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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

REGRAS RITUALÍSTICAS - 05

REGRAS RITUALÍSTICAS
SIMBOLISMO MAÇÔNICO (2a PARTE)
ir∴ Valdemar Sansão 

Vale lembrar que quaisquer alterações litúrgicas ou ritualísticas devem ser feitas somente através das obediências e não pelas lojas como se percebe comumente.

Regras - as regras falam por si mesmas. Não foram estabelecidas para provar a obediência, mas por serem necessárias ao nosso bem. Não devemos observá-las apenas pelo fato de nos serem impostas, foram-nos ordenadas porque são justas. 

A maçonaria é uma instituição que transmite a sua doutrina através, principalmente, de símbolos, alegorias, emblemas, parábolas e máximas; todo este vasto volume de informações dadas ao iniciado necessita de uma correta interpretação no sentido de explicação, de comentário, para que possa ser bem captado, principalmente em relação aos símbolos, que admitem interpretações diversas conforme o ângulo da análise, se exotérica ou esotérica. 

Importante, também, é a correta interpretação das práticas litúrgicas e ritualísticas, para que não haja a deturpação das mensagens doutrinárias e simbólicas nelas contidas. 

Instrução – em maçonaria, são muito importantes as instruções relativas a cada grau, para que o maçom tenha conhecimento suficiente deles e possa produzir os seus trabalhos para o aumento de salário (elevação de grau); todavia, além das instruções contidas nos rituais e catecismos maçônicos, realmente bastante elementares, o maçom deve receber outras, complementares, para melhor se aperfeiçoar na prática da arte real. 


Qualquer instrução maçônica, mesmo ritualística deve ser facilmente compreendida por um iniciado, sem ter que recorrer a exercícios de criptografia ou de leitura de mensagens cifradas. Muitas das instruções e rituais possuem, para dificultar o entendimento do não iniciado, muitas palavras truncadas, ou apocopadas, com os três pontos em triângulo (∴), que mostram a apócope; é claro que as palavras truncadas devem ser as de uso maçônico constante (exemplos: or∴, ord∴, secr∴, pal∴, bal∴, pr∴, vig∴, etc.), para que, pelo menos o iniciado as entenda; ocorre, entretanto, que certos rituais são completamente ininteligíveis, tantas são as palavras truncadas e a maior parte delas de uso ocasional, o que dificulta, sobremaneira, qualquer leitura.

Instrumentos – utilizados na prática ritualística maçônica são todos ligados à arte de construir, em todas as suas formas: esquadro, compasso, maço, cinzel, alavanca, régua, prumo, nível, trolha, colher de pedreiro, lápis, etc. Também devem ser considerados os instrumentos de trabalho, inerentes a diversos cargos em loja: malhete, espada, bastão, bolsa (ou sacola), etc. Quanto a estes últimos, existe uma regra fundamental, em maçonaria: não se faz nenhum sinal maçônico com instrumentos de trabalho, mas, sim, com a mão. 

Malhete – (diminutivo de malho), designa um pequeno malho. Em maçonaria, é o instrumento do qual se servem os veneráveis mestres, para a direção dos trabalhos da oficina. Os malhetes, utilizados pelo venerável mestre e pelos vigilantes servem tanto para chamar a atenção para alguma ordem ou comunicação, quanto para as baterias simbólicas e os aplausos. Existem lojas, onde, inadvertidamente, essas dignidades fazem soar os malhetes em outras ocasiões, o que é um erro, pois os golpes de malhete são para chamar a atenção para alguma ordem; por exemplo: quando o Ven∴M∴tem de fazer uma comunicação aos obreiros, através dos vigilantes, para uma parte da sessão e quando os vigilantes vão fazer as comunicações aos obreiros de suas respectivas colunas; a batida de malhete, então, é o sinal para que todos prestem atenção às ordens e/ou comunicados. 

O V∴M∴, obedecendo ao seu exclusivo critério pessoal, poderá deixar de ler uma prancha, ou proposta, caso ela exija um exame mais elaborado, para depois ser apresentada à loja. Nesse caso, a proposta, ou a prancha, é deixada sob malhete. Há, todavia, um prazo regulamentar, para que o V∴M∴ dê conhecimento da prancha que não foi lida (geralmente, duas sessões). Sob malhete – e não “sobre” malhete – é exatamente isso: adiar a leitura de uma proposta, ou prancha. Diz que ela ficou “sob malhete”, porque é como se ficasse presa, provisoriamente, sob o malhete do venerável mestre. 

