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sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

GIRO DA BOLSA E A ORDEM DA COLETA

Em 31.05.2024 o Respeitável Irmão Ivanio Crusaro, Loja Valdez Pereira, 4077, REAA, GOB-PA, Oriente de Paragominas, Estado do Pará, apresenta a dúvida seguinte:

GIRO DA BOLSA

Surgiu uma dúvida entre os Irmãos sobre o giro da bolsa e do tronco.

Após fazer as 6 pontas da estrela. Todos do Oriente.

Quando se inicia a coleta no Ocidente.

E feito os Mestres juntamente com os ocupantes dos cargos, ou primeiro os que ocupam cargos?

Após os Mestres, Companheiros e Aprendizes e finaliza com a coleta do oficial que está nos trabalhos.

 CONSIDERAÇÕES:

A ordem de abordagem na circulação das bolsas de PProp e IInf e Benef, assim como o Escrut Secr, está bem claro no Ritual de Aprendiz Maçom, REAA, GOB, edição 2024, em vigência, pág. 43.

No que diz respeito à uma estrela com seis pontas e o giro das bolsas, a bem da verdade não existe nenhuma estrela relacionada a este mister. 

Mesmo que alguns autores místicos até queiram menciona-la na execução do giro da bolsa (saco), sem dúvida alguma é preciso ter muita imaginação para se comparar esse trajeto com o desenho de um hexagrama no piso da Loja, formado pela ligação dos seis primeiros cargos abordados.

Também vale salientar que a Estrela de Davi, ou Estrela de Seis Pontas, é um símbolo presente no arcabouço doutrinário da Maçonaria Anglo-saxônica (Rito de York), enquanto que no REAA, rito originário da França, o símbolo da estrela é hominal e pitagórica, a qual possui cinco pontas e é conhecida como Estrela Flamejante.

Verdadeiramente, os seis primeiros cargos abordados pelo titular, mais o Mestre de Cerimônias, constituem os sete Mestres Maçons necessários para se abrir os trabalhos de uma Loja no REAA. 

Nesse sentido, a ordem de abordagem dos seis primeiros cargos é a seguinte: por primeiro as Luzes da Loja (Venerável Mestre, 1º e 2º Vigilantes); depois o Orador e o Secretário e, finalmente, o Cobridor Interno.

Destes seis cargos, imprescindíveis no REAA, os três primeiros correspondem aos dirigentes que detém os malhetes. Depois o Orador, que é o representante da Lei e o Secretário, que é o encarregado dos devidos registros. Finalmente o Cobridor Interno, que é o encarregado de preservar o Landmark do sigilo. 

Depois de ter sido realizada a coleta desses seis primeiros cargos, o titular imediatamente aborda os ocupantes das duas cadeiras de honra, da direita e da esquerda do trono, respectivamente, e em seguida os demais ocupantes do Oriente (Autoridades, Mestres Instalados e oficiais). Concluída a coleta no Oriente, o titular aborda, indiscriminadamente, os Mestres Maçons das Coluna do Sul e do Norte, com ou sem cargo. Depois os Companheiros os Aprendizes e, por último, ajudado pelo Cobridor Interno, o próprio titular deposita.

Concluindo, reitera-se: salvo os seis primeiros cargos, durante o giro das bolsas e do escrutínio, os Mestres, com cargo ou sem cargo, são abordados indiscriminadamente. Durante a abordagem não existe preferência pelos que ocupam cargos (todos são Mestres Maçons).

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

O IRMÃO ATRASADO - PROCEDIMENTOS PREVISTOS NO RITUAL 2024

Em 30.05.2024 o Respeitável Irmão Aristensir Gil Portela, Loja Equidade e Justiça, 2336, REAA, GOB GODF, Oriente de Brasília, Distrito Federal, solicita esclarecimentos. 

 O ATRASADO

 Estou com uma dúvida e se for possível gostaria ouvir da sua orientação:

- Estando à Loja trabalhando no Grau II ou III e chegando um irmão atrasado, o mesmo deve dar três pancadas na porta. Pergunto como deve proceder o Cobridor Interno, considerando que o Cobridor Externo já está no interior do Templo.

- Alguns irmãos dizem que o Cobridor Interno deve repicar as três pancadas, para que o irmão atrasado entenda que a loja está trabalhando em outro Grau e assim por diante.

Essa é a minha dúvida de como seria a forma correta de proceder. Se o irmão puder me orientar fico agradecido.

CONSIDERAÇÕES:

 Na verdade, os rituais foram feitos visando ao cumprimento do horário, até porque a pontualidade é uma das virtudes exercidas pelo maçom. 

Mesmo assim, é verdade que o costume de se chegar atrasado à sessão não deixa de ser uma realidade Maçonaria – mesmo que o atraso não seja institucionalizado.

A despeito disso, estabelece-se que em qualquer circunstância, o Ir que chegar atrasado e alcançar o átrio, sem ser interpelado pelo Cobr Externo, deve sempre bater na porta como Aprendiz Maçom, pois cabe ao Cobr interno verificar quem está pedindo ingresso nos trabalhos.

O que não pode acontecer é a troca de baterias de outros graus na porta do templo entre o retardatário e o Cobr Int. Assim, o Ir atrasado dá na porta a bateria universal, que é a Aprendiz. Não existe a tal de bateria de alarme. Isto não existe no REAA.

Se o momento for propício para receber o retardatário, o Cobr Interno, logo que ouvir a bateria na porta, comunica à Loja na forma de costume e fica aguardando ordens do Ven Mestre para as providências devidas.

Caso o momento não seja propício para receber o Ir que pede ingresso, o Cobr Int imediatamente responde dando, com o punho da espada, a mesma bateria (de Aprendiz). Isso significa que o Ir atrasado deve aguardar em silêncio no Átrio até que chegue o momento oportuno para que ele seja atendido. Apenas isso, nada mais.

