Páginas

sábado, 6 de agosto de 2016

ALGUMAS QUESTÕES DE RITUALÍSTICA E SIMBOLOGIA DO REAA

ALGUMAS QUESTÕES DE RITUALÍSTICA E SIMBOLOGIA DO REAA
Holbein
O Irmão Amândio Silva, brinda-nos com o envio de algumas coletas das bem colocadas respostas do Irmão Pedro Juk, publicadas pelo Irmão Holbein, em Lisboa.
E comenta o Mestre Amândio Silva, representante do Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano para a América Latina:
“Fico feliz de ver um obreiro da Loja Dom Pedro IV, do Grande Oriente Lusitano, aproveitar e difundir os ensinamentos que nos chegam através das páginas do JB News, no caso pelo conhecimento e sabedoria de Mestre Pedro Juk...”
Do Irmão Holbein
Loja Dom Pedro IV Grande Oriente Lusitano Lisboa
Algumas questões de ritualística e simbologia do R∴E∴A∴A∴ 
(Perguntas & Respostas – do Ir∴ Pedro Juk JB News)

Para os IIr∴ que recebem o diário JB News os tópicos abaixo não serão novidade; para os outros o conteúdo será muito interessante. Este texto é composto exclusivamente por transcrições retiradas da coluna “Perguntas e Respostas” do Ir∴ Pedro Juk, um dos grandes investigadores brasileiros sobre o R∴E∴A∴A∴  No final de cada parágrafo está indicado o nº da revista de onde foi retirado o tópico. A presente selecção incidiu sobre aspectos que me pareceram mais importantes e pertinentes para nossa reflexão e/ou eventual correcção da forma como executamos o ritual. Holbein. 2016-05-29

- Os Irmãos que se sentam no Oriente têm o direito de falar sentados?
Falam sentados no Oriente o Venerável, o Orador e o Secretário, salvo se porventura o ritual determine ao contrário. Os demais que ali ocupam cargo, e por direito também ali têm assento, falam sempre à Ordem. Assim, os ocupantes do Oriente, em linhas gerais, pedem a palavra diretamente ao Venerável na forma do costume. Quando autorizado um Obreiro a usar da palavra ele fica então em pé (com corpo ereto e os pés em esquadria unidos pelos calcanhares), compõe o Sinal do Grau e menciona protocolarmente (isto não é saudação!) dirigindo-se primeiramente às Luzes da Loja, em seguida aos demais de costume habitual e por fim profere a sua fala. Terminada a sua manifestação, este desfaz o Sinal e toma novamente o seu lugar.

Atenção: a menção protocolar às Luzes da Loja e aos demais de direito, por parte do protagonista quando do uso da palavra, NÃO SE TRATA DE UMA SAUDAÇÃO, senão a forma adotada pelo Rito para alguém se dirigir à assembleia. Ocorre que quem usa a palavra, geralmente fala em pé - daí à Ordem e com o Sinal composto. No final da sua alocução e antes de sentar, obviamente há necessidade de se desfazer o Sinal. Não confundir todo esse conjunto de procedimentos com SAUDAÇÃO em que faz e desfaz o sinal o número de vezes que as circunstâncias exijam segundo o Ritual, como por exemplo quando um Ir∴Ap∴se encontra entre Cool∴ para proceder à leitura da sua prancha, caso em que deve saudar as LL∴ da Loja e demais presentes. (JBN 1814)

- Ao depositar o óbolo, retiro a mão fechada ou aberta?
O Obreiro sentado ao ser abordado coloca o seu óbolo sempre com a mão direita introduzindo-a no recipiente fechada e retirando-a aberta. O gesto representa um ato de lisura, em que a mão aberta simboliza que o figurante do gesto nada retirou da bolsa em seu favor. (JBN 1814)

- Sobre o Sinal de Ordem
1- O Sinal de Ordem, em qualquer dos Graus, é estático e, salvo nos Passos Regulares, não se faz em movimento (circulação), ou sentado. Os Sinais são feitos apenas quando o Maçom está em pé e parado. O Sinal de Ordem deve ser prestado sempre com passos regulares e os pés em esquadria. 

2- O Sinal de Ordem, em qualquer dos Graus, é uma complexão mística e esotérica de todo o corpo e não apenas uma simples maneira de dispor as mãos e, assim sendo, nunca se pode fazê-lo com uma das mãos ocupadas.

3- Os bastões são conduzidos na mão direita e dispensam o Sinal.

