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terça-feira, 31 de agosto de 2021

AS COLUNAS MAÇÔNICAS

AS COLUNAS MAÇÔNICAS
Ir∴ Ronaldo Costa
MI da Loja Antonio Monteiro Martins – 139 -GLMERJ

Para falarmos das principais colunas maçônicas, é preciso conhecer as três Ordens clássicas da arquitetura: Jônica, Dórica e Coríntia.

A ordem jônica tem antecedentes na arquitetura dos assírios, hititas e de outros povos da Ásia Menor. Espalhou-se no século V a.C. por muitas cidades-estado e pelas colônias gregas na Sicília. Em Atenas, foi resultar num estilo característico, o ático-jônico.

Ao contrário da coluna dórica, a jônica não assenta diretamente sobre patamares, mas tem uma base (plinto) que assume diversas formas. A vantagem do plinto é que todo o conjunto ganha maior leveza. O fuste, por sua vez, afina um pouquinho em direção ao capitel. A coluna é elegante não só porque é mais alta em relação ao diâmetro (corresponde a até 9 vezes o diâmetro, enquanto a dórica não passa de 5 vezes e meia) mas também pelo fato de possuir maior número de caneluras – frisos verticais da coluna – de 24 a 44 (na dórica são de 16 a 20). Além disso, as caneluras jônicas não terminam em arestas vivas, mas são biseladas, ou seja, entre uma e outra há um pequeno risco, ajudando a coluna a parecer mais esguia. O capitel é ornado com desenhos em espiral chamados volutas; entre o capitel e a coluna, feito uma gola trabalhada, há outro tipo de enfeite ovalado, o gorjal.

Também a arquitrave distingue bem as duas ordens: na coluna dórica, a forma desse elemento correspondia às antigas traves de madeira; na jônica, a arquitrave adquire formas muito mais rebuscadas, apresentando três faixas horizontais. A maior delas – a última – é ornada por uma fileira de pérolas; o friso que se segue é, por sua vez, enfeitado por uma série contínua de baixos-relevos. Finalmente, o entablamento – coroação do edifício – equivalente a menos de 1/4 da altura da coluna torna a construção mais leve.

O que o dórico tem de sóbrio, o jônico tem de gracioso. O capitel jônico é parecido com o tipo de penteado feminino então em moda na época, existindo também certa semelhança entre a linha da coluna jônica e um traje de mulher, o quintão.

A construção jônica, de dimensões maiores, se apoiava numa fileira dupla de colunas, um pouco mais estilizadas, e apresentava igualmente um fuste acanelado e uma base sólida. O capitel culminava em duas colunas graciosas, e os frisos eram decorados em altos-relevos. O Erecteion de Atenas, talvez o mais belo dos templos jônicos, levantando em honra de um lendário herói ateniense chamado Erecteu, terminou sua construção em 406 a.C., estando localizado sobre a Acrópole da cidade.

No interior do templo, guardavam-se os mais sagrados objetos de arte. Na parte sul da construção há um pórtico, o das koré ou cariátides (donzelas, em grego), sustentado, não por colunas, mas por seis estátuas de moças com cestas à cabeça. O templo de Atenéia, “Nike Aptera”, foi construído em 429 a.C. em homenagem a Atenéia vitoriosa. Dentro do templo de Atenéia, os atenienses colocaram a estátua da vitória alada, mas, por via das dúvidas, cortaram-lhe as asas, para que não saísse voando do templo. O templo foi eregido na Acrópole, permaneceu em bom estado até o século XVIII, quando os turcos otomanos – que haviam conquistado a Grécia – aproveitaram o local para armazenar pólvora, usando pedras do edifício para guarnecer o depósito. Mais adiante, no período clássico (séculos V e II a.C.), a arquitetura grega atingiu seu ponto máximo. Aos dois estilos já conhecidos (dórico e jônico) veio se somar um outro, o coríntio, que se caracterizava por um capitel típico cuja extremidade era decorada por folhas de acanto.

