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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

sexta-feira, 29 de abril de 2011

UM ESPAÇO PARA A NAÇÃO

Marco Morel & Françoise Jean de Oliveira Souza
Antonio Gouveia Medeiros [gouveiasc@gmail.com]
Grupo Arte Real/SC

Os 94 homens que se reuniram no dia 24 de junho de 1822 num sítio no porto do Méier, na Praia Grande (atual Niterói-RJ) e fundaram o Grande Oriente do Brasil (GOB) sonhavam alto, mas tinham os pés no chão. O dia inteiro de exaustivos trabalhos foi encerrado com um lauto banquete - e a comida que sobrou foi distribuída aos pobres das redondezas, reforçando assim a filantropia tão presente nas preocupações maçônicas. Congregados naquele momento, não poderiam imaginar que meses depois teriam seus destinos individuais tão separados, nem tinham certeza dos rumos políticos que ajudavam a transformar.

A formação que originou o GOB veio da loja Comércio e Artes, a mesma que surgira em 1815, se dissolvera com a repressão de 1818 e reaparecera sob as bênçãos do Grande Oriente Luso-Brasileiro e sob os novos ares do liberalismo em 1821. Agora, em 1822, a Comércio e Artes crescera demais e nela não cabiam tantos integrantes que pretendiam entrar. Os maçons então resolveram, numa solução salomônica, subdividir a loja em três: manter a Comércio e Artes e criar mais duas, União e Tranqüilidade e a Esperança de Niterói. A distribuição dos integrantes em cada uma foi feita por sorteio. O sorteio era tradicionalmente visto como uma instância igualitária, ou seja, que evitava favoritismo e deixava nas mãos da Providência Divina o destino dos envolvidos. Além disso, os iniciados deveriam portar uma roseta ou laço em forma de flor no braço esquerdo: branco para a primeira loja, azul para a segunda e vermelho para a terceira. Todos juntos criavam, assim, o azul vermelho e branco que caracterizava a Revolução Francesa, paradigma da modernidade política, mas ao mesmo tempo repudiada em seus "excessos" pelos liberais do nascente século XIX.

O GOB adotou o Rito Francês Moderno, criado em 1783 e composto por sete graus:

Lojas Azuis
1. Aprendiz
2. Companheiro
3. Mestre

Primeira Ordem de Rosa-Cruz
4. Mestre Eleito

Segunda Ordem de Rosa-Cruz
5. Mestre Escocês

Terceira Ordem de Rosa-Cruz
6. Cavalheiro Rosa-Cruz

Quarta Ordem de Rosa-Cruz
7. Soberano Príncipe Rosa-Cruz

O maçom que presidiu a instalação dos trabalhos do GOB foi o capitão engenheiro João Mendes Viana, na condição de venerável da loja Comércio e Artes. Qual o destino de Mendes Viana? Eleito segundo grande vigilante do GOB foi enviado a Pernambuco como emissário na missão estratégica para articular a Independência.

Acabou aproximando-se dos chamados liberais exaltados que assumiram o poder provincial e proclamariam a Confederação do Equador contra o centralismo imperial. Detido por ordem de d. Pedro I, Mendes Viana passaria sete anos do Primeiro Reinado como preso político nos cárceres do Rio de Janeiro, ao lado de Cipriano Barata. Ao ser solto, em 1830, Mendes Viana estava com a saúde irremediavelmente debilitada pelas precárias condições em que foi forçado a viver e faleceu logo depois. Mais uma trajetória de vida destruída devido ao engajamento maçônico. Mas naquele momento de otimismo e entusiasmo da fundação do GOB e preparação da Independência tal previsão trágica parecia impensável.

Estavam presentes, entre os 94 fundadores, uma verdadeira galeria de Pais da Pátria, alguns antigos maçons como José Bonifácio, o coronel Luiz Pereira da Nóbrega e o padre Belchior de Oliveira, além de Domingos Alves Branco Muniz Barreto, frei Francisco Sampaio, cônego Januário da Cunha Barbosa, José Clemente Pereira e Joaquim Gonçalves Ledo. Outros, apesar de terem os nomes registrados, tornaram-se ilustres desconhecidos e se apagaram ainda na poeira do próprio tempo em que viviam. O tenente- coronel e cirurgião Manuel Joaquim de Menezes, um destes fundadores, lançou três décadas depois um pequeno livro que, até hoje, é uma das principais fontes de informação sobre tais episódios - embora também envolvido nos jogos de ocultações e revelações tão próprios da Ordem dos Pedreiros-Livres. Um dos mais destacados e convictos do grupo, o major Albino dos Santos Pereira, teria um fim trágico, como se verá a seguir.

O sítio em Niterói fora decorado à maneira de um templo maçônico, sem faltar a Sala dos Passos Perdidos. A comissão de organização era composta pelos irmãos Manoel dos Santos Portugal, João da Silva Lomba e Antônio José de Souza, que se encarregaram do banquete maçônico e das demais providências, como levar apetrechos e a decoração do local com os símbolos adequados.

Nas primeiras reuniões do GOB a clandestinidade (ou segredo, como então se dizia) era fundamental não só por uma questão de fidelidade ritualística, mas pela própria segurança de seus membros e por estarem tramando pela Independência do Brasil. Entretanto, logo se percebeu que tudo que era discutido no recinto acabava vazando para Portugal e para os comandantes das tropas portuguesas sediadas no Brasil. Daí resultou, no encontro de 2 de agosto de 1822, a exclusão de seis irmãos do círculo maçônico – após investigações internas que levaram aos nomes dos que foram considerados delatores.

Uma das tarefas marcantes do GOB foi enviar emissários às mais importantes províncias brasileiras para articularem politicamente a Independência na forma como estava sendo concebida: unidade territorial brasileira, monarquia constitucional e governada pelo príncipe da dinastia de Bragança. Note-se que, desse modo, os maçons contribuíram mais efetivamente para a criação de laços de tipo nacional e de um modelo de Estado centralizado, mas poucos colaboraram para a consolidação da própria maçonaria como instituição de nível nacional, naquele momento.

É precipitado apontar este GOB como embrião de um partido político, pois suas características se diferenciavam bastante da máquina partidária típica do século XX. Entretanto, não se deve desprezar a maçonaria como uma forma de agrupamento e organização.

Quando se falava já naquela época em "partidos", era mais do que tomar um partido ou formar facções descartáveis: havia modos de agrupamento em torno de um líder, através de palavras de ordem e da imprensa, em determinados espaços associativos e a partir de interesses ou motivações específicas, além de se delimitarem por lealdades ou afinidades (intelectuais, econômicas, culturais etc.) entre seus participantes. Tais agrupamentos eram identificados por rótulos, símbolos ou nomeações, pejorativos ou não. As maçonarias eram uma dentre as várias formas existentes de sociabilidade.

Pode-se perceber que o nó da questão em que se envolveu a maçonaria em 1822 foram as presenças de José Bonifácio e d. Pedro I em seus quadros como dirigentes máximos (grão-mestre). Daí resultou, num primeiro momento, a força e a vitória da entidade, com a Independência proclamada, como seus membros queriam. Daí resultou, logo depois, a destruição dos trabalhos maçônicos e até da vida pública de vários irmãos.

Se do ponto de vista externo o GOB serviu, no tempo e na hora certa, como espaço aglutinador, tal papel foi efêmero - as dissensões internas e as intervenções externas acabaram destruindo naquele momento este núcleo de associação. A recriação do GOB e das maçonarias posteriores já pertenciam a outro contexto, com outros objetivos e horizontes.

(Compilado do Livro O PODER DA MAÇONARIA – A HISTÓRIA DE UMA SOCIEDADE SECRETA NO BRASIL – De Marco Morel e Françoise Jean de Oliveira Souza – Rio de Janeiro; Nova Fronteira, 2008)

Se você deseja saber mais: http://www.ediouro.com.br/site/authors/index/2766

Fonte: JBNews - Informativo nº 244 - 29.04.2011

ESPADA FLAMEJANTE

Ir∴ Sergio Quirino Guimarães
Belo Horizonte - MG

Flamejante ou Flamígera? Pode parecer a mesma coisa, mas há uma sutil diferença; Flamígero vem do latim flammigeru que corresponde a flammiferu que em português é Flamífero que é o adjetivo daquilo que apresenta chamas.

Já Flamejante é o adjetivo do que flameja, sendo flamejar um verbo intransitivo que traduz a ação de lançar chamas.

Numa visão pessoal passível de concordância ou não e acreditando que na Maçonaria nem tudo o que se vê é o que se compreende, eu penso que quando a espada está sobre o Altar do Venerável Mestre ela é uma Espada Flamígera, nas Sessões Magnas na hora da Sagração ela é uma Espada Flamejante.

Quando ela está no Altar ela ilumina, quando ela está sobre nós, ela lança a Luz, principalmente se pensarmos que a batida do Malhete é o "interruptor".

