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sábado, 3 de outubro de 2020

ESQUADRO E COMPASSO

ESQUADRO E COMPASSO 
(republicação)

Em 08/04/2016 o Respeitável Irmão Antonio Brito Dantas, Loja Padre Miguelinho, REAA, GOIERN – COMAB, Oriente de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, solicita esclarecimentos para o que segue: 
brito@britoecarvalho.adv.br 

Meu caro irmão, bom-dia. Ontem à noite estava numa Loja em Sessão de Mestre e foi apresentada instrução do grau com leitura de um texto retirado de um livro de instruções no qual o articulista se referia ao Esquadro e o Compasso sobre o Livro da Lei em posições inversas ao que tenho visto nestes 31 anos ininterruptos de Maçonaria no REAA: o Esquadro com o vértice de 90° voltado para o Oriente e as hastes para o Ocidente, e o Compasso sobre ele, porém com as hastes voltadas para o Resp. Mestre, ou seja, para o Oriente. É uma novidade para mim, e acredito que para muita gente que frequenta lojas do REAA. Poderia o irmão esclarecer essa dúvida? 

CONSIDERAÇÕES:

Antes das considerações propriamente ditas, seguem os seguintes apontamentos esclarecedores: para os dois segmentos em 90º que formam a esquadria (Esquadro) dá-se o nome de “ramos”. Quanto aos segmentos ligados pelas extremidades e pontiagudos no outro que constituem o Compasso, dá-se o nome de “hastes”. Assim são os ramos do Esquadro, e as hastes do Compasso. 

Em se tratando do Rito Escocês Antigo e Aceito a disposição descrita na questão acima é totalmente equivocada. Assim, no REAA∴ o Esquadro fica com os ramos voltados para o Oriente e o Compasso com as hastes (pontas) voltadas para o Ocidente, isto é, o primeiro com os ramos dirigidos para a parte superior das páginas abertas do Livro da Lei e o segundo com as hastes apontadas para o rodapé das páginas, cujo Livro fica sobre o Altar dos Juramentos e em posição de leitura para aquele que se posiciona de costas para o Ocidente. 

Por outro lado, a posição desses instrumentos também pode ser inversa de acordo com a prática do Rito, ou Trabalho maçônico. É o caso, por exemplo, do Trabalho de Emulação (York – vertente inglesa). Nesse costume o Livro da Lei Sagrada fica sobre o pedestal (no Brasil a mesa) ocupado pelo Venerável e voltado em posição de leitura para o Venerável. Assim, diferente do REAA∴, o Compasso tem as suas hastes (pontas) direcionadas para o Oriente e o Esquadro tem os ramos voltados para o Ocidente. A diferença é que no ritual de Emulação o Esquadro e o Compasso não ficam dispostos ao centro, ou sobre as duas páginas, do Livro aberto, porém na página da direita (vista pelo Venerável), já que em havendo necessidade de se colocar a Loja em descanso (procedimento previsto nesse ritual), o Livro da Lei é fechado sem que se desfaça a disposição das outras duas Luzes Maiores (do Esquadro e do Compasso). 

Nesse sentido, a regra da disposição desses dois objetos emblemáticos estará de acordo com a posição de leitura do Livro da Lei, mesmo que o costume não preveja nenhuma leitura como é o caso do Trabalho de Emulação. Conforme a regra o Compasso estará sempre com as suas hastes voltadas para a base do Livro e o Esquadro com os seus ramos apontados para a parte superior. 

Enfim, a disposição desses dois instrumentos estará sempre de acordo com a posição de leitura do Livro da Lei, seja ela do ponto de vista de quem lê do Oriente, ou do Ocidente. 

Concluindo, é indispensável considerar na questão qual o rito que porventura o livro de instrução nela mencionado fazia referência. Embora o objetivo universal da Maçonaria seja um só, os ritos e rituais que a compõem possuem características distintas, podendo existir entre eles diferenças nas suas práticas litúrgicas. 

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.219– Florianópolis (SC) – sexta-feira, 28 de outubro de 2016

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