada tem a ver com a crença em Deus, apenas teve o desiderato de manter a liberdade religiosa entre seus membros, não indagando deles a sua religião.

Sugere-se àquele que estuda esse tema que não tome conclusões apressadas sem antes fazer uma analise minuciosa da sua história, sobretudo naquilo que envolve a Maçonaria na França a partir do século XVIII.

O belíssimo Rito Moderno, ou Francês tem por norma considerar o maçom como lídimo produto da Loja e, acima de tudo, um construtor social que, pelo estudo da Natureza, deve inspirar-se na Sabedoria e na evolução, colaborando assim com a construção de um mundo melhor e fundamentado na Liberdade, na Igualdade e na Fraternidade. Longe disso, mas muito longe mesmo, está qualquer afirmativa de que o Rito seja contrário à crença individual em Deus.

Quanto a sua questão quando aborda a inexistência de símbolos na Loja do Rito e com isso a sua função iniciática, me parece que esse seja um entendimento precipitado e equivocado, pois os seus verdadeiros rituais apresentam um belíssimo arcabouço iniciático suportado por símbolos e alegorias. 
Símbolos estão presentes sim no Rito Moderno, ou Frances. Pode-se citar, por exemplo, a presença do Delta, do Olho Onividente, do Sol, da Lua, do Esquadro e do Compasso (Luzes Emblemáticas), do Painel da Loja, cujo mesmo integra no seu interior um conjunto de símbolos e alegorias, etc. 

Eu tenho dito que cada rito maçônico possui o seu arcabouço doutrinário que fora desenvolvido sobre um sistema de símbolos e alegorias. O Rito Moderno ou Francês não foge a essa regra.

O que se tem infelizmente observado é que ultimamente muitas opiniões hauridas de falsos entendidos têm feito com que o Rito Moderno tenha se descaracterizado em alguns dos seus aspectos. Originário da França e amparado pelas ideias dos Modernos da Primeira Grande Loja Inglesa, o Rito surgiu de uma depuração feita sobre a enxurrada de graus além do simbolismo que assolava na época a Maçonaria francesa. 

Sob essa égide o Rito Moderno, nasceu no seio do Grande Oriente da França e foi concebido e revisado originalmente com três graus simbólicos – Aprendiz, Companheiro e Mestre – mais quatro graus além dos três primeiros – Eleito, Escocês, Cavaleiro do Oriente, ou da Espada, e Cavaleiro Rosa Cruz. Com essa característica ele ficou também conhecido como o “rito dos sete graus”, enquanto que o título “Moderno” se deu porque o Rito aderiu aos costumes da Primeira Grande Loja inglesa que era também conhecida como a Grande Loja dos Modernos.

Embora algumas Obediências mundiais mantenham o Rito com as suas características originais, outras, entretanto infelizmente já o deturparam como é o caso do acréscimo nele de mais dois graus sob a alegação de que houve tempo que em Portugal o Rito possuía nove graus, esquecendo-se esses de que originalmente o Rito nasceu na França e não em Portugal.

Outra deturpação que o Rito tem enfrentado em algumas Obediências tem sido pela interferência dos seus respectivos Regulamentos. Um exemplo disso é a inclusão, em alguns casos, da Bíblia como Livro da Lei no Rito Moderno quando se sabe perfeitamente que ela não faz parte originalmente do relicário emblemático desse Rito, justamente pela sua característica de não interferir na individualidade dos seus membros. O original, no lugar da Bíblia, é o Livro das Constituições, mas como alguns regulamentos de algumas Obediências preveem indiscriminadamente a utilização da Bíblia em qualquer Rito, essa anomalia acaba se dando em completo desrespeito àquilo que prevê o seu sistema iniciático e doutrinário.

Eram essas as minhas considerações.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

A GRANDE INICIAÇÃO


No início da Ordem DeMolay, em 1919 nos Estados Unidos, o seu criador Frank S. Land (chamado hoje de Dad Land), convocou os jovens para uma segunda reunião e nessa ocasião 31 jovens compareceram.

