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terça-feira, 17 de maio de 2011

NOSSOS TEMPLOS

M∴M∴Valdemar Sansão SP - vsansao@uol.com.br

Ensinamentos para os Aprendizes e recapitulação para os demais Irmãos, no “Quarto de Hora de Estudos”.

“Templo Maçônico é a atmosfera de amor, de verdade e de justiça formada pela união de corações ávidos das mesmas esperanças, sequiosos de idênticas aspirações porque sem esse isocronismo de ação, sem essa elevação, poderá haver, quando muito, grupos de homens, nunca porém Maçonaria”.

O Templo é o lugar onde se desenvolvem os trabalhos maçônicos e o local onde se reúne a Loja, manifestação do Logos ou a “Palavra” que vive em cada um de seus membros e que encontra, na totalidade do seu conjunto, uma expressão harmônica e completa.

São raríssimos os templos cujo exterior sejam, realmente, obra arquitetônica que revele uma obra maçônica; apenas, “alguns sinais muito profanatizados”, como Colunas, Triângulos, e o emblema constituído do Esquadro entrelaçado com o Compasso.

Não há, um estilo dentro da arquitetura, que se possa afirma, ser “estilo maçônico”.

O Templo maçônico é um quadrilongo que se estende de Oriente para o Ocidente, isto é, “na direção da Luz”. Sua largura é do Norte ao Sul (da potencialidade latente às plenitude do manifestado) e, sua altura, do Zênite ao Nadir. Isto quer dizer que praticamente não há limites e abrange todo o Universo, onde tem lugar a atividade do Princípio Construtivo, que sempre atua na direção da Luz como nos é dado observar em toda a natureza.

Já que o Templo representa a Terra, as Colunas marcam a passagem dos trópicos de Capricórnio, ao Sul, e de Câncer, ao Norte, com a linha do equador passando entre elas e indo até o Delta, no Or∴ 

O Pavimento Quadriculado, ou Mosaico, de origem sumeriana, deve ocupar todo o solo do Templo, mas é um símbolo que não está presente em todos os Ritos. As Colunas Zodiacais, que só existem em alguns Ritos, devem ser 12 meias Colunas caneladas – de preferência, da ordem jônica – ou 12 meias pilastras (que têm formato retangular), contendo os pentáculos (representação do elemento e do planeta relativo a cada signo); em lugar das colunas, pode haver a representação dos signos no teto, o que é mais correto. O Delta também é um símbolo que tem origem nas antigas civilizações, representando as tríades divinas. (tríade= conjunto de três pessoas ou três coisas; trindade, trilogia).

O teto dos Templos tem, normalmente, decoração estelar, o que era um hábito do antigo Egito, onde o exemplo mais flagrante dessa decoração esta no magnífico Templo de Luxor. Os Templos egípcios representavam uma imagem simbólica do mundo, do qual brotam as colunas, como imensos papiros, crescendo em direção ao firmamento.

A Corda de 81 Nós também é um adorno encontrado em alguns Ritos; formada por um só nó central sobre o Altar de 40 nós que se estendem pelo Sul, terminando em duas borlas que ladeiam a porta de entrada, formando, portanto uma abertura, ela significa que a Ordem Maçônica é dinâmica e evolutiva, estando sempre aberta às novas idéias, que possam contribuir para a evolução do Homem e para o progresso racional da humanidade.

Os lugares dos OObr∴, nas CC∴, têm origem no Parlamento britânico. Neste, o presidente toma lugar na “Great Chair” (um cadeirão de encosto alto), ladeado pelos líderes do governo e da oposição, enquanto que os demais parlamentares sentam-se em bancadas, frente a frente, em lado similar ao do seu líder. Também é do parlamento inglês a S∴ dos P∴ P∴, pois, neste, ela existe, e é uma sala de espera, onde as pessoas costumam dar passos a esmo, sem destino e, portanto, “Passos Perdidos”. A S.’. dos PP.’. PP.’., anexa aos Templos, também tem a mesma finalidade. Note-se, por fim, que o Parlamento britânico existe desde 1296, enquanto que o Templo Maçônico só surgiu em 1776; este, portanto, copiou aquele, não tendo ocorrido o contrário, como costumam afirmar alguns Maçons sem conhecimentos históricos.

