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terça-feira, 7 de dezembro de 2021

APROVAÇÃO DO BALAÚSTRE

APROVAÇÃO DO BALAÚSTRE
(republicação)

Pelo presente estou buscando luzes junto ao Respeitável Irmão para o seguinte: Partindo do princípio que somente pode aprovar o balaústre aquele obreiro que estava presente na sessão, qual deve ser a postura do mesmo durante a aprovação do balaústre: Fica de pé e à ordem? Fica sentado sem nenhum gesto de aprovação, ou seja, fica sentado com as mãos sobre as pernas? Ou nenhuma delas? 
paulovalduga@gmail.com

CONSIDERAÇÕES:

Primeiramente eu gostaria de me manifestar com regozijo ao ouvir o termo correto que deve ser usado na Maçonaria quando se trata dos escritos e registros de uma Sessão Maçônica – o Balaústre, pois infelizmente muito desses costumes tradicionais tem dado lugar ao termo profano - “ata”. 

Embora nesse caso os termos se tornem sinônimos, balaústre é muito mais significativo como substantivo masculino que designa em arquitetura o colunelo de madeira, pedra ou metal que sustenta junto com outros iguais, regularmente distribuídos, uma travessa, corrimão, ou peitoril. 

Em Maçonaria, essa sustentação está no sentido figurado de amparar a história da Loja. Já o termo “ata”, embora não errado sob o ponto de vista do objetivo, fica distante da tradição, o que lhe dá um caráter vulgar para o trato dos escritos maçônicos.

Quanto à questão propriamente dita é mais uma das demandas maçônicas controvertidas que acabaram tomando força e vigor eivadas pelo costume de acomodação - para não se dizer no português bem claro - do tal do “jeitinho”.

Na verdade se considerada a cobertura (sigilo) da Loja em relação aos seus trabalhos e concernente aos que neles estiveram presentes de não revelar tudo o quanto ali se passou os ausentes não poderiam ouvir a leitura dos acontecimentos a respeito registrados.

Haveria então duas possibilidades. A primeira seria a de que o Balaústre fosse redigido e aprovado na mesma Sessão. Pelos rituais isso não seria possível, pois a imensa maioria deles exara a aprovação do Balaústre referente aos últimos trabalhos. A segunda possibilidade seria a de que só entrariam na Loja antes da leitura do referido, aqueles que estiveram presentes na sessão anterior. Nesse rol se enquadrariam Irmãos visitantes e os faltosos da própria Loja. Isso também nos parece utópico, pois ninguém atende a essa formalidade. Alguns rituais até preveem entrada de visitantes após a Ordem do Dia, todavia aleivosamente esses mesmos rituais também preveem a entrada em família de visitantes, o que significa o mesmo que enxugar gelo. A despeito dos faltosos então, não existe procedimento algum.

Ilustrando essa conjuntura eu acho muito difícil um visitante ilustre aguardar a leitura do balaústre para lhe ser franqueado o ingresso. Imagine então quem teria a coragem de barrar o Grão-Mestre numa situação dessas. O problema estaria não na situação propriamente dita, todavia pelos homens que nela se envolvem. A tese é se esses homens estariam dispostos humildemente a se sujeitar a tal situação.

Retomando o raciocínio e pela profusão do contraditório, consuetudinariamente os rituais, em linhas gerais adotam o procedimento da leitura do balaústre mesmo na presença de Obreiros que não estiveram presentes na Sessão a que ele se refere.

Agora a questão é quanto a sua aprovação. Nesse sentido deve sempre prevalecer o bom senso, pois pelo menos quando da aprovação do balaústre, se manifestam na forma de costume apenas aqueles que dos trabalhos relativos a ele (o balaústre) tenham tomado parte. Já os ausentes naquela oportunidade devem se abster.

O ato de se abster no Rito Escocês Antigo e Aceito é constituído pela atitude do Obreiro se posicionar à Ordem(*), já que ele permanecendo sentado por ocasião da votação sua atitude pode ser tomada como desaprovação. Existem Ritos que possuem um sinal próprio para a ocasião da abstenção, como é o caso do Rito Adonhiramita.

Por fim, essas são as considerações mais plausíveis e racionais para a oportunidade já que a Sessão em aprovação já houvera sido executada e quem dela não participou nada teria para acrescentar.

(*) Em pé e à Ordem é uma frase constituída por redundância, já que ninguém fica à Ordem sentado.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JBNews n. 677, 04/07/2012

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