Dad Land solicitou aos jovens uma ajuda para pensarem em um nome para o grupo que acabara de ser criado: escolheram o nome “Conselho DeMolay”.

Começou então uma febre de jovens sendo iniciados, por quase todos os estados norte-americanos e, em 1922, já havia Ordem DeMolay em 39 estados, somando 404 capítulos, inclusive capítulos nas Filipinas, Canadá e Porto Rico.

Foi em 12 de fevereiro de 1923 que o capítulo "Templários", em Pittsburgh na Pensilvânia, realizou a GRANDE INICIAÇÃO. Foram 1099 novos membros a serem iniciados: o maior da história da Ordem.

Desde então ela não para de crescer. Parabéns sobrinhos!

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

quarta-feira, 27 de março de 2024

PROCEDIMENTOS DE ENTRADA

(republicação)
Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Edison Carlos Ortiga, Rito Adonhiramita, COMAB, sem declinara o Oriente (Cidade) e Estado da Federação:
capituloadonhiramita@gmail.com

Estamos elaborando uma coletânea de procedimentos para o Rito Adonhiramita (COMAB), e no tocante a parte de cerimonial o rito, seja qual for, pouco dita as normas e sim a Potência, mas como é um assunto que gostaria que constasse nessa coletânea, e normalizar e uniformizar procedimentos sobre um fato muito corriqueiro entre nós, solicito uma ajuda do Irmão através de seu parecer. Trata-se de uma Loja incorporada em visita a outra loja, não sendo sessão conjunta, apenas visita. Penso que a Loja visitante entra em comitiva, tendo a frente seu Venerável, seguido pelos Mestres, Companheiros e Aprendizes. Estando a Loja aberta poderia apenas o Venerável, representando toda a delegação, fazer a marcha do grau e as respectivas saudações, ou todos, individualmente executarem este procedimento? Este assunto fica sob malhete até vossa opinião.

Considerações:

Não sou muito a favor dessas incorporações de Loja. Se elas existem como previstas nos respectivos regulamentos, o jeito é cumprir. Entendo sempre que na tradição maçônica existe mesmo a visita.

Seguindo a regra de que a maior autoridade geralmente entra por último considerando a Loja visitante, o primeiro que entra é o que se submete ao telhamento e a entrada formal. Nesse caso o Venerável é o último a entrar. 

Agora existem as entradas em família após a Ordem do Dia. Aí é o Venerável que entra por primeiro acompanhado do séquito. Nesse caso, embora na contramão, seria o Venerável que sujeitaria à formalidade. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.063 - Florianópolis (SC) – quinta-feira, 01 de agosto de 2013

PÍLULAS MAÇÔNICAS

nº 40 - Loja Quatuor Coronati

Esta Loja, registrada sob o nº 2076 na Grande Loja Unida da Inglaterra, tem o orgulho de manter o lugar de primeira Loja de Pesquisa Maçônica do mundo. Está localizada em Londres e seus membros são todos reconhecidos como sendo os mais notáveis conhecedores de assuntos sobre Maçonaria.

Os tratados, os artigos da Loja, ou seja, os “Arts Quatuor Coronatorum” são totalmente aceitos como os mais competentes no assunto. Há um Circulo de Correspondentes no mundo todo.

A Loja tem também prestado enorme serviço à Ordem através de publicações de cópias exatas de importantes manuscritos, os Old Charges, etc.

Os “quatuor coronati” (os quatro mártires coroados, apesar de que na verdade eram nove (09) na estória relatada) tem sido por longo tempo considerados como os Santos Patronos da Ordem Maçônica.

A breve estória sobre eles é a seguinte:

O Imperador Dioclesiano visitou as pedreiras de Pannonia onde haviam quatro profissionais altamente qualificados na “Arte de Esquadrejar Pedras”. Eles eram Cristãos e mantinham isso em segredo, fazendo todos seus trabalhos em Nome do Senhor. A eles foi unido um outro profissional, de igual comportamento, inspirado no exemplo dos outros quatro.

