Páginas

sábado, 13 de fevereiro de 2021

GRANDES VERDADES

GRANDES VERDADES
(republicação)

Em 08/02/2017 o Respeitável Irmão Rogério Freire Kochmanscky, Loja União e Luz, 3.379, REAA, GOB-PR, Oriente de Londrina, Estado do Paraná, formula a seguinte questão.

GRANDES VERDADES

Peço sua orientação, pois quando estive estudando (mais uma vez) o Ritual do REAA, Grau de Companheiro, na página 84, em sessão Magna de Elevação, o Venerável Mestre, após contemplar a Estrela Misteriosa, e fazer comentários sobre a mesma, segue:

- O DELTA, que vedes tão resplandecente de Luz, vos oferece duas grandes verdades e duas ideias sublimes.

A pergunta: Quais são as duas grandes verdades e quais as duas ideias sublimes?

Fiz pesquisas em vários livros e não obtive sucesso. Talvez sejam informações que já sabemos, mas que no momento, não sei responde-las.

CONSIDERAÇÕES:

Sob o ponto de vista maçônico, a definição mais conhecida por “Verdade” é aquela que a menciona como a expressão fiel de tudo o que é; que foi e que será; respeitando as Leis da transformação e da renovação. É a tradução do fato verdadeiro ou correto; embora não se possa considera-la como patrimônio exclusivo do filósofo.

São convicções e pontos de vista daqueles que a deliberam, embora essa questão possa ser subjetiva, pois o que é Verdade para alguns, pode não ser para outros.

Com relação ao Delta e a Verdade, em alguns ritos maçônicos, essa expressão pode ser determinada como uma manifestação do Arquiteto Criador sejam eles de concepção teísta, ou deísta.

Assim uma das Grandes Verdades na Maçonaria é, num caso desses, a propriedade geométrica do Triângulo Equilátero como ideia e alegoria da divindade. Em primeira análise a figura do Delta simboliza a conjugação dos ternários (primeira figura geométrica plana), ou as tríades divinas, cujos conceitos têm sido comuns desde as antigas civilizações e, por extensão, à maioria das religiões.

O símbolo do Delta exprime uma figura neutra, o que é compreensível pela igualdade dos seus lados. Daí o uso do adjetivo equilátero dado à sua representação triangular - o que tem todos os seus lados iguais entre si.

Ele representa o perfeito equilíbrio entre os aspectos da divindade, pois quando o triângulo tem o ápice voltado para cima, ele simboliza as qualidades espirituais, já com o ápice voltado para baixo, representa as qualidades materiais – em tese é a integração do espírito e da matéria.

Na Maçonaria o Delta é um dos seus principais símbolos, sendo denominado de Radiante, ou Luminoso como atributo da Luz e da divindade. É devido a isso que ele se localiza no Oriente, ao alto e centro do Retábulo como figura distinta e visível a todos, podendo ter ao centro a figura de um olho esquerdo (concepção deísta) ou as letras do Tetragrama hebraico (concepção teísta) que sugere o nome inefável de Deus (Iôd, Hé, Vav, Hé), ou ainda só a primeira letra (Iôd). Em síntese essa Grande Verdade se traduz na presença do Arquiteto Criador e a sua personificação conforme a crença de cada um. Em tese, segundo o que menciona o Ritual, ele chama a atenção para entender a primeira “Verdade”, ou seja, perceber o Criador conforme a sua crença, mas respeitando as convicções alheias.

Assim, o Delta Radiante como símbolo da existência do “Grande Arquiteto do Universo” oferece ao Companheiro outra Grande Verdade - aquela relativa aos atributos do Criador como a fonte do saber humano. Sob esse prisma, Deus é o Ser superior aos homens e aos espíritos. Para a filosofia religiosa monoteísta Deus é o princípio único e supremo do Universo. É o fundamento de todas as existências, atividades e valores. Para a Maçonaria e os seus Ritos, sem a pretensão de ser uma religião, porém um ambiente de convivência religiosa cultua a Deus e a Ele invoca sua proteção e auxílio nos trabalhos maçônicos. Em síntese, Deus para os maçons, independente da religião de cada um dos seus membros, de modo conciliatório, é denominado o Grande Arquiteto do Universo – Aquele que arquitetou o Universo.

Essas são as duas “Grandes Verdades” relativas ao símbolo e mencionadas no ritual. A primeira concebe a existência do Arquiteto Criador e os seus atributos, enquanto que a segunda O idealiza perante o maçom.

No que diz respeito aos ideais sublimes (não é a ideia, a imagem), como síntese de tudo que aspiramos e de perfeição que buscamos, o primeiro ideal é concebido pela Geometria e sua aplicação na Arte. Considerada como símbolo maçônico do construtor, a Geometria, ou a Quinta Ciência, de cujos predicados o maçom se faz dela valer para edificar a Obra perfeita e duradoura, tem sido um ideal (objetivo) que está presente desde os catecismos antigos da Maçonaria inglesa, onde se lê: “Por que vos fizeste receber como Companheiro Maçom?” – “Pela letra G.” – “O que significa essa letra?” – “Geometria, ou a Quinta Ciência”.

A Geometria nasceu no Antigo Egito com objetivo de medir as terras férteis do Delta do Rio Nilo. Os filósofos gregos, observando a precisão dos seus princípios matemáticos, mais tarde a levariam à Grécia dando-lhe um cunho filosófico relacionando-a a Ordem, Harmonia e Equilíbrio do Universo, concepção essa que lhe titularia como uma obra do Grande Geômetra, ou Aquele que geometrizou o Universo.

É nesse sentido que o Companheiro, com ideais sublimes (aprimoramento e perfeição) pela ação e pelo trabalho aplica no ofício da Arte de Construir a Quinta Ciência (Geometria). Sumáriamente, é o seu ideal de Elevar a Obra construindo-a geometricamente para que, ao seu final, ao contemplá-la, ter a certeza que aplicou as ferramentas de acordo com as exigências da Arte – o ideal é que Obra permaneça para sempre na mente dos pósteros.

Verdade, Geometria e Criatura se geminam no resumo da vida, já que todos são produtos do Grande Geômetra. Nesse particular, as “Grandes Verdades” para o Companheiro estão na representatividade do Delta e nos seus atributos, pois deles dependem os sublimes ideais. Primeiro o sublime ideal de aplicar a Geometria na elevação da Obra da Vida, segundo o ideal de deixar essa Obra como exemplo aos pósteros. É certo que chegará o tempo que se dirá: “essa idade não me agrada”. Tudo está entre o Meio-Dia e a Meia-Noite.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário