M∴I∴ da ARLS Theobaldo Varoli Filho – São Paulo
Nossa ordem é composta por milhares de Irmãos, espalhados pelo Universo, e cada um deles, como instrumento do GADU, tem certa missão a cumprir.
Classicamente, como construtores sociais, contribuímos para a elevação espiritual, cultural e social da Humanidade. Nesse sentido, nossa missão assume conotações educativas.
De fato, a palavra educare dos romanos significa trazer para cima, sentido conservado no francês élever e no inglês to bring up, porque, verdadeiramente, a educação tem por finalidade elevar o homem, desprendendo-o da animalidade primitiva, a ganga bruta que pesa sobre ele ao nascer, como verdadeiro pecado original.
Como adquiriremos preparo para tal missão? Quem nos ensinará a desempenhá-la?
Na medida em que nos esvaziemos de fórmulas pré-concebidas e permitamos que a Maçonaria penetre em nosso espírito, compreenderemos que esse preparo decorrerá mais do que pudermos buscar por nossos próprios esforços e méritos do que por algo que nos seja dado como receita mágica. Isso significa que, ao longo da escalada ascencional que empreendemos sob os auspícios da Maçonaria, será pelo nosso trabalho e mudança íntima que iremos progredir, à custa de paciência e perseverança.
Nas várias escolas iniciáticas, desde a antiguidade, quando os buscadores percorriam incomensurávies distâncias para chegar aos templos onde seriam iniciados, sedentos dos ensinamentos dos Mestres, davam-se conta de que a verdadeira iniciação, ou seja, a Iluminação da consciência, não lhes viria senão quando estivessem preparados interiormente, independente das condições de tempo e espaço. Daí a repisada fórmula "Quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece".
É possível, sem dúvida, favorecer e auxiliar essa preparação. Aliás, nisso repousa a finalidade do Tempo de Estudos, quando procuramos oferecer explicações sobre o conteúdo moral, filosófico, simbólico e mesmo esotérico dos trabalhos desenvolvidos em nossas sessões.
Consideremos, por exemplo, o Grau de Aprendiz, calcado em sua origem operativa.Quando falamos da transformação da Pedra Bruta e Pedra Polida, por meio do adequado emprego de várias ferramentas profissionais, particularmente o maço e o cinzel, estamos ensinando, simbolicamente, que a meta a ser atingida é o ensino da Moral, da preponderância do altruísmo sobre o egoísmo, através do emprego de ferramentas psíquicas, que são as qualidades e virtudes de nossa personalidade.
Não é por menos que a Maçonaria já foi definida como uma ciência da moralidade, velada por alegorias e símbolos, para que seu ensino se torne mais didático e não seja distorcido pelos profanos.
O fundamental, contudo, não é apenas esse aprendizado em nível meramente intelectual. Além do mais, a missão educativa da Maçonaria é essencialmente auto-educativa. Como poderemos influir positivamente sobre a sociedade, se nós mesmos não nos modificamos?
O que importa – e isso depende só de cada um – é nosso espírito de busca, de uma consciência de nós mesmos, para descobrirmos um sentido de vida que nos leve à auto-realização de nossas potencialidades.
Tal é a verdadeira missão do Maçom, ou seja, a atualização de algo de bom que, potencialmente, existe em seu interior, independente de raça, classe ou credo confessional.
Nossa meta é a de construir um Templo Interno, um santuário divino dentro de nós, que revele um motivo para agirmos em prol de outrem, incondicionalmente, e não pela esperança de um prêmio, aqui ou alhures, nem pelo temor a um castigo.
Nossa missão é a de podermos agir por amor à verdade eterna, que aos poucos a Maçonaria nos ajudará a descobrir em nós mesmos, verdade que nos libertará, isto é, nos tornará "homens livres e de bons costumes".
Fonte: JBNews - Informativo nº 188 - 03/03/2011
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