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sexta-feira, 19 de março de 2021

MAÇONARIA E RITUALÍSTICA - REAA

MAÇONARIA E RITUALÍSTICA - REAA
(republicação)

Em 06/03/2017 o Respeitável Irmão Eduardo Adolfo Squef Manevy, Mestre Maçom Instalado, sem mencionar o nome da Loja, REAA, Oriente (Vale) de Encarnacion, Paraguay, solicita as informações seguintes através do meu blog http://pedro-juk.webnode.com/

MAÇONARIA E RITUALÍSTICA – REAA.

Mi Querido y Respetado Hermano, soy iniciado en los misterios Masonicos en el año 1998, soy MM.'., tambien soy Maestro Instalado. Pertenezco al Valle de Encarnacion, Oriente de Paraguay. Me gustaria recibir de vuestro bastisimo conocimiento sobre Masoneria, informaciones sobre nuestra noble Institucion, principalmente sobre Ritualismo, principalmente del REAA. Tus aclaraciones sobre Ritualistica ayudan mucho a mi entendimiento profundo de nuestra filosofia.

CONSIDERAÇÕES.

Prezado Irmão, escrever a respeito da Maçonaria, sua história e sua filosofia, mesmo que só de um dos seus ritos, como e o caso do REAA.'., eu temo que tenha de escrever alguns espessos volumes a respeito. Assim, penso que seria melhor se o nobre Irmão pudesse elencar questões a respeito enviando-as em seguida para minha pessoa para análise e possíveis respostas.

Como eu sou adepto da autenticidade, enxergo a nossa Ordem sob a égide da razão. Entendo-a historicamente como uma Instituição herdeira do ofício perpetrado pelos canteiros medievas, cuja história tem aproximadamente oitocentos anos de existência – obviamente em se despindo das falsas interpretações que alguns temerariamente querem dar sobre as lendas e alegorias que promovem o arcabouço doutrinário da Moderna Maçonaria.

Observo a Ordem Maçônica, atualmente, como herdeira de duas vertentes universais – uma de feição teísta, a anglo-saxônica, e a outra de feição deísta, a de vertente francesa. Entretanto, ainda nesse particular, existem características que devem ser levadas em consideração. É o caso, por exemplo, do REAA.'. que é um rito originário da França, mas que por motivos conjunturais de separação do franco-maçônico básico dos altos graus, acabou sofrendo também fortes influências anglo-saxônicas (teístas).

Além dessas conjunturas maçônicas, a Maçonaria e os seus ritos, particularmente o REAA.'., ao longo da sua existência sofreu - e ainda vem sofrendo - inúmeras intervenções falaciosas transformando-o, conforme as circunstâncias, numa verdadeira “colcha de retalhos” (figuradamente, é uma mistura de elementos estranhos à sua doutrina).

Nesse caso então, é necessária primeira a separação do joio do trigo, pois palpiteiros, ufanistas e mal intencionados, como ervas-daninhas se espalham sobre o solo da literatura e da prática maçônica universal.

Ainda sobre o REEA.'., para citar só ele dentro da constelação de ritos maçônicos, o mesmo é um sistema à parte e precisa ser muito bem compreendido quanto as suas origens e os seus documentos básicos, destacando-se inclusive o seu nome como “escocês”, cuja história, filosofia e ritualística não têm nenhuma raiz com a Escócia (país situado ao norte da Bretanha), senão um longínquo elo de razão revolucionária adquirida na revolução puritana de Cromwell em 1.649 com a deposição dos Stuarts (reis católicos naturais da Escócia) do reino inglês. Na verdade o termo “escocês”, segundo alguns autores, como nome associado a um rito é oriundo de uma distinção existencial (alcunha) entre grupos maçônicos exilados em solo francês no século XVIII. Tanto que isso pode ser verificado ainda hoje, já que na Europa é comum o rito ser conhecido apenas como Rito Antigo e Aceito.

Ainda no que diz respeito do escocesismo, outra consideração importante é a de que desde a criação da sua estrutura original com o Rito de Héredon e os seus 25 graus até a criação do Supremo Conselho em 1.801 com 33 graus já sobre solo norte-americano, o Rito não conviveu com graus simbólicos próprios (originais). Historicamente se sabe que desde os primeiros tempos do Supremo Conselho Mãe do Mundo do REAA.'., para praticar os três primeiros graus, o Rito se valeu das Lojas Azuis, ou do Craft norte-americano que, por sua vez, é filho espiritual da Maçonaria inglesa.

Na verdade, como REAA.'., originalmente ele foi criado do grau 4 até o 33, cuja prática do franco maçônico básico (simbolismo) se fazia (e ainda hoje se faz na maioria das Lojas nos E.U.A.) através do Craft norte-americano, muito conhecido como Rito de York (americano).

O simbolismo original do Rito Escocês Antigo e Aceito só viria aparecer em 1.804 com o advento do primeiro ritual simbólico em solo francês. Isso aconteceria sob a égide do Segundo Supremo Conselho (o da França) e do Grande Oriente da França.

Assim esse primeiro ritual, mesmo em solo francês e por razões circunstanciais, acabaria influenciado pela vertente antiga de Maçonaria praticada pelas Lojas Azuis norte-americanas, isso porque o ritual teria sido estruturado por maçons franceses de retorno à França oriundos dos Estados Unidos da América do Norte. Essa é a razão da influência anglo-saxônica sobre o escocesismo simbólico.

Sob esse particular, destaque-se o panorama da prática maçônica que ocorria na França da época. Naquela oportunidade o sistema “antigo” praticado pela Grande Loja dos Antigos de 1.751 que se opunha a Grande Loja dos Modernos de 1.717 na Inglaterra, era completamente desconhecido dos franceses, já que a Maçonaria francesa vivia naquela oportunidade sob a influência inglesa da Grande Loja dos Modernos. Já os “antigos”, por razões históricas, influenciavam a Maçonaria norte-americana e as suas Lojas Azuis.

Em síntese esse é um capítulo que tem de ser observado à parte para melhor se compreender a existência dos termos “antigos e modernos” oriundos das escaramuças entre as duas Grandes Lojas rivais que, em 1.813, culminaria com a união e fundação da Grande Loja Unida da Inglaterra. Na verdade, todo esse teatro histórico influenciaria também a Maçonaria francesa e, por conseguinte os seus filhos espirituais como é o caso do REAA.'.

Com a intenção de alertar para a complexidade do assunto é que produzi esse breve relato que vai acomodado na carruagem da história. Os fatos verídicos obrigatoriamente dependem de uma observação isenta dos acontecimentos. Assim, para não se fugir da regra, produzir algo que envolva a história e o simbolismo de um rito maçônico requer prudência e bom senso no tratamento dos fatos e na classificação acadêmica das evidências primárias.

Desse modo, eu sugiro que o Irmão planeje primeiro uma pauta indicando paulatinamente as suas dúvidas para que possamos juntos, na medida do possível, tentar esclarecer as dúvidas.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

Um comentário:

  1. SFU.meu é Jorge Tavares Vicente soi Mestre Instalado da Augusta Respeitavel e Grande Benemérita Loja Maçonica Evolução 02 Grande Loja do Rio de Janeiro.Brasil.Sou Escritor Maçonicoe após minhasvisitas a várias Lojas em Assunçao Ciudad Del Este e Luque gostaria de visitar As Lojas de Encarnacion.Preciso do Endereço das Lojasem Encarnacion Os meus livros estão também em Espanhol.Aguardo uma resposta.TFA

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