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domingo, 1 de novembro de 2020

CHAPÉU

CHAPÉU 
(republicação)

Em 15/05/2016 o Respeitável Irmão Joaquim de Sousa Lima, Loja Castro Alves, nº 13, REAA, Grande Loja Maçônica do Estado de Tocantins, Oriente de Miranorte, Estado do Tocantins, solicita esclarecimento para o que segue: 
joaquimesabina@hotmail.com 

Gostaria de tirar uma dúvida, que tenho sobre o chapéu de Mestre, pois segundo o Ritual significa, IGUALDADE SUPERIORIDADE, em Loja de Aprendiz, e Companheiro somente o Venerável usa, pois ele é o superior naquele momento; em Loja de Mestre todos usam, simbolizando então que todos são iguais, a minha dúvida é a seguinte, se em uma sessão de Mestre, ha alguns irmão que não tenham o chapéu, podem ficar uns com chapéu e outros sem? Ou neste caso todos ficam descobertos? Para que simbolize igualdade? Esta é minha dúvida. 

CONSIDERAÇÕES:

O Ritual está corretíssimo, sobretudo naquilo que diz respeito ao REAA. 

Esse costume, como tradição esotérica, representa a submissão do homem ao Criador. Em síntese é uma prática herdada da cultura religiosa hebraica (Zohar) e menciona que acima da mente falível do homem, está a Onisciência Divina. 

Sob o aspecto figurado (costume introduzido em alguns ritos no século XVIII), o chapéu significa a paridade de conhecimento entre os homens maçônicos de acordo com a senda iniciática do aperfeiçoamento. Assim, tal qual o Soberano (Rei) junto aos seus súditos, o Venerável, nos primeiro e segundo graus, se apresenta coberto; enquanto que junto aos seus pares – terceiro grau- todos se apresentam cobertos. 

Infelizmente, essa tradição não tem sido muito bem compreendida por alguns ritualistas da atualidade que, em determinados rituais, nem mesmo mencionam essa importante prática e em outros, de modo capenga, deixam o uso do chapéu a critério do Venerável como se uma norma litúrgica verdadeira não passasse de um simples pormenor. 

Na verdade, o uso do chapéu, pelo menos no Rito em questão, deveria ser obrigatório, por todos os Mestres em Câmara do Meio (Loja de Mestre) ou apenas pelo Venerável nos dois primeiros graus do simbolismo. 

Quanto as sua questão, penso que se o Ritual determina, cumpre-se o que nele está escrito – em Loja de Aprendiz e Companheiro, somente o Venerável usa o chapéu, já em Loja de Mestre todos o usam. 

Sacrificar a liturgia e a ritualística pelo descaso de alguns que não possuem o chapéu é um evento fora de questão. A Loja, inclusive, deveria ter algumas peças sobressalentes para servir os visitantes que porventura não possuam consigo a cobertura. Agora, não cumprir uma exigência ritualística emanada do Ritual em vigência justificando-a em nome da igualdade, nem pensar. 

Finalizando, devo salientar que o uso do chapéu não deve ser confundido como um símbolo literal de superioridade, levando maços a se “acharem” soberanos e superiores perante outros seres humanos. O uso do chapéu deve ser tomado como uma lição moral, e não como um ato abusivo criado pela falta de compreensão das lições maçônicas – o conhecimento é, antes de tudo, um dos discípulos da humildade. 

T.F.A. 
Pedro Juk - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.274 – Florianópolis (SC) – quarta-feira, 21 de dezembro de 2016 

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