Esses trabalhadores recusaram os pedidos do Imperador de fazerem uma estátua do deus pagão Aesculapius. Foram martirizados sendo colocados em caixões de chumbo e jogados no rio.

Dioclesiano tinha um Templo erigido a esse deus pagão e ordenou a seus soldados de fazerem oferendas a esse deus. Quatro soldados também cristãos se recusaram e, consequentemente, foram martirizados por açoitamento até a morte.

Alguns anos mais tarde, uma Igreja foi erigida e dedicada aos “Quatro Mártires Coroados” (Four Crowned Martyrs), apesar de comemorarem o total de nove mártires.

A referencia de estarem sendo “coroados” se presume estar ligado com o dito popular “a coroação do mártir” dando a entender as ricas gratificações para todos aqueles que morrem pela fé.

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE

Ir∴César Zabot - Aprendiz-Maçom

INTRODUÇÃO
 
O objetivo desta peça de arquitetura é compreender através do estudo do trinômio: Fé, esperança e caridade e que este conhecimento mais aprofundado sirva de embasamento para mudanças de atitudes na direção da pedra polida.

CONSIDERAÇÕES

O ser humano no uso da sua racionalidade é capaz de compreender e pode praticar a virtude moral sendo assim um individuo direcionando para o bem quer individualmente ou coletivamente. Consideramos duas espécies de virtudes: adquiridas e infusas. Entre as virtudes adquiridas, distinguem-se principalmente quatro: prudência, justiça, fortaleza e temperança. São as centrais, ao redor delas gravitam as outras, tais como a paciência, a tolerância, a brandura etc. Entre as virtudes infusas estão à fé, a esperança e a caridade, porque não é o produto de uma prática, mas um dom infuso emanada do Grande Arquiteto do Universo.


É a minha atitude, a minha crença que é relacionada ao GADU o Deus Supremo. Se considerarmos a fé como um sentimento inato no indivíduo, o que podemos fazer é direcionar este sentimento. Usando a prerrogativa racional do ser humano que se apóia sobre fatos e lógica, ela é totalmente lógica. Entretanto a miopia ou fé cega não deixa espaço a racionalidade, o senso crítico desaparece assim como o controle do falso como verdadeiro, ignorando a evidência e a razão. O excesso produz o fanatismo. Acreditar cegamente pode levar a humanidade ou parte dela a cometer desvios doentios, tais como, o Nazismo e outros regimes totalitários.

Passando pelo livro sagrado, encontraremos diversos temas relacionados com a fé. Entre eles, encontram-se: "A fé que remove montanhas", "A tua fé te curou", "O poder da fé", "A fé religiosa", "A fé e a caridade" etc. No caso da montanha, por exemplo, sabemos que não é a montanha física, mas os nossos erros, os nossos defeitos. Na cura pela fé, são os fluidos vitais ou magnetismo que se encontra em todos os seres humanos e que, se bem manipulado, pode provocar curas, que muitos chamam de "milagres".

A dificuldade maior na questão da fé é esperar algo que é incerto. Temos a intuição de que este é o caminho, mas a demora pode nos induzir a impaciência. A intuição afirma que devemos perseverar, contudo a espera é difícil. De qualquer forma, temos de continuar, pois desistir no meio do combate, é ficar sem ponto de apoio e sem perspectiva de um futuro mais promissor.

A fé é o nosso grande sustentáculo. Que seria de nossa incerteza, de nossas tribulações sem esse ponto de apoio para sermos reconfortados? Aquele que tem fé vigorosa aceita de bom grado qualquer extremo, pois, embora esteja no meio da incerteza momentânea, espera que o tempo, o Grande Arquiteto do Universo, possa oferecer as oportunidades para que os seus ideais sejam concretizados.

