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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

CONSIDERAÇÕES E QUESTÕES RITUALÍSTICAS

CONSIDERAÇÕES E QUESTÕES RITUALÍSTICAS
(republicaçào)

Considerações e questões apresentadas pelo Respeitável Irmão Edson Vinhas da Silva, Orador de Ofício da Loja Construtores do III Milênio, 3.158, REAA, GOB, Oriente de Cascadura, Estado do Rio de Janeiro.
vinhassilva@bol.com.br

Eminente Irmão. Gostaria de parabeniza-lo pela gama de conhecimento sobre o Rito Escocês Antigo e Aceito, o que nos possibilita gradativamente conseguir por em prática na nossa Oficina, os rituais e normas (RGF e outros) vigentes a partir de 2.009, que sem dúvida encontram resistências por parte de Irmãos que voltam a se regularizar, que foram Mestres Instalados na década de 1.980 a 1.990 e por aí vai. 

Duas questões que foram colocadas em Loja. Uma por parte do Irmão Chanceler de Ofício, questionando o porquê de atualmente os altares do Chanceler e do Tesoureiro não mais é acesa a luz, atualmente? A outra é se o Irmão Experto usa máscara nas iniciações, elevações e exaltações?

Questão formulada por outro Oficial. E por fim, por que foi retirado no REAA, ao final da Sessão o
termo “eu juro” mantido em outros Ritos? Também por outro Oficial qual a posição correta sentado do Cobridor com a espada, e como o mesmo deve portá-la ao ser convocado na Sessão? Sei o Respeitável e digno Irmão, por contingência do cargo e dos seus afazeres ritualísticos e profanos encontra-se às vezes assoberbado de tarefas, mas mesmo assim agradeço a atenção dispensada. 

Ainda outras questões: Ainda existe o Sinal de Socorro no REAA, na Maçonaria Gobiana que era transmitida no Grau de Mestre?  

Questão em Loja: Por que o Mar de Bronze foi modificado no REAA Gobiano?

O uso das luvas atualmente é facultativo ou obrigatório nas Sessões Magnas?

Questão em Loja: É permitido o uso de terno azul marinho e gravata borboleta nas sessões ordinárias e magnas?

CONSIDERAÇÕES:

1 - Luz nas Mesas do Chanceler e do Tesoureiro – O ritual em vigência cumpre a tradição do Rito em questão. Luzes litúrgicas são apenas aquelas colocadas sobre o Altar ocupado pelo Venerável Mestre e mesas dos Vigilantes. No Rito Escocês Antigo e Aceito verdadeiramente não existem outras Luzes e cerimônias nesse sentido. Os procedimentos que porventura houveram em rituais passados eram fruto de enxertia e “achismo”, assim o GOB deixou na sua prática apenas as Luzes que se referem às “Luzes da Loja” (Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes), acesas em número coerente com o Grau em que a Loja estiver trabalhando.

2 – Capuz e o Experto – O uso do capuz para o Oficial em questão está previsto apenas para a cerimônia de Iniciação na oportunidade das suas preliminares quando o Candidato é apresentado. Não está previsto o uso do artifício na Elevação e na Exaltação. A vestimenta da peça está augurada apenas na Iniciação dado em conta que o Candidato só é vendado após ser introduzido no edifício, recomendando-se que o mesmo não veja ninguém, senão o seu introdutor. Nesse sentido o Experto estará encapuzado e sem insígnias para que simbolicamente o Candidato nada reconheça. Somente após ter sido vendado o coadjuvante é que o Experto dispensará o Capuz. Assim o uso do capuz é restrito apenas às preliminares do ato iniciatico, não devendo ser usado durante a Sessão Magna de Iniciação. O procedimento está explicitado no Ritual de Aprendiz (REAA) em vigência em sua página 95. Ainda fica esclarecido que na Sessão Magna em Loja o Experto (sem capuz) estará vestido conforme a legislação e revestido das suas insígnias.