Flamejante também é uma espécie de estilo arquitetônico conhecido como gótico florido, muito comum nas catedrais do Velho Continente, é caracterizado por ornamentos que tem o aspecto de chamas.

As espadas em si podem ser vistas sobre três aspectos em nossas sessões: primeiro quanto ao aspecto do "Poder Temporal", quem tem a espada "comanda", o Venerável Mestre "comanda" os trabalhos da Oficina, Os Guardas Interno e Externos "comandam" o movimento na Porta do Templo, lembrando que somente eles podem "tocar" a porta.

Há em alguns ritos a instrução para que a espada dos Guardas tenha a mesma forma da espada do Venerável Mestre, principalmente se pensarmos que o cargo dos Guardas ou Cobridores deva ser ocupado por um Past-Venerável, no Rito de York é assim!

O segundo aspecto é o "Poder Espiritual", somente aqueles instalados no Trono de Salomão, somente aqueles que foram sagrados em determinados Graus Superiores é que compreendem que quando segurada pelo punho é uma arma ofensiva, mas se segurada pela lâmina sua conotação é totalmente diferente.

É saber se colocar como Bom Pastor. E nesse ponto que surgiu a forma ondulada da lâmina, os ritualistas da Maçonaria leram em Gênese, capítulo 3, versículo 24 (Ele expulsou o homem e colocou diante do jardim do Éden os querubins e a espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da vida) e interpretaram que o "instrumento" que Deus deu aos querubins deveria estar à disposição do Presidente da Loja, pois ele com Sabedoria fará o uso correto da espada de fogo que pode ferir, mas que tem a missão primaz de afastar as trevas.

O terceiro aspecto é o simbólico, como extensão do braço direito daquele que a segura, indicando que não haverá lugar no mundo onde aquele que está vendo a ponta da espada poderá se refugiar em segurança da justiça maçônica, mas também amplifica todos os sentimentos emanados pelo Irmão que a segura com o braço esquerdo, pois o coração de cada Maçom é uma usina a produzir as mais puras vibrações em prol da sociedade.

A intenção deste pequeno artigo é despertar nos Irmãos a vontade de saber um pouco mais sobre o assunto, fazer uma pesquisa e quando ela estiver pronta, levar para sua Loja enriquecendo nosso Quarto de Hora de Estudos. Lembrem-se que todos nós independente do Grau ou de Cargos somos responsáveis pela qualidade das Sessões Maçônicas.

Fonte: JBNews - Informativo nº 244 - 29.04.2011

POLINDO A PEDRA BRUTA

Repasse do Ir∴ Adelar da Rosa
Loja União e Trabalho nr. 9 Rio Branco
(autor desconhecido)

Uma das situações, talvez a mais dolorosa para um homem, é quando ele se conscientiza de que é totalmente desnecessário, seja no ambiente familiar, no trabalho, na comunidade ou, principalmente, para nós Maçons, na nossa Instituição.

Os Maçons tornam-se desnecessários:

Quando, decorrido algum tempo de sua Iniciação ao primeiro grau da Ordem, já demonstram desinteresse pelas Sessões, faltando constantemente, demonstrando não estarem comprometidos com a Instituição, apesar de terem aceitado a Iniciação e terem feito um juramento solene.

Quando, durante as Sessões, já "enturmados", ficam impacientes com as instruções, com as palestras ou com a palavras dos Irmãos mais velhos, achando tudo uma chatice, uma bobagem que atrasa o ágape e a esticada.

Quando, ao tempo da apresentação de trabalho para aumento de Salário, não têm a mínima idéia dos assuntos dentre os quais podem escolher os seus temas. Simplesmente "copiam" alguma coisa de um livro e apresentam-no, pensando que ninguém vai notar.

Quando, ainda Companheiros, começam a participar de grupos para ajudar a eleger o novo Venerável e, não raro, já pensando seriamente em, assim que chegarem a Mestres, começarem a trabalhar para obter o " poder" na Loja.

Quando Mestres, não aceitarem que ainda não sabem nada a respeito da Ordem e acharem que estudar e comparecer ao máximo de Sessões do ano é coisa para a administração, para os Companheiros e Aprendizes.

Quando Mestres, ao participarem das eleições como candidatos a algum cargo na Loja, principalmente para o de Venerável, e não forem eleitos, sumirem ou filiarem-se a outra Loja onde poderão ter a "honra" de serem cingidos com o avental de M\I\, que é muito mais vistoso do que o de um "simples" Mestre.

Quando já Mestres e até participando dos graus filosóficos não terem entendido ainda que o essencial para o verdadeiro Maçom é o seu crescimento espiritual, a sua regeneração, a sua vitória sobre a vaidade e os vícios, a aceitação da humildade e o bem que possam fazer aos seus semelhantes, e que, a política interna, a proteção mútua, principalmente na parte material, é importante mas não essencial.

Quando, como Aprendiz, Companheiro ou Mestre, não entenderem que a Loja necessita que suas mensalidades estejam rigorosamente em dia, para que possam fazer frente às despesas que são inevitáveis.

Quando como Venerável-Mestre, age de forma mesquinha, de forma a ocultar de todos os obreiros de sua Loja, fatos e eventos que tenha claramente interesses materiais particulares.

Quando, como Veneráveis Mestres deixa o caos se abater sobre a Loja, não sendo firmes o suficiente para exercer sua autoridade; não tendo um calendário com programação pré-definida para um período; não cobrando de seus auxiliares a consecução das tarefas a eles determinadas, e não se importando com a educação maçônica, que é primordial para o aperfeiçoamento dos obreiros.

Quando, como Vigilantes, não entenderem que, juntamente com o Venerável Mestre, devem constituir uma unidade de pensamento, pois, em todas as Lojas nas quais um, ou os dois Vigilantes não se entendem entre si e, principalmente não se entendem com o Venerável, o resultado da gestão é catastrófico.

Quando, como Guarda da Lei, nada sabem das leis e regulamentos da Potência e de sua própria Loja, e usam o cargo apenas para discursos ocos e intermináveis.

Quando, como Secretários, sonegam à Loja as informações dos boletins quinzenais, as correspondências dos Ministérios e, principalmente, os materiais do departamento de cultura, que visam dotar as Lojas de instruções e conhecimentos que normalmente não constam dos rituais, e são importantes para a formação do Maçom.

Quando, como Tesoureiros, não se mostram diligentes com os metais da Loja, não se esforçam para manter as mensalidades dos Irmãos em dia e não se importam com os relatórios obrigatórios e as prestações de contas.

Quando, como Hospitaleiros, não estão atentos aos problemas de saúde e dificuldades dos Irmãos da Loja. Quando constatamos que em grande número de Lojas, com uma freqüência média de vinte Irmãos, se recolhe um tronco de beneficência de R$ 10,00 (dez reais) em média, todos são desnecessários, pois a benemerência é um dever do Maçom.

Quando, como Chanceleres, não dão importância aos natalícios dos Irmãos, cunhadas, sobrinhos e de outras Lojas. Quando, em desacordo com as leis, adulteram as presenças, beneficiam Irmãos que faltam e não merecem esse obséquio.

Quando a Instituição programa uma Sessão Magna Pública para homenagear alguém ou alguma entidade pública ou privada, constata-se a presença de um número irrisório de Irmãos, dando aos profanos uma visão negativa da Ordem, deixando constrangidos aqueles que se dedicaram e se esforçaram para realizar o evento à altura da Maçonaria. Todos esses Irmãos indiferentes, que não comparecem habitualmente a essas Sessões, são desnecessários à nossa Ordem.

Muito mais haveria para se dizer em relação aos Irmãos desinteressados da nossa Sublime Instituição. Fiquemos por aqui e imploremos ao Grande Arquiteto do Universo que ilumine cada um de nós, pra que possamos agir na Maçonaria com o verdadeiro Espírito Maçônico e não com o espírito profano, e roguemos ainda, que em nenhuma circunstância, seja na família, no trabalho, na sociedade ou na Arte Real, tornemo-nos desnecessários, pois deve ser muito triste e frustrante para qualquer um sentir-se sem importância e sem utilidade no meio em que se vive.

Fonte: JBNews - Informativo nº 244 - 29.04.2011

quinta-feira, 28 de abril de 2011

JEFTÉ

JEFTÉ: 1. Juiz em Israel. Após a morte de Abimelec, os filhos de Israel caíram
no erro novamente, voltando à idolatria. Não confiando mais no Deus que os havia escolhido, foram vítimas de novos ataques, novas pilhagens, raptos, assassinatos, incêndios criminosos, estupros, e, finalmente, guerra aberta, que lhes foi infligida pelos filisteus e amonitas, ambos inimigos implacáveis. Era chegada à hora de um novo defensor para salvar o povo da extinção. E, como sempre, ele apareceu. Havia entre eles um homem, cujo nome era Jefté, a quem os velhos da tribo de Gad pediram que assumisse a chefia e reinasse sobre eles, salvando-os do perigo. Jefté olhou fixamente para a delegação de anciões como que duvidando dos seus próprios sentidos. Estavam eles, de fato, pedindo-lhe que se tornasse o seu governante provisório, realmente seu ditador, até que o inimigo fosse rechaçado. Pedindo a ele, filho de uma prostituta. A ele, que, durante toda a sua vida haviam sido desprezado e repudiado, como filho ilegítimo, como a escória dos homens? A ele, que foram expulso da casa de seu pai devido ao escândalo de seu nascimento, ele que fugiu para Tob e tornou-se uma espécie de chefe de bandoleiros. (Jz. 11,1-3). 

