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sábado, 2 de janeiro de 2021

MESTRE INSTALADO

MESTRE INSTALADO
(republicação)

Em 22/11/2016 o Respeitável Irmão Osni Adres Lopes, Triângulo Maçônico Colunas da Harmonia, 301, REAA, Oriente de Congonhinhas, Paraná, sob aos auspícios da Loja Quintino Bocaiuva III, nº 09, Grande Oriente do Paraná (COMAB), Oriente de Cornélio Procópio, Estado do Paraná, apresenta as questões seguintes:

QUESTÕES SOBRE MESTRE INSTALADO

Recorro novamente à vossa costumeira e fraterna gentileza, para submeter às questões abaixo às devidas considerações.

Para alguns Irmãos deve ser um enorme sacrifício admitir que eventualmente estejam errados, mas, como todo maçom, antes de mais nada, é humano...

Em meus poucos na Ordem tenho observado alguns desses, vamos denominar, equívocos, que fico a imaginar, como um Irmão como você, não só com muitos anos, mas com conhecimento e experiência cabalmente demonstrados no dia-a-dia, já não deve ter presenciado?!

E no teu caso, deve ser ainda mais incômodo, até mesmo pela oferta que você cotidianamente faz aos maçons, de um modo geral, desse conhecimento e experiência.

Mas, para poupar (vosso precioso) tempo, vamos às dúvidas (na verdade não as tenho como 'dúvidas') presentes:

Sei que exaustivamente você já discorreu sobre a condição de Mestre Instalado não ser 'grau', mas a imensa maioria continua ignorando isso, e lascando M∴I∴ nos livros de presença.

Eu até já fui questionado por que insiro M∴M∴, e para o circunstante eu explico o motivo.

E digo mais, inclusive que obviamente não é uma atitude depreciativa à condição, mesmo porque tenho imensa satisfação em ter sido Instalado e ter presido uma Oficina por duas gestões.

Lamento que ainda que eu 'explique' o porquê faço constar o grau, em que de fato (e de direito, claro) estou, mas percebo que não convenço 'muito', ainda mais quando o inquiridor também é Mestre Instalado, e este já tenha registrado essa condição no espaço próprio para grau. Confesso que geralmente fico constrangido com tal tipo de situação.

A outra, (também vamos chamar de 'dúvida'), é a insistência que um Irmão (mas sei que muitos o fazem) costuma exigir (pasme) que se registre na Ata que ele, na condição de 1º Vigilante, foi o 'Venerável' da sessão em que substituiu o Venerável (de ofício)!

Como diriam alguns: "pelamor...".

De nada adianta explicar que a condição de 'Venerável' é só de quem tenha sido eleito, devidamente Instalado (ou apenas empossado - se já tiver sido Instalado anteriormente, é claro) assuma o chamado '1º Malhete'.

De nada adianta explicar que até mesmo um Mestre Instalado que esteja substituindo temporariamente o Venerável, também não deverá ser denominado como tal, mas sim como Presidente, porque de fato é o que ele é naquela circunstância.

O grave disso tudo, caro Irmão, tanto na questão do grau quanto na exigência que o substituto temporário do Venerável (e bem claro, esse substituto nem Mestre Instalado é - e mesmo que fosse...), acaba por confundir até Irmãos antigos, mas que se submetem a essas (e outras) informações absolutamente equivocadas, e vão levando isso consigo, muitas vezes passando adiante, criando assim uma verdadeira legião de 'analfabetos maçônicos'.

Desculpe a maneira extensa que utilizei para solicitar tuas considerações, as quais, inclusive (e evidentemente) podem me contestar sem o menor constrangimento de minha parte.

CONSIDERAÇÕES:

Na questão da assinatura, essa cultura de colocar o título de Mestre Instalado como fosse ele um grau é uma erva daninha difícil de ser extirpada, já que as nossas Obediências não tomam nenhuma providência objetiva para orientar os seus Mestres Maçons portadores do título distintivo ou honorífico de Mestre Instalado. Essa "carcaça de dinossauro" vem de longa data e se compactua com a vaidade humana, fato que infelizmente se acha presente entre nós - pobres mortais Mestres Maçons.

Se esses que "acham" ainda que Mestre Instalado seja um grau maçônico desconhecessem a verdadeira história da Ordem. Se conhecessem o mínimo necessário certamente compreenderiam o papel contraditório que eles assumem quando defendem certas falácias. Eu diria meu Irmão que além da falta de instrução que tem feito com que certos "manos instalados" não compreendam os verdadeiros fatos, há ainda a vaidade humana, latente entre as nossas Colunas.

Eu não vou nem comentar a história e o fato de que a pura Moderna Maçonaria é composta por três graus tão somente e que Instalação é o ato de conduzir um Mestre Maçom à cadeira do dirigente da Loja - já escrevi bastante sobre isso. Nesse sentido eu sou um defensor de que Mestre Maçom assina como Mestre Maçom, já que Mestre Instalado é apenas um título distintivo para aqueles que foram um dia eleitos para o veneralato de uma Loja.

Quanto à questão do substituto eventual do Venerável, existe a precariedade da situação para a substituição e o título dado àquele que dirige uma Sessão Maçônica da Loja - esse, sendo ou não instalado, em se tratando de um substituto precário, é figuradamente naquele momento o Venerável da Loja, já que existe um verdadeiro Landmark da Ordem que exara ser uma Loja dirigida impreterivelmente por três Luzes - Venerável e os Vigilantes.

O cargo é designado como Venerável Mestre, cujo mestre maçom de ofício desse cargo foi instalado (empossado) da cadeira. Assim, um eventual substituto, mesmo que de momento é também o Venerável pelas circunstâncias que se apresentam - nesse caso a ordem dos tambores não altera o oleoduto.

Agora o que eu acho insignificante e até mesmo desproposital é haver discussão sobre essa situação ao ponto de se tomar tempo para dourar a pílula.

Nesse caso bastaria que na ata constasse que a Loja foi na oportunidade dirigida pelo Irmão Fulano de Tal em substituição ao Venerável Mestre de ofício pela sua ausência.

Precisamos entender que numa situação precária o substituto naquele momento assume o cargo de Venerável Mestre, fato que numa situação dessas não carece de uma instalação propriamente dita, já que a ocorrência é provisória, não definitiva.

Aliás, na França, país de origem do REAA∴, instalação é simplesmente posse do Venerável e nada mais. Cumprido o seu tempo ele é simplesmente um ex-Venerável.

Por fim devo lembrar que a tradição de ser o Primeiro Vigilante o substituto do Venerável é muito mais antiga do que a cerimônia de Instalação na Cadeira da Loja, a lembrar de que a Maçonaria de Ofício, ancestral da Moderna Maçonaria não possuía nem templo nem ritos, já que as Lojas Operativas eram mesmo os canteiros de obra (autenticamente, deixando as fantasias de lado, a Maçonaria possui aproximadamente oitocentos anos de história documental).

T.F.A.
PEDRO JUK    jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

2 comentários:

  1. Otima reflexão ...parabens Nobre Ir.'. Que a Maconaria Moderna tenha cada vez mais homens como o Nobre...
    Parabens
    T.'.F.'.A.'.

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  2. Que conste que o Rito ESCOCÊS Antigo e Aceito nasceu na Escócia, a que pese a existência ou não de uma "Escócia" na Bretânia.

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