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sábado, 5 de junho de 2021

REAA - FERRAMENTAS DO APRENDIZ

REAA - FERRAMENTAS DO APRENDIZ
(republicação)

Em 03/04/2017 o Respeitável Irmão José Luiz Horner Silveira, Loja Renovação, 3.387, REAA, GOB-SC, Oriente de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, solicita o seguinte esclarecimento.

Mais uma vez recorro à sapiência do nobre Irmão.
Eis minha dúvida:
É correto dizer que as ferramentas do Grau de Aprendiz maçom no GOB são a régua de 24 pol, o maço e o cinzel? Ou apenas o maço e o cinzel, já que a régua não está representada em nosso painel.

CONSIDERAÇÕES:

Esse tem sido um equívoco adquirido pela não observação das particularidades dos Ritos e Trabalhos das duas principais vertentes maçônicas.

Não é uma questão de “Aprendiz maçom do GOB”, mas deveria ser genuinamente a do Aprendiz Maçom do REAA. Infelizmente no Brasil muitos rituais enxertados com costumes de outros ritos foram editados e aprovados o que acabou por nos trazer dúvidas como a aqui tratada.

Verdadeiramente no escocesismo simbólico o Primeiro Grau detém como ferramentas de trabalho apenas o Maço e o Cinzel, enquanto que a Régua de 24 Polegadas é um dos instrumentos do Companheiro Maçom. Isso pode ser facilmente observado nas alegorias originais francesas do Aprendiz e do Companheiro usadas no REAA, onde sinteticamente se vê o Aprendiz desbastando a Pedra Bruta e nela aplicando no ofício o Maço e o Cinzel, enquanto que na alegoria do Segundo Grau é perfeitamente visível a Régua como uma das ferramentas trazidas pelo Companheiro para aplicar na Pedra Cúbica. Isso não acontece por acaso, pois as alegorias representam as etapas (idades) de aperfeiçoamento e os métodos aplicados (pelas ferramentas) para se chegar ao resultado apropriado de acordo com a doutrina do Rito.

Do mesmo modo, há que se observar o conteúdo dos respectivos Painéis do Grau do Rito, a despeito de que eles não estejam ainda deturpados. Visualizando cada Painel, no do Aprendiz não aparece a Régua, já no de Companheiro, ela se faz presente. Isso acontece porque o conjunto dos símbolos contidos nos Painéis significa a Loja aberta de acordo com o Grau, portanto o conjunto alegórico é disposto de tal modo que lembrem as práticas ritualísticas executadas nos trabalhos litúrgicos, principalmente naqueles que acontecem durante as cerimônias de Iniciação e de Elevação.

Dadas essas explicações e para melhor esclarecimento da dúvida apresentada na questão que envolve o uso da Régua no Primeiro Grau em alguns rituais escoceses, primeiro cabe lembrar que o Rito Escocês Antigo e Aceito, apesar do vocábulo titular “escocês”, é um rito originário da França.

Dito isso, o uso da Régua Graduada é comum no Grau de Aprendiz, mas na vertente inglesa de Maçonaria, ou seja, no Craft inglês e não no escocesismo simbólico que é de vertente francesa. Além do que, não há como esquecer que os costumes litúrgicos maçônicos, embora com o mesmo objetivo, muitas vezes se diferem entre os seus ritos e rituais, sobretudo quando observadas às suas origens e as suas estruturas doutrinárias.

Desafortunadamente, sobretudo na Maçonaria brasileira, essa mania desenfreada das Obediências em editar exponencialmente rituais, muitas práticas e costumes próprios de alguns ritos acabaram sendo enxertados em outros, sobretudo por obra da desatenção e pelo próprio desconhecimento de causa dos seus artífices.

Provavelmente no Brasil, o equívoco específico relativo à Régua no Primeiro Grau do REAA ocorreu - bem como outras não menos importantes - no início do segundo quartel do século passado por razões históricas que envolveram uma Obediência e o seu reconhecimento, mas esse é fato que não merece aqui ser comentado. Naquela oportunidade muitas práticas do Craft norte-americano, que por sua vez é originário do inglês, acabariam por aqui aportando incorretamente no escocesismo.

Concluindo, independente de ritual dessa ou daquela Obediência, em se tratando do escocesismo original, a Régua de 24 Polegadas não é instrumento do Aprendiz, senão do Companheiro. Ritual do escocesismo que porventura exarar ao contrário estará nocivamente o misturando com práticas de outros ritos, o que pode tornar contraditório ou dúbio o sentido da sua interpretação.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

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