Páginas

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

SÃO JOÃO “PATRONO DA MAÇONARIA”

SÃO JOÃO “PATRONO DA MAÇONARIA”

Amados Irmãos, antes de abordarmos a razão pela qual São João é o patrono da Maçonaria, devemo-nos lembrar que, as datas, em que se comemoram os dias consagrados aos dois santos homônimos enfocados:- 24 de junho e 27 de dezembro, que são também as datas solsticiais de invernos, no hemisfério sul e hemisfério norte, respectivamente.

Não obstante, as mesmas datas correspondem nos hemisférios opostos aos solstícios de verão. Mas, a razão disto não é o tema abordado.

Pois bem, vamos ao tema em foco, o Ritual Maçônico Escocês Antigo e Aceito, não define o “São João” invocado, trata-se, pois, de um São João indeterminado!, invocação apenas!, ou somente uma personagem, ou uma lenda?. Dadas às nossas origens transcendentais, e nossa filosofia de trabalho, acreditamos tratar-se mesmo de um dos “Santos São João”, mas qual deles ?

Pelo conhecimento subjetivo a leitura e pesquisa nas 33 Biografias dos Santos, S. João, e até mesmo pela análise do autor de Lendas Maçônicas, (origem em parte deste trabalho), nos parece que as Biografias que mais conteúdo filosófico e esotérico maçônico possuem, estão entre as duas que vamos relatar; os trechos mais sutis aos ideais, filosofia e à história milenar maçônica.

Uma outra fonte pesquisada nos diz que os nossos antepassados, na Europa, era também normal se escolher um santo protetor para cada corporação de ofício ou grupos profissionais. Possivelmente, resultou assim, que os dois santos, São João Batista e São João Evangelista tenham sido eleitos como os padroeiros da nossa Ordem.

Esse hábito atingiu à moderna maçonaria. Atualmente, a grande maioria das Lojas Maçônicas costuma abrir os seus trabalhos fazendo clara referência a esse preceito, com a seguinte declaração:- "À glória do Grande Arquiteto do Universo e em honra a São João, nosso padroeiro..." (englobam-se, nesse aspecto, os dois santos em referência).

“João” simboliza o Sol entrando no signo de Aires, com o significado de “doce cordeiro” a doçura dos raios do Sol, como se vê na iconografia cristã, como símbolo da “ressurreição da Natureza”.

Resumo da História e Biografia de João Batista e Evangelista.

João Baptista (ou João Batista), também chamado de João, o Batizador (Judeia, 2 a.C. - 30 d.C.) foi um líder religioso judeu, do início do século I, citado por inúmeros historiadores, entre os quais estão Flávio Josefo e os autores dos quatro Evangelhos da Bíblia.

Filho do sacerdote Zacarias e Isabel (Elizabete), prima de Maria, mãe de Jesus. Foi considerado profeta e considerado pelos cristãos como o precursor do prometido Messias (ou Cristo). Baptizou Jesus "o Cristo" bem como muitos outros, e introduziu o batismo de gentios nos rituais de conversão judaicos, que mais tarde foram adaptados pelo cristianismo. São João Batista é o precursor da Luz e com a prática da purificação, pela água, é considerado o profeta das iniciações, enquanto, São João Evangelista chamado de Apóstolo Virgem. Foi o discípulo a quem Jesus Cristo mais amou.

Ele, Pedro e Tiago formaram o trio de apóstolos mais importante do cristianismo. Junto à Cruz, recebeu de seu agonizante Mestre a sua própria Mãe, para proteger. Ele foi o anunciador ou revelador da Luz, o guardião da doutrina e defensor do amor fraterno.

A infância e educação

João nasceu numa pequena aldeia chamada Judá, a cerca de seis quilómetros lineares de distância a oeste de Jerusalém. Segundo interpretações do Evangelho de Lucas, era um nazireu de nascimento. Outros documentos defendem que pertencia à facção nazarita da Palestina, integrando-a na adolescência, era considerado, por muitos, um homem consagrado. De acordo com a cronologia neste artigo, João teria nascido no ano 7aC.

Como era prática ritual entre os Judeus, o seu pai Zacarias terá procedido à cerimónia da circuncisão, ao oitavo dia de vida do menino. A sua educação terá sido grandemente influenciada pelas ações religiosas e pela vida no templo, uma vez que o seu pai era um sacerdote e a sua mãe pertencia a uma sociedade chamada "as filhas de Abraão", as quais cumpriam com determinados procedimentos importantes na sociedade religiosa da altura. Aos 6 anos de idade, e de acordo com a educação sistemática judaica, todos os meninos deveriam iniciar a sua aprendizagem "escolar".

Em Judá não existia uma escola, pelo que terá sido o seu pai e a sua mãe a ensina-lo a ler e a escrever, e a instruí-lo nas atividades regulares. Aos 14 anos há uma mudança no ensino. O meninos, graduados nas escolas da sinagoga, iniciam um novo ciclo na sua educação. Como não existia uma escola em Judá, os seus pais terão decidido levar João a Engedi (agora Qumram) com o fito de este ser iniciado na educação nazarita.

A Influência Religiosa de João Batista

É perspectiva comum que a principal influência na vida de João terá sido o registos que lhe chegaram sobre o profeta Elias. Mesmo a sua forma de vestir com peles de animais e o seu método de exortação nos seus discursos públicos, demonstravam uma admiração pelos métodos antepassados do profeta Elias. Foi muitas vezes chamado de “encarnação de Elias” e o Novo Testamento, pelas palavras de Lucas, refere mesmo que existia uma incidência do Espírito de Elias nas acções de João.

