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sexta-feira, 25 de junho de 2021

REFLEXÕES DE UM APRENDIZ

REFLEXÕES DE UM APRENDIZ
(autor não fornecido)

Após freqüentar, em Sessões Brancas, esta magnífica Loja, senti aguçada a minha curiosidade. Fiz algumas indagações ao meu patrono que, em certo momento, sugeriu que só entrando para a Arte Real eu obteria mais informações.

Não vai muito longe aquele dia 4 de junho de 1998 em que fui eleito para ingressar nessa Sublime Ordem. Compareci para a admissão, ato ao qual me entreguei por inteiro, vivenciando incríveis emoções.

Reconheço que até aquele momento eram bastante modestos os meus conhecimentos sobre a Maçonaria, o que me deixou em turbulências, mas, lá estava eu por inteiro, disposto a traçar novos rumos nessa minha simples e despretensiosa maneira de viver. Estava ali, me dando ao meu primeiro contato com os Mistérios Maçônicos.

Fui chamado de um homem livre e de bons costumes. Ouvi falar do Grande Pai, agora com o título de Grande Arquiteto do Universo, ouvi falar da Pedra Bruta, do Cinzel, do Maço, da Régua, do Profano, etc.

Jurei lutar pelos três objetivos maiores da Maçonaria: LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE e jamais trair a Sublime Arte. Foi-me dada a LUZ. Era uma montanha de acontecimentos que desabavam em um só tempo, de uma só vez sobre mim. Quase entrei em pânico.

Foi-me entregue um livro de Ritual que, durante aqueles primeiros 15 dias, li e reli umas tantas vezes, tentando em vão aplacar aquela ansiedade e entender os mistérios que se apresentavam. Recebi as minhas primeiras instruções e, a partir da terceira Sessão, já um pouco mais tranqüilo, comecei a entender o que realmente estava acontecendo.Ali estava a Pedra Bruta – eu – para ser trabalhada, esquadrejada, transformada em uma pedra cúbica.

Ali estava também o Cinzel – a matéria – o instrumento que viria a ser por mim utilizado para, em conjunto com o Maço – o espírito –, concretizar esta belíssima obra.

Consegui emprestado com meu querido Irmão Edvaldo Amorim Araújo algumas obras literárias sobre Maçonaria, as quais comecei a ler. Que coisa espetacular comecei a vislumbrar. Em um dos livros, estava escrito um comentário sobre o Salmo 133 – não seria necessário, pois o próprio Salmo fala por ele mesmo. Encontrei, também, lendo os artigos das Constituições de Anderson, coisas maravilhosas e, logo no 1a artigo, um primor de lição de vida:
“Dessa maneira, torna-se a Maçonaria um centro de União e o meio de se estabelecer uma sincera Amizade entre os homens. De outro modo, não poderiam continuar senão como perpetuamente estranhos”.
Estava iniciando minha entrada no mundo dos mistérios, dos Símbolos e do esoterismo. Estava eu compreendendo que tinha renascido; que dali em diante tinha muito a aprender. Tinha trocado a opção do mundo Profano pela Sublime Ordem, pela procura de um aperfeiçoamento moral e intelectual, tinha sido transformado em um Obreiro de São João.

Estava entrando no mundo do silêncio, tendo que observar, e observar muito, para aprender.

Estava eu sendo tratado com carinho e paciência pelos meus novos Irmãos, todos empenhados e dedicados em me passar o necessário para desenvolver meu trabalho. E que trabalho fantástico é esse que aos poucos vai vencendo nossas paixões, moderando nossas emoções e submetendo nossas vontades.

Vai ensinando-nos a levantar Templos à virtude e cavar masmorras ao vício, vai despindo-nos de toda ambição e egoísmo, tornando-nos tolerantes, ponderáveis e humildes, unindo todos em um mesmo ideal de LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.

Hoje já se vão quase oito meses de incessante trabalho sobre essa Pedra. Algo mudou e certamente mudou para melhor, seguramente esta pedra não é a mesma que aqui foi colocada. Já está muito diferente. Às vezes me surpreendo olhando para trás, tentando calcular a incalculável distância que separa esta daquela Pedra.

Não ouso colocar sequer uma vírgula nos procedimentos desta magnífica Arte, pois o resultado de séculos de desenvolvimento está nos Mestres, experientes na Arte Real, a quem fico observando; verdadeiras colunas de sustentação da Real Arte.

Podemos não ser Maçons, mas uma vez Maçom, jamais deixaremos de sê-lo. Um Maçom não o é apenas no período em que está trabalhando em Loja, um Maçom o é durante as 24 horas de todos os dias de sua feliz existência.

Tenho aprendido muito com os Mestres desta e de outras Oficinas. Mas não apenas com os Mestres, também com os meus queridos Irmãos Aprendizes; tenho aprendido meios mais fraternos de viver bem a vida.

Estou aqui nesse início de trabalho, com a mente e o coração voltados e dedicados ao aperfeiçoamento desta Pedra, que ainda Bruta, pede perdão aos queridos Irmãos se porventura não atingiu ainda o ponto desejado.

Acredito, pelos conhecimentos até agora adquiridos, que são muitos e profundos os Símbolos e mistérios a desvendar, mas não tenho dúvidas de que com a ajuda do Grande Arquiteto do Universo, com Vossos ensinamentos e a minha dedicação, estarei sempre entusiasmado na busca incessante deste APERFEIÇOAMENTO JUSTO E PERFEITO que se encontra tão bem representado nos degraus da esplendorosa escada de Jacob.

Fonte: JBNews - Informativo nº 131 - 05/01/2011

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