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sábado, 29 de maio de 2021

INGRESSO DE IRMÃO ATRASADO - REAA

INGRESSO DE IRMÃO ATRASADO - REAA
(republicação)

Em 01/04/2017 o Respeitável Irmão Homero Luiggi Pedrollo, Loja Acácia Joinvilense, 1.937, REAA, GOB-SC, Oriente de Joinville, Estado de Santa Catarina, solicita o seguinte esclarecimento:

Tomo a liberdade de pedir ajuda ao Irmão. Quando um Irmão, por algum motivo extraordinário, chega atrasado à sessão qual o procedimento correto a seguir? Quais sãos os envolvidos? Guarda do templo, Mestre de Cerimônias, Experto? Tenho a vontade de fazer essa simulação para treino e instrução, inclusive aplicando o telhamento (ou trolhamento - há controvérsias).

CONSIDERAÇÕES:

Um Irmão retardatário pedindo ingresso na Loja, não havendo Guarda Externo presente, ele dá na porta, em qualquer circunstância, a bateria universal que é a mesma bateria do Aprendiz, não importando o Grau em que a Loja esteja trabalhando. Em seguida aguarda providências.

Nesse caso podem ocorrer duas situações: a primeira é a de que o momento seja propício para o seu ingresso, e a segunda é se o andamento dos trabalhos não o permitir de imediato, pelo que o retardatário deverá então aguardar.

No primeiro caso assim se deve proceder: logo que ele efetue a bateria universal, o Cobridor Interno informa imediatamente, na forma de costume, a ocorrência ao Primeiro Vigilante que, por sua vez, também comunica ao Venerável. Prosseguindo, o Venerável Mestre solicita diretamente ao Cobridor que verifique quem bate e, se for Irmão do Quadro que lhe seja franqueado formalmente o ingresso (pela Marcha e pelo questionário tradicional). Não sendo do Quadro e desconhecido o retardatário deverá passar pelo telhamento completo (sinais, toques e palavras) no átrio, o que será executado pelo Segundo Experto, inclusive remetendo seu documento de identificação maçônica ao Orador para a competente verificação. Feitas as devidas averiguações e desde que o que pede ingresso possui grau suficiente para assistir o trabalho, ser-lhe-á então franqueado o ingresso na Loja pela Marcha do Grau e pelo questionário de telhamento tradicional. Nessa oportunidade, por ordem do Venerável, o Mestre de Cerimônias, portando o bastão, conduz o retardatário. Enquanto o protagonista executa a Marcha e se submete ao questionário, o Mestre de Cerimônias aguarda ordem na Coluna do Norte para conduzir o Irmão ao lugar devido.

No segundo caso, se o momento não for oportuno para o ingresso imediato (durante a abertura dos trabalhos, leitura da ata, circulação da bolsa, etc.), o Cobridor interno ao ouvir as pancadas, sem nada anunciar, levanta-se imediatamente, vai à porta e nela responde também com a bateria universal. Essa prática significa que o retardatário deve aguardar o momento oportuno para ser atendido (nunca se deve replicar a bateria ou mesmo aumenta-la para outro Grau). Chegando o momento propício, o Cobridor faz a comunicação ao Primeiro Vigilante e seguem-se os procedimentos da praxe até o ingresso do retardatário.

A título de esclarecimento, cabem aqui algumas observações pertinentes a essas situações:
a) Não existe troca e aumento de baterias na porta;
b) Não existe a tal bateria de alarme por uma ou duas pancadas. Isso é invenção;
c) O ideal é nunca chegar atrasado;
d) Havendo Guarda Externo ele se ocupa de informar o retardatário e de dar a bateria na porta com o punho da espada pedindo ingresso;
e) A bateria universal, em qualquer situação é a do Aprendiz;
f) A bateria na parte interna da porta é dada com o punho da espada pelo Cobridor Interno;
g) Em se chegando atrasado e existirem visitantes aguardando o ingresso conforme prevê o ritual, o retardatário espera a possibilidade de junto com eles ingressar;
h) Se o retardatário não possuir grau suficiente para ingressar, ele receberá a comunicação pessoalmente e nunca através da bateria do Grau. A porta do Templo não é lugar de batucadas;
i) Após o início dos trabalhos, todo o ingresso na Loja é formal.
j) Todas essas situações somente se darão se o retardatário por algum meio conseguir entrar no edifício que abriga o Templo e chegar ao átrio da Loja após o início dos trabalhos.

Genericamente esses são os principais procedimentos que devem ser adotados nessas situações.

Sobre a controvérsia “telhamento ou trolhamento” mencionada na sua questão, penso que ela não existe, pois o termo correto de uso já foi exaustivamente elucidado e comprovado por inúmeros autores autênticos. Assim, quando se tratar de verificação da qualidade maçônica de um obreiro, menciona-se “telhamento” (neologismo maçônico), pois trata da cobertura dos trabalhos (vide Cobridor do Grau, Cobridor da Loja) em cumprimento a um importante Landmark da Ordem que é o sigilo. Já o termo “trolhamento” significa figuradamente na Maçonaria o ato de alisar, ou aparar arestas surgidas de eventuais rusgas entre Irmãos. Assim, sob essa óptica, um Templo é coberto com telhas e não com trolhas, pois a telha é comprovadamente um objeto usado para cobrir, ou fazer a telhadura de um edifício, enquanto que a trolha é a colher do pedreiro, ou a desempoladeira da qual o artífice se serve da argamassa para assentar pedras e tijolos, e com ela aparando e alisando as arestas que se formam durante o assentamento. Infelizmente alguns autores no passado confundiram os termos espalhando esse equívoco pelas suas literaturas que fatalmente influenciaram até mesmo rituais, o que tem feito que ainda hoje alguns ainda mencionem esse equívoco – dizem que matar o dinossauro não é tão difícil; o difícil mesmo é consumir sua carcaça.

NOTA – Veja no Blog do Pedro Juk – http://pedro-juk.blogspot.com.br – em Peças de Arquitetura, março de 2017, o título Telhar ou Trolhar de minha autoria.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

Um comentário:

  1. Estimado Irmão, poderia nos informar algumas referencias bibliograficas sobre este tema, pois pratico de forma diferente.
    Meu no é José Carlos - E-mail jcc400@gmail.com
    TFA

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