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quarta-feira, 1 de setembro de 2021

REGRAS RITUALISTICAS MAÇÔNICAS (I)

REGRAS RITUALÍSTICAS MAÇÔNICAS (I)
Ir∴ Valdemar Sansão

“Nada somos; o que buscamos é tudo” (Holdelin)

Loja – local em que uma sociedade maçônica realiza suas Sessões e, por extensão, qualquer corporação maçônica. O vocábulo deve ser mais usado para designar não o local de reunião, que é o Templo, mas, sim, a corporação maçônica, quando os seus membros reúnem-se num Templo; ao final de uma Sessão, a Loja é considerada fechada, mas o Templo continua aberto, inclusive para outras Lojas.

Uniformidade dos Trabalhos – A uniformidade dos TTrab∴MMaç∴ é realmente impossível de ser atingida, principalmente pelo fato de que cada Grande Loja, ou Grande Oriente, tem autoridade para introduzir modificações nos Rituais, os quais, de vez em quando, precisam ser modernizados. Isto, porém, não justifica os clamorosos atentados cometidos, como o de se modificar a ritualística de um Rito, amoldando-a a de outro, como se tem verificado.

O Ritual escrito tornou-se uma necessidade diante da incompetência e do desleixo de certos IIrmais interessados em exibir-se num cargo que não tinham qualidades para ocupar, do que assumir-lhe os encargos em toda a sua plenitude. Quantas vezes banalizamos e superficializamos a nossa Ritualística com “invencionices” e “achismos”? E se foram cometidos abusos e atentados nos Rituais escritos, podemos imaginar o que não terá acontecido com aqueles não escritos?

Comportamento – Chama-se assim, em Sociologia, o conjunto de atitudes e reações do indivíduo em face do meio social. Desta forma, o Maçom deve ajustar o seu comportamento não somente aos princípios estabelecidos nos Rituais e nas Constituições da Maçonaria, mas ainda nas leis do país.

O comportamento é um reflexo da personalidade e pode ser, por meio do conhecimento (instrução), alterado; a moral é o elemento básico do comportamento; a sociedade espera que seus membros aperfeiçoem o comportamento; normalmente, o comportamento tende a seguir pelo caminho do bem; em sentido inverso, o mau comportamento passa a ser um desvio de conduta.

Com a Iniciação maçônica, a instituição não pretende transformar o homem profano em um ser perfeito, diferente dos demais, criando uma figura especial. Obviamente, como acontece nas religiões, o indivíduo que se dedica a amar o próximo exteriorizará um comportamento social cada vez melhor. No entanto, o comportamento maçônico difere do comportamento profano. A diferença reside no fato de o maçom viver em Loja e conviver com outros maçons, em uma permuta constante de suas virtudes que afloram do seu interior espiritual. Diz o sábio ditado: “Dize-me com quem andas que te direi quem és”.

O maçom deve ter sempre presente o fato de que pertence a um grupo seleto, formado por iniciados. O seu comportamento deve ser excepcionalmente bom, em todos os sentidos.

Respeito a horários – sentindo a necessidade de disciplinar os trabalhos, os IIr∴ devem conscientizar–se que o cumprimento do horário é o mínimo de seus deveres. A chegada em atraso do Ir∴ impede de começar os trabalhos na hora prevista. De outro lado, a chegada no decorrer da sessão perturba a serenidade dos Trabalhos em Loja. A chegada com vinte minutos de antecedência à abertura dos trabalhos serve não somente para estreitar os Laços Fraternos que unem os IIr∴ da Oficina, mas contribui para conhecer os IIr∴ visitantes.

Sala dos Passos Perdidos – Muitos maçons ignoram que a sala dos Passos Perdidos é uma das antecâmaras do Templo e o seu comportamento reflete os hábitos profanos, quando deveria ser um local de respeito e de satisfações, momentos de troca de cumprimentos, de observação, de tratos sobre a próxima entrada em templo, passando pelo Átrio Purificador. É nela que se reúnem os Maçons para colocarem as suas insígnias, assinar o Livro de Presenças etc.

O nome “Passos Perdidos” deriva, segundo Lenning, do fato de que se considera todo passo feito antes do ingresso na Fraternidade ou que não foi feito de acordo com os princípios da Ordem, como um passo perdido.

Traduz desorientação, mas apenas inicial, uma vez que de imediato surgirá o rumo certo, em especial quando o Mestre de Cerimônias estender o convite para o ingresso no Átrio.

Não podemos esquecer que ao adentrar o edifício onde a Loja se localiza, estaremos ingressando em uma Loja maçônica, não em um clube, nem em dependências profanas.