Na hipótese de a Loja estar trabalhando em grau acima do de Aprendiz, e o retardatário não possuir grau suficiente para ingressar, será então informado, ainda no átrio, que deverá se retirar.

Orientações nesse sentido podem ser encontradas no subtítulo 4.4 Comportamento Ritualístico, página 210 do Ritual de Aprendiz do REAA, edição 2024.

De tudo, em respeito aos que são pontuais, o melhor mesmo é ninguém chegar atrasado para não atrapalhar o andamento ritualístico da sessão. As exceções devem ser de caráter esporádico, nunca corriqueiro.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

CÂMARA DO MEIO

 Introdução

Quadros usados na Loja Unanimity and SIncerity, nº 261, Touton, pintados em 1808 por William Dight
Quadros usados na Loja Unanimity and SIncerity, nº 261, Touton, pintados em 1808 por William Dight


Aproveitando a oportunidade pela qual tem se apresentado muitas súplicas a mim dirigidas por Respeitáveis Irmãos que buscam esclarecimento para as suas dúvidas, surgiu um tema relacionado à Loja de Mestre extraído de um pedido de opinião – a Câmara do Meio.

Embora se constitua num título bastante corriqueiro no Terceiro Grau maçónico, ele é, entretanto, muito pouco racionalmente comentado, razão pela qual resolvi produzir este modesto arrazoado na configuração de um ensaio que visa despertar uma preparação para instrução disciplinada, embora menos intensa que uma obra literária acabada.

Do título

Câmara do Meio é o título dado à Loja de Mestre na Moderna Maçonaria. Esta concepção começou a fazer parte do especulativo maçónico após o aparecimento (Publicado em freemason.pt) do Terceiro Grau em 1724 e sacramentado na segunda Constituição de Anderson em 1738 relativa à Primeira Grande Loja (dos Modernos) em Londres.

Como uma Loja – excepto quando se relacionar ao título distintivo dado para uma corporação maçónica – só existe em trabalhos abertos, uma sessão maçónica aberta no Terceiro Grau adquire por extensão, o rótulo convencional de Câmara do Meio.

Do conceito

A alegoria da Câmara do Meio já está presente na Tábua de Delinear inglesa [1](teísta) desde o Grau de Companheiro e se relaciona directamente com o Livro das Sagradas Escrituras:

“A porta do lado do meio estava na parte direita da casa; e subiam por um caracol ao andar do meio e deste para o terceiro” (todos os grifos são meus) – Reis I, 6, 8.

Ainda noutra versão bíblica:

“A porta que levava à câmara do meio estava no lado sul da casa e por um caracol se subia ao segundo andar e deste para o terceiro (os grifos são meus).

O lado direito da casa, sob o ponto de vista do Átrio, corresponde ao Sul, ou Meio-Dia, enquanto que em relação ao termo “caracol” inserido nos textos bíblicos, evidentemente se refere à Escada em Caracol, cujo emblema possui alto valor simbólico já que esta “escada” de acesso lateral (Publicado em freemason.pt) para “câmara” representa a dificuldade e a sinuosidade que o Obreiro tem que passar para atingir a Câmara do Meio (aperfeiçoamento), que neste caso sugere o Santo dos Santos do Templo de Jerusalém.

À bem da verdade a alegoria “escada-câmara” alude ao elo que existe entre o “meio-dia” (juventude) e o final da jornada à “meia-noite” (maturidade e morte – o Mestre que ingressa no Oriente).

É desta a relação maçónica existente entre a lenda da construção do Templo de Jerusalém e a Loja, mais especificamente ao Oriente da Oficina, que se explica o porquê de só se permitir o ingresso no Oriente em Loja aberta àquele que já tenha atingido a plenitude no simbolismo universal maçónico – o Mestre.

Graças também a esta alegoria maçónica é que os Companheiros no Templo (Loja) ocupam sempre a Coluna do Sul, já que pelo texto bíblico que dá origem ao apólogo, a porta que leva à Câmara do Meio (Loja de Mestre) simbolicamente está situada no Sul [2].

Diga-se ainda de passagem que na alegoria do Templo o mesmo era um conjunto constituído por três partes – a primeira se denominava Ulam (átrio) onde se formava a assembleia; a segunda chamada Hikal onde os sacerdotes desempenhavam as suas funções e por fim a terceira, nomeada Debir(santuário) onde era depositada a Arca de Aliança.

Com o advento da criação do grau de Mestre e por extensão da Lenda do Terceiro Grau cujo anfiteatro se dá no lendário Templo de Jerusalém é que se desenvolveria o arcabouço doutrinário e filosófico do simbolismo da Moderna Maçonaria que passaria definitivamente a associar especulativamente o aprimoramento do Homem com a construção do Templo interior – a Obra perfeita dedicada a “Deus”. Daí a relação metafísica incondicional e sucessiva entre os três Graus cuja jornada parte do Ocidente em direcção à Luz do Oriente – Intuição, Análise e Síntese.

Neste sentido não se poderia mencionar a Câmara do Meio sem considerar, sob o ponto de vista histórico e iniciático, a sua relação com o grau de Companheiro como penúltimo estágio do aprimoramento – Do pórtico ao Sul em direcção à Câmara do Meio onde se situa a Árvore da Vida, local onde o Mestre pode então inquestionavelmente assim afirmar: “A A∴ é M∴ C∴”.

Vale a pena ainda mencionar que esta alegoria constituída pela tríade Escada em Caracol, Templo de Jerusalém e Câmara do Meio é valida apenas para o simbolismo (Publicado em freemason.pt) da Moderna Maçonaria, já que esse conjunto emblemático, bem como a Lenda de Hiran, não corresponde ipsis litteris à completa realidade descrita no texto bíblico.

Das considerações finais

O termo “Câmara do Meio” é em Maçonaria uma espécie de Nec Plus Ultra, cuja característica filosófica envolveu conhecimentos racionais que determinaram regras e fundamentos do pensamento enquanto era urdido o método e a chave destinada para se reencontrar a Palavra Perdida (o conhecimento real, nunca o aparente).

