ALGUMAS QUESTÕES DE RITUALÍSTICA E SIMBOLOGIA DO REAA
Holbein
O Irmão Amândio Silva, brinda-nos com o envio de algumas coletas das bem colocadas respostas do Irmão Pedro Juk, publicadas pelo Irmão Holbein, em Lisboa.
E comenta o Mestre Amândio Silva, representante do Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano para a América Latina:
“Fico feliz de ver um obreiro da Loja Dom Pedro IV, do Grande Oriente Lusitano, aproveitar e difundir os ensinamentos que nos chegam através das páginas do JB News, no caso pelo conhecimento e sabedoria de Mestre Pedro Juk...”
Do Irmão Holbein
Loja Dom Pedro IV Grande Oriente
Lusitano Lisboa
Algumas questões de
ritualística e simbologia do R∴E∴A∴A∴
(Perguntas & Respostas – do
Ir∴ Pedro Juk JB News)
Para os IIr∴ que recebem o
diário JB News os tópicos abaixo não serão novidade; para os outros o
conteúdo será muito interessante. Este texto é composto exclusivamente por
transcrições retiradas da coluna “Perguntas e Respostas” do Ir∴ Pedro Juk,
um dos grandes investigadores brasileiros sobre o R∴E∴A∴A∴ No final de
cada parágrafo está indicado o nº da revista de onde foi retirado o tópico.
A presente selecção incidiu sobre aspectos que me pareceram mais importantes
e pertinentes para nossa reflexão e/ou eventual correcção da forma como
executamos o ritual. Holbein. 2016-05-29
- Os Irmãos que se sentam no
Oriente têm o direito de falar sentados?
Falam sentados no Oriente o
Venerável, o Orador e o Secretário, salvo se porventura o ritual determine ao
contrário. Os demais que ali ocupam cargo, e por direito também ali têm
assento, falam sempre à Ordem. Assim, os ocupantes do Oriente, em linhas
gerais, pedem a palavra diretamente ao Venerável na forma do costume. Quando
autorizado um Obreiro a usar da palavra ele fica então em pé (com corpo ereto
e os pés em esquadria unidos pelos calcanhares), compõe o Sinal do Grau e
menciona protocolarmente (isto não é saudação!) dirigindo-se primeiramente
às Luzes da Loja, em seguida aos demais de costume habitual e por fim profere
a sua fala. Terminada a sua manifestação, este desfaz o
Sinal e toma novamente o seu lugar.
Atenção: a menção protocolar
às Luzes da Loja e aos demais de direito, por parte do protagonista quando do
uso da palavra, NÃO SE TRATA DE UMA SAUDAÇÃO, senão a forma adotada pelo
Rito para alguém se dirigir à
assembleia. Ocorre que quem usa a palavra, geralmente fala em pé - daí à
Ordem e com o Sinal composto. No final da sua alocução e antes de sentar,
obviamente há necessidade de se desfazer o Sinal. Não confundir todo esse
conjunto de procedimentos com SAUDAÇÃO em que faz e desfaz o sinal o número
de vezes que as circunstâncias exijam segundo o Ritual, como por exemplo
quando um Ir∴Ap∴se encontra entre Cool∴ para proceder à leitura da sua
prancha, caso em que deve saudar as LL∴ da Loja e demais presentes. (JBN 1814)
- Ao depositar o óbolo, retiro a mão fechada
ou aberta?
O Obreiro sentado ao ser abordado
coloca o seu óbolo sempre com a mão direita introduzindo-a no recipiente
fechada e retirando-a aberta. O gesto representa um ato de lisura, em que a
mão aberta simboliza que o figurante do gesto nada retirou da bolsa em seu
favor. (JBN 1814)
- Sobre o Sinal de Ordem
1- O Sinal de Ordem, em qualquer
dos Graus, é estático e, salvo nos Passos Regulares, não se faz em movimento
(circulação), ou sentado. Os Sinais são feitos apenas quando o Maçom está
em pé e parado. O Sinal de Ordem deve ser prestado sempre com passos regulares
e os pés em esquadria.
2- O Sinal de Ordem, em qualquer dos Graus, é uma
complexão mística e esotérica de todo o corpo e não apenas uma simples
maneira de dispor as mãos e, assim sendo, nunca se pode fazê-lo com uma das
mãos ocupadas.
3- Os bastões são conduzidos na
mão direita e dispensam o Sinal.