Cinzel – instrumento cortante numa das extremidades, usado por escultores e gravadores. É um dos instrumentos e atributos do aprendiz maçom; destinado ao esquadrejamento da pedra, ele simboliza, esotericamente, o físico, ou a matéria, sobre a qual o espírito, que é o maço, para a execução da obra; exotericamente, o cinzel simboliza a razão, a inteligência. 

Paramentos – os principais paramentos pessoais do maçom são: aventais, faixas ou fitões, colares, punhos, luvas, tiaras, chapéus. as da oficina (estandartes). 

Os maçons devem estar revestidos com seus paramentos, durante as sessões, não sendo permitido participar delas sem que isso ocorra. Deve-se, todavia, respeitar uma regra clássica em maçonaria: “deve-se evitar colocar e retirar os paramentos no interior do templo, pois quando o obreiro entra, já deve estar com eles e só poderá retirá-los ao fim da sessão, ou quando tiver o templo coberto, ao chegar à sala dos passos perdidos (não ao átrio, pois este também faz parte do templo). Fundamental é saber que nunca um obreiro presente à sessão de sua oficina poderá estar sem suas insígnias.

Passos - os passos das marchas maçônicas de cada grau são normais, ou seja, tirando-se os pés do solo. o sentido dos passos, todavia, é variável, podendo ser em linha reta, ou em diagonal (o aprendiz, por exemplo, só dá os passos da marcha em linha reta, pois, simbolicamente, se sair do caminho reto, não saberá retornar a ele), juntando-se os pés em esquadria, depois de cada um deles. ESses passos regulamentares são dados quando o obreiro ingressa no templo, parando, depois, entre colunas e saudando o VM∴ e os vigilantes. são dados, também, durante o cerimonial de iniciação, de elevação ao segundo grau e de exaltação ao terceiro grau. Fora esses momentos, a marcha é normal. não havendo a junção dos pés. 

Circulação – no templo maçônico, em loja composta, a circulação, é sempre no sentido horário, ou seja, no sentido dos ponteiros do relógio, para mostrar que o trabalho do homem deve começar com o nascer do sol, na aurora, e terminar ao cair da noite, representa, também, a marcha à luz do sol. 

Em maçonaria o horário é importante, para mostrar o início e o fim das sessões, embora, lamentavelmente, muitos maçons o ignorem, chegando, costumeiramente, atrasados aos trabalhos, o que não é de boa geometria. 

A circulação no oriente não tem uma padronização, exigindo-se, entretanto, que o maçom que a ele subir o faça pela sua própria esquerda (nordeste) e que, ao sair dele, o faça, novamente, pela sua própria esquerda (sudeste). 

Colunas – além das colunas do pórtico, J e B, que, não possuem função de sustentação, as colunas que dão sustentação simbólica à loja; é o caso das colunas das ordens dórica, jônica e coríntia, que sustentam, simbolicamente, a loja de aprendiz e que, juntamente com as colunas das ordens compósita e toscana, sustentam, simbolicamente, a loja de companheiro. São, também, chamadas de colunas (do norte e do sul) as partes dos templos em que ficam os maçons que não estão no oriente e em correspondência com as colunas do pórtico. A coluna do 1º Vig∴ é a da força, a do 2º Vig∴ é a da beleza e o VM∴, por analogia, é a coluna da sabedoria. A trilha musical das sessões, executadas pelo mestre-de-harmonia, é chamada de coluna de harmonia. Qualquer documento escrito tem, maçonicamente, o nome de coluna gravada. A expressão maçônica “entre colunas” significa em segredo, para designar assuntos que não podem ser revelados a terceiros. Não pode um obreiro, colocar-se entre colunas ao seu bel prazer. O pedido de palavra entre colunas é específico para uma só situação: quando o obreiro tem a palavra cerceada pelo vigilante de sua coluna, coloca-se entre colunas, que é o único local onde ele, não estando em nenhuma das duas colunas (norte e sul), poderá pedir a palavra diretamente ao venerável mestre. Para apresentar alguma peça de arquitetura, o fará de seu lugar, ou, se for autorizado, sendo mestre maçom, do oriente. o direito de falar entre colunas é restrito aos mestres maçons. 

Fonte: JBNews - Informativo nº 0165 - 08/02/2011

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