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sábado, 26 de outubro de 2024

DE JESUS E FRANCISCO

O artigo do Eminente Grão-Mestre Barbosa Nunes, intitulado "De Jesus e Francisco" teve a publicação no jornal Diário da Manhã na edição especial do Domingo de Páscoa.
(enviado pelo Ir. Abel Tolentino de Oliveira Júnior, Goiânia)

No livro “A Maçonaria e o Cristianismo”, de Jorge Buarque Lira, Editora Aurora, está registrado que “é oportuno lembrarmos aqui o que disse Nosso Senhor no seu discurso sobre a videira e as varas, no capítulo 15 do evangelho de São João, em que o Divino Mestre afirma que a questão de darmos frutos não depende de estarmos plantados Nele, como as varas na videira: „Eu sou a videira, vós sois as varas. Aquele que permanece em mim, e no qual eu permaneço, dá muito fruto, pois sem mim nada podeis fazer.”

O fruto dos que praticam o bem será certo. Não há dúvida. Rui Barbosa, maçom, já dizia “enquanto Deus nos der um resto de alento, não há que desesperar da sorte do bem. A verdade não se impacienta, porque é eterna. Quando praticamos uma ação boa, não sabemos se é para hoje ou para quando. O caso é que os seus frutos podem ser tardios, mas são certos.”

Nesta semana, santa e muito santa para os católicos, tenho refletido sobre os ensinamentos do filho de Deus, ao qual nos curvamos com toda humildade, sempre buscando seu exemplo de vida, sua sabedoria, seu sofrimento e seu amor para com seus irmãos, que somos nós.

Do Mestre Divino, Jesus, registro e transcrevo alguns ensinamentos profundos, que nos possibilitam meditação e reflexão, sintetizados em frases:

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” “Ninguém vai ao Pai, se não por mim”. “Amarás a Deus e ao teu próximo, assim como amas a ti mesmo.” “Para isto eu nasci e vim ao mundo, para dar testemunho da verdade; todo o que está pela verdade, ouve a minha voz.” “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e muitos são os que entram por ela.” “Eu estarei com vocês até o fim dos tempos.” “O amor é tudo.”

Sobre Jesus Cristo, Douglas Adams declarou: “Jesus foi um homem que foi pregado numa cruz por dizer quão bom o mundo seria se todo mundo se amasse.” Frei Betto, escreveu: “O evangelho não deixa dúvidas de que o Cristo veio, principalmente para os pobres e marginalizados. Jesus amava aqueles que os homens supunham rejeitados pelo próprio Deus. A pobreza foi a própria condição de vida de Jesus.” “A história inteira é incompleta sem Jesus”, (Ernest Renan).

A semana santa para os católicos é aberta com o domingo de ramos, quando Jesus é recebido em Jerusalém como um rei. Na segunda feira santa, Jesus começa sua caminhada rumo ao calvário, na terça feira é celebrada as 7 dores de virgem Maria. Na quarta feira o mundo já está em trevas, devido a proximidade da morte de Jesus. No quinto dia da semana santa, Jesus, em sua humildade grandiosa, lava os pés dos seus doze discípulos e come com eles a ceia derradeira. A sexta feira foi o dia do seu sofrimento maior, sua crucificação. Sábado é dia de oração, onde os cristãos choram pela morte de Jesus, e, finalmente, o domingo de páscoa, o dia em que Ele ressuscitou. 

Falo, agora, de Francisco, São Francisco de Assis, nascido Giovanne Francesco di Bernardone, em Assis, na Úmbria, 1181 ou 1182, filho de um comerciante rico em Assis, Itália. Foi um jovem rico e adepto dos prazeres da vida. O pai passou a chamá-lo Francesco, em homenagem ao seu sucesso comercial e entusiasmo por todas as coisas francesas. Foi prisioneiro, passando um ano em cativeiro, tendo participado em 1201 de uma expedição militar. Em 1205 uma visão estranha o fez voltar para Assis, aprofundando e o despertando para uma nova vida.

Seu pai, Pietro, tentou mudar sua mente com ameaças e seguidos espancamentos, quando então renunciou a seu pai e a seu patrimônio, deixando de lado até mesmo as roupas que havia recebido dele. Na sequência, começou a pregar o arrependimento, ganhando seguidores, vivendo vida simples no deserto leprosário de Rio Torto, perto de Assis.

Em 16 de abril de 1210, constituiu e fundou a Ordem Franciscana, que cresceu rapidamente com novas vocações. É afirmado que ninguém na história foi tão dedicado como Francisco para imitar a vida e realizar o trabalho de Cristo, na própria maneira de Cristo. Ele acreditava que a própria natureza era o espelho de Deus, chamando todas as criaturas seus “irmãos e irmãs” e pregou aos pássaros e, supostamente, convenceu um lobo a parar de atacar alguns moradores, que concordaram em alimentá-lo.

Muitas das histórias que cercam a sua vida dizem do seu amor pelos animais. Em seu leito de morte, agradeceu aos seus burros por transportá-lo e ajudá-lo em toda sua vida e seu burro chorou, registro de uma lenda.

A comemoração do seu dia é em 4 de outubro. Faleceu em 1226 e foi canonizado em 16 de julho de 1228, tendo sido reconhecido em 1979 pelo Papa João Paulo II, como padroeiro da Ecologia. Ficou conhecido como protetor dos animais.

Algumas frases de São Francisco de Assis: “Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.” “Apenas um raio de sol é suficiente para afastar várias sombras.” “A cortesia é irmã da caridade, que apaga o ódio e fomenta o amor.” “Ninguém é suficiente perfeito que não possa aprender com o outro e, ninguém é totalmente destituído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão.”

Penso que São Francisco de Assis foi Jesus em seu tempo e concluo pedindo aos que lerem este artigo, uma reflexão silenciosa, ao lerem, novamente, um dos mais belos textos da literatura mundial, que é a oração de São Francisco de Assis.

“Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver dúvidas, que eu leve a fé. Onde houver erro, que eu leve a verdade. Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe. É perdoando que se é perdoado. E é morrendo que se vive para a vida eterna.”

(Barbosa Nunes, advogado, professor, delegado de polícia aposentado, ex-radialista, é Grão-Mestre da Maçonaria Grande Oriente do Estado de Goiás –barbosanunes@terra.com.br)

Fonte: JBNews - Informativo nº 250 - 05.05.2011

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