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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

JURAMENTO DO APRENDIZ MAÇOM

JURAMENTO DO APRENDIZ MAÇOM
Charles Evaldo Boller
(Cópia do ritual do Apr⸫ Maç⸫ da Muit⸫ Resp⸫ Gr⸫ Loj⸫ do Par⸫)

- Senhor, jurais e prometeis, por vossa livre vontade, por vossa honra e vossa fé, em presença do G⸫ A⸫ D⸫ U⸫ e de todos os MMaç⸫ espalhados pela superfície da Terra, nunca revelar os MMist⸫ da Maçonaria que vos forem confiados senão em LojV regularmente constituída, nunca os escrever, gravar, traçar, imprimir ou empregar quaisquer meios pelos quais possam ser divulgados?

- Eu o juro!

- Jurais e prometeis defender e proteger vossos IIrm⸫ esparsos pelo mundo, em tudo o que puder e for necessário e justo?

- Eu o juro!

- Jurais e prometeis conservar-vos sempre cidadão honesto e digno, submisso às leis do País, amigo de vossa família e Maç⸫ sincero, nunca atentando contra a honra de ninguém, especialmente contra a de vossos IIrm\ e de suas famílias?

- Eu o juro!

- Jurais e prometeis tornar-vos sempre um elemento de paz, de harmonia e de concórdia no seio da Maçonaria, repelindo toda e qualquer associação ou seita que, por juramento, prive o homem de seus direitos e deveres de cidadão e de sua liberdade de consciência?

- Eu o juro!

- Jurais e prometeis reconhecer como única autoridade maçônica legal e legítima nesta jurisdição, a Muit⸫ Resp⸫ Gr⸫ Loj⸫ do Par⸫, da qual depende esta Loj⸫, seguir suas leis e regulamentos, bem como acatar todas as decisões ou ordens legais e legítimas dos que vierem a ser vossos superiores?

- Eu o juro!

- Agora, senhor, repeti as palavras que vou ditar-vos e que são o complemento de vosso juramento:

- Tudo isso eu prometo cumprir sem sofisma, equívoco ou reserva mental, e se eu violar esta promessa, que faço sem a mínima coação, seja-me a⸫ a l⸫, o p⸫ c⸫ e meu c⸫ e⸫ em l⸫ i⸫ onde fique em perpétuo esquecimento, sendo eu declarado sacrílego para com Deus e desonrado para com todos os homens. Assim seja!

Considerações sobre Algumas Palavras do Juramento:

Sigilo

O homem Maç⸫ mantém em sigilo a sua condição de Maç⸫ entre PProf⸫. Tudo o que vê e ouve em sessões de Loj⸫ é guardado em sigilo, inclusive de IIrm⸫ que faltaram aos TTrab⸫; o que é revelado entre CCol⸫ é submetido a sigilo absoluto; o comportamento é usualmente discreto e reservado.

Honra

O Maç⸫ vela por sua honra e pela sua importância ela é o lastro da promessa solene; não pratica atos de má fé, engana, corrompe, atenta contra o patrimônio ou é desonesto a ninguém; não é causa de vergonha ou humilhação aos seus IIrm⸫, família ou grupo social; a manutenção da honra tem por objetivo torná-lo respeitado pela coletividade e modelo a ser seguido; é desta forma que se torna uma pedra polida para a edificação da sociedade; considerada como um dos bens fundamentais da vida social; é o prêmio da virtude e do bem fazer.


O Maç⸫ preserva sua fé e sua importância é invocada para selar o juramento; consta no painel da Loj⸫; é sua crença em alguma doutrina, princípio ou ensinamento; é a garantia das coisas esperadas e a provas das coisas que não se vêem; é crer no não visto; é o meio pelo qual o Maç⸫ atinge a realidade última de si e de Deus – é o nascimento de Deus, da divindade, da espiritualidade no homem; todos os atos litúrgicos exigem do Maç⸫ sinais sucessivos de fé; é o que anima o Maç⸫ em sua busca interior e aperfeiçoamento; é o que lhe dá energia para sustentar o compromisso assumido, de ser fiel à palavra dada, de cumprir exatamente o que prometeu.

G A D U

Grande Arquiteto do Universo; título dado a um conceito genérico de divindade suprema de todos os ritos e sistemas maçônicos; para o muçulmano é Alá, para o cristão é Jeová, Javé ou Yaveh; a Maçonaria não pratica culto de nenhuma espécie em sua ritualística. A Maçonaria não discute este campo por influência do iluminismo, e não vê nisso nenhum resultado prático, apenas causa de separações e litígio. Fomenta-se o desenvolvimento completo do homem pelo uso da sã racionalidade dirigida por uma espiritualidade não dogmática. Não se discute Deus em sentido teológico, pois o conhecimento de um ser desta magnitude não é concebível ao homem, e qualquer tentativa nesta direção leva ao incompreensível, ilógico e intratável pela razão. É objetivo fomentar nos homens a capacidade de pensar de forma livre, sem imposições externas e em todos os campos intelectuais. A Maçonaria provoca cada um em sua própria base de adoração numa busca interna e solitária de sua espiritualidade.