– Vem, Jefté, e seja nosso chefe – o povo insistiu, pois conhecia sua reputação de homem sábio e corajoso. 

– Antes, vós me odiastes – replicou ele – e agora me procurais, em vossa desgraça? E, encarando-os fria, mas argutamente, prosseguiu: 

- Se o Senhor entregar o inimigo, vós me elegereis vosso chefe? – Sim – juraram os anciões – e que Deus seja nossa testemunha. 

Jefté não perdeu tempo e começou a organizar o exército israelita, preparando-os para uma batalha que derrotaria, implacavelmente, o inimigo. Na sua ânsia pela vitória, Jefté fez um voto insensato. Prometeu ao Senhor Deus, se ganhasse a batalha, ofereceria em holocausto a primeira pessoa, fosse quem fosse, que o viesse saudar, após o seu regresso da conquista. A vitória foi dele. (Jz. 11,39). Os amonitas mostravam-se impotentes para enfrentá-lo; os seus soldados caíam como trigo diante do golpe dos ceifeiros. Vinte cidades foram tomadas e a potência militar amonita destruída. E Jefté, exultando cada gota de sangue e cantando triunfo, retornou à sua casa, em Masfa. A mancha de sua origem desapareceu com a glória e a vitória. Mas, esperai! Quem está saindo da porta de sua casa e vindo ao seu encontro? Uma moça com tímpanos e danças: sua filha, sua única filha, pulando e cantando para celebrar a vitória do pai. Era uma adolescente cheia de alegria juvenil e de amor exagerado pelo pai. O seu rosto brilhava de júbilo, quando ela empertigada aproximava-se dele, numa pantomima dançante de felicitações, toda lépida e feliz, inclinando muito a cabeça para um lado e retinindo os pratos metálicos acima do peito, enquanto corria em direção ao pai, oferecendo-lhe uma recepção jovial e ritmada. E viu o horror nos olhos do pai. 

- Ai de mim, minha filha! Gemeu ele, rasgando suas vestes. – Sinto-me prostrado de tristeza, pois prometi ao Senhor oferecer-lhe em holocausto a primeira pessoa que me viesse saudar, saindo da minha casa! 

A jovem guardou um silêncio durante longo tempo. Pensava na notícia da sua condenação. Mas, quando falou, por fim, era como Jefté, e não ela fosse a criança. 

- Faze de mim o que prometeste a Deus, pois que ele Te concedeu a vitória sobre nossos inimigos. - Oh, se eu pudesse morrer em teu lugar! Chorou Jefté. 

O destino terrível da filha de Jefté não é o único, embora assim o pareça. Há tantas tragédias semelhantes todos os dias; sofrimento, separação e morte caindo sobre os inocentes! Homens e mulheres choram, como a filha de Jefté poderia ter chorado e lamentado. 

- Por que isto me devia acontecer? O que fiz eu para merecê-lo? Mas é uma lição divina que os humildes, aqueles que como essa moça, podem aceitar o pior e ainda acreditar na bondade e misericórdia do Senhor, herdarão a terra. Não é fácil acreditar nesse preceito sem o dom da fé - mas é a verdade. A obscura filha de Jefté (a Bíblia Cristã não lhe dá um nome, mas o Talmude judaico a chama de Sheila) não esperou nem lastimou o seu destino como o fez o seu muito espiritual pai. Em sua mente, ela já estava preparada para morrer. Pediu ao pai, apenas, que lhe concedesse dois meses mais de vida, com o que ele concordou. Ao menos, assim, a teria ao seu lado, durante aqueles dois meses, pensou Jefté, mas pensou mal, porque a moça unindo-se a algumas companheiras de sua idade internou-se nos montes. E ali, durante dois meses, oraram e meditaram nos mistérios da vida e da morte. Calma e linda a donzela condenada voltou então para o seu pai, que teve de cumprir o voto, embora a sua própria vida se lhe tornasse vazia, em conseqüência de tudo isto.

Assim Jefté matou a espada a própria filha. Mas o exemplo de Jefté O exemplo de obediência até a morte, dessa moça, foi uma lição inesquecível para o povo de Israel. também foi inesquecível, já que o general cometeu um erro moral, trágico e terrível. Primeiro, porque nunca deveria ter feito tal voto e segundo, tendo-o feito nunca deveria tê-lo cumprido. Em comemoração a essa tragédia, as donzelas israelitas instituíram o costume de tirar quatro dias de cada ano para lamentar o trespasse de alma tão brilhante. 

2. Quando Jefté precisou de reforços para combater os amonitas, solicitou-o junto aos efrainitas, que lhe foi negado. Quando de sua vitória, os efrainitas atravessaram o Jordão para participarem dos despojos da guerra contra os amonitas. Jefté tentou por todos os meios a apaziguá-los e convencê-los de que não era justo o seu intento, não foi possível. Dando-lhes combate os derrotou. Para tornar decisiva a vitória, precavendo-se contra futuras agressões, Jefté enviou destacamentos para guardar as passagens do Jordão, por onde os insurretos deveriam forçosamente fugir para o seu país. Deu ordens severas para que fosse executado qualquer fugitivo que por aí passasse e se confessasse efrainitas. Aqueles que negassem ou usassem de subterfúgios seriam obrigados a pronunciar a palavra Schibolet, que significa uma espiga. Os efrainitas, por defeito vocal, próprio do seu dialeto, não pronunciaram Schibolet, mas Sibolet. Deste modo, a ligeira diferença de pronúncia descobriria a nacionalidade. Dizem as Escrituras que morreram, nas margens do rio Jordão, 42.000 efrainitas, numa batalha fratricida, já que, tanto os gleaditas, como os efrainitas eram tribos irmãs.

Do Ir∴ João Ivo Girardi (Blumenau)
Verbete extraído do seu Vade –Mecum “Do Meio-Dia-à Meia-Noite”

Fonte: JBNews - Informativo nº 243 - 28.04.2011

AS JÓIAS FIXAS DA LOJA

A∴M∴ Nilton Joel Goedert (Loja Templários da Nova Era)

1a INSTRUÇÃO DE APRENDIZ MAÇOM
“AS JÓIAS FIXAS DA LOJA”
Pedra Bruta, Pedra Polida e a Prancheta da Loja

À Glória do G∴A∴D∴U∴!

INTRODUÇÃO

Ao iniciar na maçonaria, o aprendiz maçom descobre que a ordem possui uma série de imagem e símbolos, com significados específicos, destinados ao uso de seus obreiros, levando-os ensinamentos por meio de instrumentos, sinais, figuras e alegorias. Num templo há uma série de símbolos, cada um deles contendo uma mensagem que deverá ser interpretada para que se possa adquirir os ensinamentos da maçonaria. Dentro dos símbolos da ordem temos as JÓIAS FIXAS DA LOJA, representadas pela “Prancheta da Loja”, “Pedra Polida ou Cúbica” e a “Pedra Bruta”, que possuem grande valor simbólico para a Maçonaria.

A PEDRA BRUTA

A criança nasce apenas com os instintos, desprovida de sentimentos de inveja, egoísmo, luxúria, cobiça, intolerância, ódio, desejo de vingança e superstição, que adquire no mundo profano em virtude do meio em que vive. Ao chegar a fase adulta, torna-se um ser humano cheio de vícios e virtudes, com sentimentos muitos fortes, marcas profundas causadas pelas adversidades ocorridas ao longo de sua vida.

A “pedra bruta” têm um simbolismo construtivo, pois a Maçonaria Operativa, era de trabalhadores de canteiros que construíam os templos em pedras. A pedra era a matéria prima que passava por um processo de desbastamento das arestas, passando de sua forma tosca para polida, através de um árduo trabalho realizado pelo aprendiz, o qual utilizava como ferramenta, o cinzel e o maço. A pedra é objeto de trabalho inicial das construções onde o aprendiz dá forma e polimento, de diferentes materiais onde o trabalhar da Pedra Bruta tem por objetivo aprender a conjugar as diferentes formas de “construir”. 

