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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

ANDREW MICHAEL RAMSAY E A FARSA HISTÓRICA

ANDREW MICHAEL RAMSAY E A FARSA HISTÓRICA

O autor tem direito de propriedade sobre a forma e o conteúdo de sua criação. Nela ninguém pode interferir.  (John Locke 1.632/1.704 filosofo/escritor inglês).

Nascido na Escócia (1.686-1.743) foi um teólogo e escritor que viveu a maior parte de sua vida adulta na França como jacobita exilado. Formado em Glasgow e Edimburgo, graduou-se em 1.707. Em 1.727 publicou “As Viagens de Ciro”, que foi um grande êxito e deu-lhe fama e o tornou célebre entre a nobreza francesa. No ano seguinte mudou-se para Londres e conviveu com Isaac Newton e Jean Desagulliers entre outras personalidades da época. Converteu-se ao catolicismo influenciado pelo filósofo místico François Fenélon. O Príncipe Regente da França, Philippe d´Orleans o tornou membro da sociedade “Cavaleiros da Ordem de São Lázaro de Jerusalém” – daí sua futura designação de Chevalier Ramsay. Em 1.737, como Grande Chanceler e Orador da Ordem, Ramsay escreveu e proferiu perante uma assembléia de Maçons, a célebre peça de oratória na recepção a grande número de irmãos, na Grande Loja da França. Naquela noite, Andrew Michael Ramsay, faz inflamado discurso ligando a Maçonaria com as Cruzadas. 

Sua fala é o maior fato, que mais efeito teve, nos eventos ligados à Ordem Maçônica até os dias de hoje. Sabe-se agora que nada que ele falou corresponde à realidade histórica, e o próprio Ramsay sabia que a maçonaria nada tinha a ver com os Templários nem com as Cruzadas. Vaidoso, não aceitava a verdadeira origem dos maçons construtores, que eram humildes e analfabetos, e então inventou essa balela das cruzadas e templários. Sua intenção era dar à Ordem Maçônica uma aura de autoridade e poder místico, pensando com isso atrair a nobreza e a aristocracia para seu interior, e teve sucesso, pois a essa gente passou a fazer parte da Ordem a partir daquele dia. Conseguiu por “baixo do pano” ser Baronete, o mais baixo título de nobreza hereditário britânico. Tudo o que ele disse naquele dia foi um arroubo de oratória, para cativar a assembléia presente e os recém iniciados na Grande Loja Francesa. 

Desde então, acreditando na farsa, os maçons de todo mundo passaram a aceitar a ligação templários, cruzadas e maçonaria, esquecendo que a palavra Maçom significa Pedreiro, os antigos construtores de catedrais, não guerreiros, como os membros da Quarta Cruzada que assaltaram e pilharam Constantinopla, a capital da Cristandade oriental, numa empreitada de vilania e traição cometida contra os próprios cristãos. Esse assalto à grande cidade greco-cristã-ortodoxa selaria para sempre o Cisma da Cristandade, pois nunca mais as Igrejas de Roma e a grega de Constantinopla fizeram as pazes. Naquele tempo, como hoje, qualquer orador astuto é capaz de iludir maçons incautos e transformar mentiras em verdade absoluta. 

Conclusão: baseado nessa oratória de Ramsay, em pouco tempo mais de 1.100 graus foram inventados, agrupados em 100 ritos, sendo que maior parte deles teve vida efêmera, mas entre os que sobreviveram, contavam-se 25 graus do Rito de Perfeição, que deu origem ao Rito Escocês Antigo e Aceito.

Laurindo R. Gutierrez - 
Loja Brasil de Pesq. Maçônicas – Londrina-Pr
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas – Porto Alegre- RS

Bibliografia:
WWW.chevalier Ramsay 
acervo do ir. H. Spoladore 
Rui Bandeira- Lisboa-PT

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