Discreto

O Maç⸫ não se jacta de sua condição de Maç⸫; faz beneficência sem se revelar como pessoa ou de sua condição de Maç⸫; comporta-se de maneira comedida; é reservado, modesto, circunspecto; não chama a atenção para si numa fogueira de vaidades; não dá na vista ou se auto-promove; não revela fatos ou segredos de outros; não se intromete em assuntos dos outros; não invade a privacidade alheia; não ostenta diplomas, medalhas e outras honrarias apenas para se exibir; não usa de seu cargo para impor seu pensamento aos outros.

Defesa do Irm

Afirmação por vezes confundida e alguns passam a exigir de seus IIrm⸫ benesses que vão inclusive contra suas consciências; jurar defender o Irm⸫ não implica o apoio a prejuízos na sociedade; o juramento induz a proteger o Irm⸫ em tudo o que for justo e honesto; é cumprido sempre que a solicitação estiver dentro de preceitos de moral, e quando o beneficiário o mereça e no que for correto; não se protege aquele que se mostra indigno; a solidariedade não é incondicional.

Honestidade

O Maç⸫ não sonega imposto; não subtrai nenhum valor de terceiros; não prejudica ninguém; desenvolve sua qualidade ou caráter de honesto, o atributo do que apresenta probidade, honradez segundo certos preceitos morais socialmente válidos; desenvolve a característica do que é decente, do que tem pureza e é moralmente irrepreensível; é casto e de comportamento ilibado.

Dignidade

Esta qualidade moral infunde respeito dos outros e desenvolve a consciência do próprio valor; é a honra, autoridade, nobreza, qualidade do que é grande, nobre e elevado que o Maç⸫ recebe por sua atuação na Ord⸫ e na sociedade; o brio do Maç⸫ de defender seus IIrm⸫ e o mais fraco; com um comportamento diferenciado obtém distinção; também é o zelo aos próprios sentimentos e valores; é o desenvolvimento do amor-próprio, pois como poderá amar aos outros se não experimenta em si esta mesmo este sentimento?

Patriota

O Maç⸫ ama a pátria e a ela presta serviços; não sonega imposto mesmo que a destinação destes recursos nem sempre o beneficiem diretamente ou ao seu grupo social mais imediato.

Pai

O homem Maç⸫ é induzido a ser um pai mais presente, um defensor da prole.

Esposo fiel

O homem Maç⸫ não comete infidelidade conjugal, pois tem consciência que isto protege sua família.

Homem de paz

Procura ser um multiplicador de paz em tudo o que for justo e honesto.

Disseminador de Entendimento

Entre seus IIrm⸫ é inclinado a levar uma vida pacificadora, colaborando para a paz e concórdia entre todos; este comportamento é transportado depois para a convivência em sociedade.

Repelir Seita

Não admite que qualquer religião, seita ou filosofia o aprisione, obrigando-o a atitudes de ferem a moral e a ética e principalmente sua liberdade de pensamento e consciência.

Liberdade de Consciência

Não admite que sua consciência seja obliterada por grupo de pessoas ou líderes comunitários que induzem ao erro e a comportamentos reprováveis por seus princípios morais. Suas convicções honestas o conscientizam de suas responsabilidades voltadas à busca da verdade e a prática do bem; não interfere no processo eleitoral, induzindo outros à rebelião quando seu candidato ou ele perde o pleito; como replicador da filosofia maçônica trabalha para convencer os outros pelo argumento lícito, franco e honesto; não manipula pela retórica destorcida, tendenciosa e falsa; induz a liberdade absoluta do pensamento.

Subordinação

Aceita e acata as leis de seu país e da obediência maçônica a que está sujeito.

Bibliografia: 
ABBAGNANO, Nicola, Dicionário de Filosofia, Dizionario di Filosofia, tradução: Alfredo Bosi, Ivone Castilho Benedetti, ISBN 978-85-336-2356-9, 5ª edição, Livraria Martins Fontes Editora Ltda., 1210 páginas, São Paulo, 2007. 
CAMINO, Rizzardo da, Dicionário Maçônico, ISBN 85-7374-251-8, 1ª edição, Madras Editora Ltda., 413 páginas, São Paulo, 2001. 
FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de, Dicionário de Maçonaria, Seus Mistérios, seus Ritos, sua Filosofia, sua História, 4ª edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 550 páginas, São Paulo, 1989. 
GHEERBRANT, Alain; CHEVALIER, Jean, Dicionário de Símbolos, Mitos, Sonhos, Costumes, Gestos, Formas, Figuras, Cores, Números, título original: Dictionaire des Symboles, tradução: Vera da Costa e Silva, ISBN 85-03-00257-4, 20ª edição, José Olympio Editora, 996 páginas, Rio de Janeiro, 1982. 
PARANÁ, Grande Loja do, Ritual do Grau de Aprendiz Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito, 3ª edição, Grande Loja do Paraná, 98 páginas, Curitiba, 2001. 

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