Esta é a razão que pode, na ordem natural dos factos, explicar o termo “Câmara do Meio” em Maçonaria. Daí pela “ordem natural” que envolve a construção do Templo e a Lenda do Terceiro Grau, os Aprendizes ocupam o Norte, Companheiros o Sul e os Mestres o Oriente donde dali simbolicamente ele (o Mestre) parte para qualquer das latitudes e longitudes terrenas (o Ocidente da Loja entre o Esquadro e o Compasso).

Assim, em se bem compreendendo a Arte, a Câmara do Meio traz à baila e desfaz todas as ilações temerárias produzidas por aqueles que de quando em quando lançam irresponsavelmente sementes ao vento tentando, por exemplo, inverter a circulação e a localização dos Aprendizes e Companheiros na Loja. Para estes incautos poder-se-ia então perguntar:

  • E o pórtico da Câmara do Meio?
  • Invertendo os escritos bíblicos, ele passaria do Sul para o Norte?
  • Como ficaria então a referência feita à construção do Templo mencionada nas Escrituras? Esta menção seria subvertida?
  • Biblicamente o Meio-Dia passaria para o Norte?
  • Contar-se-ia então uma nova Lenda com Hiran tentando fugir do primeiro algoz pelo Norte?

Afinal, se os factos têm a sua razão de ser, é porque certamente nada fora arquitectado casualmente.

Pedro Juk

Fonte; Blog do Pedro Juk

Notas

[1] Tábua de Delinear é o Painel da vertente inglesa de Maçonaria que não raras vezes muitos rituais que envolvem ritos de origem francesa acabam por misturá-los, quando não, até mesmo substituí-los, ou mesmo inserir os dois painéis justificando a presença dupla com a invenção do título de “Painel Alegórico”. Cada uma das duas principais vertentes maçónicas (inglesa e francesa) possui nos três graus universais características alegóricas e simbólicas próprias. O painel a que se refere o texto é a Tábua de Delinear inglesa (Tracing Board) do Segundo Grau – aquele que mostra uma escada lateral em curva (caracol) que dá acesso no seu topo à Câmara do Meio.

Atenção: independente da vertente maçónica e as suas particularidades próprias, o título de Câmara do Meio é genérico para todo o Terceiro Grau maçónico, seja ele de qual Rito ou Trabalho venha a pertencer. Assim também é a sua relação alegórica com o título que também será sempre aquele baseado na tradição da Tábua de Delinear do Segundo Grau (inglesa).

[2] Lado Sul. Para que não pairem dúvidas em relação ao ponto de vista “direita-sul” do Ocidente para o Oriente, o observador da gravura deve levar em conta que a Tábua de Delinear mencionada representa um compartimento à direita adjacente ao Templo. Obviamente que apesar da perspectiva sofrível da gravura, o importante é a mensagem simbólica contida no quadro. Note na base da escada o Segundo Vigilante pronto para obstar a passagem daquele que porventura não saiba ainda pronunciar a Palavra de Passe (aperfeiçoamento incompleto) – ao fundo a espiga de trigo junto a uma queda d’água sugere a senha inerente a essa Palavra.

Fonte: https://www.freemason.pt

    quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

    REAA - NOVO RITUAL 2024 - DÚVIDAS

    Em 21.01.2025 o Respeitável Irmão Guilherme Cassiano, Loja Beneficente de São Lourenço, 1370, REAA, GOB MINAS, Oriente de São Lourenço, Estado de Minas Gerais, formula as questões seguintes:

    NOVO RITUAL REAA - DÚVIDAS

    Com o início dos trabalhos esse ano, surgiram algumas dúvidas de alguns irmãos de nossa oficina acerca do novo ritual, segue abaixo:

    1) - Ir William tem a seguinte dúvida: "no ritual na pag. 52 e na página 82, 5ª linha “…soletrada e por inteira". A dúvida do Irmão é na forma como se passa a palavra, pois nos foi explicado que a palavra seria dada da seguinte forma: soletrada, e não mais repetida ao final, nem em silabas, e em falada inteira, somente soletrada letra por letra de uma única vez. A dúvida é que no ritual diz "soletrada e por inteira", esse inteira, é soletrar ela toda, ou ao final falar ela por inteira?

    2) - Ir João Lopes tem a seguinte dúvida: Tanto os Diáconos, quanto o Mestre de Cerimônias e o Hospitaleiro, devem se dirigir ao lado direito do Venerável Mestre para colher a palavra sagrada, propostas e informações e o óbolo. Aí vem a seguinte dúvida: O irmão deve se dirigir entrando no altar do venerável e se colocando ao lado do trono de Salomão pelo lado direito, ou ele fica à frente do Altar, se postando um pouco a direita do Venerável e daí faz a coleta por cima do altar do que for necessário? Em caso do correto ser entrar pela direita do Altar, como proceder quando se tem as demais cadeiras ocupadas, tanto na direita como na esquerda por autoridades?

    3) - Ainda o Irmão João Lopes trouxe outro questionamento: o Cobridor Interno ao solicitar a palavra a bem da ordem como deve se postar? Ele se levanta, tira a espada da fita de Mestre ou suporte da cadeira a frente, e a empunha, fazendo assim a saudação as Luzes para daí usar da palavra, dispensando o uso do sinal, ou ele mantem a espada fixada na fita de Mestre ou no suporte a frente, e se levanta com o Sinal de Ordem, faz a saudação, e usa da palavra como todos fazem? Sem pegar na espada nesse momento.

    CONSIDERAÇÕES:

    Na transmissão da Palavra Sagr∴, durante a abertura e o encerramento dos trabalhos no 1º Grau, não há repetição da mesma ao final da sua transmissão. O transmissor apenas a transmite inteira, letra por letra. Por não se tratar de um telhamento, não existe, nesta ocasião, qualquer troca de letras, sílabas e nem repetições entre os interlocutores. Quem a transmitir, transmite seguidas as suas quatro letras de uma só vez, e pronto.