Na Maçonaria a “Pedra Bruta” tem um significado filosófico, onde através do trabalho, aparam-se as imperfeições do aprendiz, transformando-o em “Pedra Polida”, deixando para trás as paixões do apego material da vida profana para adquirir novos hábitos. Filosoficamente, o trabalho de desbastar a Pedra Bruta, desvencilhando-se dos vícios para poder concorrer à construção moral do homem, que é a verdadeira obra da Maçonaria. Antes de entrar para a Maçonaria, os costumes e atos do aprendiz estavam desfocados pela convivência no mundo profano. No entanto, com o uso do “cinzel e do maço”, o aprendiz se transforma em “Pedra Cúbica”, para depois ser polido, quando estará pronto para contribuir na construção da sociedade. O aprendiz, através de suas ações, precisa construir dentro de si qualidades que o tornem uma pessoa melhor, através da prática das virtudes, buscando, cada vez mais, a perfeição e o aprimoramento moral e espiritual, levando uma vida sem preconceitos. Só assim, poderá influenciar pessoas que estão ao seu redor.

A PEDRA POLIDA

A “Pedra Polida” é o resultado do trabalho perfeito realizado pelo aprendiz, de linhas e ângulos retos, que o compasso e o esquadro mostram estar de acordo com as exigências da Arte. A “Pedra Polida”, filosoficamente, representa o companheiro, o homem polido de suas asperezas, educado e instruído, a perfeição intelectual e espiritual, pronto para ocupar seu lugar na construção de uma sociedade mais justa e perfeita. Após ser polido, trabalhado, o aprendiz maçom, com suas faces lisas, passa a refletir a luz que nele incide e que estavam ofuscadas no seu estado de “pedra bruta”. No despojar de todas as suas vaidades e preconceitos, que retardam o seu crescimento, o aprendiz derruba barreiras que impediam sua ascensão pela escada de Jacó.

Havendo o aprendiz transformado em “Pedra Polida” uma “Pedra Bruta”, aparado as rudes arestas da personalidade, cabe agora, disciplinar suas ações através do conhecimento adquirido, contornando as diferenças em seu estado espiritual, transformando do seu “eu” um ser mais justo e perfeito, buscando, incansavelmente, o aperfeiçoamento. É necessário um constante auto-exame e a aplicação prática, sincera e honesta dos conhecimentos adquiridos no plano intelectual. Ao ser lapidado, o aprendiz mostra toda sua beleza contida, que existe dentro de si, estando pronto para ajudar a construir uma sociedade mais justa, menos desigual.

A PRANCHETA DA LOJA

Utilizada pelo Mestre, para desenhar os planos e projetos das obras e o caminho que o aprendiz deverá seguir, para o seu próprio aperfeiçoamento moral e espiritual, a fim de poder progredir nos trabalhos da Arte Real e, relembrar que deve sempre se empenhar na busca do conhecimento. A Prancheta da Loja, simbolicamente, representa o caminho guiado pelo Mestre, para que o aprendiz possa “levantar templos à virtude e cavar masmorras ao vício”.

CONCLUSÃO

As Jóias Fixas da Loja, (Prancheta da Loja, Pedra Polida e a Pedra Bruta), possuem um grande valor simbólico na Maçonaria, com significados específicos. A Prancheta da Loja utilizada pelo Mestre, para traçar os planos e projetos das obras tem por finalidade dar orientação aos aprendizes, repassando suas experiências, para transformação da sociedade num mundo mais justo e perfeito.

O aprendiz no estágio de “Pedra Bruta” tem um longo caminho a percorrer, transformando-se em “pedra polida”, polindo suas asperezas, aperfeiçoando-se intelectualmente e espiritualmente, assumindo um papel de construtor de uma sociedade mais justa e tolerante, com atitudes positivas ajudando a construir um mundo melhor, mesmo sabendo que o caminho é longo, árduo e cheio de obstáculos, tendo de vencer as adversidades do dia-a-dia e aperfeiçoando o seu “eu”. “Fazer o bem não importa a quem”. 

O aprendiz, ao percorrer esse caminho evolui como ser humano, trabalha suas virtudes, elimina seus vícios e apegos materiais, eleva seu nível intelectual, moral e espiritual com pensamento positivos, preocupa-se mais com o próximo, não esquece de si próprio, torna-se uma pessoa mais feliz, que é um dos objetivos do homem. Encontrar a felicidade.

REFERÊNCIAS

1. Grande Loja de Santa Catarina. R∴E∴A∴A∴. 1ª Instrução, Complemento I e II à 1ª Instrução – 3ª ed. – Administração 2005/2008;

2. Internet: www.google.com.br, pesquisas de artigos e obras publicadas.

Fonte: JBNews - Informativo nº 228 - 13.04.2011

BALAÚSTRE

Ir∴ Sérgio Quirino Guimarães
Belo Horizonte - MG

É muito interessante usarmos este substantivo para designar os registros escritos das atividades das Lojas, primeiro porque não há concretamente nenhuma correlação, vejamos: balaústre (figura 1) é o substantivo masculino (do italiano balaustro) que designa o pequeno pilar ou coluna (colunelo) que com outros sustenta uma travessa, faixa, ou corrimão; é, também a coluna delgada de madeira ou metal que serve para ajudar alguém a subir a um veículo, ou a dele descer.

A primeira parte da descrição nos remete à balaustrada (figura 2) que é a divisória física do Oriente e do Ocidente.

Preciso abrir um parêntese para esclarecer que há Ritos onde não existem a presença da balaustrada e que os registros das atividades em muitos países têm o nome de “atas”, apenas como curiosidade: Em alguns ritos todo o registro/ata/balaústre é escrito em um único livro, indiferente do grau que a Oficina esteja trabalhando.

Antes porém de chegarmos a uma possível explicação sobre o tema, vejamos também outros aspectos que o ligam à Maçonaria.

Aparece na Coluna Jônica (Coluna da Sabedoria) na parte lateral da voluta do capitel (figura 3) e uma voluta parece um pergaminho (figura 4).

Agora farei um exercício de puro romantismo: O que realmente sustenta uma Loja? São seus Obreiros e a história dela! É importante registrarmos cada momento vivido, se tivermos um presente produtivo, o futuro será brilhante e quando os historiadores buscarem nosso passado, encontrarão nossa nossa força e poder.

Os registros escritos fortalecem nossos laços e muitas das vezes são eles que encaminham nossos trabalhos.

Com o passar das gerações pode a Loja esquecer o motivo pela qual foi fundada e ao rever os balaústres, girar o timão e colocar novamente a nau no rumo certo. Nenhuma Loja é um “clube de amigos”, toda ela tem um propósito maior, seja o estudo, seja a filantropia ou mesmo a politica. É hora de lermos e escrevermos nossos registros com os olhos voltados para a liberdade, a igualdade e a fraternidade, dessa forma lavraremos fortes, bonitos e sábios balaústres. PS: Baláustia é a flor da romãzeira (figura 5).

A intenção deste pequeno artigo é despertar em você a vontade de saber um pouco mais sobre o tema, pesquisar e fazer uma Prancha de Arquitetura para apresentá-la em sua Loja enriquecendo nosso Quarto de Hora de Estudos.

Lembrem-se que todos nós, independente do Grau ou do Cargo, somos responsáveis pela qualidade das Sessões Maçônicas.

Fonte: JBNews - Informativo nº 243 - 28.04.2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O TELHAMENTO

Ir∴ José Aparecido dos Santos
Loja Justiça nr. 2 – Maringá - PR

O Telhamento é um ato de examinar um Irmão desconhecido para certificar-se de sua condição de maçom e sua regularidade.

É incorreta a expressão “Trolhamento”, visto que toda obra é protegida da intempéries do mundo exterior pelas telhas (ou pelo telhado). Trolhar é passar a Trolha (colher de pedreiro), termo mais adequado a um caso de desentendimento entre Irmãos, com o significado de remover as arestas, espalhando e nivelando a massa, pois se usa a Trolha para espalhar a massa sobre a qual a pedra será acomodada. Portanto erguemos o edifício com a ajuda da Trolha, mas na hora de protegê-lo das intempéries é com a telha que o cobrimos, ou seja, que a protegemos.

José Castellani diz o seguinte a respeito do uso equivocado do termo “Trolhamento”.

O termo, um neologismo maçônico, existe, mas é usado de maneira incorreta, para designar o exame de alguém, através dos Toques, Sinais e Palavras, para aquilatar a sua qualidade maçônica e o seu lugar na escala iniciática. Na realidade, esse exame, que é uma cobertura contra fraudes, e realizado portanto pelo Cobridor é, com mais propriedade, denominado TELHAMENTO, pois cobertura se faz com telhas e não com trolhas. Tanto que muitas vezes o Cobridor Externo é chamado de Telhador; como ocorre nos países de fala inglesa (Tyler, de tile = telha), de fala francesa (Tulleur, de tuile = telha), de fala italiana (Tegolatore, de tegola = telha) e assim por diante. Trolhar, por sua vez, significa outra coisa: como a trolha é a desempenadeira, ou desempoladeira, destinada a aparar as rugosidades, da argamassa espalhada pelo pedreiro, o trolhamento é o apaziguamento de Obreiros em litígio, ou seja: é, figuradamente, o alisamento das arestas, das rugosidades que são as divergências existentes entre aqueles que se pretende colocar em paz.

