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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

A COLUNA "J"

A COLUNA "J"
Ir⸫ Leonardo Parreira Reis de Lima 

Entre os símbolos que adornam e enriquecem uma Loja Maçônica, um dos mais notáveis é, sem dúvida, o das Colunas “B” e “J”.

Sendo o simbolismo da maçonaria baseado no Templo de Salomão, era natural que estes importantes ornamentos do Templo fossem incluídos no sistema, e, assim, antes mesmo da metade do século XVIII, deles se falava nos catecismos maçônicos. O primeiro a introduzir a idéia do simbolismo das Colunas na Maçonaria foi Hutchinson. Disse ele: “As colunas erigidas na entrada do Templo de Salomão, não eram somente ornamentadas, mas traziam elas a emblemática significação de seus nomes: B⸫ ou que significa, em sua tradução literal, Em Ti Está A Força; e J⸫, que significa também na tradução literal, Ele Estabelecerá, o que por uma transposição muito natural podemos substituir pela seguinte sentença. “O Senhor, pelo poder de sua arte, e de seu poderio está estabelecido de eternidade à eternidade.”

O significado da COLUNA “J”, que é o tema deste trabalho, é verdadeiramente simbólico pelo que representa, pois colocada à porta do templo, do lado de fora, ao sul, ou à direita de quem entra, é destinada aos Companheiros, representa a Ciência, a Inteligência, a Luz, o Abstrato, a Concórdia, o Espírito, o Homem, o Positivo, o Sol, o Fogo, o Calor, o Ativo, o Mistério, o Universo, o Macho e, em geral, a todos os fatores Machos da própria Natureza. A Beleza, o Esplendor e o Brilho da Luz que iluminam a Coluna do Companheiro, representam, também, os Raios refulgentes do Sol do Meio-Dia, que vivificam, fortalecem e revigoram a todos os seres criados pela Natureza. Simboliza também as emanações que iluminam o cérebro humano para desenvolver a sua inteligência dentro das Virtudes, a fim de que ela possa penetrar até o os mais longínquos Mistérios do Infinito e dos Fenômenos Evolutivos da própria Natureza. Por último, a COLUNA “J”, representa a Luz que dissipa as Trevas da Ignorância para fortalecer o homem e para que ele possa percorrer, sem preocupações e obstáculos, a Senda da Vida.

A COLUNA “J”, conforme cita José Castellani em sua obra Cartilha do Companheiro, Editora A Trolha, p. 68, é também o nome da palavra sagrada – JACHIN (ou IACHIN), que provavelmente, era o nome de um alto sacerdote, pois BOAZ, a outra coluna, homenageava um ancestral de Davi, o qual tinha esse nome, já que os hebreus haviam herdado esse costume do antigo Egito, onde eleves viveram durante cerca de 400 anos.

A COLUNA “J” como a Coluna “B” – colunas do Templo, tinham como medida, trinta e cinco côvados, com um capitel de cinco côvados, perfazendo quarenta côvados de altura, possuindo nos capitéis três romãs que simbolizam a solidariedade e prosperidade da grande família maçônica; aparecendo ainda a Esfera Celeste, em uma das colunas; o Globo Terrestre, na outra; ambos simbolizando a extensão da Ordem; da Caridade que o Maçom deve praticar.

A COLUNA “J”, por ser oca, simboliza o local onde os companheiros depois de um dia de trabalho, possam, ao final, guardar os seus instrumentos.

Por fim, mesmo ressaltando a simbologia que expressa a COLUNA “J”, não se pode imaginar a sua existência sem a Coluna “B”, pois ambas no dizer de PAULO CÉSAR RODRIGUES, em sua obra Súmulas da Maçonaria, p. 121, “as duas colunas determinam os limites do mundo profano do qual a Vida e a Morte são antinomia extrema de um simbolismo tendente a um equilíbrio que nunca será possível realizar. As forças construtivas não podem agir senão quando as forças destrutivas terminam a sua tarefa. Estas forças opostas são necessárias uma à outra. Não se pode conceber uma Coluna “J” sem uma Coluna “B”, seria como o calor sem frio, luz sem trevas...”

Obras consultadas:
SÚMULAS DA MAÇONARIA UNIVERSAL E NACIONAL – PAULO SÉRGIO RODRIGUES – 
CARTILHA DO COMPANHEIRO – JOSÉ CASTELLANI – ED. A TROLHA
DO APRENDIZ AO MESTRE MAÇOM – SEBASTIÃO D. DOS SANTOS – ED. AURORA 
RITUAL 2º Grau – Companheiro – R.E.A.A. - GOB – Ed. 1997ª 2º

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