    As Luzes da Loja (Venerável Mestre e Vigilantes) são abordadas pela sua direita, isto é, pelo seu ombro direito. Sob nenhuma condição existe abordagem pela frente e nem por cima do altar ou mesa. Estando ocupadas as duas cadeiras de honra, a da direita e a da esquerda do trono, se o espaço for exíguo, a autoridade da direita se afasta um pouco para que a atividade ritualística seja exercida. Conforme prevê o Decreto 1469/2016, existem apenas duas cadeiras de honra, uma à direita e outra à esquerda do Venerável Mestre.

    Estando a espada presa no dispositivo da faixa de Mestre (não é fita), ou no que estiver fixado no espaldar da cadeira, na ocasião mencionada na questão, o Cobridor fica à Ordem normalmente, isto é, compõe o Sin∴ de Ord∴ com a mão dir∴. Ao fazer uso da palavra, o Cobridor não precisa empunhar a espada. Ele somente a empunha nos momentos previstos pelo ritual.

    No mais, vale salientar que quando um Ir∴ se dirigir às Luzes da Loja, às Autoridade e aos demais IIr∴, antes de fazer uso da palavra, este Ir∴ não estará saudando ninguém, senão se utilizado do modo protocolar de se dirigir à Loja. Veja na página 43 do Ritual de Aprendiz, 2024, as ocasiões que se deve prestar saudação em Loja.

    É oportuno mencionar que não se faz sinal com um objeto de trabalho, isto é, não usa o objeto para com ele se fazer o Sin∴. Portanto, no caso da Espada, se ela estiver embainhada, ou presa na faixa de Mestre, o Sin∴ é composto normalmente com a mão dir∴.

    T.F.A.
    PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
    Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

    USO DA PALAVRA NO ORIENTE - REAA

    Em 28/05/2024 o Respeitável Irmão José Luiz Gnoato, Loja Estrela de Davi, 3880, REAA, GOB-SP, Oriente de Paraguaçu Paulista, Estado de São Paulo, faz a pergunta seguinte:

     USO DA PALAVRA NO ORIENTE

    Eu consultei seu blogue a respeito do uso da palavra no oriente. Na sessão de ontem, o Orador ficou em pé e a ordem, para falar como irmão. Me chamou atenção, porque já fui orador, e agora como secretário, nunca usei da palavra em pé ocupando estes cargos. Minha dúvida: tanto em pé como sentado, ao iniciar a fala, é necessário se dirigir ao Venerável, Vigilantes e demais Irmãos, ou basta se dirigir a todos e depois iniciar a fala? Claro que em pé tem que ficar a ordem, mas, se um Mestre no Oriente, sem cargo, decide falar sentado, como inicia a fala? 

     CONSIDERAÇÕES:

    No Oriente, salvo nas ocasiões em que o ritual determine ao contrário, quem estiver usando a palavra pode falar sentado. 

    Todavia, se por deferência resolver falar em pé, deve então ficar à Ordem.

    Sentado ou em pé, o usuário da palavra primeiro deve se dirigir à Loja de modo protocolar dizendo: “Venerável Mestre, IIr 1º e 2º Vigilantes, Autoridades, demais Irmãos”. Inicia depois a sua fala. 

    Concluída a mesma, se estiver em pé, desfaz o Sin de Ordem pelo Sin Pen e volta a sentar-se. 

    Não confundir “modo protocolar de se dirigir à Loja” com “saudação maçônica”. Saudações em Loja são feitas sempre pelo Sin Pen do grau. 

    O ritual de Aprendiz Maçom do REAA em vigência (2024) determina, na sua página 43, as ocasiões em que se deve prestar saudação em Loja. 

    T.F.A.
    PEDRO JUK - SGOR/GOB
    jukirm@hotmail.com
    Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

    O HOMEM QUE QUERIA SER REI


    O Homem que Queria Ser Rei (The Man Who Would Be King - 1975) é um filme de aventura, baseado na obra homônima de Rudyard Kipling (Iniciado na Maçonaria em 05 de abril de 1886).

    Sinopse: Recheado de conteúdo maçônico estrelado por Sean Connery, Michael Caine e Cristopher Plumer. Plumer faz o papel de Kipling que é o narrador da história. Sean e Michael são dois soldados ingleses, ambos maçons, que resolvem sair pelo mundo para fazer fortuna no Kafiristão, um país hipotético perdido nas montanhas do Afeganistão.

    No meio de uma batalha, Dravot (Sean Connery) é atingido por uma flecha que, ao invés de matá-lo, é aparada por uma correia de couro sob suas roupas, dando a impressão que ele é imortal. Dravot usava também um pingente maçônico. Quando os nativos descobrem o berloque maçônico com Dravot, eles mostram uma antiga inscrição de um símbolo maçônico em um monumento e passam a considerá-lo como Alexandre, o rei vivo.

    Sean Connery não foi maçom (Observação de nossa página).

    Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

    ESTUDANDO O SALMO 133

    Enviado pelo Ir. Douglas Maciel (Joinville – SC)

    “Oh ! Como é bom e agradável vivermos unidos os irmãos ! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Aarão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião. Ali ordena o senhor a sua benção e a vida para sempre”.

    Israel assim como seu povo é abençoado por Deus, dizem em historias populares, que é o povo escolhido, situado entre a cadeia de montes de Sião, de onde se destaca majestosamente o monte Hermon, um verdadeiro oásis, contrastando com os países vizinhos; Cortado por diversos e importantes rios, dentre eles o mais famoso, o rio Jordão, às suas margens estende-se verdejantes videiras e oliveiras assim com produz tudo o que se planta.