Simbolicamente, portanto, é mais adequado Telharmos o candidato para nos protegermos de um eventual intruso e nos certificarmos que se trata de um “bom, legitimo e fiel” Irmão, apto a entrar no Templo, lugar em que a Loja se reúne!

Esta é a opinião defendida pelos grandes simbolistas, que buscaram a origem da função e terminologia usada no período Operativo para fundamentar sua tese, o que tem levado as Potências do Brasil sensatamente a atualizarem-se.

Telhamento, portanto, é a forma ritualística constituída por perguntas e respostas, para comprovar o grau e a qualidade de Maçom de quem solicite ingresso no Templo, não sendo membro da Ordem.

O termo é usado, também, para experimentar membros do quadro que postulem Aumento de Salário, oportunidade em que, além do Cobridor de Grau, o postulante é inquirido sobre o conhecimento que assimilou no Grau.
  • Telhamento; É a forma ritualística constituída por perguntas e respostas, pela qual podemos comprovar o grau e a qualidade de Maçom de um Irmão visitante desconhecido, servindo para “verificar se o Maç∴ é um bom, legitimo e fiel Ir.∴”, e este Irmão deverá ter as respostas respondidas na integra e em memória.
  • Trolhar (Colher de Pedreiro); É passar a Trolha, tirar as arestas, apaziguar os ânimos quando ele está exaltado entre os Irmãos ou em qualquer outro lugar. Nada tendo a ver com Telhar, Cobrir, Examinar.
Fonte: JBNews - Informativo nº 242 - 27.04.2011

QUE MISTÉRIOS TEM A MAÇONARIA

Eduardo Neves, M.·.M.·.
O título deste artigo encerra em si uma dualidade proposital. Por um lado, pode ser tomado como irônico, pois faz uma alusão à forma sensacionalista como a maçonaria repetidamente é tratada por grande parte dos meios de comunicação de massa – como „misteriosa‟, cheia de segredos e símbolos estranhos. Entretanto, a maçonaria de fato encerra em sua filosofia antigos mistérios, revelados apenas aos seus membros.

Por incrível que pareça, em pleno ano de 2010 muita gente ainda não faz idéia do que é a maçonaria, a despeito das toneladas de informação sobre essa instituição que circulam nas livrarias e, em maior volume ainda, na internet. Muitos acham que ela é uma sociedade secreta, embora funcione em prédios nas principais avenidas das cidades e tenha personalidade jurídica constituída normalmente, como qualquer outra organização. Outros acreditam em toda aquela bobagem de satanismo, gerada por uma combinação perigosa de falta de informação e intolerância. A maçonaria segue então com seu estereótipo misterioso para a maioria da população, atmosfera reforçada notadamente pelo caráter privativo de suas reuniões, que acontecem literalmente à portas fechadas.

Mas que mistérios serão esses que a maçonaria supostamente esconde das massas? Para entendermos melhor, faz-se mister uma compreensão mais profunda da palavra "mistérios‟. O dicionário Michaelis lista vários significados para este vocábulo. A maioria é relacionada com ‟segredo‟ ou "algo de difícil compreensão‟.

Outras conotações surgem dentro do escopo religioso, especialmente o cristão. Mas a mera significação não é suficiente para entender a magnitude do conceito maçônico deste termo. Para isto, vamos pedir ajuda à filosofia, em particular, à filosofia do mundo antigo, que é a origem de muitos dos conceitos usados e estudados na maçonaria até hoje.

No antigo Egito e Grécia, sábios criavam centros de instrução onde candidatos que quisessem participar deveriam provar seu merecimento antes de serem admitidos. Este processo para o acesso chamava-se iniciação, e os centros chamavam-se escolas de mistérios. O faraó Akhenaton, que iniciou seu reinado no Egito por volta do ano 1.364 a.C., e Pitágoras, filósofo e matemático grego nascido em 570 a.C., foram exemplos de pensadores que fundaram tais escolas. Os ensinamentos eram repassados em um ambiente privativo, longe dos olhos e ouvidos das massas, e versavam sobre ciências (matemática, astronomia, etc), artes, música e ainda religião e espiritualidade. O próprio Cristo mantinha um círculo interno de discípulos – os doze apóstolos – a quem ensinava sua doutrina com maior profundidade. Quando falava para as massas, Jesus usava uma linguagem mais simples, em forma de parábolas, para facilitar o entendimento. Disse Ele: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas” (Mateus 7:6), em uma clara referência de que nem tudo é para todos.

Hoje em dia, muitos dos conhecimentos destes antigos grupos continuam sendo ensinados, mas os locais não são mais ocultos. A antiga sabedoria dos iniciados deu origem a muitas das disciplinas comumente ministradas nos colégios e universidades. Graças às escolas de mistérios, a ciência se desenvolveu, mesmo nos períodos mais negros da história, e chegou em um nível de complexidade que, certamente, para os antigos seria visto como, no mínimo, surpreendente – talvez até inimaginável.

Portanto, concluímos que os mistérios mencionados no simbolismo maçônico são um corpo de ensinamentos, repassados aos seus membros de forma tradicionalmente inspirada nos antigos métodos das escolas de mistérios. É certo que há uma corrente dentro da maçonaria que defende que essas escolas eram, na verdade, a própria maçonaria em sua forma primitiva; entretanto, estas suposições carecem de comprovações históricas e a maioria dos autores modernos tende a concordar que a maçonaria, na verdade, herdou o método antigo, tornando-se depositária de sua sabedoria.

Mas se a explicação da origem desses mistérios é simples assim, por que a maçonaria não permite então que qualquer pessoa adentre seus templos e compartilhe desse conhecimento? Qual o sentido das portas fechadas, dos rituais e dos símbolos desenhados nas fachadas de seus prédios e vestes de seus membros? A resposta é, novamente, a tradição. Os maçons formam um grupo muito antigo, cuja origem histórica deu-se em uma época tumultuada e confusa da humanidade – a idade média. Nessa época, as monarquias, geralmente aliadas ao clero, não estavam dispostas a dividir seu poder de influência com mais ninguém. Assim, a perseguição a grupos considerados subversivos tornou-se uma obssessão, resultando no assassinato de centenas de milhares de pessoas. A chamada "caça às bruxas‟ era um mecanismo de controle pelo medo, e a religião, através da manipulação dos conceitos das Sagradas Escrituras, exercia um domínio da sociedade extremamente eficaz. Some-se isso ao fato de a maioria do povo não saber ler nem escrever, e pronto: estava formado o panorama perfeito para a instalação de uma tirania. Os maçons e outros grupos de pensadores, como os rosacruzes, tiveram que ocultar seus conhecimentos e manter suas opiniões em segredo – nessa época, as ordens iniciáticas eram mesmo sociedades secretas, cuja sobrevivência dependia do grau de invisibilidade que eram capazes de manter na sociedade dominada pelo poder virtualmente ilimitado dos déspotas políticos e religiosos.

Hoje a maçonaria não tem mais a necessidade de ocultar suas atividades. Aliás, na grande maioria dos países que substituíram os regimes absolutistas pela democracia, os maçons estavam entre as fileiras dos responsáveis por tais mudanças. Acontece que, sendo a ordem maçônica uma instituição que preza muito por sua própria história, mantém ainda sua tradição herdada das escolas de mistérios, onde o candidato a tornar-se maçom e ser recebido em uma loja deve provar ser merecedor de tal aceitação. Mas iniciação hoje adquiriu um caráter simbólico, e já não repete os penosos sacrifícios da antiguidade. Para se ter uma idéia, na já mencionada Escola Pitagórica, o recém-admitido não poderia proferir uma só palavra por cinco anos. Cinco anos no mais absoluto silêncio! Práticas como essa ficaram para trás, e a ordem nunca esteve tão aberta como atualmente. Praticamente toda loja maçônica conta com uma página na internet, onde divulga textos e fotos de suas atividades. Muitos maçons fazem questão de salientar sua condição, ostentando anéis, pingentes ou broches com emblemas. E aquele que demonstrar interesse em entrar, tem toda a liberdade de conversar com um maçom conhecido e declarar seu propósito de fazer parte da ordem. É válido ressaltar que, apesar de práticas mais radicais terem sido deixadas de lado, o processo de admissão ainda é bastante rigoroso, pelo simples fato de que, para a maçonaria, o importante não é a quantidade de membros e sim a qualidade destes. Depois de uma conversa explicativa inicial, sindicâncias e entrevistas são conduzidas por maçons experientes, no intuito de avaliar o grau de interesse verdadeiro, bem como as qualidades de um „homem livre e de bons costumes‟, além da crença em um Ser Supremo – prerrogativa obrigatória para a concretização da afiliação.