ESPERANÇA

Vivo num ambiente de incertezas. Vivo o presente, o passado é imutável, o futuro é expectativa uma projeção, então esperança é trazer os ideais do futuro para o presente mesmo sabendo que este é incerto. A esperança reforça a perseverança, mesmo diante das adversidades mantendo-nos firmes em busca de nossos ideais. Com a esperança aprendemos a perseverar diante das adversidades. 

Na Filosofia Moderna, as injunções dos pensamentos, a busca pela racionalidade e a supremacia da razão levam os indivíduos a decretar a morte de Deus. É a doutrina do nada além desta miserável vida. Esse sistema mata toda a Esperança. Como esperar algo se nada há o que se esperar? É por isso que Paul Sartre falava da náusea e do desespero, antíteses da esperança.

O desespero é a pouca confiança em Deus, o amor próprio, o orgulho pessoal. A presunção é achar-se alguém digno de uma posição vantajosa, sem de fato o ser. Uma das causas do desespero são os nossos vícios. A presunção, por outro lado, está ligada à vaidade. A esperança não é uma atitude passiva, mas cheia de vitalidade com muita energia e principalmente amor.

Nas Epístolas de Paulo encontramos diversas frases sobre a esperança. Eis uma delas: "Porque tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança".

CARIDADE

Fazer o bem sem olhar a quem. Fazer a outro o que gostaria que a nós fosse feito. Baseia-se na frase: "Fazermos aos outros o que gostaríamos que nos fosse feito".

A noção de caridade está posta na parábola do bom samaritano. Nela narra-se que "Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu nas mãos de ladrões que o despojaram, cobriram-no de feridas e se foram, deixando-o semimorto. Aconteceu, em seguida, que um sacerdote descia pelo mesmo caminho e tendo-o percebido passou do outro lado. Um levita, que veio também para o mesmo lugar, tendo-o considerado, passou ainda do outro lado. Mas um Samaritano que viajava, chegando ao lugar onde estava esse homem, e tendo-o visto, foi tocado de compaixão por ele. Aproximou-se, pois, dele, derramou óleo e vinho em suas feridas e as enfaixou; e tendo-o colocado sobre seu cavalo, conduziu-o a uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, tirou duas moedas e as deu ao hospedeiro, dizendo: Tende bastante cuidado com este homem, e tudo o que despenderdes a mais, eu vos restituirei no meu regresso".

A caridade está simbolizada na ação do samaritano que, embora menos esclarecido que os outros, concretiza o auxílio. Caridade moral e caridade material

A caridade está mais ligada a uma ação concreta. Ela é presente, é uma prática. Enquanto as duas primeiras dizem respeito ao futuro, esta diz respeito ao presente, à ação. Nesse sentido, podemos diferenciar os atos de caridade da caridade propriamente dita, ou seja, podemos perfeitamente auxiliar o próximo, sem que esse sentimento faça parte de nosso passivo espiritual.

CONCLUSÃO

Como Maçons, somos homens de Fé, pois acreditamos no Grande Arquiteto do Universo, criador dos mundos, e também acreditamos em nós mesmos e em nossos Irmãos. Por isso a Fé é representada no Simbolismo pela Cruz, na parte inferior da Escada, porque a Fé é a base.

A Esperança nos ensina a perseverar perante as adversidades e a nos mantermos firmes em nossos ideais, como a Âncora que a simboliza, e que está no meio da Escada Assim, todo aquele que for constante nas causas justas, superará todas as dificuldades, alcançando êxito completo.