    Como Jerusalém está situada na meseta central da Palestina, para chegar à cidade santa de qualquer parte da terra, é preciso “subir”, o que explica bem a razão de ser da expressão “das subidas”, circundada pelos montes de Sião, onde o senhor escolheu para morar, de onde se destaca majestosamente o monte Hermon.

    O monte Hermon por sua vez, destaca-se por sua magnitude, de tão alto, há neve em seu cume o tempo todo, e é de lá, que após que vem o orvalho santo junto com as bênçãos; A neve derretida, forma os rios e os lençóis de água, e por sua importância é que no salmo 133, destaca de forma tão bela.

    Quando Davi falava “O Como é bom e agradável vivermos unidos os irmãos! ” importância que dava aos povos de diversas aldeias que iam aos templos de Jerusalém para rezar, e Jerusalém por sua vez, tratava à todos dessa forma, acolhia quem quer que fosse, viesse de qualquer lugar.

    E o óleo citado “...é como o óleo precioso...” era um perfume raríssimo à base de mirra e oliva, usado para urgir os reis e sacerdotes, e ou aqueles neófitos que asparivam a alguma iniciação; Importante à ponto de comparar com os irmãos unidos e sua grandiosidade.

    Agora quando fala “...é como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião...” refere-se ao monte em sua pujança, sua importância para a existência de Israel, dos montes vem o orvalho e o orvalho é a água, a vida, a natureza, o bem mais precioso.

    Para situarmos melhor na história, falo agora do significado de cada citação, de onde podemos refletir e só assim, entendermos o que Davi Dizia:

    OS IRMÃOS:

    Quando o Salmo 133, sugere “...que os irmãos vivam em união...” estamos traçando um programa de convivência amena e construtiva, e se voltarmos no tempo, veremos que a palavra “irmão” se revela uma necessidade entre os homens e era mesmo. Com toques divinos, não menor necessidade que temos dela hoje, basta que encaremos o panorama humano dos nossos dias atormentados pelas divergências e alimentados pelo ódio mais profundo.

    O ÓLEO

    “Os óleos vegetais são produtos de secreção das plantas, que se obtém das sementes ou frutos dos vegetais, são substâncias gordurosas das quais muitas comíveis líquida e de temperatura ordinária” Bem, podemos ver que não trata-se de nova tecnologia, o óleo citado acima, usado para unção sagrada, era uma das espécies porém muito especial.

    AARÃO

    O membro destacado da tribo de Levi, irmão mais velho de Moisés e seu principal colaborador, possui um peso próprio na tradição bíblica, devido ao seu caráter de patriarca e fundador da classe sacerdotal dos judeus.

    A BARBA

    Pelos espalhados pelo rosto, adorna a face do homem desde os mais remotos tempos, a barba mereceu dos mais variados, novos semitas e não semitas da antiguidade, um trato especial, destinaram-lhe grandes cuidados. Não apenas um símbolo de masculinidade e podemos exemplificá-la com os varões que engrandeceram o império Brasileiro, figuras imponentes pela conduta e em particular, símbolo de austeridade moral.

    Os Israelitas a que pertencia Aarão, evidenciaram especial estima pela barba, a ela conferiam forte merecimento, apreciável atributo do varão, que externava pela sua aparência, sua própria dignidade. Os Israelitas por si mesmo, pelo que ela representava, raspá-la e eliminá-la do rosto, demonstrava sinal de dor profunda.

    AS VESTES

    De especial significa litúrgico e ritualístico, eram as vestes daqueles que tinham por missão exercitar atos religiosos, como a unção, o sacrifício, o culto e variava de conformidade com os diversos ofícios religiosos para invocação da divindade.

    Havia especial referência pela cor branca nas vestes sacerdotais, nas representações egípcias contemporâneas ou posteriores ao médio império, os sacerdotes usavam um avental grosseiro e curto, já o sacerdote leitor, usava uma faixa que lhe cobria o peito como distintivo de sua categoria, enquanto que o sacerdote vinculado ao ritual de coroação, exibia uma pele de pantera.

    No velho testamento presume-se o uso de um avental quadrado, quando se fala na proibição de aproximar-se do altar através das grades, talvez um precursor do avental maçônico.

    Então o óleo sagrado era jorrado sob a cabeça da pessoa a ser ungida, desça pela barba e escorria à orla de suas vestes.

    O ORVALHO

    O esplendor da natureza oferece a magia do orvalho, que desce das alturas para florir de viço as plantas, nada mais belo e nada mais sedutor do que o frescor das manhãs, ver como as folhas cobrem-se de uma colcha unida, onde vão refletir os raios avermelhados do sol que traz luz.

    No capim deposita-se o orvalho cama verde e amiga, em gotículas que, juntando-se umas às outras, vão nutrir a terra ávida de alimento, parecem espadas de aço ao calor do dia, nas pétalas florias, formando-se pérolas do líquido cristalino, espelho da vida que exulta ao redor.

    O MONTE HERMON

    Trata-se de um maciço rochoso situado ao sul-sudeste do antilíbano do qual se separa um vale profundo e extenso, apresenta-se de forma de um circulo, que vai de nordeste à sudeste. Explicando um pouco mais, para entender a geografia dessa região que viram nascer a história do mundo bíblico: O Antilíbano é a cordilheira que se estende paralelamente ao Líbano, separando das planícies de Bekaa. De todas as cadeias montanhosas, é a que se posta mais ao oriente, pois desenvolve-se no nordeste ao sul-sudeste, por quase 163 quilômetros, suas extensões e alturas são visíveis à partir do mediterrâneo; Seu ponto culminante é o monte Hermon, com mais de 2.800 metros de altitude, possui neve em seu cume e de lá o vento traz o orvalho.

    O MONTE SIÃO

    Também chamado de monte de Deus, o monte Sião não que seja santo por si mesmo, más porque o Senhor o escolhera para ser sua morada, para todos, o monte será um refúgio seguro e inabalável.