Tendo desenvolvido uma filosofia e método próprios de instrução ao longo dos anos, a maçonaria tem mantido seu caráter simbólico e iniciático através dos séculos. A beleza de ensinar e aprender através de alegorias é algo que, atualmente, só pode ser vivenciado no interior de uma loja maçônica. A história da ordem e sua sabedoria está encerrada em seus rituais e suas lendas, que são passadas de maçom para maçom, da maneira antiga – por via oral. No interior de templos ornados com símbolos arcanos, homens que se tratam uns aos outros como irmãos buscam lapidar seus espíritos. Os pedreiros de hoje erguem edifícios simbólicos, cujos tijolos são as virtudes humanas, solidificadas em nossas atitudes diárias com a argamassa do estudo diligente e da perseverança no trabalho. Muita coisa já foi desvelada, em livros e revistas abertos ao público, até mesmo propositalmente, para permitir que o preconceito dê lugar à compreensão nas mentes das pessoas. Mesmo o interior dos templos pode ser visitado com certa frequencia por não-membros nas sessões públicas. Mas ainda há verdades ocultas para serem vislumbradas. Porém, ao contrário do que o senso comum imagina, elas não estão escondidas por códigos, escritas em livros ou desenhadas em símbolos; a descoberta do verdadeiro segredo da maçonaria acontece mesmo é no silêncio do coração de cada maçom, de acordo com sua própria evolução mental e espiritual, com desdobramentos que influenciam sua vida e as vidas das pessoas que o cercam – e isso é, verdadeiramente, o grande mistério da ordem.

Fonte: JBNews - Informativo nº 242 - 27.04.2011

O MAÇOM E A SUA LOJA

“Oh! Quão bom e suave é que os Irmãos habitem em união”

José Alves Fraga
Membro da Loja Maçônica Estrela da Serrinha 2033
Goiânia - GO

Existe uma historinha que volta e meia estamos ouvindo no meio maçônico, mas que nunca é demais repetir:

“Conta-se que em uma pequena cidade da Inglaterra, havia um pastor que conhecia praticamente todos os cidadãos da localidade.

“Nos cultos dominicais, era comum que algumas pessoas ocupassem sempre os mesmos lugares na igreja. Assim, num determinado banco, sempre estava um senhor muito respeitado e querido no lugar.

“Num determinado dia, o pastor notou que aquele banco estava vazio. Achou estranho. Porém, não se preocupou muito porque era comum alguém faltar ao culto esporadicamente por um motivo ou outro.

“Na semana seguinte, novamente o banco estava vazio, levando o pastor a especular-se sobre o fato.

“Na terceira semana o banco continuou vazio.

“Terminado o culto, o pastor dirigiu-se à residência daquele Irmão para indagar-lhe o motivo de suas ausências.

“O cidadão arguiu que há muitos anos freqüentava aquela igreja e que já estava achando os cultos muito enfadonhos e repetitivos. Disse que já sabia de cor e salteado tudo o que o pastor falava.

“Foi então que o pastor foi até a lareira, retirou de lá uma brasa e colocou-a em cima da pedra que servia de parapeito da janela. Dentro de pouco tempo, essa brasa começou a se apagar.

“Passados alguns instantes de silêncio entre aqueles dois homens, o cidadão faltoso disse: Pastor, compreendi a sua mensagem.

“E voltou a freqüentar o culto como sempre o fez”.

Moral da história: Uma brasa sozinha perde o seu calor muito rapidamente.

Meus Irmãos!

A pequena história que contamos acima vem bem a calhar com o que acontece nas Lojas Maçônicas de forma geral. Muitos Irmãos deixam de freqüentar a sua Loja alegando motivos muitas vezes inconsistentes. Muitas vezes, quando comparecem, acham que a reunião está chata e demorada.

A Maçonaria, como já depreendemos, visa a mudança do homem em seu interior. O seu objetivo é que o homem evolua interiormente, e em fazendo isso, estará contribuindo para a evolução não só dos maçons de forma particular, como de toda a sociedade. O comportamento do homem normalmente reflete o seu interior. Alguns podem até conseguir disfarçar por algum tempo, mas nunca o conseguirão por todo o tempo.

O homem que deseja sinceramente evoluir em seu íntimo, deve fazê-lo mudando inicialmente a sua maneira de pensar. Deverá direcionar seus pensamentos para atitudes nobres. Quando nos propomos a realizar alguma coisa ou participar de qualquer evento, sociedade ou o que for, devemos inicialmente perguntar-nos se realmente é aquilo que queremos. Após a decisão tomada, devemos dar o melhor de nós na realização daquilo a que nós nos propusemos. Em outras palavras: devemos colocar AMOR naquilo que fazemos.

A Maçonaria é uma sociedade iniciática, isto é, os seus membros devem passar por uma cerimônia de iniciação, quando o neófito morre para o mundo profano, ou seja, o mundo dos erros e dos vícios e renasce em um mundo diferente. Um mundo dedicado ao trabalho e à virtude.

Mas será que a iniciação consiste somente naquela cerimônia do primeiro dia? Com certeza, a resposta é NÃO. A iniciação envolve todo um processo no qual o iniciado vai galgando degrau por degrau durante toda sua vida maçônica.

O verdadeiro maçom é aquele que busca extrair dos postulados da Ordem, os ensinamentos de que carece para sua evolução. Infelizmente, muitos maçons esperam que após a sua iniciação, lhes sejam aberta a cabeça e lá colocado vários tonéis de conhecimentos. Muitos maçons têm a ilusão de que com a iniciação, lhes seja revelada uma fórmula mágica que propicie uma mudança radical em sua vida. E isso, evidentemente, é só uma ilusão. A verdade é que os fatos não acontecem dessa forma.

Devemos reconhecer que existem falhas por parte das Lojas. E elas não são poucas. Por outro lado, notamos que existe uma grande apatia de parcela significativa de maçons em procurar conhecer a Maçonaria profundamente. E a forma de fazê-lo é só através da leitura, do estudo persistente. Observa-se uma situação peculiar nessa questão: quem já está dentro há mais tempo, não possui os conhecimentos necessários a uma boa orientação aos neófitos e estes por sua vez, não sendo bem orientados, tendem a seguir o comportamento dos mais velhos. É aquela velha máxima que diz que“o homem é um produto do meio”. O verdadeiro maçom é aquele que busca conhecer a Ordem a que pertence sem esperar que os outros o façam por ele.

Por outro lado, devemos compreender que se queremos ser verdadeiramente maçons, não podemos ficar somente observando as falhas dos outros. Se ingressamos na Ordem e deparamos com um ambiente que não corresponde à expectativa que tínhamos, certamente que o caminho mais correto não é o de abandoná-la, ou pior ainda, continuar fazendo parte da mesma, porém de forma indiferente. O procedimento correto do verdadeiro maçom é procurar se evoluir e tentar, através de seus conhecimentos, buscar iluminar aqueles menos interessados. Se cada um de nós procurar agir dessa maneira, com certeza estaremos construindo uma Maçonaria muito melhor, formando melhores maçons e por conseqüência, contribuindo para a melhoria da sociedade como um todo. É fácil reconhecer um maçom desinteressado: ele está sempre reclamando que a sessão está demorando e que precisa ir embora por um motivo ou outro; ele sempre encontra razões em não colaborar com os afazeres da Loja.

Assim, um dos preceitos básicos que devemos observar é o da tolerância.

Sem a tolerância não haverá companheirismo. Para haver tolerância e companheirismo, é necessário muita humildade e respeito. Talvez resida aí o primeiro passo que devemos dar para a nossa mudança interior, da qual falamos linhas acima. Tolerância não significa conivência. Devemos sim, ser tolerantes com as falhas dos Irmãos, com todos os seus defeitos e fraquezas, jamais com a preguiça e a indolência.

Falamos também acima, que devemos colocar AMOR em toda empresa de que participarmos. Então, quando participamos de uma sessão maçônica, devemos fazê-lo com a maior boa vontade possível. Ao nos dirigirmos para a

Loja a fim de assistirmos os trabalhos, devemos procurar ter pensamentos nobres e sublimes. Só assim estaremos contribuindo para a formação de uma corrente positiva dentro do templo, e por conseqüência, auferindo os benefícios que dela advém. Essa corrente de pensamento positivo é a chamada EGRÉGORA MAÇÔNICA. Os Irmãos certamente já experimentaram a sensação de paz que existe em determinados locais, principalmente em templos religiosos ou outros lugares onde não exista a presença de energias negativas. É justamente esse ambiente de paz e serenidade que devemos procurar proporcionar em nossas reuniões.

Conforme prevê a nossa Constituição, “a Maçonaria pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever”.

A Maçonaria propaga e defende a VERDADE como simples verdade.

Assim, se o maçom busca sua mudança interior, o primeiro preceito que ele deve procurar desenvolver é o da verdade. Verdade sobre si mesmo e para consigo mesmo. Será se o motivo alegado para faltar a uma sessão é o verdadeiro? Será se estamos doando de nós tudo o que podemos em benefício de nossa Loja, em benefício do grupo a que pertencemos, ou seja em benefício de nós mesmos? Vale a pena meditar sobre isso.

