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sábado, 7 de setembro de 2024

DIA DO MAÇOM

Ir∴  Mário Brandão de Andrade - GOEMS – Três Lagoas -MS

A história não se modifica, pois ela é calçada em fatos e acontecimentos. O que difere, às vezes, é a maneira de sua descrição.

O Dia do Maçom é comemorado nos diversos países do mundo em diferentes datas.

Essas datas estão ligadas aos importantes feitos maçônicos ou às suas lutas de  libertação e também na formação de sua nacionalidade.

O Dia do Maçom reverencia uma grande decisão histórica da Maçonaria Brasileira, mostrando que a sua participação esteve sempre presente em diversos fatos da nossa história.

No Brasil, o Dia do Maçom é comemorado em 20 de agosto, dia esse marcado pelo acontecimento na memorável sessão da Loja Comércio e Artes, o qual resultou no desfecho de sete de setembro de mil oitocentos e vinte e dois, tornando-se a data magna da Pátria.

A independência do Brasil deu-se praticamente entre as colunas do Templo Maçônico e representa, inegavelmente, senão o maior, pelo menos um dos maiores benefícios que os Maçons prestaram à coletividade brasileira até hoje.

E, como se não bastasse o impulso inicial para a redenção política de nossa Pátria, prosseguiram assegurando ao mundo profano brasileiro a efetividade da medida até sua concretização.

A Ordem Maçônica Brasileira teve, na Loja Comércio e Artes, na cidade do Rio de Janeiro, a sua sede viçosa e robusta capaz de acalentar e realizar as maiores e melhores idéias que sempre foram o apanágio dos Maçons.

No início de 1822, seu Venerável Mestre Gonçalves Ledo, com o entusiasmo e a capacidade que o caracterizavam, imprimiu corpo e alma a idéia então germinante, passando a persegui-la com o apoio unânime de seus Obreiros para, mais tarde, culminar com a proclamação da nossa independência.

Não é demais relembrar um trecho da magnífica oração do insigne Maçom que sempre foi Gonçalves Ledo, na sessão de vinte de agosto, a qual terminou por ser aprovada com inusitado entusiasmo e na presença do Príncipe Dom Pedro, já então Maçom.

Ouçamos, agora, a história pela inflamada fala de Gonçalves Ledo:
“Desde que o sol abriu o meu túmulo e dele fez-me saltar para apresentar-me ao ditoso Cabral, a minha fertilidade, a minha riqueza, a minha prosperidade, tudo sacrifiquei, tudo te dei. E tu, Portugal, que me deste? Escravidão e só escravidão... Mudaram os cursos dos meus rios caudalosos para arrancarem de seus leitos os diamantes da coroa do Monarca; despiram as minhas florestas para enriquecerem tua grandeza que deixaste cair das mãos enfraquecidas... E tu, que me deste? Operação e Vilipêndio... Assaz te conheci, demasiado te servi... os povos não são propriedade de ninguém... O Brasil, no meio de nações independentes, e que lhe fala como exemplo de felicidade, não pode conservar-se colonialmente sujeito a uma Nação remota e pequena, sem força para defendê-lo e ainda menos para conquistá-lo... As nações do universo têm os olhos sobre nós brasileiros e sobre ti, Príncipe... Ou cumpre aparecer entre elas como rebeldes, ou como homens livres e dignos de ser... Tu já conheces os bens e os males que te esperam e a tua prosperidade... Queres ou não queres? Resolve, Senhor.”
Podemos sentir, prezados Irmãos, o instante de extrema emoção acontecido naquele dia, quando Gonçalves Ledo se pronunciava diretamente ao Príncipe Dom Pedro.

A Maçonaria continua intocável nos seus princípios; sensível, naturalmente, às transformações que se verificam nos vários campos das atividades humanas: essa sensibilidade será, possivelmente, a meta que há de levar os Maçons a uma compreensão melhor em face da imutabilidade do simbolismo secular que a sustenta.

É mesmo de acreditar que, num futuro não muito distante, o mundo inteiro possa viver em total observância às suas sábias lições de amor e fraternidade em benefício do desarmamento dos espíritos e, consequentemente, do maior entendimento entre os povos.

Se, no plano universal do homem, a Maçonaria não conhece nem admite fronteiras, ao cidadão recomenda, como princípio basilar de sua posição ética, o cultivo ao amor à terra que lhe serve de berço e à dedicação sem limites ao seu progresso e soberania.

Assim, o Dia do Maçom na deverá ser para nós apenas uma recordação afetiva do feito histórico, mas também um símbolo permanente da responsabilidade que os Maçons brasileiros de todos os tempos têm para com os interesses deste País, cuja grandeza e independência deverão permanentemente constituir um determinante dos nossos trabalhos.

Comentário Importante:

Como foi dito acima, o Dia do Maçom é comemorado em diversos países do mundo em diferentes datas, isso porque cada país tem os seus motivos justificáveis reverenciando sempre fatos que se destacaram em sua história.

Está havendo movimento propondo que essa data seja única e internacional.

Isso aconteceu nos dias 20, 21 e 22 de fevereiro de 1994 em reunião Anual dos Grão-Mestres das Grandes Lojas da América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México), contando com a presença de Grandes Lojas de outros países, como Co-Irmãs, além do Grande Oriente do Brasil – como observador – nas pessoas do seu Grão-Mestre Geral Francisco Murilo Pinto, acompanhado dos Irmãos Grande-Secretário-Geral de Relações Exteriores e do Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo.

A sugestão para que seja mudada a data para o dia 22 de fevereiro, tornando-a internacional, foi apresentada pelo Grão-Mestre da Grande Loja Regular de Portugal para que seja comemorada por todas as obediências reconhecidas, tendo sido aprovada.

O dia 22 de fevereiro foi escolhido por ser a data do nascimento do ex-Presidente George Washington, que foi o principal artífice da Independência dos Estados Unidos. E por seus feitos heróicos reconhecidos mundialmente, cujos efeitos tiveram reflexos no Brasil-Colônia.

O assunto sobre a conveniência ou não da padronização do dia consagrado aos Maçons estava sendo estudado pelo Grande Oriente Brasil (na época), esperando-se que todas as Obediências reconhecidas no Brasil atendam à recomendação da Reunião das mais importantes Potências Maçônicas do Mundo, passando-se a comemorar o seu dia, que será internacional, em 22 de fevereiro e, não como ocorre hoje, em 20 de agosto.

Essa mudança traria para nossa Maçonaria Brasileira o total esquecimento da magnitude, que é a independência do Brasil, ou seja, a liberação total dos caprichos de Portugal. Talvez por isso o Grande Arquiteto do Universo até hoje tem encaminhado para a permanência da comemoração do Dia do Maçom em 20 de agosto.

Isso é o que temos para apresentar nessa data tão importante para toda a Maçonaria Brasileira.

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