3 – O termo “eu juro” – Se outros Ritos fazem uso do termo, não cabe aqui comentário. Em se tratando do Rito Escocês Antigo e Aceito esse costume foi retirado pela sua redundância. Isso porque o conteúdo da obrigação prestada durante o “juramento” na Iniciação, Elevação e Exaltação prevê a finalidade. O juramento ao ser prestado cerra o objetivo, sendo, portanto redundante se jurar mais do que uma vez para o mesmo afim. Trocando em miúdos o que está “jurado”, está “jurado” e ponto final. O uso do termo “eu juro” no final de cada sessão no Rito em questão daria a nítida impressão de que o compromisso assumido por ocasião do juramento solene da Sessão Magna estaria sujeito ao descumprimento, sendo necessária a sua ratificação a cada encerramento dos trabalhos de uma Loja. Indubitavelmente isso não faz sentido algum.

4 – A espada e o Cobridor – O Cobridor somente empunha a espada (sempre com a mão direita) por dever de ofício ou quando o Ritual orientar. Estando o Cobridor (sempre um Mestre) sentado manterá a espada presa a faixa de Mestre em dispositivo conforme orienta o ritual de Mestre em vigência na última oração (página 22 do Ritual) – “Na extremidade interna da faixa, existe uma presilha que serve de suporte para espada”. Caso a Loja possua um dispositivo especial do tipo “talabarte” com bainha, o Cobridor dele pode fazer uso. Também é permitido, porém em caráter precário, que a espada fique presa a um dispositivo fixado atrás do encosto do assento. Se por dever de ofício estando o Cobridor em pé empunhando a espada, esta estará em riste segura pela mão direita e junto ao lado direito do corpo (altura da cintura), cuja mão direita estará colada ao quadril direito, tendo o respectivo braço e antebraço afastados do tronco – corpo ereto e os pés em esquadria na forma de costume. Outras situações: em deslocamento o Cobridor somente empunhará a espada nos casos previstos no ritual, caso contrário ele a manterá embainhada. Durante a verificação por ocasião da abertura dos trabalhos ele não precisa desembainhar a espada, bastando que na porta seja dada a bateria com a mão direita. O Cobridor em pé e parado em Loja aberta estando à espada embainhada este comporá o Sinal do Grau na forma de costume (com a[s] mão[s]) - apenas não se faz Sinal com o instrumento de trabalho, o que significa não usá-lo para fazer o Sinal. Assim já está previsto o dispositivo para prender a espada na faixa do Mestre. No Rito Escocês Antigo e Aceito devem ser evitadas posições em que o cobridor sentado apoia a ponta da espada sobre o piso sob a alegação de descarregar energias, ou outras coisas do gênero. Isso no Rito em questão é um despropósito e não faz parte do seu arcabouço doutrinário, afinal nos cargos da Loja não existe o cargo de Irmão Para-raios.

5 – Sinal de Socorro – Está previsto no Ritual de Mestre em vigência dele a pagina 39, Cobridor do Grau de Mestre (REAA), parágrafo 3º.

6 – Mar de Bronze – As explicações estão contidas no Ritual de Aprendiz do Rito Escocês Antigo e Aceito em vigor, páginas 19 e 20.

7 – Luvas na Sessão Magna – Não está mais previsto, sendo, portanto facultativo o uso das mesmas. O que está previsto é a entrega dos pares das mesmas ao neófito como elemento simbólico por ocasião da Iniciação, porém não mais literalmente o seu uso. Em linhas gerais o objetivo da entrega das luvas possui uma lição de moral e liberdade com responsabilidade, daí a sua essência ter um caráter simbólico e não de uma insígnia ou paramento.

8 – Terno azul marinho e gravata borboleta – Está presente no Artigo 110 do Regulamento Geral da Federação dando enfoque que o uso estará de acordo com o Rito. Assim, conforme o que exara o Ritual em vigor de Aprendiz para o Rito Escocês Antigo e Aceito está escrito na página 33: “(...) obrigatória nas Magnas..., terno, sapatos, cinto e meias na cor preta, camisa branca, gravata (preta, lisa sem ornamentos, modelo tradicional ou borboleta), podendo portar somente suas insígnias e condecorações relativas aos graus simbólicos.” No parágrafo seguinte há ainda a referência sobre o uso correto do balandrau nas “demais sessões”. Assim, em relação ao terno azul marinho ele não está mais previsto. Quanto à gravata borboleta é ainda questionável, embora prevista. À bem da verdade a gravata borboleta não é tradição no Rito Escocês, assim ficaria melhor o uso da gravata tradicional.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 606, Florianópolis (SC) 25 de Abril de 2012.

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