Se cada um de nós fizer a sua parte, com certeza, os resultados nos surpreenderão a todos. Alguém já disse que “o todo é muito maior do que a simples soma das partes”.

Fonte: JBNews - Informativo nº 242 - 27.04.2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

LOS TRES PPUNT∴ EN LA ESCRITURA MAS∴

Enviado pelo Ir∴
Benjamin Sosa Miranda (Assuncão)
Gran Logia Simbólica del Paraguay

Los tres ppunt.·. en la escritura masónica, es una forma especial de escritura con que, en los documentos de la Mas.·. se representan algunas ppal.·. determinadas por el uso. Es en realidad una forma de abreviatura que consiste en poner las letras iniciales de las palabras seguidas de tres puntos en forma de triángulo con el vértice en la parte superior.

A esta forma de abreviatura se le conoce con el nombre de ABREV.·. TRIPUNTEADA. El origen de esta forma de abrev.·. se desconoce, siendo su aparición más antigua en un escrito del Gran Oriente de Francia fechado el 12 de Agosto de 1774, para anunciar la toma de posesión de su nuevo local; por lo que se supone que aparece ya en la Masonería Especulativa o Moderna.

Durante la Masonería Operativa, la transmisión de los conocimientos se hacían en forma práctica y verbal, toda vez que eran muy celosos en revelar los secretos de su arte y oficio; de allí que no se han encontrado vestigios de documentación al respecto.

Los tres ppunt.·. provienen del Compañonage, donde parece haber simbolizado al triángulo, éstos tres puntos simbolizan además el TRIQUETRE, que era un símbolo formado por tres piernas plegadas en triángulo, tal cual lo encontramos en algunas medallas antiguas, como aparecen en algunas obras de los Compañones. En el terreno puramente especulativo, se puede pensar que la utilización del punt.·. en la escritura masónica, tenga su nacimiento en la escritura Hebraica, cuyas letras comienzan siempre con un punto para luego continuar con el trazo.

Estos tres puntos deben estar siempre dispuestos en triángulo equilátero, no en escuadra como aparece en algunos impresos; tal vez porque en la imprenta no exista un signo de tres puntos dispuestos en forma de triángulo equilátero. No existe una explicación concreta del significado de éstos tres ppunt.·. pero se refieren a las tres luces del Ara, ó quizá, más generalmente al número tres y al triángulo: ambos, símbolos importantes en el sistema masónico.

A mi modesto entender, nuestra Aug.·. Ord.·. adopta la abreviatura tripunteada entre otros por los siguientes motivos:

1.- Para velar la escritura a pprof.·., de tal manera que solamente los inic.·. puedan leer, comprender e interpretar lo escrito, así como a HH.·. de menores grados.

2.- Para recordar permanentemente a los HH.·. los tres ggrand.·.princ.·. mas.·. de Libertad, Igualdad y Fraternidad, y;

3.- Como una forma de reconocimiento, tal como muchos HH.·. lo practican al colocar los tres puntos en sus rúbricas.

Las principales reglas para el empleo de la ABREVIATURA TRIPUNTEADA son las siguientes:

1.- Basta usar la letra inicial de la palabra cuando ésta no puede ser confundida por otra, Ej. H.·. por Hermano.

2.- Se usará la primera sílaba o las dos primeras letras cuando puede ser confundida por otra palabra, Ej.: Ap.·. por Aprendiz.

3.- Para la palabras que empiecen con la misma letra, se usará la primera letra sola en representación de la voz más sancionada por el uso. Ej.: entre las palabras

Masón y Maestro, se empleará M.·. por Maestro y la sílaba Mas.·. por Masón porque el uso constante lo ha establecido así.

4.- Cuando se quiere expresar el plural de una palabra, se usa la primera letra doble: Ej.: MM.·. por Maestros; cuando se quiere indicar el plural de una palabra que se representa por la primera sílaba o con más de una letra, se duplica la primera letra o la última, Ej.: AAp.·. O App.·. Por Aprendices, MMas.·. o Mass.·. por masones.

5.- Cuando se abrevien varias palabras a la vez, deben emplearse tan solo la primera letra de cada una de ellas. Veamos algunos ejemplos:

V.·.M.·.
A L.·.G.·.D.·.G.·.A.·.D.·.U.·.
R.·.E.·.A.·.A.·.
M.·.M.·.
AA.·.LL.·.Y AA.·.MM.·.

Para terminar el presente trazado permitidme referirme a los títulos honoríficos merecidos por las RR.·.LL.·.SS.·.

01.- Todas las LLog.·. desde su fundación reciben el título de R.·.L.·.S.·.
02.- B.·. Benemérita por tener 25 años de fundada.
03.- A.·. Augusta por tener 50 años de fundada.
04.- E.·. Esclarecida por tener 75 años de fundada.
05.- L.·. Lealísima por estar unida más de 50 años a la G.·.L.·.P.·.
06.- C.·. Centenaria por tener 100 años de fundada.
07.- S.·. Sesquicentenaria por tener 150 años de fundada.
08.- F.·. Fundadora, son las LLog.·. que crearon a la G.·.L.·.P.·.: 

Fonte: JBNews - Informativo nº 241 - 26.04.2011

DO LADO DE DENTRO OU DO LADO DE FORA?

Sérgio Quirino Guimarães
ARLS Presidente Roosevelt 025

Existem duas situações e várias variantes sobre o posicionamento das Colunas “J” e “B”, porém o mais importante é compreendermos que há dois Templos, um real e histórico outro lendário e místico. O que foi realmente construído com pedras é o TEMPLO DE JERUSALÉM, obra de Hiram Abiff, Hiram Rei de Tiro e do Rei Salomão que reinou entre 971 a.C. e 941 a.C. Nesta obra material, que foi erguida no Monte Moriah (Moriá), conforme descrito em Reis I, Capítulo 7, versículo 21 (“Depois levantou as colunas no pórtico do templo; levantando a coluna direita, pôs-lhe o nome de Jaquim; e levantando a coluna esquerda, pôs-lhe o nome de Boaz.”) as Colunas “J” e ”B” ficam do lado de fora do Templo. Então os mais apressadinhos dirão que as Colunas devem ficar do lado de fora do ambiente onde funciona uma Loja Maçônica.

Não é bem assim; eu pergunto ao Irmão se a estrutura física que abriga sua Loja Maçônica é uma cópia do Templo de Jerusalém? Sim ou não? Espero que tenha dito não, pois fica difícil imaginar o Templo de Jerusalém com bancos na posição que se encontram em nossos dias. Há alguma descrição bíblica da Escada de Jacó no Templo de Jerusalém? Dentro da liturgia ou ritualística dos hebreus teria lugar para um Primeiro Vigilante? Tantos altares e Oficiais? Se ainda esta em duvida, observe que em alguns Templos Maçônicos encontramos bustos de deuses grego-romanos (Hércules, Minerva/Palas, Vênus/Afrodite), o olho de Hórus (cultura egípcia), e o busto de Marianne esta dentro de todos os Templos Maçônicos franceses. E então chegamos à conclusão que tudo esta errado! Errado é pensar assim! 

Os Templos Maçônicos só começaram a serem construído no Século XVIII, a primeira inspiração dos nossos Irmãos foi o ambiente material onde desenrola nossa Lenda, logicamente com os elementos físicos e simbólicos que nos remeteriam as instruções e valores maçônicos.

Mas não foi a única fonte de coleta de símbolos e instruções. Nosso pavimento por exemplo, lembra muito uma das bandeiras dos Templários. Neste momento é que realmente foi construído o TEMPLO DE SALOMÃO, obra ficcional, ou seja, uma obra parcialmente baseadas em fatos reais, mas sempre com algum conteúdo imaginário.

Nesta obra mítica é que esta inserida uma Loja Maçônica, nós trabalhamos no “Templo de Salomão” que não é uma obra de pedra, pois não somos mais Maçons Operativos, trabalhamos com valores, ao cavarmos masmorras ao vício, não sujamos nossas mãos de terra, pelo contrário, as luvas brancas devem continuar sem máculas. 

Ao levantarmos templos a virtude não podemos suar, afinal este trabalho deve ser algo rotineiro e como Maçons Especulativos já estamos habituados. O verdadeiro Templo Maçônico é uma estrutura composta de muitos símbolos, anexados aos trabalhos conforme a ritualística, a cultura e as instruções do Rito. 
Portanto se em seu labor a visualização do símbolo lhe ajudará a compreender a instrução, este símbolo deve estar presente. Resumo: O verdadeiro Templo de Salomão não é o Templo de Jerusalém, as Colunas “J” e “B” do Templo de Jerusalém ficavam do lado de fora. As Colunas “J” e “B” do Templo de Salomão ficam do lado de dentro. E então alguém perguntará: - Mas Irmão Quirino, em nossa Loja ou Potência sempre as Colunas estiveram do lado de fora! Tudo bem, deixe-as onde estão, mas por favor, por uma questão de coerência coloquem o “Mar de Bronze” também do lado de fora.