4- Instrumentos de Trabalho, como Bastões, Malhetes, Estrelas, Estandartes, Espadas, Turíbulos etc., são sempre conduzidos na destra (mão direita).

a) - A excepção a esta regra é clara nos Rituais e diz respeito às Espadas e ao exclusivo momento em que são elas utilizadas como instrumentos de transmissão iniciática, o que só ocorre nos instantes e passagens adequados da Iniciação e concessão de Graus.

b) - O Malhete, símbolo da autoridade, do poder de decisão e de força é o Instrumento de Trabalho das Luzes da Loja. Nunca é utilizado para efectuar Sinais. (JBN 1702)

- Do uso do malhete
1- O malhete pousado no lado esquerdo do peito na forma de costume somente está previsto quando o portador deste, por qualquer disposição ritualística prevista, tenha a necessidade de se colocar fora do seu lugar durante os trabalhos, porém essa atitude jamais poderá ser confundida com um Sinal maçónico – não se faz Sinal com o instrumento de trabalho, isto é, usando o dito para fazer o Sinal. (JBN 1690)

2- Essa atitude de se pousar o malhete no lado esquerdo do peito indiscriminadamente não é mais do que um carácter generalizado e mal compreendido. A origem dessa banalidade - que já chegou ao cúmulo de ser confundida com Sinal maçónico - advém de certos procedimentos ritualísticos nos quais as Luzes da Loja (o Venerável e os Vigilantes) ao se ausentarem dos seus lugares em Loja carecem obrigatoriamente de empunhar os seus respectivos malhetes. É o caso do Venerável, por exemplo, no acto da consagração, ou das Luzes em comitiva recebendo o Grão-Mestre. Nessas ocasiões os portadores de malhete ao permanecerem em pé e parados fora dos seus lugares (altar e mesas), devem manter uma postura de corpo erecto e pés em esquadria, segurando então o malhete com a mão direita pousada no lado esquerdo do peito de modo convencional. Essa atitude evidentemente não pode ser confundida com Sinal maçónico, já que absolutamente ninguém compõe um Sinal Penal (muito conhecido como de Ordem) usando o objecto de trabalho para compô-lo – no caso do malhete, por exemplo, o portador não faria o Sinal penal pousando o malhete na região gutural, ou cordial, ou mesmo ventral conforme fosse o caso. Devido a estes pormenores foi-se instituindo a regra de não se fazer sinal “com” o objecto de trabalho (malhete, bastão, espada, bolsa). Infelizmente, no evento do malhete aqui mencionado, muitos Veneráveis e Vigilantes acabaram por generalizar essa postura mesmo quando normalmente posicionados nos seus lugares em Loja; mantendo o objecto encostado ao lado esquerdo do peito, o que é um erro, já que essa postura só deve ser adoptada no caso de um posicionamento que obrigue o protagonista a colocar-se fora do seu lugar. A bem da verdade, as Luzes da Loja quando em pé nos seus lugares, correctamente deveriam deixar o malhete e compor o Sinal com a mão, ou mãos se for o caso. (JBN 1662)

- Substituindo o V∴M∴ 
Tradicionalmente, na ausência temporária do Venerável, o seu substituto é o Primeiro Vigilante que, por sua vez, será substituído pelo Segundo Vigilante, tendo o seu lugar então preenchido pelo Segundo Experto. Todo esse movimento em Loja é de modo provisório e nunca definitivo. Verificando-se a ausência definitiva de uma das Luzes da Loja, será então providenciada uma nova eleição de acordo com o regulamento da Obediência. Verificando-se a ausência do V∴M∴ e do 1º Vig∴, por exclusão hierárquica assumiria o Segundo Vigilante, todavia, não sei se seria legal ou sensata a abertura dos trabalhos da Loja com a falta de duas de suas Luzes. (JBN 1854)

- Os Signos, o Horóscopo e as crenças
Os rituais maçónicos usam os signos, sinais do zodíaco, em sentido simbólico, não falam em horóscopo, ou em diagrama das posições relativas dos planetas e dos signos zodiacais num momento específico, como o do nascimento de uma pessoa, ou com a intenção de inferir o carácter e os traços de personalidade e prever os acontecimentos da vida de alguém, ou um mapa astral, ou mapa astrológico. O homem livre não carece disso quando estuda e evolui. Na filosofia maçónica, as colunas zodiacais são apenas símbolos para estudo, destituídas da atribuição de aspectos da predição do comportamento do homem. É fácil deduzir que sua existência no R∴E∴A∴A∴ tem finalidade educacional, parte de uma metodologia pedagógica específica à semelhança de outros símbolos e ferramentas. (JBN 1699)


Fonte: JB News – Informativo nr. 2.068

Nenhum comentário:

Postar um comentário