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sexta-feira, 22 de abril de 2022

ORDEM DO DIA E PALAVRA A BEM DA ORDEM

ORDEM DO DIA E PALAVRA A BEM DA ORDEM
(republicação)

O Respeitável Irmão Ivan Barbosa Teixeira, Loja Vale do Itapemirim, 1.959, GOB-ES, Oriente de Marataízes, Estado do Espírito Santo, apresenta a questão que segue:
blackbeltrio@hotmail.com

Peço-lhe informação sobre um assunto um tanto controverso em minha Loja. Embora o próprio nome definir, pois no ritual é dito que a palavra será franqueada a qualquer um dos irmãos para que se pronunciem a bem da Ordem (maçonaria em geral) e do quadro em particular (loja), nosso Primeiro Vigilante afirma que a mesma só deva ser utilizada para se fazer algum comunicado relevante a Loja, e qualquer outro assunto deverá ser utilizado a Ordem do Dia, previamente informando ao Venerável.

O meu questionamento seria: A palavra a bem da ordem e do quadro em particular deve ser usada apenas para comunicados a Loja, ou caberia nesse momento outros assuntos relevantes que não ocasionassem votação ou retóricas? Devemos só nos ater a comunicações? E a Ordem do dia não deveria ser utilizados para assuntos que merecessem ser discutidos e votados pelos irmãos? O que cabe a cada momento?

CONSIDERAÇÕES:

O tema que envolve o período da Ordem do Dia na Maçonaria para os ritos que há possuem tem sido muito mal compreendido por uma boa parte dos Irmãos.

Essa ocasião existe para assuntos que dependem de discussão e votação, daí o parecer do Orador ser necessário no tocante a legalidade do assunto.

Assim entram também proposições e requerimentos que merecem conclusões. Dessa maneira é sempre de boa geometria que a pauta relativa ao período seja previamente organizada pelo Venerável Mestre, muito embora possa até aparecer na Sessão assunto que demanda um caráter de urgência oriundo da bolsa das Propostas e Informações.

Eu tenho sempre dito que alguns assuntos que porventura mereçam severas discussões, o ideal é terem os seus tratos em uma Sessão Administrativa sem o giro da palavra, fato que indubitavelmente dá um caráter objetivo na conclusão do fato. Assim discutido e esmiuçado, dependendo do caso passado pelas comissões, formaliza-se a sua votação na próxima Sessão Ordinária.

Gostar-me-ia aqui de reforçar a atenção do Guarda da Lei para a legalidade da matéria, fato que se bem observado não levará à Loja discussões inócuas que geralmente engrossam a perda de tempo. Citamos aqui alguns incompatíveis exemplos corriqueiros – apresentação de peças de arquitetura na Ordem do Dia, assuntos de ordem de uma Sessão de Finanças, discussão se o jantar será acompanhado de frango ou churrasco, comentários sobre notícias oriundas dos jornais falados e escritos, Irmão saudando e elogiando Irmão “in massageando egos”, comentários políticos e quando não, religiosos, etc., etc.

Justamente por essa imensa perda de tempo, quando ela acontece é que estamos cansados de ouvir o Venerável pedindo ao Orador que “pelo adiantado da hora, seja suspenso o período de Instrução”. 

Pior ainda é quando existe aquele “complemento bestial” – “a Ordem do Dia hoje já serviu de instrução”. De fato, porém se serviu para alguma coisa foi para instruir o que não se deve fazer em uma sessão maçônica.

Já a Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em particular, tem o objetivo de dar aos Irmãos a possibilidade de fazerem comunicações concernentes à Maçonaria em geral e da Loja em particular. 

Nesse período não se apresentam propostas ou coisas do gênero, sendo então comunicados de forma concisa e objetiva assuntos que verdadeiramente digam respeito. Por exemplo, é o momento em que o Chanceler comunica datas comemorativas relativas à Ordem e aos Obreiros do Quadro (aniversários natalícios, casamentos, lembranças, etc.). É possível também algum Irmão lembrar à Loja algum assunto esquecido, porém apenas lembrar para que o mesmo seja tratado em outra ocasião. O Tesoureiro também pode fazer alguma comunicação, porém apenas comunicação. É praxe os visitantes se manifestarem tecendo os seus agradecimentos ou fazendo algum convite. Enfim, todos têm o direito de usar a palavra, todavia sobre assuntos que digam respeito ao período, usando sempre a prática da objetividade desprovida dos rançosos lirismos. 

Exemplos de pronunciamentos que devem ser evitados - o uso da palavra para concordar com o que outro Irmão já falou, quando então não repeti-lo (os papagaios maçônicos), fazer comunicações a respeito de graus que não sejam os do simbolismo, fazer saudações aos visitantes (isso é tarefa do Orador), voltar assuntos já anteriormente discutidos na Sessão por ocasião da Ordem do Dia, e por aí vai.

Se bem entendida a Arte, o desenvolvimento da Sessão é prático, objetivo e recheado de conteúdo. Se mal entendida, ela se torna maçante, sem resultado, complica o Secretário que tem que registrar a imensa quantidade de retóricas inúteis. Isso chega a complicar até a próxima Sessão, pois se o Secretário esquecer-se de relatar o “blá, blá, blá”, os produtores do “nhem, nhem, nhem”, voltam a pedir a palavra para acrescentar o irrelevante.

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JBNews - Informativo Nr. 750 - Florianópolis (SC), 15 de setembro de 2012

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