    O orvalho que escorre de Hermon para os montes de Sião, como o senhor ali mora, é dele que escorre o orvalho abençoado, todas as suas complacências.

    Em Salmos 2:6 vemos que Deus mesmo instalou seu rei sobre o monte santo, “ Eu, porém constituí meu rei sobre o monte Sião ” O mesmo lugar em que Abraão ia sacrificar o filho conforme ( 2 Cr 3:1 e Gen. 22:2).

    A BENÇÃO

    Tudo que é bom e lhe é agraciado; Em Hebraico, seu significado é “berakak” palavra que deriva de “Berek” que por sua vez significa joelho. Nota-se a relação entre uma e outra palavra, porque, sendo a benção a invocação das graças de Deus sobre a pessoa que a recebe, deve ser colhida com humildade e unção, portanto, de joelhos em terra, reverenciado e respeitosamente.

    Para os Semitas, benção possui força própria, e por isso, é capaz despertada a sua potencialidade energética de produzir a saúde, palavra que se acha envolvida por vibração, carregada de energia dinâmica e magia.

    “O onipotente te abençoará com a benção do céu, com as bênçãos do abismo, que jaz embaixo, com as bênçãos dos seios maternos e dos úteros”.(Gênesis 49:25)

    Assim “ ...Porque ali o senhor ordena a benção e a vida para sempre...”.

    Fonte: JBNews - Informativo nº 260 - 15.05.2011

    quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

    REAA NO BRASIL

    Em 27.05.2024 o Respeitável Irmão Phelipe Gomes, Loja Jesus Sales de Andrade, 38, GOCE (COMAB), Oriente de Varjota, Estado do Ceará, apresenta o que segue:

     RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO

    Me comunico com você durante um período de tempo e gostaria de saber de você sobre quais alterações e "enxertos" que o REAA sofreu desde o primeiro ritual que chegou aqui através de Francisco Gê Acayba de Montezuma?

    Como, por exemplo, o que o primeiro ritual que chegou aqui pregava em relação à posição das colunas, se o mestre de cerimônia fica no lado norte ou sul? Questões como esta.

    E outra questão meu irmão, é sobre o iniciado ter acesso ao oriente, isto realmente existe desde os princípios, qual forma solucionaria dele não atingir o oriente hoje.

     CONSIDERAÇÕES:

     Caro Irmão, escrever sobre isto certamente daria uma matéria de muitas laudas, seguramente até um livro.

    Assim, deixo aqui apenas algumas colocações superficiais sobre este tema, mas que certamente são fatos importantes para o estudo da história do REAA.

    Francisco Gê Acayaba de Montezuma, o Visconde de Jequitinhonha, trouxe para o Brasil, em 1832, o Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito, uma potência filosófica que nada tinha a ver com os três graus do simbolismo do REAA. Até onde eu sei, também não trouxe nenhum ritual, propriamente dito, para os graus de Aprendiz, Companheiro Mestre.

    O primeiro Regulador para os Graus Simbólicos do REAA no GOB somente apareceu no ano de 1834. Tinha o título de “Guia dos Maçons Escocezes, ou Reguladores dos Três Gráos Symbolicos do Rito Antigo e Aceito” (grafia da época). 

    Este regulador copiava basicamente o Guia dos Maçons Escoceses de 1820/21 da França e, como tal, já era bastante influenciado por algumas práticas das Lojas Capitulares - um sistema criado pelo Grande Oriente da França que existiu naquela época.

    O primeiro ritual (projeto) para o simbolismo do REAA foi criado em Paris no ano de 1804. Para administrar a construção deste ritual, nascia, em outubro de 1804, por obra do II Supremo Conselho, uma Loja que ficaria conhecida como Loja Geral Escocesa (foi extinta em 1816). Desafortunadamente, este primeiro projeto de ritual acabaria sofrendo indesejáveis intervenções, o que fez dele um elemento desconfigurado na sua originalidade. Não confundir o primeiro ritual para simbolismo do REAA (1804) com os cadernos denominados Guia dos Maçons Escoceses (1820/1821)

    Em se tratando do REAA na Maçonaria brasileira, vale ressaltar que a primeira Loja deste rito no Brasil apareceu no Rio de Janeiro em maio de 1822, um pouco antes da fundação do GOB em 17 de junho daquele mesmo ano. Sob o título de Bouclie D’Honneur (Escudo de Honra), não se pode precisar exatamente como era o ritual do REAA praticado por esta Loja, a não ser que tinha provável característica capitular.

    Por ser de tendência monarquista, a Loja Bouclie D’Honneur não duraria muito tempo, sobretudo porque naquela época os maçons brasileiros estavam empenhados em fundar uma obediência genuinamente brasileira, dedicada à lutar pela causa da Independência do Brasil – certamente as tendências monarquistas da Loja Bouclie D’Honneur, ligadas à Coroa Portuguesa, não eram nada bem-vindas no seio da incipiente Maçonaria Tupiniquim.

    A segunda Loja do REAA nascida em solo brasileiro foi a Loja Educação e Moral. Fundada por Joaquim Gonçalves Ledo, ela manteve suas colunas erguidas de 1829 até 1833. Foi instalada por João Paulo dos Santos Barreto, um importante militar que trazia consigo uma patente do Grande Oriente da França para fundar Capítulos Rosa-Cruzes. 

    Isto reforça a possibilidade de que a Loja Educação e Moral, fundada antes do Supremo Conselho de Montezuma, trabalhava como uma Loja Capitular, isto é, com os seus 18 graus.

    Uma anotação importante sobre a história desta Loja é que ela foi instalada em uma época em que a Maçonaria se encontrava suspensa no Brasil desde 25 de outubro de 1822 por ordem de D. Pedro I, o Irmão Guatimozim. É de se ressaltar que o Grande Oriente do Brasil somente seria reinstalado em novembro de 1831, após a abdicação de D. Pedro I, ocorrida em abril daquele ano. Isto atesta que mesmo proibida naquela época, a Maçonaria não havia cessado completamente as suas atividades no Brasil.

