QUESTÕES DE TELHAMENTO
(republicação)
Em 28/06/2016 o Respeitável Irmão Paulo Roberto de Paula Gomes, atual
Orador da Loja Acácia de Guarapari, 2.066, REAA, GOB-ES, Oriente de Guarapari,
Estado do Espírito Santo, solicita esclarecimentos para o que segue:
ipgl@uol.com.br
Valho-me dos seus conhecimentos
para dirimir dúvidas que surgiram em Loja durante sessão para telhamento de
02 Aprendizes para serem Elevados ao Grau de Companheiro. A dúvida é com
relação ao curso da sessão: ela teria inicio como Sessão de Aprendiz, para
após os telhamentos ser transformada em sessão de Companheiro para votação
da aprovação dos telhamentos. Durante a Sessão de Aprendiz, quando um for
telhado, o outro deverá cobrir o Templo. E os outros Aprendizes presentes em
Loja? Também deverão cobrir o Templo? Ou permanecem em Loja, uma vez que a
sessão é de Aprendiz?
CONSIDERAÇÕES:
Não necessariamente os
Aprendizes (quaisquer deles) precisem se retirar no momento (tenham o Templo
coberto). Entenda-se que o procedimento serve inclusive como instrução para
aqueles que no momento assistem o telhamento.
Outro aspecto é que entre
Obreiros de um mesmo Grau não existe segredo entre eles, senão o fato de que
uns são mais antigos do que os outros, o que se presume os mais antigos
possuírem melhor preparo do que os mais novos. Ademais, não seria no momento
do exame que o próximo aprenderia a lição.
Após o exame, se a Loja for
deliberar sobre o resultado do mesmo, então sim, todos os Aprendizes terão o
Templo a eles coberto já que a Loja irá ser transformada em outro Grau para a
devida apreciação do teste aplicado. Assim, penso que é um excesso de
preciosismo retirar os demais Aprendizes na hora do exame.
Penso que é oportuno o momento
para também mencionar a aplicação correta do termo “cobrir”. Tomando por
base a questão acima, o Obreiro que se retira do Templo não “cobre o Templo”,
porém ele tem “o Templo coberto”. O termo cobrir e os seus derivados, em
Maçonaria, significa que o local de trabalho é vedado às vistas e audição
daqueles que não estiverem presentes. Isso se explica pelo Landmark do sigilo
que permite a participação nos trabalhos maçônicos apenas dos iniciados e
destes ainda, apenas aqueles que no mínimo possuam Grau suficiente.
Assim a evolução histórica do
termo é a de que os trabalhos são cobertos, o que significa vedados aos que
pelo critério do sigilo (cobertura) não podem deles tomar conhecimento. Nesse
sentido, quem cobre o Templo é o Cobridor que simbolicamente cuida da única
porta existente na Loja (porta do Templo).
Tomado por esse prisma é que se
diz em Maçonaria que quem cobre o Templo é o Cobridor e quem é convidado a
se retirar por não poder permanecer no recinto é o que tem o Templo para ele
coberto.
Entendo que muitos dos nossos
rituais ainda insistem em usar termo de modo equivocado, entretanto já está
mais do que na hora de extirparmos esse anacronismo (como muitos outros) do
nosso convívio, até porque para todas as nossas ações, sem dúvida devem
existir explicações. Afinal, se a comida estiver pronta, retira-se
imediatamente a panela do fogo antes que ela queime.
T.F.A.
PEDRO JUK –
jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.332–
Florianópolis (SC), sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
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