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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

O MAÇOM E SUA LOJA

O MAÇOM E SUA LOJA

Muitos Irmãos deixam de freqüentar a sua Loja alegando motivos inconsistentes. Muitas vezes, quando comparecem, acham que a reunião está chata e demorada.

A Maçonaria, como já depreendemos, visa mudança do homem em seu interior. O seu objetivo é que o homem evolua interiormente e,  em fazendo isso, estará contribuindo para a evolução não só dos Maçons de forma particular, como também de toda a sociedade. O comportamento do homem normalmente reflete o seu interior. Alguns podem até conseguir disfarçar por algum tempo, mas nunca o conseguirão durante toda a vida.

O homem que deseja sinceramente evoluir em seu íntimo, deve fazê-lo mudando inicialmente a sua maneira de pensar. Deverá direcionar seus pensamentos para atitudes nobres. Quando nos propomos a realizar alguma coisa ou a participar de qualquer evento, social ou seja lá o que for, devemos inicialmente perguntar-nos se realmente é aquilo que queremos. Após a decisão tomada, devemos dar o melhor de nós na realização daquilo a que nos propusemos. Em outras palavras, devemos colocar o AMOR naquilo que fazemos.

A Maçonaria é uma sociedade iniciática, isto é, os seus membros devem passar por uma cerimônia de iniciação, ocasião na qual o neófito morre para o mundo profano, ou seja, o mundo dos erros e dos vícios, e renasce em um mundo diferente. Um mundo dedicado ao trabalho e à virtude.

Mas será que a iniciação consiste somente naquela cerimônia do primeiro dia? Com certeza, a resposta é NÃO. A iniciação envolve todo um processo no qual o iniciado vai galgando degrau por degrau durante toda a sua vida Maçônica.


O verdadeiro Maçom é aquele que busca extrair dos postulados da Ordem os ensinamentos de que carece para sua evolução. Infelizmente, muitos Maçons esperam que, após a sua iniciação, lhes seja aberta a cabeça e lá colocados vários tonéis de conhecimentos. A verdade é que os fatos não acontecem dessa forma.

Devemos reconhecer que existem falhas por parte das Lojas. E elas não são poucas. De outro lado, notamos que existe uma grande apatia de parcela significativa de Maçons em procurar conhecer a Maçonaria profundamente. E a forma de fazê-lo é só através da leitura, do estudo persistente. Observa-se uma situação peculiar nessa questão: quem já está dentro não possui os conhecimentos necessários a uma boa orientação aos neófitos e, estes, por sua vez, não sendo bem orientados, tendem a seguir o comportamento dos mais velhos. É aquela velha máxima que diz que “o homem é um produto do meio”. O verdadeiro Maçom é aquele que busca conhecer a Ordem a que pertence sem esperar que os outros o façam por ele.

Por outro lado, devemos compreender que se quisermos ser verdadeiramente Maçons, não podemos ficar somente observando as falhas dos outros. Se ingressamos na Ordem e nos deparamos com um ambiente que não corresponda à expectativa que tínhamos, certamente o caminho mais correto não é o de abandoná-la, ou pior ainda, continuar fazendo parte dela, porém, de forma indiferente.

O procedimento correto do verdadeiro Maçom é procurar evoluir e tentar, através de seus conhecimentos, buscar iluminar aqueles menos interessados. Se cada um de nós procurarmos agir dessa maneira, com certeza estaremos construindo uma Maçonaria muito melhor, formando melhores Maçons e, por conseqüência, contribuindo para a melhoria da sociedade como um todo. É fácil reconhecer um Maçom desinteressado: ele está sempre reclamando que a sessão está demorando e que precisa ir embora por outro motivo; ele sempre encontra razões para não colaborar com os afazeres da Loja.

Assim, um dos preceitos básicos que devemos observar é o da tolerância. Sem a tolerância não haverá companheirismo. Para haver tolerância e companheirismo, é necessário muita humildade e respeito. Talvez resida aí o primeiro passo que devemos dar para a nossa mudança interior, da qual falamos linhas acima.