Fonte: JBNews - Informativo nº 241 - 26.04.2011

O MAÇOM E O SÁBIO ALFAIATE

Um dia um homem recebeu a notícia de que seria iniciado Maçom.

Ficou tão eufórico que quase não se conteve.

- Serei um grande homem agora. - disse a um amigo, e preciso de roupas novas, imediatamente.

Serão roupas que façam jus à minha nova posição na sociedade e em minha vida.

- Conheço um alfaiate perfeito para você, - replicou o amigo, -

É um velho sábio que sabe dar a cada cliente o corte perfeito. Vou lhe dar o endereço.

E o novo Maçom foi ao alfaiate, que cuidadosamente tirou suas medidas.

Depois de guardar a fita métrica, o sábio alfaiate disse:

Há mais uma informação que preciso saber?

Há quanto tempo o senhor é Maçom?

- Ora, o que isso tem a ver com a medida do meu balandrau? - perguntou o cliente surpreso.

- Não posso fazê-lo sem obter esta informação, senhor. É que um Maçom recém iniciado fica tão deslumbrado que mantém a cabeça altiva, ergue o nariz e estufa o peito.

Assim sendo, tenho que fazer a parte da frente maior que a de trás. Ano mais tarde, quando está ocupado com o seu trabalho e os transtornos advindos da experiência o tornam sensato e olha adiante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito a seguir, aí então eu costuro o balandrau de modo que a parte da frente e a de trás tenha o mesmo comprimento. E mais tarde, depois que o senhor está curvado pela idade e pelos anos de trabalho cansativo, sem mencionar a humildade adquirida através de uma vida de esforços, então faço o balandrau de modo que as costas fiquem mais longas que a frente.

- Portanto, tenho que saber há quanto tempo o senhor foi iniciado para que a roupa lhe assente apropriadamente.

O novo Maçom saiu da alfaiataria pensando menos no balandrau e mais no motivo que levava seu amigo a mandá-lo procurar exatamente aquele sábio alfaiate.

Fonte: JBNews - Informativo nº 241 - 26.04.2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

SÓLIO

Ir∴Amaury Peleteiro MM∴
CIM:-11749 –SP = GOP-COMAB-CMI.

Num diálogo entre o Venerável Mestre e o 2º Diácono, o Venerável pergunta:

Qual é o lugar do Ir∴ 1ª Diácono?

Resposta: À vossa direita e abaixo do SÓLIO!

SÓLIO: - Cadeira do Rei – Trono do Rei – Cadeira de São Pedro.

Segundo diz um autor, entre os orientais e os hebreus, como entre os gregos e os romanos, os tronos foram, primeiro, simples cadeiras de honra e terminou por designar a dignidade real ou episcopal.

Em Maçonaria, dá-se esta denominação ao lugar no centro do Oriente do Templo, onde fica o Venerável Mestre ou quem preside os trabalhos de uma Oficina de qualquer Grau, recebendo este nome como uma alusão, provavelmente, ao trono de Salomão, que o Presidente da Oficina representa... O trono do Venerável Mestre assenta sobre três degraus e é encimado por um dossel, cuja cor, disposição e adorno são determinados pelo ritual de cada Grau.

Então trono significa a Cadeira especial para uma pessoa de autoridade, incluindo reis, magistrados civis ou sumo sacerdote.

A maioria dos reis tinha seu trono elevado em algum tipo de plataforma e, muitas vezes, chega-se a eles usando escadas.

Em termos gerais, o Trono pode simbolizar a pessoa que senta nele, sua autoridade, a autoridade de seu reino ou de seu ofício.

Alguns tronos eram pouco mais que CADEIRAS ELEVADAS, a arqueologia demonstrou a natureza opulenta desses reinados. Um Trono de rocha de cristal foi descoberto nas ruínas de Senaqueribe.

O Trono de Salomão era feito de marfim, revestido de ouro, com complexa escadaria levando até ele, guardado em cada lado pelas estátuas de leões. A parte de trás do trono tinha sido típico daqueles elaborados no Oriente. Na Bíblia Sagrada, no Livro de I Reis cap. 10:18 e 20 diz: “Fez mais o rei um grande trono de marfim e o cobriu de ouro puríssimo...tinha este trono seis degraus e era a cabeça do trono pordetrás redonda; e de ambas as bandas tinha encostos até ao assento, e dois leões estavam junto aos encostos. Também doze leões estavam ali sobreos seis degraus de ambas as bandas. Nunca se tinha feito obra semelhante em nenhum dos reinos”.

Conclusão final

O Venerável Mestre senta sozinho, infelizmente colocaram uma mesa com várias cadeiras, onde, além do Venerável, sentam-se várias autoridades. O certo seria apenas uma cadeira vazia que é a cadeira do Grão-Mestre.

BIBLIOGRAFIA

Ritual de Aprendiz Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito do Grande Oriente Paulista- Ano de 2002.

Bíblia Sagrada de João Ferreira de Almeida – Edição Revista e Corrigida- Ano de 1973. O Antigo Testamento Interpretado – Autor R. N. Champlin, Ph.D. Editora HAGNOS.

Fonte: JBNews - Informativo nº 240 - 25.04.2011

PELA ORDEM

Ir∴ Lajús M∴M∴
Aug.: Res.: Loj.: Simb.: Alferes Tiradentes, n.20.

É comum durante o andamento de uma sessão, um Ir∴ pedir “pela ordem”, em geral, dirigindo-se diretamente ao V∴M∴ Entretanto, este procedimento deve ter alguns pré-requisitos, para que não se incorra em algum erro. Senão, vejamos.

Toda sessão, seja de A∴M∴, C∴M∴ ou M∴M∴, segue uma seqüência de eventos, uma ritualística, uma ordem, uma ornamentação e uma distribuição de funções que são determinadas pela Constituição, Regulamento Geral e Manual de Cargos e Funções, emitidos pela Grande Loja, Regimento Interno da Loja, pelo próprio Ritual do Grau, em que se está trabalhando, e pelos Usos e Costumes adotados pela Loja.

Então, quando, e somente quando, alguma das regras estabelecidas para o desenvolvimento da sessão for quebrada, seja por omissão ou esquecimento, é permitido a um Ir∴, que perceba este fato, peça a palavra “pela ordem”, para que se volte aos procedimentos normativos. Vejamos alguns exemplos. Primeiro, considerando a parte estática da ritualística: não fixação da Carta Constitutiva, ou posicionamento do Estandarte da Loja no Oriente; o painel do Grau, ou a posição relativa entre o esquadro e o compasso sobre o Livro da Lei, não condizem com o Grau que se está trabalhando. Segundo, considerando a parte dinâmica da ritualística, no desenvolvimento dos trabalhos: omissão da circulação da Bolsa de Propostas e Informações; não suspensão dos trabalhos para colocar a Loja em recreação.

Vamos a um contra-exemplo: suponhamos que, estando na ordem do dia a discussão de um tema qualquer, e que a palavra já passou pelas Colunas do Sul e do Norte e se encontra, no momento, no Oriente, um Ir∴ do Ocidente pede ao V∴M∴ “pela ordem”, para dar ou solicitar esclarecimentos sobre o tema em questão. Primeiro erro: o pedido da palavra “pela ordem” deve limitar-se exclusivamente sobre o andamento da sessão, sua ritualística e ornamentação, e não sobre o tema em discussão. O correto seria “Peço-vos o retorno da palavra para esclarecimento”. Segundo erro: estando no Ocidente, a palavra não deve ser pedida diretamente ao V∴M∴. Em tal circunstância, a palavra deverá ser pedida ao Vig∴ da Coluna na qual se encontra o solicitante, e o Vig∴ a fará ao V∴M∴, que poderá concedê-la ou não. Em havendo o retorno da palavra, ela deverá seguir a ritualística de percorrer as Colunas do Sul, do Norte e em seguida o Oriente. Vale aqui transcrever parte do que diz o Ritual de Aprendiz, quando trata do Retorno da Palavra: 

“Entretanto, em situações excepcionalíssimas onde se configure a necessidade intransponível de ser dado esclarecimento em resposta a alguma afirmação ou negação sobre fato relevante de interesse da Maçonaria em geral ou do Quadro da Loja, em particular, mas sempre despido do espírito de retaliação ou criação de contenciosidade, poderá qualquer Irmão, através do Vigilante de sua Coluna, ou diretamente ao Venerável, se no Oriente, solicitar o retorno da palavra, justificando previamente o motivo que tem para assim pedir.”

Para finalizar, lembramos apenas que vamos às sessões para desbastar nossas asperezas na busca constante do aperfeiçoamento, e que o objetivo maior é tornar feliz a humanidade.

Fonte: JBNews - Informativo nº 240 - 25.04.2011