O Batismo de Jesus

Pessoalmente para João, o baptismo de Jesus terá sido o seu auge experiencial. João terá ficado admirado por Jesus se ter proposto para o baptismo e imensamente agradecido pela oportunidade. Esta experiência motivou a sua fé e o seu ministério a diante. João batizava em Pela, quando Jesus se aproximou, na margem do rio Jordão. A síntese bíblica do acontecimento é resumida, mas denota alguns factores fundamentais no sentimento da experiência de João.

Os relatos Bíblicos contam a história da voz que se ouviu, quando João batizou Jesus, dizendo “este é o Meu filho amado com o qual Me alegro”. Refere que uma pomba esvoaçou sobre os dois personagens dentro do rio, e relacionam essa ave com uma manifestação do Espírito Santo.

Este acontecimento sem qualquer repetição histórica tem servido por base a imensas doutrinas religiosas.

A Prisão e Morte de João Batista

O aprisionamento de João ocorreu na Pereia, a mando do Rei Herodes Antipas I no 6º mês do ano 26 dC. Ele foi levado para a fortaleza de Macaeros, onde foi mantido por dez meses até ao dia de sua morte. O martírio de João Baptista liga-se à denúncia profética das injustiças cometidas pelos poderosos, inclusive o luxo da corte, cujo desfecho fatal é a morte do inocente e a opressão dos marginalizados.Herodias, por intermédio de sua filha, conseguiu coagir o Rei na morte de João, e a sua cabeça foi-lhe entregue numa bandeja de prata e depois foi queimado em uma fogueira numa das festas palacianas de Herodes.

29 de Agosto: «Decapitação do Venerável Profeta» A festa do martírio de São João Batista remonta ao século V, na França; e ao século VI, em Roma. Está ligada à dedicação da igreja construída em Sebaste, na Samaria, no suposto túmulo do Precursor de Jesus.

São João Evangelista ou Apóstolo João, foi um dos doze apóstolos de Jesus e além do Evangelho segundo João, também escreveu as três epístolas de João (1, 2, e 3) e o livro do Apocalipse. João seria o mais novo dos 12 discípulos, tinha provavelmente cerca de vinte e quatro anos de existência, à altura do seu chamado por Jesus. Consta que seria solteiro e vivia com os seus pais em Betsaida. Era pescador de profissão na companhia do seu irmão Tiago, e em provável sociedade com André e Pedro.

Bispo de Antioquia, depois de Constantinopla, doutor da Igreja, Homilia de S. Mateus São João Evangelista, o Apóstolo Virgem, é sem dúvida um dos maiores santos da Igreja, merecendo o título de “o discípulo a quem Jesus amava”. Junto à Cruz, recebeu do Redentor Nossa Senhora como Mãe, e com Ela — como Fonte da Sabedoria — a segurança doutrinária que lhe mereceu dos Padres da Igreja o título de "o Teólogo" por excelência.

Sabemos pelos Evangelhos que São João era filho de Zebedeu e de Maria Salomé. Com seu irmão Tiago, auxiliava o pai na pesca no lago de Genezaré.

As heranças deixadas nos escritos de João, demonstram uma personalidade extraordinária. De acordo com as descrições ele seria imaginativo nas suas comparações, pensativo e introspectivo nas suas dissertações e pouco falador como discípulo. É notório o seu amadurecimento na fé através da evolução da sua escrita. Como seus outros dois irmãos Simão e André, também pescadores, era discípulo de São João Batista, o Precursor. Deste haviam recebido o batismo, zelosos que eram, preparando-se para a vinda do Messias prometido.

Evangelista é denominado de Apóstolo do Amor pela sua linguagem transcendente, a humildade e doçura; é o amor fraterno. A sua grande obra profética, o Apocalipse, escrito em Patmos, narra a visão que teve, cujo tema é a narrativa da nova vinda do Messias. Existe um Grau filosófico - salvo engano o 22 - que simboliza a cena de Jerusalém Celeste Apocalíptica, descrita em suas grandes obras.

São João Crisóstomo (dC. 347-407), foi um teólogo e escritor cristão, Patriarca de Constantinopla no fim do século IV e início do V. Sua deposição em 404 produziu uma crise entre a Santa Sé e a Sé Patriarcal. Pela sua inflamada retórica, ficou conhecido como Crisóstomo (que em grego significa «boca de ouro»).

A Igreja ao longo dos anos santificou centenas de Santos, e entre tantos 33 “S. João”, Parte desses 33, tiveram o seu período áureo e depois passaram ao esquecimento, notam-se no entanto em todas as Igrejas e Catedrais da Europa, a presença dos lápides, túmulos e altares, dedicados a esses Santos do passado, no nosso hemisfério tem poucos fiéis e devotos, e seus nomes são lembrados quando em situações de pesquisa semelhante a esta, ou outras semelhantes. A literatura deixada por eles é guardada nos museus e bibliotecas dos Mosteiros, como acervo literário da época, e os motivos que ocasionaram esse ostracismo, são óbvios, especialmente, pela evolução do pensamento humano.

Amados irmãos, finalizando, perguntamos, a maçonaria que cultiva com grande preocupação a construção do homem espiritual através do “amor fraterno”, teria em João Batista e ou Evangelista motivo para erigi-los como seu Patrono ?, serão então eles nossos Padroeiros? um no simbólico e outro no filosófico ?, algumas pesquisas que não as usadas neste trabalho, de certa forma indicam que sim.

Agradecemos esta oportunidade que creio ter sido útil à evolução dos nossos conhecimentos, bem como à nossa evolução espiritual.

Colaboração do Ir⸫ Fernando Marques
Loja S⸫ Divina Luz nº 39 - GLEMA

Nenhum comentário:

Postar um comentário