4- Instrumentos de Trabalho, como
Bastões, Malhetes, Estrelas, Estandartes, Espadas, Turíbulos etc., são
sempre conduzidos na destra (mão direita).
a) - A excepção a esta regra é
clara nos Rituais e diz respeito às Espadas e ao exclusivo momento em que são
elas utilizadas como instrumentos de transmissão iniciática, o que só ocorre
nos instantes e passagens adequados da Iniciação e concessão de Graus.
b) - O Malhete, símbolo da autoridade, do poder de decisão e de força é o Instrumento de Trabalho das Luzes da Loja. Nunca é utilizado para efectuar Sinais. (JBN 1702)
- Do uso do malhete
1- O malhete pousado no lado
esquerdo do peito na forma de costume somente está previsto quando o portador
deste, por qualquer disposição ritualística prevista, tenha a necessidade de
se colocar fora do seu lugar durante os trabalhos, porém essa atitude jamais
poderá ser confundida com um Sinal maçónico – não se faz Sinal com o
instrumento de trabalho, isto é, usando o dito para fazer o Sinal. (JBN 1690)
2- Essa atitude de se pousar o
malhete no lado esquerdo do peito indiscriminadamente não é mais do que um
carácter generalizado e mal compreendido. A origem dessa banalidade - que já
chegou ao cúmulo de ser confundida com Sinal maçónico - advém de certos
procedimentos ritualísticos nos quais as Luzes da Loja (o Venerável e os
Vigilantes) ao se ausentarem dos seus lugares em Loja carecem obrigatoriamente
de empunhar os seus respectivos malhetes. É o caso do Venerável, por exemplo,
no acto da consagração, ou das Luzes em comitiva recebendo o Grão-Mestre.
Nessas ocasiões os portadores de malhete ao permanecerem em pé e parados fora
dos seus lugares (altar e mesas), devem manter uma postura de corpo erecto e
pés em esquadria, segurando então o malhete com a mão direita pousada no
lado esquerdo do peito de modo convencional. Essa atitude evidentemente não
pode ser confundida com Sinal maçónico, já que absolutamente ninguém
compõe um Sinal Penal (muito conhecido como de Ordem) usando o objecto de
trabalho para compô-lo – no caso do malhete, por exemplo, o portador não
faria o Sinal penal pousando o malhete na região gutural, ou cordial, ou mesmo
ventral conforme fosse o caso. Devido a estes pormenores foi-se instituindo a
regra de não se fazer sinal “com” o objecto de trabalho (malhete, bastão,
espada, bolsa). Infelizmente, no evento do malhete aqui mencionado, muitos
Veneráveis e Vigilantes acabaram por generalizar essa postura mesmo quando
normalmente posicionados nos seus lugares em Loja; mantendo o objecto
encostado ao lado esquerdo do peito, o que é um erro, já que essa postura só
deve ser adoptada no caso de um posicionamento que obrigue o protagonista a
colocar-se fora do seu lugar. A bem da verdade, as Luzes da Loja quando em pé
nos seus lugares, correctamente deveriam deixar o malhete e compor o Sinal com
a mão, ou mãos se for o caso. (JBN 1662)
- Substituindo o V∴M∴
Tradicionalmente, na ausência
temporária do Venerável, o seu substituto é o Primeiro Vigilante que, por
sua vez, será substituído pelo Segundo Vigilante, tendo o seu lugar então
preenchido pelo Segundo Experto. Todo esse movimento em Loja é de modo
provisório e nunca definitivo. Verificando-se a ausência definitiva de uma
das Luzes da Loja, será então providenciada uma nova eleição de acordo com
o regulamento da Obediência. Verificando-se a ausência do V∴M∴ e do 1º Vig∴, por exclusão hierárquica assumiria o Segundo Vigilante, todavia, não
sei se seria legal ou sensata a abertura dos trabalhos da Loja com a falta de
duas de suas Luzes. (JBN 1854)
- Os Signos, o Horóscopo e as
crenças
Os rituais maçónicos usam os
signos, sinais do zodíaco, em sentido simbólico, não falam em horóscopo, ou
em diagrama das posições relativas dos planetas e dos signos zodiacais num
momento específico, como o do nascimento de uma pessoa, ou com a intenção de
inferir o carácter e os traços de personalidade e prever os acontecimentos da
vida de alguém, ou um mapa astral, ou mapa astrológico. O homem livre não
carece disso quando estuda e evolui. Na filosofia maçónica, as colunas
zodiacais são apenas símbolos para estudo, destituídas da atribuição de
aspectos da predição do comportamento do homem. É fácil deduzir que sua
existência no R∴E∴A∴A∴ tem finalidade educacional, parte de uma
metodologia pedagógica específica à semelhança de outros símbolos e
ferramentas. (JBN 1699)
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.068
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