A Caridade tem aí um significado especial, porque com a Cruz da Fé, e Âncora da Esperança, só atingimos a plenitude maçônica quando pautamos nossas ações na Caridade, que também significa o Amor, pois a Caridade nada mais é do que o amor ao nosso próximo, que auxiliamos anonimamente através do Tronco de Solidariedade, em todas as Sessões Maçônicas na face da Terra. A Caridade é uma das mais brilhantes jóias com que, se adorna a Sublime Ordem Maçônica. A Maçonaria ensina que é verdadeiramente feliz o homem que sente brotar no coração a semente da benevolência. Não inveja o próximo, não dá conta das palavras vis e caluniadoras, porque a malícia e a vingança não acham abrigo em seu peito. Assim, pois, tem sempre presente à sua imaginação que somos todos Irmãos, que deveremos estar sempre prontos a acudir àqueles que reclamam nossa assistência; e que jamais deveremos recusar nossa mão amiga, generosa e leal, ao necessitado que implore socorro. Desse modo os maçons agem dentro das linhas da misteriosa esquadria, recebendo um dia a recompensa a que tiver direito pelo Amor e Caridade.

Por isso a Caridade é representada pela Mão da generosidade dirigindo- se para o Cálice, que forma o Graal, um dos símbolos presentes no Painel do Aprendiz, no topo da Escada.

“Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha, porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.

“Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, mas não vai sozinha e nem nos deixará só, porque leva um pouco de nós e deixa um pouco de si.”

“Há os que levam muito e deixam pouco, há os que levam pouco e deixam muito.”

“Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que não nos encontramos por acaso.”

BIBLIOGRAFIA

(Bíblia Sagrada) - (Jerônimo Coelho, 2007) - (Kardec, 1984)

(Artigos na Internet Wikipédia, 2010).

Fonte: JBNews - Informativo nº 235 - 20.04.2011

terça-feira, 26 de março de 2024

NE VARIETUR

(republicação)
Questão que faz o Respeitável Irmão Antonio Raia, GOB, Oriente de Recife, Estado de Pernambuco.
antonio_raia@hotmail.com

Havendo sido iniciado na Ordem no ano de 1.982, na Loja Jesus de Nazaré 33, 2.422 onde recebi as instruções necessárias para aumentos de salários, etc., lembro que primeira sessão após a iniciação, ao chegar à Sala dos Passos Perdidos encontrei o Livro de presenças. Por falta de experiência fui logo querendo assinar o dito cujo, onde o Irmão Chanceler me disse que eu só poderia assinar o livro quando já estivessem assinados sete Mestres, pois a Loja estaria completa. Explicou-me que o Senhor edificou Sete Colunas, etc. Neófito então aceitei as explicações do Irmão Chanceler e do Irmão Segundo Vigilante e guardei para o futuro. Daí então, já Mestre em 1.984 comecei a instruir os novos Irmãos Aprendizes até a data de hoje. Confiante no ensinamento do aprendizado, então, instruindo os neófitos na Sala dos Passos Perdidos que o Irmão Aprendiz só pode assinar o referido Livro após a assinatura de sete Irmãos, quando de repente o Irmão Chanceler, hoje e Segundo Vigilante em 1.982 havia me complementado as explicações disse-me que o Irmão Aprendiz pode e deve assinar independente de assinaturas. Indaguei do Irmão Chanceler que lembro do fato por ter sido uma das primeiras lições que havia recebido dos amados Irmãos e o mesmo me disse que não lembrava. Procurei livros, rituais e fiz várias pesquisas onde nada encontrei. Poderia o amado Irmão dar-me uma luz? Então aprendi errado? Por favor, me tire essa dúvida.

Considerações:

Mera filigrana do Chanceler da época. Não existe qualquer hierarquia para assinatura no Livro de Presenças, já que neste existe sim espaço para que o assinante decline o seu grau simbólico.

Verdadeiramente o Chanceler só deve abrir o Livro no momento em que se certificar da existência de no mínimo sete Mestres na Sala dos Passos Perdidos, pois se constatar um número de Mestres inferior a sete, não existirá sessão em Loja aberta – uma Loja será aberta com a presença mínima de sete Mestres. 

O que deve mesmo ser observado é que o Venerável, em qualquer circunstância, seja o último a assinar, fato que se recomenda que ele assine o Livro após estarem encerrados os trabalhos. Pode ocorrer que existam visitantes que não entrarão em família ou mesmo retardatários – estes firmam o seu “ne varietur” somente após ingressarem nos trabalhos. 