Falamos também, acima, que devemos colocar AMOR em toda empresa de que participarmos. Assim, quando tomamos parte em uma Sessão Maçônica, devemos fazê-lo com a maior boa vontade possível. Ao nos dirigirmos para a Loja a fim de assistirmos aos trabalhos, devemos procurar ter pensamentos nobres e sublimes. Só assim estaremos contribuindo para a formação de uma corrente positiva dentro do Templo e, por conseqüência, auferindo os benefícios que dela advêm. Essa corrente de pensamento positivo é a chamada EGRÉGORA MAÇÔNICA.

Os Irmãos certamente já experimentaram a sensação de paz que existe em determinados locais, principalmente em templos religiosos outros lugares onde não exista a presença de energias negativas. É justamente esse ambiente de paz e serenidade que devemos procurar proporcionar em nossas reuniões.

A Maçonaria não é somente uma associação filantrópica para proporcionar auxílios mútuos e dispensar aos necessitados os favores da caridade. Tampouco é uma sociedade de admiração recíproca, criada para satisfazer a ambição e a vaidade dos que desejam ocupar postos elevados, usar insígnias, jóias e ostentar títulos pomposos. Não é um sistema de clubes ou de organizações políticas que se denominam conservadoras, radicais ou revolucionárias. Não é o apóstolo de nenhuma forma  particular de governo, nem defensora de nenhum credo político ou religioso. É, sim, depositária, propagadora e defensora da VERDADE como simples verdade e não como credo de nenhum homem, de nenhum partido político ou facção. Não desce, pois, das altas regiões em que tem assento para se empenhar em controvérsias, para suscitar polêmicas, para converter-se em órgão de um partido, para promover trocas políticas, nem para dar lições elementares, defendendo ideologias sociais, administrativas ou econômicas.

A Maçonaria exige que seus membros sejam úteis à sociedade. Procura ser benéfica às futuras gerações. Deseja que sua influência, conseqüência de seus postulados, se difunda, estendendo-se e fortalecendo-se através dos tempos. Ensina a seus membros que a nobreza da natureza humana se exerce no trabalho, que o destino do homem é trabalhar e que somente o trabalho ativo e fiel assegura a felicidade, que a vida é um combate em que devemos lutar valorosamente e em que não pode triunfar nenhum espírito insaciável, que o descanso é um bem que somente se pode alcançar vencendo as tentações, as paixões e as dificuldades e que somente depois dessa vitória podemos dormir sobre os louros. Somente o trabalho enobrece, tanto aquele que se empreende em benefício próprio, como aquele que se empreende em benefício do próximo, desinteressadamente.

O cumprimento do dever é uma regra maçônica.

“O uso mais nobre, talvez o único digno que podemos consagrar nossa força, nossa energia, nossa inteligência e nossas faculdades é trabalhar para o bem coletivo, instruir, guiar, prodigalizar conselhos físicos e morais” (CARVALHO, João Alberto de. Caderno de Pesquisas Maçônicas nº 14. Editora a Trolha).

No texto acima, o Irmão João Alberto de Carvalho diz, com muita propriedade, que a Maçonaria propaga e defende a VERDADE como simples verdade. Assim, se o Maçom busca sua mudança interior, o primeiro preceito que ele deve procurar desenvolver é o da verdade. Verdade sobre si próprio e para consigo mesmo. Será que o motivo alegado para faltar a uma sessão é o verdadeiro? Será que estamos doando de nós tudo o que podemos em benefício de nossa Loja, em prol do grupo a que pertencemos, ou seja, em benefício de nós mesmos? Vale a pena meditar sobre isso.

Se cada um de nós fizer a sua parte, com certeza os resultados surpreenderão a todos. O todo é muito maior que a simples soma das partes.

Ir. José Alves Fraga
GOEGO - Goiânia - GO

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