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quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

QUESTÕES RITUALÍSTICAS

QUESTÕES RITUALÍSTICAS
(republicação)

O Respeitável Irmão Luiz Carlos F. Ribeirinho, Mestre Maçom da Loja Cavaleiros de Salomão, 2.355, REAA, GOB-PR, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná. Estou exercendo na Loja a função de Guarda do Templo. Gostaria de alguns esclarecimentos sobre minhas dúvidas se possível;

1) Depois de montado o templo pode se permitir à entrada de algum Irmão antes da seção ser iniciada?

2) No caso de algum irmão precisar sair no meio da seção (por exemplo, ir ao banheiro) a solicitação de saída deve ser dirigida ao Venerável Mestre ou a um dos Vigilantes?

3) No caso de seção estar meio tumultuada (sem energia, tipo os Irmãos deixando cair algum instrumento de trabalho, conversa paralelo mesmo sendo baixinho, pular alguma frase do manual, etc.) pode o Irmão Mestre de Cerimônias dar uma volta dentro do templo sem falar e sem ser solicitada sua presença por algum Irmão e retornar ao seu lugar para que a Loja seja energizada novamente.

4) O Guarda do Templo deve estar com a espada, ombro arma mesmo quando a seção ainda não foi aberta.

5) O Templo pode ser incensado.

6) Obrigatoriamente o Guarda do Templo deve ser o último Venerável.

7) O guarda do Templo na saída dos Irmãos no termino da seção pode ser tocado (tipo a famosa batidinha no ombro).

8) No termino da seção é o Guarda do Templo que apaga a vela no altar dos perfumes, fechando a porta do templo e ficando junto com o Irmão Mestre de Harmonia, voltando abrir a porta do templo após ser apagada a vela.

9) Pode o Irmão 1º Diácono circular no templo, em paralelo quando o Saco de Propostas e Informações ou Tronco estiver sendo circulado dentro do templo.

Caso não seja incomodo gostaria futuramente solicitar mais algumas explicações alguma determinação ou orientação no RGF, na Constituição ou orientação.

CONSIDERAÇÕES PARA O R⸫E⸫A⸫A⸫

01 – O que está previsto é o procedimento de entrada dos Irmãos do Átrio conforme exara o Ritual. Não entendi bem esse termo “montado”. 

Durante a abertura dos trabalhos não é aconselhável interromper os procedimentos para a entrada de algum retardatário. É costume consuetudinário primeiro fazer a abertura da Loja para que após sejam tomadas as providências de algum ingresso, se for o caso.

O que também não é aconselhável no caso do Rito Escocês Antigo e Aceito é que os Irmãos antes da abertura da Loja fiquem reunidos, no interior do Templo. Obviamente isso não tem nenhuma conotação mística, ou coisas do gênero, senão o de ordenar uma qualificação respeitosa. Assim, os Irmãos se reúnem na Sala dos Passos Perdidos para se paramentarem, assinar o Livro de Presenças, trocar assuntos de tesouraria e secretaria, dentre outros.

Devo salientar que isso não é uma regra maçônica, porém mais direcionada à Maçonaria latina, já que existem sistemas maçônicos que admitem presença de Irmãos, reuniões de comissões, tesouraria, etc., dentro da Sala da Loja normalmente, inclusive o de se paramentar, como é o caso do Rito de York (americano) e alguns costumes ingleses, antes do início dos trabalhos.

02 – No caso do “apertado” estar no Ocidente, este deve solicitar providências ao Vigilante da sua Coluna que, por sua vez solicita ao Venerável Mestre. Em estando o “necessitado” no Oriente este pede diretamente ao Venerável Mestre.

