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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

AS LUVAS BRANCAS

AS LUVAS BRANCAS
Vladimir Spinelli dos Santos

O uso das Luvas é uma tradição que vem dos tempos mais recuados, assim no mundo profano, como dentro da Ordem Maçônica. 

A primeira referência a Luvas, como proteção contra o frio foi feita pelo grego Xenofontes, referindo-se aos persas, sem dizer, porém, de que material eram feitas.

Como Símbolo Maçônico, as Luvas representam a inocência e a pureza do coração. E há muito se tornou parte dos Rituais, especialmente nos países de língua latina, entregar ao Aprendiz na hora da Iniciação, quando já revestido, um par de Luvas. 

Também os bispos e os abades mitrados recebiam Luvas no momento de sua sagração. Eram Luvas litúrgicas.

As Luvas entram para a Maçonaria como herança da Maçonaria Operativa. De fato, os Trabalhadores da Pedra recebiam Luvas para seu trabalho e isto fazia parte do seu contrato. 

Afirmam que nas Velhas Lojas Escocesas dos séculos XVI e XVII, havia o costume pelo qual o novo membro admitido devia dar Luvas de presente aos outros membros da Loja. Na Inglaterra, isso era feito também para suas Mulheres. Os apontamentos guardados da construção da Catedral de York, do ano de 1355, provam que os canteiros recebiam Balandraus, Aventais e Luvas.

Kurt Prober cita ainda um Ritual inglês de 1772, onde especifica textualmente as seguintes palavras do Venerável Mestre para o Aprendiz: 
“... Ponha estas Luvas; a sua brancura é o símbolo da pureza e da inocência dos hábitos de um Maçom. Este outro par de Luvas se destina ao uso das senhoras, que não admitimos em nossos trabalhos; e será dado por vós àquela que ocupa o primeiro lugar em vosso coração”.
Para que a tradição não fosse prejudicada, pelo menos nas festas Magnas e nas Sessões Fúnebres, os Oficiais da Oficina deveriam usar Luvas brancas. Seria uma padronização de um costume enraizado na tradição maçônica. Ficaria a cargo do Venerável exigir essa prática de cada componente de sua Administração. Não é um paramento tão caro e justificaria o costume de se doar dois pares de Luvas aos Iniciados.

No caso das Luvas presenteadas “àquela que mais direito tiver à vossa estima e ao vosso afeto” – nossas esposas ou mães – essas Luvas têm pelo menos duas finalidades, razão pela qual devem sempre estar em suas bolsas, a primeira como “pedido de ajuda ou socorro” e a segunda como adereço em Sessões Magnas Brancas (“Públicas”).

No primeiro caso, a Luva deve ser colocada por sobre o antebraço esquerdo, o punho da Luva voltado para o corpo, os dedos da Luva pelo lado exposto do braço. A mão direita fica sobre a Luva, mas sem encobri-la, apenas para dar firmeza e a Luva não escorregar do braço. Só deve ser utilizada em situação emergencial; feito esta sinalização de modo o mais discreta possível, a mulher deve aguardar que um Maçom ou mesmo uma Cunhada se dirija a ela e se apresente como tal para solucionar o problema.

No segundo caso, segundo José Castellani, as esposas ou mães, poderão usar as Luvas brancas, se quiserem, em Sessões Magnas Brancas que por ventura vierem a freqüentar, em Lojas do marido ou filho ou naquelas que forem convidadas.

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