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quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

PERGUNTAS & RESPOSTAS

PERGUNTAS & RESPOSTAS
(republicação)
Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Otávio Foss Neto, Mestre Maçom da Loja Estrela de Morretes, 3.159, Rito Escocês Antigo e Aceito – GOB/PR, Oriente de Morretes, Estado do Paraná. 

1 – Qual procedimento adotado por um Irmão atrasado para entrar em Loja? 

2 – Como deve um Irmão pedir a palavra e Loja? 

3 – Qual a serventia do Altar dos Perfumes? 

CONSIDERAÇÕES: 

Antes das questões propriamente ditas eu diria que o primeiro procedimento é não chegar atrasado para os Trabalhos. Agora, como a boca entorta conforme o hábito do cachimbo, vamos lá: 

1 – Estando a Loja aberta no Rito em questão e não sendo visitante que aguarda o momento propício para entrada conforme exara a Ritual este, se chegar atrasado e tiver acesso ao Átrio e ainda, não estiver presente o Guarda Externo, então ele dá na porta da Sala da Loja (Templo) a bateria maçônica universal que é a de Aprendiz. Se no momento ele não puder ser atendido por um processo em andamento, por exemplo, o Cobridor Interno, sem qualquer anúncio (para também não atrapalhar o procedimento em andamento) responde pelo lado de dentro com bateria universal maçônica. O que estiver pedindo ingresso então aguarda o momento propício sem repetir bateria, ou pior, proceder à bateria de outro Grau. Em sendo possível dar o andamento para o processo de entrada do Obreiro que aguarda, o Cobridor, na forma de costume anuncia ao 1° Vigilante que por sua vez comunica o Venerável. Este então fala diretamente para o Cobridor fazer a verificação de quem bate, salientando que se for um Irmão do Quadro que lhe seja dada a entrada na forma de costume. Obviamente o que pede entrada já estará devidamente paramentado e sendo conhecido o próprio Cobridor observa se ele tem qualidade suficiente para participar dos Trabalhos caso a Loja esteja trabalhando em outro Grau. Se ele por ventura não possuir a qualidade necessária, o Cobridor comunica ao Venerável que toma providência para que seja informado àquele que pede ingresso. Normalmente quem vai ao Átrio para fazer tal comunicação é o Segundo Experto, já que o Cobridor deve sempre permanecer no seu lugar (guardando a porta).

No caso de ser um Irmão desconhecido, o ato carece do telhamento na forma de costume (Sinal, Toque e Palavra). Esse procedimento é realizado no Átrio, normalmente pelo Segundo Experto que inclusive após o reconhecimento da qualidade maçônica, solicita se necessário documentos para análise que serão direcionados ao Orador para verificar a autenticidade e os exames de praxe. Estando tudo nos conformes, o Venerável autoriza o ingresso do visitante que executará a Marcha do Grau de acordo com os trabalhos abertos e ainda se submete ao telhamento a que se referem às questões emanadas do Venerável (De onde vindes? Etc.).

O que não é permitido é que quando o visitante ouve a resposta do Cobridor pela bateria universal para aguardar, imediatamente retruca com a bateria do Grau subsequente. Isso é um procedimento equivocado de interpretação, pois a resposta do Cobridor é para que o solicitante aguarde e não informando que a Oficina está trabalhando em Grau acima do de Aprendiz. An passant, isso normalmente não está formalizado nos rituais para que se evite e não se institucionalize o atraso. Enfim, pedido de ingresso em Loja aberta, não importando o Grau que ela esteja trabalhando, só se faz pela bateria universal – a de Aprendiz. Da mesma forma, responde o Cobridor. Além dessa bateria, para esse momento, não existem quaisquer outras. As baterias dos outros dois Graus somente serão executadas na porta de entrada do Templo quando o ritual assim determinar. E ainda, a única bateria profana dada na porta é aquela que está presente na cerimônia de Iniciação quando o Candidato (profano) pede ingresso nos augustos mistérios da Maçonaria. 

2 – No Ocidente o obreiro pede a palavra ao Vigilante da sua Coluna. No Oriente, os presentes pedem a palavra ao Venerável. Já os Vigilantes pedem a palavra diretamente ao Venerável Mestre. Um obreiro nas Colunas que desejar fazer uso da palavra dá com a palma da sua mão direita uma pancada sobre o dorso da sua mão esquerda e estende levemente o braço e mão direita espalmada para frente num ato de chamar atenção e aguarda a autorização. Da mesma forma procedem aqueles que ocupam o Oriente. Já os Vigilantes pedem a palavra com um golpe de malhete que assim é entendido pelo Venerável. Estes também só falam após a autorização do Venerável. 

3 – Boa pergunta. O Altar dos Perfumes, no Rito em questão não serve mesmo para nada e, no meu modo de entender está ali só para confundir e induzir certos Irmãos a queimar incenso ou acender uma vela que eles chamam de “chama votiva”. Esses procedimentos não existem no Rito Escocês Antigo e Aceito. Ao bem da verdade, o Altar dos Perfumes e remanescente dos chamados “Rituais de Sagração de Templo” que é produto distinto de algumas Obediências que costumam sagrar (conferir dignidade) ao espaço da Sala da Loja (Templo). Esse costume não é original do Rito, todavia, por força desses rituais ele acaba por adquirir amparo legal. Outro aspecto é também da miscelânea que ocorre com nossos rituais, principalmente no Brasil onde o Rito Escocês é às vezes uma “colcha de retalhos” com costumes ritualísticos de outros ritos. Nesse caso em particular, penso que esse Altar pegou carona na ritualística Adonhiramita que possui a cerimônia de insensação do Templo e acabou ficando como um objeto e elemento decorativo que não serve mesmo para nada no escocesismo simbólico. Observação – Não quero contestar e nem induzir Irmãos a desrespeitarem os seus rituais em vigor, sejam eles a qual Obediência venha a pertencer. As respostas aqui exaradas são embasadas nas tradições, usos e costumes da Maçonaria. Os conceitos emitidos apenas induzem os leitores à reflexão e nunca ao desrespeito às Leis. Cumpra-se sempre o Ritual. 

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 373 Florianópolis (SC) – 05 de setembro de 2011.

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