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domingo, 14 de novembro de 2021

CIRCUNVOLUÇÃO / GIRO

CIRCUNVOLUÇÃO / GIRO
(republicação)

O Respeitável Irmão Ivan Luiz Emerim, Loja Duque de Caxias III Milênio e Loja Maçônica de Pesquisas Gênesis, REAA, Grande Orientebdo Estado do Rio Grande do Sul, COMAB, Oriente de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta as seguintes questões:
ivan@educarita.org.br
jprimieri@gmail.com
wilsonmano02@hotmail.com

Circunvolução/giro:

a) No ritual 2004/2007 de Companheiro, consta na página 16, no Título “Circunvolução” que “a cada vez que transpuser o eixo longitudinal do Templo, todos os Irmãos devem saudar o Delta Luminoso com o Sinal de Ordem ou fazer reverência se estiver portando algo nas mãos”;

b) No ritual 2010/2013 de Aprendiz consta na página 81, no Título “Sinal e Saudação”, que o Obreiro tem que fazer o Sinal de Saudação ao Delta Luminoso quando ultrapassar pela primeira vez o equador durante o giro em Loja;

c) No mesmo ritual (2010/2013) na página 54, no título “Circulação em Loja”, só faz menção ao sentido horário, ao deslocamento na mesma Coluna e no Oriente. Não cita nada sobre saudação; 

Pergunta: Qual o procedimento correto?

d) Ainda sobre o caso acima temos uma dúvida: “circunvolução e giro” é a mesma coisa? Entendemos que circunvolução é o procedimento ritualístico usado pelos Obreiros que entram, saem ou eventualmente precisam se deslocar dentro do Templo; Giro é o trajeto percorrido por um Oficial (Diáconos, Mestre de Cerimônias, Hospitaleiro, Expertos) durante o seu trabalho ritualístico (Palavra, Bolsa, Tronco, Escrutínio, etc.). Pergunta: Ambos devem fazer o Sinal somente na primeira passagem?

CONSIDERAÇÕES:

No tocante ao que exaram os Rituais citados nada tenho a comentar especificamente sobre os mesmos, já que não os possuo, todavia seguem comentários que abordam o Rito Escocês Antigo e Aceito de uma forma geral e tradicional.

Alguns autores preconizavam que ao se cruzar o eixo do Templo se fizesse saudação ao “Delta”, fato que atualmente se encontra em desuso e praticamente abolido por não encontrar guarida em uma justificativa sólida.

Nesse sentido, geralmente se faz saudação às Luzes da Loja (Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes) por ocasião da entrada formal em Loja (execução da Marcha) e durante a entrada e saída do Oriente em Loja aberta.

Cabe aqui uma pequena observação: não há que se confundir a “saudação pelo Sinal” que é o ato de se saudar alguém e a composição e posterior ação de se desfazer o Sinal. Em ambos os casos se procede da mesma forma, entretanto um é um ato dirigido a alguém e o outro é procedimento de costume – quem compõe um Sinal deve desfazê-lo executando a pena simbólica.

Também não se faz Sinal Penal com o instrumento de trabalho, isto é: não se usa o instrumento de trabalho para se executar um Sinal. O Obreiro que estiver empunhando um objeto de trabalho na ocasião fará apenas uma parada rápida e formal sem maneios de cabeça, inclinação do corpo ou coisas que o valham.

Desconheço na tradição do Rito Escocês Antigo e Aceito o “sinal de reverência” (sic).

Cabe aqui também uma observação aos Veneráveis e Vigilantes quando estiverem nos seus devidos lugares (Altar e mesas). Estes ao ficarem em pé devem deixar os seus respectivos malhetes e compor o Sinal Penal com a mão, ou mãos se for o caso.

Quanto à circulação: Circulação, do latim circulatione, profere o ato de circular, percorrer em torno, de rodear. Em Maçonaria na Sala da Loja, ou Templo em alguns ritos e particularmente no Escocês Antigo e Aceito é a circulação no espaço entre as Colunas do Norte e do Sul que efetivamente é feita no sentido horário tendo como referência o Painel da Loja que está situado no centro do Ocidente sobre o eixo longitudinal (equador). 

Essa circulação obedece ao sentido horário em alusão ao trabalho do Obreiro que começa no romper da aurora e termina ao cair da noite. É também a representação da Marcha da Luz tomada a referência através da marcha diária aparente do Sol.

No Oriente não existe qualquer padronização de circulação, resguardando-se apenas a obrigatoriedade de que a sua entrada é feita pelo lado Nordeste e a sua saída pelo lado Sudeste (incursão e saída o mais próximo da balaustrada possível).

Para o Obreiro que transitar no mesmo hemisfério (Colunas do Norte e do Sul), isto é, sem ultrapassar o eixo, não existe circulação.

Circunvolução – do latim da forma hipotética latina circunvolutione – expressa o movimento à volta de um centro comum. Em Maçonaria é o ato de se circular ritualisticamente conforme preceitua o Rito. No Rito em questão é o dextrogiro em torno no Painel da Loja.

Giro – do grego gyros, pelo latim gyru – designa volta, circuito, rotação, revolução. Em se tratando de Maçonaria e em particular ao Rito Escocês Antigo e Aceito é próprio referir-se ao deslocamento dos Oficiais que por dever de ofício careçam se movimentar (andar) em Loja. 

É por exemplo, o caso do Mestre de Cerimônias na atividade de colher as Propostas e Informações assim como o Hospitaleiro no recolhimento do óbolo. O porquê da definição prende-se ao fato de que esses Oficiais cumprem um circuito na Loja em atendimentos aos Irmãos de todos os quadrantes da Oficina, cujo início e fim estão previstos em um local entre Colunas próximo à porta de entrada do Templo.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 632, Florianópolis (SC) 20 de Maio de 2012.

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