    Voltando à França do início do século XIX, não menos importante na história do REEA, é de se destacar que o Rito Francês (ou Moderno) era o principal rito praticado pelo Grande Oriente da França, a despeito de que sob sua tutela também existiam outros ritos, como o Adonhiramita e o REAA. Este último, por exemplo, ainda estava, no primeiro quartel do século XIX (1804), construindo o seu primeiro ritual para o simbolismo, na Europa.

    Sob a tutela do Grande Oriente da França, o primeiro ritual para o simbolismo do REAA acabou indevidamente recebendo algumas práticas de outro rito. Por exemplo, no projeto do ritual primitivo do REAA, seu templo não possuía Oriente separado e elevado. Tal como na Maçonaria anglo-saxônica (Antigos), o piso da sala da Loja do REAA não possuía desnível. 

    Também, diferente do Rito Francês (Moderno), as Colunas B e J ficavam no Norte e no Sul, respectivamente; o 2º Vigilante já ocupava lugar no meridiano do Meio-Dia e o Mestre de Cerimônias sentava-se ao Sul (Coluna da Beleza), e por aí vai.

    No que diz respeito às Lojas Capitulares, as mesmas surgiram por interferência do Grande Oriente da França no REAA. Naquela época, o II Supremo Conselho do REAA – o da França – abrigava-se das mesmas dependências do Grande Oriente, em Paris. Com isso, o Grande Oriente da França, que possuía grande força política e já tinha sob sua égide o Rito Francês (Moderno) com 7 Graus, dos quais o último era um grau Rosa-Cruz, logo também se arvorou em tomar para si os 18 primeiros graus do REAA.

    Em linhas gerais, o Grande Oriente alegava que tal como no Rito Moderno, ele também deveria ser o senhor do Capítulo Rosa-Cruz do escocesismo. Isso fez com que todos os graus do REAA, abaixo do 18º Grau, ficassem sob a tutoria do Grande Oriente da França.

    Graças à esta alegação, o II Supremo Conselho, o da França, perdia os seus 18 primeiros graus para o Grande Oriente, restando-lhe, apenas, o governo dos demais graus do sistema escocesista (Kadosh e Consistório).

    E assim aparecem as chamadas Lojas Capitulares do REAA no Grande Oriente da França. Com elas também começam a aparecer as adaptações e alterações significativas no primeiro ritual para o simbolismo do REAA. Dentre estas, uma muito importante neste arrazoado, foi a criação de um santuário Rosa-Cruz para atender ao Capítulo, o qual passou a ocupar todo o Oriente da Loja. Com isso, o Oriente, que antes ficava no mesmo nível do Ocidente, passou a ficar mais alto, ou seja, elevado por um degrau e separado por uma balaustrada. 

    Diferente do Rito Moderno, que já possuía o Oriente elevado, não por um, mas por quatro degraus, no REAA esse desnível era de apenas um degrau.

    Um aspecto importante para este Oriente elevado na Loja Capitular era o de que nele só podiam ingressar Irmãos do Capítulo. Neste sistema, o Athersata - governador do Capítulo - era também o Venerável Mestre das simbolismo. Aprendizes, Companheiros e Mestres só podiam transitar pelo Ocidente da Loja. 

    Vale ressaltar que primitivamente no REAA os juramentos eram prestados sobre o Altar do Venerável Mestre. Aliás, inicialmente nem mesmo havia leitura de qualquer trecho do Livro da Lei. 

    Graças à separação entre o Oriente e o Ocidente para atender ao santuário Rosa-Cruz, houve-se por bem criar uma extensão do altar principal, motivo pelo qual veio aparecer uma pequena mobília movediça, chamada de Altar dos Juramentos. Esta peça ficava no Oriente em frente ao altar principal e podia atender a prestação dos juramentos, tanto os do capítulo, como do simbolismo. Devido a sua mobilidade, o Altar dos Juramentos era convenientemente arrastado até a divisa com o Ocidente para atender aos juramentos das Lojas de São João (simbolismo).

    Mais tarde, com a extinção total das Lojas Capitulares, os graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre do REAA permaneceram sob a tutela do Grande Oriente da França, enquanto que os demais graus, do 4º em diante, retornavam para o II Supremo Conselho.

    Mesmo colocadas as coisas nos seus devidos lugares, não a dúvida que as Lojas Capitulares deixaram marcas profundas nos rituais do simbolismo do REAA, das quais uma delas foi a permanência do Oriente elevado e separado nas Lojas simbólicas.

    Assim, com o Oriente permanecendo elevado e separado nos templos das Lojas simbólicas do escocesismo, o quadrante oriental agora passou a ser lugar restrito dos Mestres Maçons, Mestres Instalados e Autoridades do simbolismo. Nessa conjuntura, o Altar dos Juramentos também se consagrou permanecendo fixo no centro do Oriente, em frente ao Altar principal.

    Devido à permanência do Altar dos Juramentos no Oriente, separado do Altar do Venerável Mestre, convencionou-se que no REAA, durante a cerimônia de Iniciação e Elevação, Aprendizes e Companheiros que estiverem sendo iniciados, ou elevados, podem ingressar no Oriente, porém exclusivamente para atender às passagens iniciáticas previstas no ritual. Fora disso, sob nenhuma justificativa Aprendizes e Companheiros podem ingressar no Oriente em Loja aberta.

    Então, estes são os apontamentos para a sua questão. Ao concluí-los, reitero que no REAA o lugar consagrado do Mestre de Cerimônias é na Coluna do Sul; as Colunas B e J são vestibulares, portanto ficam no átrio, B à esquerda de quem entra e J à direita; o Oriente fica apenas um degrau mais alto do que o Ocidente; o 2º Vigilante, diferente dos demais ritos franceses, fica no meridiano do Meio-Dia; o Altar dos Juramentos é um pequeno móvel situado no Oriente em frente ao Altar ocupado pelo Venerável Mestre. 