03 – O bom senso nos permite a concluir que não existe sessão “meio tumultuada”, ao mesmo tempo em que uma Loja não é nenhuma pilha ou bateria recarregável que indique algum procedimento de “energiza-la”. Um objeto que possa cair nada mais é do que um simples descuido. Conversa em paralelo (nem baixinho ou “altinho”) é mesmo falta de educação e descumprimento do disse o Venerável na abertura dos trabalhos –“desde agora a nenhum irmão é permitido falar (...) sem obter permissão e (...)”. Pular uma frase do ritual também não se trata e falta de energia, todavia de mera desatenção.

Agora, essa do Mestre de Cerimônias dar um giro no recinto para “energizar”, sinceramente é o fim da picada. Isso não existe mesmo. Uma sessão em desordem deve ser severamente corrigida pelo Venerável Mestre de forma racional e educada em vez de certas firulas imaginosas que não cabem acomodação nos trabalhos de uma Loja.

Não sei o que é pior: um irmão falando baixinho, por exemplo, ou o Mestre de Cerimônias representando um bólido energético.

4 – Durante o ingresso dos Obreiros no Templo para o início dos trabalhos é costume consuetudinário que o Cobridor Interno se posicione empunhando a espada que deverá estar em riste (ponta para cima) junto ao lado direito do corpo.

5 – Não. Essa prática não pertence ao Rito Escocês Antigo e Aceito e não está prevista nos rituais em vigência. No caso da existência dessa anomalia no Rito, esta é considerada como delito conforme prevê o próprio ritual quando exara a proibição de procedimentos que ali não constem.

6 – Nada impede, todavia no caso do Grande Oriente do Brasil não existe previsão nesse sentido, salvo de que qualquer cargo ocupado em Loja é prioridade de um Mestre Maçom.

7 – Não existe sentido ritualístico algum na prática e fica a critério de cada Irmão se assim o desejar. Considerações a respeito me parecem mais para dourar a pílula do que a de trazer esclarecimento. Agora, se o Cobridor estiver “energizado”, cuidado para não levar um choque.

8 - Não está prevista a existência de nenhuma vela acesa sobre o Altar dos Perfumes. Daí não procede ao ato de apagar alguma coisa que não existe. O que ocorre às vezes é que quando as Luzes litúrgicas não sejam lâmpadas elétricas, coloca-se uma vela auxiliar para que o Mestre de Cerimônias dela tome a chama para acender aquelas previstas sobre as mesas ocupadas pelos Vigilantes e o Altar ocupado pelo Venerável Mestre. No caso, assim que o Oficial acender as velas, ele apaga imediatamente a auxiliar, pois no Rito em questão não existe cerimônia de acendimento das Luzes. Essa prática é originalmente pertencente a outro Rito.

Ao termino da Sessão o Mestre de Cerimônias por ordem do Venerável Mestre comunica a retirada dos Irmãos simplesmente na forma de costume. O Cobridor permanece junto à porta até a saída do último Irmão. Esvaziada a Sala da Loja, ele então apaga as luzes que iluminam o ambiente – não confundir com as Luzes litúrgicas que já estão apagadas – e em retirada fecha a porta do templo.

É sempre bom lembrar que quem fecha a Loja (trabalhos da Loja) é o Primeiro Vigilante por ordem do Venerável. Quem fecha a porta do Templo é o Cobridor. Daí, não confundir “alhos com bugalhos”.

9 – Obviamente que não. Passagens ritualísticas devem ser cumpridas conforme o explicitado no Ritual. Na bolsa de Propostas apenas circula o Mestre de Cerimônias, enquanto que no Tronco, apenas o Hospitaleiro. Essa não é função de nenhum Diácono, muito menos qualquer Irmão circular durante a coleta, salvo o Oficial que estiver cumprindo o dever de ofício.

Aliás, os procedimentos de coleta a que se referem o Tronco e as Propostas somente são executados em Loja aberta, portanto, dentro da Sala da Loja com os trabalhos cobertos.

Finalizando, estarei sempre à disposição do Irmão sem qualquer incômodo. Esse é o meu ofício que busco na medida do possível cumprir com critério e imensa satisfação.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JBNews n. 691, 18/07/2012

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