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sábado, 12 de fevereiro de 2022

USO DO CHAPÉU

USO DO CHAPÉU
(republicação)

Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Antonio Raia sem declinar o nome da Loja e do Oriente - antonio_raia@hotmail.com

Mais uma vez venho buscar conhecimento e tirar duvidas sobre o uso de chapéus. Aqui no Recife, raramente usa-se chapéus em Exaltações; Os Irmãos não o possuem, as Lojas, também, e, acontecem variações no uso. Ritual do Terceiro Grau; Parte III Sessão Magna de Exaltação, página 87; 3.1 - Abertura Ritualística -"TODOS IRMÃOS, JÁ REVESTIDOS DE DUAS INSÍGNIAS, COM CHAPEU A CRITÉRIO DO RESPEIT.´. MESTRE”. Na pagina 91, após a verificação se todos os Irmãos são Mestres Maçons, "TODOS SE COBREM”. - Pergunta? DA ABERTURA PARA VERIFICAÇÃO, ESTAREMOS COBERTOS OU NÃO? 

Na pagina 95, para a transmissão da Palavra. Sagrada, "TODOS SE DESCOBREM". Após a abertura na pagina 97, "COBREM-SE TODOS”. Na pagina 99, RITUAL DE EXALTAÇÃO - "TODOS ESTARÃO SENTADOS E COBERTOS. Da pagina 99 até a pagina 112, estaremos cobertos e se for o caso, todos os Irmãos descobrem-se e ficam de pé e a Ordem. Da pagina 112 e após o Juramento, Exposição Histórica, etc., até a pagina 128 é o momento em que todos os Irmãos mudam as faces dos aventais, fitas, faixas e colares; sentam-se e, se for o caso, cobrem-se, na sequencia na mesma pagina, TODOS SE DESCOBREM, SE FOR O CASO. Daí até a pagina 136, Recomposição da Câmara do Meio, TODOS SE COBREM. Indo da pagina 136 até a pagina 143 - 3.8 - Encerramento Ritualístico TODOS SE DESCOBREM. Após o encerramento, pagina 146 TODOS SE COBREM. Perguntas: Ficamos a critério do Respeitabilíssimo? O que significa, E SE FOR O CASO"? O fato que me deixou constrangido foi como Mestre de Cerimônias, após a proclamação, ensinamentos, entregas dos paramentos e aplausos, pagina 136, Recomposição da Câmara do Meio, e a ordem do Respeitabilíssimo, de convidar os recém Exaltados a assinar o livro de presença e ocupar seu lugar, após assinaturas estava explicando o lugar de sentar dos Mestres, aos Exaltados, fui interpelado pelo Irmão Orador e pelo Deputado, que estaria eu errado por usar o chapéu, quando deveria estar descoberto, pois estaria convencionado que em pé eu deveria me encontrar descoberto. Pode o Orador e o Deputado em um momento de ensinamento chamar a minha atenção? Quem poderia me chamar a atenção? Pois para mim, no sequencial da ritualística na pagina 136 TODOS OS IRMÃOS ESTARIAM COBERTOS, portanto não estaria errado. Desde já agradeço ao amado Irmão e gostaria de saber se o vosso livro recém-editado citado como farei para adquiri-lo? Tentei através da trolha e não consegui.

CONSIDERAÇÕES:

Em relação ao Ritual – Na primeira questão que trata do reconhecimento na pagina 91 a expressão de que todos se cobrem está impressa indevidamente, pois no reconhecimento todos estarão cobertos. Não existe sentido algum de que todos se descubram para o reconhecimento, de tal sorte que não existe orientação para todos se descobrirem nessa oportunidade. O que há mesmo é um equívoco de impressão.

No tocante à transmissão da Palavra (página 95) e abertura todos se descobrem, até o momento em que a Loja for declarada aberta seguindo-se a Saudação e Bateria (página 97) – todos se cobrem. A explicação para esse caso é o seguinte: o ato de se descobrir está ligado diretamente à leitura do Livro da Lei. Como esse ato está inserido desde o procedimento da transmissão da Palavra, o ritual prevê talvez como maneira de acomodação que os Mestres se descubram a partir da transmissão da Palavra, se recobrindo após a abertura da Loja. À bem da verdade o correto seria que todos se descobrissem apenas durante a leitura do Livro da Lei e a declaração da abertura da Loja pelo Venerável, todavia, o Ritual exara na maneira acima exposta, o correto é se cumprir o que está nele claro e não contraditório.