    No fim, vale destacar que rituais escoceses contemporâneos das Lojas Capitulares sofreram muitas interferências destas. Houve muitas acomodações e adaptações que não condizem com o que havia sido proposto no primeiro ritual, o de 1804. Por forças circunstanciais, o Guia dos Maçons Escoceses (França) e ritual de 1834 (Brasil), de 1829 (França) dentre outros daquela época, são parte dessa história. Cabe ao autêntico historiador examinar e separar o que é falso e o que é verdadeiro.

    T.F.A.
    PEDRO JUK – SGOR/GOB
    jukirm@hotmail.com
    Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

    SUBSTITUTOS DOS VIGILANTES - NOVO RITUAL DO REAA

    Em 25.05.2024 o Respeitável Irmão Alderedo Dias Alves, Loja Atalaia de Brasília, 1574, REAA, GODF (GOB), Oriente de Brasília, DF, apresenta a dúvida seguinte:

    SUBSTITUTOS DOS VIGILANTES.

    Mais uma vez aqui estou eu com uma dúvida, ou seja, eu li em algum lugar que não me lembro, que o Segundo Vigilante tem como substituto eventual o Irmão Segundo Experto e não Primeiro Experto, como ocorre em muitas Lojas. Gostaria de suas orientações já que não consegui localizar o texto a respeito.

    Muito grato pela tolerância e ajuda.

    CONSIDERAÇÕES: 

    No tocante a sua questão, conforme prevê o Regulamento Geral da Federação, uma das atribuições do 2º Vigilante é a de substituir o 1º Vigilante na sua ausência. 

    Assim, caso isso venha ocorrer, quem preenche o cargo vago deixado pelo 2º Vigilante é o 2º Experto. 

    Essa é a regra para o REAA e consta, inclusive, no Ritual de Aprendiz do REAA, edição 2024, vigente no GOB.

    T.F.A.
    PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
    Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

    PÍLULAS MAÇÔNICAS

    nº 80 - O significado de “Loja” na Idade Média

    Conforme explicação no artigo escrito “Irmãos na Idade Média” do Irmão N.B.Spencer, da Nova Zelandia, 1944, temos que:

    “os Maçons da Idade Média, usavam a Loja (ver Pilula Maçônica nº 19) como um local de trabalho, reservado aos olhares de curiosos. A pedra não trabalhada, disforme, era trazida das pedreiras e era trabalhada, conformada e colocada no esquadro, dentro dessa área coberta, chamada de “Loja”. Essa Loja era colocada, evidentemente, ao longo das grandes construções e podia ter janelas somente em tres dos seus lados”.

    Na antiga Maçonaria Especulativa já era comum serem feitas as perguntas:

    - quantas Luzes Fixas há na Loja? “Três” é a resposta.

    - Para que são usadas? “Para ser a fonte de luz aos homens e iluminar o seu trabalho” é a outra resposta.

    Desse modo, o Venerável Mestre e os dois Vigilantes, que fazem o trabalho que exige maior habilidade, devem estar sentados abaixo das janelas no Leste, Sul e Oeste, e os Aprendizes que fazem trabalhos mais simples, não necessitam da mesma quantidade de luz, se sentam ao Norte, onde não há janela.

    Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

    UMA LUZ SEM SOMBRA

    Ir:. Thiago Frasson

    Agora é meio-dia, temos que pensar no bem estar da Ordem, temos que vislumbrar os horizontes e perceber que a Maçonaria precisa se renovar sempre, temos que acreditar que somos peças importantes de uma instituição milenar que só sobreviveu aos infortúnios do tempo porque aprendeu o segredo iluminado da ave fênix.

    A maçonaria aprendeu a renascer das cinzas e recriar vida depois das insalubridades, ela sempre cria credibilidade cada vez que é posta à prova. Todos nós temos que pensar nestes termos de renovação, e para isso, temos que pensar na renovação da Ordem no sentido da renovação dos nossos próprios irmãos neófitos. A Maçonaria cada vez mais envelhece, cada vez mais as nossas cadeiras são preenchidas por neófitos de idade avançada e que com certeza produzirão menos para a Ordem que irmãos mais novos.

    A nossa Ordem é iluminada pelos preceitos de novas idéias e novos costumes, desde que sejam bons. Ela é iluminada por novos pensamentos de novas cabeças que produzam mais luz aos nossos trnbalhos, luzes que emanam raios por todos os lados e que não deixam nem um ângulo ao alcance cobertos por alguma sombra, onde os maus possam se esconder e atrasar tudo o que foi até hoje.

    O pensamento de iniciados mais jovens reaviva o pensamento da Loja, que por sua vez ilumina toda a Maçonaria. Tais irmãos estão na idade ativa de trabalho e estudo. Deste trabalho podem advir novos rumos para a filantropia da Loja, por exemplo, e de tais estudos podem surgir novas idéias que com certeza irão ajudar a resolver problemas que surjam pelos caminhos tortuosos dos tempos de hoje.

    Agora é meia noite, portando ao apresentar algum nome à sua Loja observe a idade média dos membros, repense se a sua loja necessita de renovação ou pode continuar parada nos pensamentos antigos. Pense se não há algum Demolay ou membro das APJotas perto de você, e que está preparado para assumir tal responsabilidade antes dos não-maçons que são apenas seus amigos de bate-papo do dia-a-dia. Lembre-se agora é a hora da renovação da Ordem, emane a Luz para sua Loja, pois amanhã este pequeno Irmão poderá se tomar um celebre e prezado Maçom, pode se tomar uma Luz que não produz sombra dentro da maçonaria e iluminar tudo que está à sua volta e mudar o rumo da Maçonaria ou até do mundo.

    Fonte: Revista O Malhete nº