Ordem Dórica

Não resta dúvida de que o templo foi um dos legados mais importantes da arte grega ao Ocidente, devendo suas origens ser procuradas no megaron micênico – aposento, de morfologia bastante simples, apesar de ser a acomodação principal do governante – que nada mais era do que uma sala retangular, à qual se tinha acesso através de um pequeno pórtico (pronaos), e quatro colunas que sustentavam um teto parecido com o atual telhado de duas águas.

No princípio, esse foi o esquema que marcou os cânones da edificação grega e foi a partir do aperfeiçoamento dessa forma básica que se configurou o templo grego tal como o conhecemos hoje, sendo pelo tipo de coluna que se conhece essa arquitetura, nascida há 2.500 anos, e que continua a fascinar os estudiosos e a atrair turistas às colunas de Atenas.

Os primitivos templos gregos eram considerados morada dos deuses. Num aposento especial, voltado para leste, ficava a estátua da divindade. Havia um pórtico, que os gregos chamavam prónaos, e uma sala grande, chamada, por sua vez, náos. Alguns templos maiores eram rodeados por colunas. A náos, nesses templos, tinha também duas fileiras de colunas internas para auxiliar a sustentação do teto. No começo, os materiais utilizados eram o adobe – para as paredes – e a madeira – para as colunas. Depois, a partir do século VII a.C. (período arcaico), eles foram caindo em desuso, sendo substituídos pela pedra e pelo mármore. Essa inovação permitiu que fosse acrescentada uma nova fileira de colunas na parte externa (peristilo) da edificação, fazendo com que o templo obtivesse um ganho no que toca à monumentalidade. Surgiram então os primeiros estilos arquitetônicos. Inicialmente, duas ordens (ou estilos) arquitetônicos predominavam: a dórica (ao sul, nas costas do Peloponeso) e a jônica (a leste). Depois, bem mais tarde, apareceu mais uma, a ordem coríntia.

A ordem dórica foi a primeira e a mais simples das ordens arquitetônicas, sendo uma versão em pedra das peças de madeira. O estilo dórico vem em primeiro lugar por uma razão muito simples: o dórico foi um dos primeiros povos que dominaram a Grécia. Nessa ordem, a parte principal da coluna, ou fuste, repousa diretamente sobre o embasamento; o acabamento no alto da coluna, ou capitel, é extremamente simples; a parte que assenta sobre os capitéis, ou arquitrave, é larga, maciça, sem rebuscamentos.

No estilo dórico, as colunas têm sulcos de cima a baixo (caneluras), porque essa é a maneira mais fácil de se adornar um tronco de madeira.

No topo, uma peça redonda (equino), para impedir a penetração de água das chuvas. Sobre o equino, uma peça plana (ábaco), para distribuir por igual o peso da arquitrave e, sobre esta, apoiadas, as pontas da vigas de madeira do teto, esculpidas com três sulcos (triglifo) e com peças decoradas ou simples para preencher os vão (métopas). Finalmente, o beiral do teto (cornija), decorado com peças de cerâmica ao longo das extremidades (acrotério). O equino junto com o ábaco recebe o nome de capitel; os triglifos e métopas formam o friso; o friso e a cornija combinados constituem o entablamento. As ordens arquitetônicas gregas dividem-se em três partes principais: o entabalamento, a coluna e o embasamento.

Os mais importantes templos da antiga Grécia foram os da ordem dórica. Esses templos eram em geral baixos e maciços. As grossas colunas que lhes davam sustentação não dispunham de base, e o fuste tinha forma acanelada. O capitel, muito simples, terminava numa moldura convexa a um entabalamento (sistema de cornijas) formado por uma arquitrave (parte inferior) e um friso de tríglifos (decoração acanelada) entreados por métopas.

