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domingo, 29 de maio de 2022

SAUDAÇÃO ÀS AUTORIDADES

SAUDAÇÃO ÀS AUTORIDADES
(republicação)

O Respeitável Irmão Sangelo Rossano de Souza, Secretário Estadual de Orientação Ritualística do GOB-ACRE, apresenta a seguinte indagação concernente ao REAA⸫
sangeloros@hotmail.com

O ritual preleciona em sua pag. 42 o trajeto do Saco e do Tronco e a maneira da coleta, contudo não temos no ritual as instruções de qual a primeira autoridade que deverá ser saudada no uso da palavra por qualquer Irmão, ou seja, estando presente o Eminente Grão-Mestre Estadual, primeiro saúda-se o Eminente, Adjunto e demais membros do corpo administrativo do Grão mestrado e depois se saúda ao Venerável Mestre e os Vigilantes? Ou primeiro o Venerável Mestre e depois o Grão-Mestre?

CONSIDERAÇÕES:

É oportuna a questão. Esse termo “saudação” para essa oportunidade não faz muito sentido, até porque a saudação maçônica é sempre feita pelo Sinal do Grau. No caso pertinente à questão o termo se aplica de maneira correta com “fazer referência ao nome de alguém”, ou “nominar alguém presente”. Assim, quando um Irmão fizer o uso da palavra, no rito mencionado, este em pé, se posiciona à Ordem, e faz a citação nominal dos cargos na forma de costume. Em seguida profere o seu pronunciamento e, antes de sentar desfaz o Sinal pela aplicação simbólica da pena. Como se pode notar, o Obreiro não fez saudação pelo Sinal aos presentes, porém cumpriu a regra de que todo o Obreiro que estiver em pé e parado em Loja aberta compõe o Sinal. Como ele já está em pé, ou à Ordem, primeiro ele faz referência aos cargos na forma rotineira, o que significa que ele, o Obreiro, não está saudando ninguém pelo Sinal, pois ao mencionar os cargos ele se mantém com o Sinal composto. Ele está mesmo dirigindo a palavra para alguém e não saudando alguém. Posto esse esclarecimento, seguem considerações sobre a quem nominar por primeiro. Mesmo estando presentes autoridades, inclusive o Grão-Mestre, nominam-se por primeiro os cargos daqueles que estiverem detendo os respectivos malhetes, isto é: as Luzes da Loja. Se o Grão-Mestre estiver dirigindo os trabalhos, ele então será a primeira Luz da Loja. Assim, o modo protocolar mais corriqueiro e de bom senso é o seguinte:

Venerável Mestre, Irmãos Primeiro e Segundo Vigilantes, Eminente ou Soberano Grão Mestre, outras Autoridades presentes, meus Irmãos (...). O negrito referendado à palavra “outras” é mais para cumprir um procedimento de elegância e educação, dado que o termo “demais autoridades” muitas vezes usado - não implica - todavia parece sugerir descaso, ou resto. Obviamente que esse é só um exemplo, já que existem outras formas protocolares, desde que as Luzes e o cargo da mais alta autoridade presente sejam nominados na sequência acima exposta. O que se deve evitar nessa oportunidade é o exagero de se nominar todas as autoridades presentes, inclusive citando além dos cargos, os seus nomes. Essa atitude é pertinente sim, contudo somente ao Orador ao fazer os seus agradecimentos em nome da Loja por ocasião das suas conclusões finais. Para quem pede a palavra, basta o procedimento objetivo como o explicado anteriormente.

A título de ilustração, já tive oportunidade de ver casos verdadeiramente hilariantes e desprovidos de qualquer bom senso. Por exemplo: Irmãos que ao fazer uso da palavra, a cada nome, ou cargo nominado ele fazia a saudação pelo Sinal – procedimento errado. Outro caso: Irmãos que pedem a palavra nominam cargos e nomes completos de todas as autoridades presentes (havia mais ou menos umas vinte) e ao se pronunciar disse apenas o seguinte: “Faço uso da palavra para concordar com o que disse o Irmão Fulano de Tal”, ou pior ainda: “Depois de tudo que foi dito pelos que me antecederam, nada mais tenho a falar”. Isso não é brincadeira não. Por mais grotesco que seja essas “coisas” ainda acontecem na Maçonaria. O resultado dessa bazófia foi a de que o usuário da palavra encheu o saco do Secretário para anotar as suas firulas referenciais e no final não falou nada! Também não estou aqui incentivando ninguém a falar além do necessário e da objetividade do bom senso. Discursos rançosos e providos de extenso lirismo em nome da virtude e da paciência dos Irmãos são abominados da mesma forma.

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 764 Florianópolis (SC) – 29 de setembro de 2012

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