O que está previsto na desde a página 99 até a página 112 é que todos permanecem cobertos. Cabem também aqui algumas considerações: Todos se descobrem em respeito ao Juramento que será prestado. O ato nada tem a ver com o de se estar à Ordem. Todos ficam à Ordem pelo ato do Juramento. Como a Obrigação exige ato respeitoso, também se retira o chapéu. Estar à Ordem nesse momento e sem se estar usando o chapéu é aspecto distinto não devendo se confundir que um costume esteja diretamente atrelado ao outro. Em relação a termo “se for o caso” serão dadas as explicações no momento oportuno.

No tocante ao que exara da página 112 até a página 128 compreende o Juramento e a exposição da Lenda. Por se tratar do Juramento todos se descobrem em respeito ao ato. Obviamente por estarem em pé no momento em Loja aberta, todos estarão à Ordem. Segue-se então o teatro lendário com todos os Irmãos posicionados para os procedimentos, todavia nesse momento e pelas práticas que serão realizadas ninguém compõe o Sinal.

Posicionam-se então os Irmãos apenas em pé na maneira de costume. Realizada a cerimônia, todos retornam aos seus lugares tomam assento e se cobrem novamente. Em síntese o Ritual exara que desde o Juramento até o final da cerimônia da Lenda todos permanecem descobertos. Ratifica-se então que o ato de se estar à Ordem não está ligado ao procedimento de se estar ou não descoberto.

Cabe também aqui uma consideração. Devemos cumprir inquestionavelmente o que está escrito, entretanto de maneira tradicional durante a exposição do teatro lendário, todos deveriam estar cobertos.

Historicamente o ato de se retirar o chapéu não faz sentido algum durante a exposição da Lenda, pois ela é apenas uma cerimônia de conferência ética, moral e sociológica. O personagem de Hiram e a sua alegoria correspondente tem apenas e tão somente o costume de uma lenda.

Ainda há na sequência a confirmação do Juramento na página 129 e a Proclamação na página 130 onde todos estarão descobertos. Nesse caso também é a questão de respeito simbolizado pelo ato de se retirar o chapéu, sem que haja qualquer ligação com o ato de se estar à Ordem, muito embora isso aconteça concomitantemente. Terminada a Proclamação todos se sentam ao mesmo tempo em que se cobrem novamente.

Ainda há na página 136 a retirada do chapéu por ocasião do aplauso pela Exaltação. Esse ato se faz em pé, por conseguinte à Ordem, o que acaba confundido que a retirada do chapéu esteja diretamente atrelada ao ato de se estar à Ordem.

Cabe também aqui uma ressalva. Se estiver escrito, temos obviamente que cumprir, entretanto esse ato é equivocado no ritual, pois tradicionalmente ele não existe. Inserções dessa envergadura é que acabam por estabelecer mistifório.

Enfim, o Ritual volta a exarar a retirada do chapéu no encerramento dos trabalhos nos mesmos moldes dos procedimentos de abertura, cujos comentários aqui destinados são os mesmos daqueles inerentes ao processo de abertura.

A questão do termo “se for o caso” – o contraditório do ritual é que o termo deveria aparecer em todos os momentos que aparecesse o ato de se cobrir e descobrir. Infelizmente ele aparece em algumas ocasiões e em outras não, fazendo com que o elemento ambíguo venha aparecer.

Explicando o termo, ele está diretamente ligado ao exposto no Ritual em sua página 14, terceiro parágrafo onde o uso do chapéu estabelecido para a Sessão Magna de Exaltação tem o seu uso a critério do Venerável. Isso implica que se o Venerável resolver pelo uso do chapéu na Sessão, assim será procedido, caso contrário, ele também pode determinar o não uso do dito na Sessão. 

Daí, o termo “se for o caso”, é para o caso em que o uso do chapéu seja determinado e nunca interpretado como se o Venerável determinasse quando ele deva ser retirado ou não durante os Trabalhos da Loja. Determinado o seu uso pelo Venerável, cumpre-se o que está determinado no Ritual. Determinada a outra opção, obviamente ignora-se a orientação.

Esse é outro elemento que só serve para gerar falsas interpretações. O correto seria que de modo tradicional, em câmara de Grau Três no Rito Escocês Antigo e Aceito todos usassem chapéu e não ficasse o costume a critério do Venerável Mestre.

Finalizado. O Irmão estava perfeitamente correto ao usar o chapéu conforme vosso relato. Enganados mesmo estavam os Irmãos que lhe chamaram atenção, a despeito do próprio desconhecimento e pela falta de fidalguia se isso realmente aconteceu durante a Sessão. Que fique bem claro que não existe nenhuma convenção de ao se estar à Ordem que seja retirada a cobertura.

P.S. Meu livro Exegese Simbólica para o Aprendiz – TOMO I está na segunda edição e pode ser encontrado em www.atrolha.com.br

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JBNews n. 705, 01/08/2012

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