MARCHA DO APRENDIZ - REAA
(republicação)
Em 30/01/2016 o Respeitável Irmão
Joaquim Guimarães Maia Neto, Loja Fênix do Alto do Paranaíba, GOB-MG, sem
mencionar o nome do Rito, Oriente de Patos de Minas, Estado de Minas Gerais,
solicita o que segue:
MARCHA DE APRENDIZ
Queria, por favor, suas
considerações sobre o trabalho montado por um Irmão (...) sobre a Marcha do
Aprendiz Maçom. Achei um pouco pesada por alguns termos usados. Espero suas
opiniões para que possa apresenta-la em uma sessão do Grau 1.
CONSIDERAÇÕES:
Prefiro não criticar amiúde o
trabalho de outrem. Em vez disso vou tecer aqui algumas das minhas
considerações sobre o significado da Marcha do Grau sob o ponto de vista da
escola autêntica, de modo a compreender sob essa óptica os reais propósitos da
Ordem.
Com lucidez e sem lançar mão do
imaginário que geralmente envolve concepções ocultistas e quando não, credos e
opiniões pessoais que não pertencem ao ideário da razão, o melhor mesmo é
estabelecer relações lógicas, de conhecer, de compreender e de raciocinar,
utilizando bom senso, juízo e prudência.
Infelizmente a Sublime
Instituição pela sua característica de tolerância e liberdade, vem sofrendo ao
longo da sua existência especulativa o bombardeio de uma série de conceitos e
concepções muitas vezes afastadas da lógica e da razão.
Especificamente no que tange a
alegoria da Marcha do Grau (nos ritos que a possuem), inúmeras ilações e até
mesmo invenções, tem povoado o imaginário de alguns autores. É comum nos
depararmos com ideias, como por exemplo, que querem justificar o inventivo
arrastar dos pés na Marcha do Primeiro Grau, ligando-o a um pretenso campo de
força do pensamento ou a formação de egrégora (que, aliás, nem existe definição
do que é no nosso vernáculo). Na verdade, tudo isso nada mais é do que mera
especulação perpetrada por aqueles que querem fazer da Maçonaria sua própria
passarela por onde desfilam suas convicções pessoais.
Ora, ao tempo de aplicar todo
esse exercício de imaginação, que não raras vezes atenta contra a paciência da
coletividade, melhor seria é se despir dessas concepções e tentar entender a
estrutura doutrinária da Moderna Maçonaria em geral e dos seus Ritos em
particular.
Pensando em colaborar com esse
pensamento, vou descrever sinteticamente e sem esgotar o assunto, alguns
elementos que possam levar a reflexão e dar suporte para a compreensão saudável
da alegoria da Marcha do Grau de Aprendiz no REAA. Talvez por si só até fazer
uma avaliação criteriosa comparando essa minha resumida explanação com a Peça
de Arquitetura que me fora por vos enviada e que mereceu a questão aqui
levantada. Seguem os apontamentos:
A alegoria da Marcha do Grau
impreterivelmente está associada à doutrina do REAA. Por assim dizer, é
imperioso compreender que o Rito em questão é de origem francesa e, por sua vez
possui características deístas, portanto o seu método de busca do
aperfeiçoamento se embasa simbolicamente nas Leis da Natureza. Assim o caminho
do primeiro ciclo (Aprendiz) representa comparativamente à renovação
primaveril. Em tese, com o término do Inverno, caminhando em direção à Luz o
Obreiro que acabou de recebê-la, mesmo que tenuamente rompe a marcha na sua
direção – partindo do Ocidente em direção ao Oriente (o lugar da Luz).
À procura de mais Luz o Aprendiz
exercita o caminho da retidão sobre o eixo do Templo (equador) tendo como guia
a Esquadro (posição dos pés) o que o faz palmilhando passo a passo em linha
reta. A Maçonaria ensina que a retidão é a vereda dos justos.
Esquadrejando passo a passo como
que estivesse usando de cautela, o Aprendiz avança com o seu p∴ esq∴ pelo solo
ainda pouco iluminado (Ocidente). Ainda que com prudência, mas com passo
normal, segue a interseção das linhas que formam os ângulos que constituem o
Pavimento Mosaico. Assim, o Aprendiz dá três passos começando por avançar o p∴ esq∴ juntando a cada passo pelos cc∴ o p∴ dir∴ em esq∴ O termo passos normais
significa aqui que não se devem arrastar os pés.
Representando a evolução e o
aperfeiçoamento humano a Marcha em direção à Luz ratifica esse objetivo. Como
sendo o único caso em que se anda à Ordem, desde cedo o Aprendiz aprende que
estará sempre pronto e a disposição para servir (é o significado do termo “à Ordem”).
Os três passos, dentre outros,
representando a vereda dos justos, cada passo concebe um ciclo que será
cumprido na sua jornada. No futuro ao alcançar sucessivamente cada uma dessas
etapas, mais mistérios lhe serão revelados (aumentos de salário). Partindo do
número um ele chegará ao número três, afinal essa e uma regra da Natureza -
todos haverão de passar pelas três etapas da vida: a infância, a juventude e a
maturidade (primavera, verão e outono).
Assim, ficam aqui algumas
ponderações a respeito da Marcha do Grau do Aprendiz, mas sem o subterfúgio da
fertilidade do imaginário.
Em busca do aperfeiçoamento, o
Homem deve palmilhar os caminhos da vida e da lógica com serenidade e
constância. Não há como se aproximar da perfeição sem que antes se investigue
amiúde a Verdade. Não é divisa de um maçom estacionar ou recuar à sombra da
imaginação, beber das ilações e se alimentar das crenças temerárias.
A Marcha, desde cedo nos ensina a
nunca retroceder na busca do objetivo (perseverança), porém alcança-lo, mesmo
que no futuro nos deparemos com um caminho sinuoso, já que no fim da jornada, a
Luz estará no Oriente. (se bem observada e compreendida a Arte, esse último
parágrafo é um resumo do significado das três Marchas do simbolismo).
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br
Btarde irmão ,nessecitando conteúdo na marcha de aprendiz ,para um trabalho a ser apresentado em loja me vi envolvido com seu conteúdo de informação e pude perceber o quanto em suas afirmações tem soberana força ; porém assusta toda sua força acadêmica mas soa incrível show
ResponderExcluirExcelente!
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