Muitos confundem essas situações e apresentam-se totalmente despreparados, provocando discussões, elevando a voz, fumando, quando não bebericando bebidas alcoólicas (há Lojas que mantém um bar nas dependências da sala dos Passos Perdidos).

O comportamento do maçom deve ser preparatório para o ingresso em templo; uma preparação educada e consciente, aptos para a purificação do Átrio. O maçom deve sê-lo a todo o Tempo, permanentemente, uma vez que difere do profano.

O Átrio - O Átrio é a antecâmara do Templo. E para lá da sala dos passos perdidos é que o M∴ de CCerim∴ conduz os Irmãos com a finalidade de prepará-los para adentrar no recinto sagrado.


O templo, após ser construído, é consagrado pelo Grão-Mestre e comissão designada, por meio de um cerimonial próprio e muito místico.

No átrio, o maçom medita, renova os seus propósitos de fidelidade à Ordem e por meio de uma auto-análise, prepara-se para a busca da perfeição, deixando os pensamentos negativos e abrindo o coração para amar os seus Irmãos do quadro.

Essa preparação é um exercício que deve ser repetido diariamente, uma vez que todo maçom adentra em si mesmo dentro do templo espiritual, onde venera o poder maior que é Deus e se limpa dos “pecados cometidos”, confessando a si mesmo as suas fraquezas e renovando o propósito de ser melhor, digno de receber as benesses da ordem maçônica.

A permanência, mesmo que momentânea, em seu próprio templo, demonstra-lhe que o seu principal templo para o culto da presença divina é a consciência que fortalece o corpo, a alma e o espírito.

Mestre-de-cerimônias – O Mestre de Cerimônias é o oficial que “compõe” a Loja, distribuindo os cargos, conduzindo os maçons ao átrio, admoestando-os na preparação, orientando-os e batendo à porta do Templo. Deve cuidar para que todos os irmãos e os visitantes assinem o livro de presença antes de adentrarem ao Templo e o entregará ao Ir∴ 

Chanceler - É o único maçom a falar dentro do átrio; os demais, em silêncio, escutam-no e obedecem às suas ordens; ele verifica se todos estão devidamente trajados, se mantêm o respeito devido e “sente” com a sua sensibilidade adequada ao cargo, quem está preparado ou despreparado para adentrar no templo. Entrada em fila dupla com passos normais. Não existe oração, preleção, minuto de silêncio, etc. no R∴E∴A∴A∴, antes do início dos trabalhos (dentro e fora do Templo).

O Mestre-de-Cerimônias é o representante da Loja em suas cerimônias, não só para os seus irmãos mas também para com os visitantes e profanos.

Cada um de nós deve ter consciência dessa preparação e se não se sentir apto, não deve adentrar ao templo; se prosseguir com alguma malquerença contra algum irmão deve de imediato superar esse sentimento e exteriorizar simpatia e perdão. A Maçonaria que é a instituição do amor e da fraternidade repele o ódio da maneira mais veemente, não o admitindo em seu meio onde deve reinar a harmonia. Por isso recomenda a um Maçom que não se dá com o outro de afastar-se antes da Loja do que prejudicar a harmonia que nela deve reinar.

A Porta - O Templo Maç∴ possui apenas a Porta de entrada. Quando a Loja está em recesso, a porta permanece fechada; somente é aberta para as reuniões nos horários estabelecidos; abre-se para que os IIr∴ entrem e saiam, portanto é aberta unicamente duas vezes. Durante o cerimonial de Iniciação, a porta é aberta mais uma vez para o ingresso do iniciando.

Diz-se que a Loja está a coberto quando a porta estiver fechada, isso no sentido material; “estar a coberto” significa, porém, que no Templo está presente o Grande Arquiteto do Universo, com seu poder protetor que a todos “cobre”.

O mês de janeiro, derivado de Janus, o poderoso deus da Mitologia, significa “porta”; janeiro é a porta do ano. A mente humana é a porta para os mistérios da Natureza.

No sentido espiritual, Jesus, o Cristo, se autodenominava, a “porta”, significando que somente por ele o ser humano alcança o Pai, ou seja, o Reino dos Céus. A Maçonaria Cristã admite a presença de Jesus, em todos os sentidos: histórico, espiritual e pessoal.

Aos IIr∴ que assumem a coordenação de sua Loja Maçônica ou de alguma de suas tarefas, nossas congratulações, nossas orações para que saiam vitoriosos, pois a tarefa não é simples, embora seja um bom desafio para se crescer um pouco mais espiritualmente.

Fonte: JBNews - Informativo nº 141 - 15/01/2011

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