Se o Venerável é o último que assina, então que “estória” é essa de hierarquia no rol de presenças da Loja? Um Venerável assina por último para constatar a lisura dos trabalhos ao mesmo tempo em que o procedimento evita “arranjos” para certas presenças “tenebrosas” que por ventura possam existir (arranjos para cálculo de presença). 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.062 - Florianópolis (SC) – quarta-feira, 31 de julho de 2013

AS ESPADAS NA MAÇONARIA

Kennyo Ismail

A verdade é que a espada não tinha presença tão forte e tão variados papeis no Antigo Ofício. Nos rituais mais antigos só há uma única espada na Loja: a do “Tyler”, do Cobridor. Espada Flamejante??? Nem pensar! E essa “escassez de espada” ainda pode ser vista nas Lojas americanas e inglesas, mesmo quando no grau de Mestre Maçom.

Antes de alguém cogitar a ideia de achar estranho um Mestre Maçom sem espada ou uma Loja sem Espada Flamejante, raciocinemos: o que é “maçom”? Nossa Maçonaria Especulativa originou-se do que?

Maçom é pedreiro. A Maçonaria Especulativa originou-se da Maçonaria Operativa, ou seja, das associações de artífices, sindicatos de pedreiros. Por um acaso os pedreiros usavam espada? Espada é uma ferramenta de trabalho de um pedreiro?

Se você pensar bem, uma espada entre esquadro, compasso, régua, maço, cinzel, nível, prumo, alavanca, é um objeto um tanto quanto estranho e dissonante. Isso porque quem usa espada não é pedreiro. É cavaleiro. E já está mais do que claro que Maçonaria Simbólica nada tem com Templários, mesmo Ramsay tendo desejado o contrário.
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Então de onde surgiu essas espadas presentes no grau de Mestre em tantos ritos? Observa-se que a espada como acessório oficial do Mestre Maçom está presente nos Ritos de origem francesa: REAA, Moderno, Adonhiramita. Isso porque, quando a maçonaria surgiu na França, foi pelas mãos dos escoceses exilados na França, os stuartistas. As primeiras Lojas eram compostas de nobres escoceses, nobres franceses e militares franceses. Todos esses usavam espadas e parece que elas acabaram adentrando aos templos com certa facilidade. É fácil entender o raciocínio desses pioneiros na França: eles eram nobres e militares. Combinaria mais com eles serem sucessores de cavaleiros medievais do que de pedreiros! Ramsay teria sido apenas o porta-voz da vontade desses senhores.

E a espada flamejante? Ela tem tudo a ver com isso. Quem se ajoelha para ser recebido e consagrado com uma espada sobre a cabeça definitivamente não é o pedreiro, e sim o cavaleiro. E numa Loja em que todos têm uma espada, a espada da sagração, visto ter exatamente o objetivo de “sagrar”, precisa ser diferente, precisa ser sagrada, imaculada. Daí então, as Sagradas Escrituras serviram de inspiração para a adoção duma Espada Flamejante, cujo porte pelos querubins imprime uma imagem sacra e o fogo simboliza purificação. Por isso, esqueça aquela baboseira escrita por um dos grandes “sábios” da maçonaria brasileira, de que a espada flamejante é um “raio jupteriano” que fulmina o candidato se encostar em sua cabeça. Pelo menos, aconteceu comigo na minha iniciação e eu não morri!

Foi assim que as espadas tiveram ingresso na Maçonaria Simbólica, fugindo da simbologia do Antigo Ofício, mas caindo nas graças da burguesia que, até aquela época, não portava espadas e não se sentava na mesma mesa que os nobres. Característica da cavalaria inclusa nas antigas tradições maçônicas, vista por uns como aberração e justificada por outros como evolução.

Fonte: https://opontodentrocirculo.com