Já no século V a.C. os gregos antecipavam uma prática que os romanos adotariam muito mais tarde onde as várias partes de uma ordem podiam ser usadas para construir templos de forma diferente da retangular, tradicional até então. Chegaram a fazer um templo circular chamado Tholos, na cidade de Delphos. Os primeiros templos provavelmente tinham tetos de palha (sapé). Depois, os tetos passaram a ter a peça triangular achatada (pedimento) e puderam ser utilizadas telhas de cerâmica. O pedimento, ao lado do peristilo, é uma das características mais conhecidas do templo grego.Na arquitetura grega, nada era arbitrário ou puramente decorativo e, em virtude do sistema padrão de medida, até os detalhes que normalmente têm dimensões fixa, como portas e janelas, variavam de proporção em harmonia com o conjunto. Foi no Partenon que essa harmonia atingiu seu mais alto grau, tornando-o uma das maiores obras de arte de todos os tempos.

Os templos de Poseidon (Netuno) e de Hera, em Paestum, na Itália, e os templos de Selinunte, na Sicília, além do Partenon, representam os monumentos melhor conservados da ordem dórica, e datam do século V a.C.. A sua mais notável característica é a curvatura das linhas, que dão aparência de retas, mas na realidade apresentam uma pequena curvatura, para eliminar a impressão de divergência das numerosas colunas. 

No templo de Asso a diminuição progressiva do diâmetro das colunas lhes dá quase a forma de um fuso, sendo uma das primeiras inclusões, num templo dórico, de um friso da ordem jônica. Por quase quatro séculos – do século VI ao III a.C. a ordem dórica predominou na Grécia, Ásia Menor, Sicília e Itália meridional, criando belos monumentos. Depois de atingir seu ápice, no Partenon de Atenas, mais ou menos no terceiro século a ordem dórica começou a ser abandonada. Para sucedê-la, aparecia outra maravilha da arte grega: a ordem jônica, com características diferentes: colunas mais delgadas e mais graciosas, com ligeiro estriado, base tripla e um capitel em voluta. Apesar de sua base dórica, o Partenon reflete algo da sutileza da influência jônica.

Ordem Coríntia

No período clássico (séculos V e IV a.C.), a arquitetura grega atingiu seu ponto máximo. Aos dois estilos já conhecidos (dórico e jônico) veio se somar um outro, o coríntio, que se caracterizava por um capitel típico cuja extremidade era decorada por folhas de acanto. A ordem coríntia apareceu no século IV a.C. e se caracterizou sobretudo pela forma do capitel. Há uma lenda que explica a origem desse estilo. Diz a lenda que certa vez, uma bela jovem coríntia fora enterrada em campo aberto; sua ama colocara sobre o túmulo um cesto coberto de telhas, contendo objetos que a jovem mais queria. Na primavera seguinte, brotaram no lugar alguns pés de acanto. encontrando os obstáculos das telhas, as folhas dobraram-se, formando volutas incompletas. Inspirado nesse motivo – continua a lenda -, um arquiteto grego chamado Calímaco teria criado a nova ordem. Na verdade, porém, o estilo conríntio parece ter sido importado do Egito, onde já existiam templos cujos capitéis eram decorados com motivos florais.
Embora o período áureo da arte grega tenha terminado por volta de 400 a.C., a ordem coríntia só se afirmou uns 200 anos depois, quando a Grécia já havia perdido muito de sua força e importância. Tirando a forma do capitel, os demais elementos da ordem coríntia são muito parecidos com os da jônica, como, por exemplo, o fuste estriado, a coluna assentada numa base e a arquitrave dividida em três partes. A coluna é um pouco mais esguia: sua altura é igual a até 11 vezes o diâmetro. A ordem coríntia, por sua própria natureza, exigia dos escultores muita habilidade para ornamentarem os capitéis com duas ou três carreiras de folhas e volutas, estas últimas se enrolando acima das folhas. O templo de Olympeion de Atenas começou a ser construído em 170 a.C, e só terminou muito tempo depois. Dedicado a Zeus Olímpico, foi o maior edifício coríntio, restando apenas ruínas do templo. Esse estilo seria mais tarde retomado e modificado pelos romanos, que procuravam o luxo e a ostentação.

Fonte: JBNews - Informativo nº 140 - 14/01/2011

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