Todo Templo Maçônico é constituído de três partes: A Sala dos Passos Perdidos. O Átrio e o Templo.

Inicialmente, temos a Sala dos Passos Perdidos, onde a Irmandade se reúne, sem qualquer maior preocupação. Chega, cumprimenta a todos, reata a conversação interrompida, dá conta do que aconteceu durante a semana, toma cafezinho, brinca, trata de negócios, o Tesoureiro faz as cobranças, é assinado o Livro de Presença, enfim, uma reunião tipicamente social.

Aos poucos, no ambiente agradável de verdadeira amizade, o Mestre de Cerimônias distribui os colares, dos quais dependem as Jóias, atributo do respectivo cargo e começa a preparação para o ingresso no Templo.

A Sala dos Passos Perdidos apresenta características próprias, de molde a que um profano verifique tratar-se de uma sala “diferente” das comuns, dos lugares públicos.

Nas paredes, quadros alegóricos, estátuas, avisos, retratos de personalidades, quer maçônicas, quer históricas, de filósofos ou heróis, enfim, uma ante-sala profusamente ornamentada; mesas, dadeiras, poltronas, para emprestar um aspecto acolhedor; cortinados, lustres, tapetes, para enriquecê-la.

Forma-se o ambiente adequado e que conduza a um “bem-estar”, um refugio onde amigos irão se abraçar.

Uma vez que todos estejam devidamente aparamentados ou revestidos com suas insígnias, são convidados pelo Mestre de Cerimônias para ingressarem no Átrio.

Este ingresso é feito de forma silenciosa; cessam as conversas, os comentários; cada um se coloca no seu respectivo lugar, sendo que os Aprendizes, ficam nas proximidades da Entrada do Templo, e os mais “graduados”, perto da porta de entrada do Átrio.

Faz-se silêncio completo. A luz é amenizada. Surge, “ao longe”, uma melodia. O Mestre de Cerimônias faz uma rápida preleção para conduzir o pensamento de todos ao fim colimado.

É a preparação para o ingresso no Templo. Aqui há uma observação a fazer: o Irmão não só ingressará no seu “Templo Interior”, no “Templo de Dentro”, da sua Alma, do seu “Infinito”.

O verdadeiro objetivo da Maçonaria é fazer com que o homem se “conheça a si mesmo”, e o primeiro passo é “ingressar” em si, para o encontro entre o “ego” e o “EU”.

É a parte esotérica e mística que ocorre justamente dentro do Átrio; daí a relevância desse momento.

Se a Sala dos Passos Perdidos representa o Consciente, ainda ocupado pelos problemas do mundo profano, ou seja, “de fora”, o Átrio será o subconsciente, ocupado apenas pelos problemas “de dentro”, na preparação para o encontro com o “hiper-consciente”, ou seja, o “Espírito”.

A entrada do Templo já se encontra devidamente regulamentada em nosso Ritual. Apesar de sua simplicidade, certas Lojas, ainda, não obedecem à determinação Superior.

Uma das confusões mais comuns, diz respeito ao Guarda do Templo que cumpre “abrir” a porta, porém, do lado de dentro, motivo porque já deverá estar em seu lugar, antes da reunião.

A propósito, deve-se esclarecer que dentro do Templo, com as portas fechadas, devem permanecer três oficiais: o Guarda do Templo, o Arquiteto e o Mestre de Harmonia; este deverá manter a música em ordem, para que, ao abrir a porta, os Irmãos precedidos pelo Mestre de Cerimônias, o façam ao som de música apropriada.

O Venerável Mestre será o último a entrar. Todos os demais ocuparão os seus lugares aguardando de pé e silenciosamente a entrada do Venerável Mestre, em meditação ao som da música.

Fontes de Consultas:

Ritual Aprendiz Maçom (GLESP);
Vade-Mécum do Simbolismo maçônico (Rizzardo da Camino).

Fonte: JBNews - Informativo nº 262 - 17.05.2011

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