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terça-feira, 4 de outubro de 2022

BALANDRAU

(republicação)
Questão que faz o Respeitável Irmão Thiers Antonio Penalva Ribeiro, Loja “Deus” e Liberdade, 62, COMAB, Oriente de Montes Claros, Estado de Minas Gerais.
t.penalva@uol.com.br

Na reunião de ontem, o Venerável Mestre, colocou em votação uma questão levantada por ele que é que todos os irmãos devem comparecer as reuniões de terno. Como há trinta e cinco anos que a grande maioria dos irmãos usa o balandrau, pergunto: Pode o Venerável mudar aquilo que inclusive está no Ritual (a vestimenta do Mestre Maçom é o Avental), com a votação por maioria simples da Assembleia?

Sei que a vestimenta do maçom é o Avental, mas sei também que cada Obediência tem seus costumes. A nossa, pelo menos há trinta e cinco anos é o uso do balandrau. Esclareça-me, por favor.

CONSIDERAÇÕES:

Esse é outro assunto que no meu entender colabora para instituir o aparente em contraposição do real.

Se o uso do balandrau está previsto no Regulamento da Obediência o Venerável não pode sobrepor a Lei, e o que é pior, me parece com a aquiescência do Orador que ao contrário de fazer cumprir a Lei, consente uma votação contra a Lei.

Geralmente no Brasil as Obediências adotam o traje a rigor que é chamado de “terno” na cor preta para as Sessões Magnas e para as Econômicas (ordinárias) preveem o uso do Balandrau preto que deve ser talar (comprimento até os tornozelos) e sem impressões de gravuras estampadas (aquela do crâneo e das tíbias cruzadas de um total mau gosto). Assim também o balandrau deve ser de mangas compridas e abotoado até a região do colarinho.

Como bem disse o Irmão, a verdadeira vestimenta do Maçom é o avental, todavia infelizmente muitos na intenção de “dourar a pílula” adotam o terno dando ao tal uma importância que é totalmente descabida. 

Aliás, ainda por cima chamam de terno o que é na verdade uma parelha, já que o termo “terno” em vestimenta é composto por três peças – paletó, colete e calça da mesma cor. Já o que se usa normalmente da Maçonaria brasileira, com raras exceções é verdadeiramente a “parelha” ou par de vestimentas iguais que é composta apenas pelo paletó e pela calça da mesma cor.

Esse costume do uso do “terno preto” na Maçonaria tupiniquim é coisa do passado como traje de missa. Os defensores desse costume deveriam se atentar para a Maçonaria mundial onde em muitos países os Irmãos vestem um traje obviamente decente sem qualquer protocolo vestimental dando, porém ênfase ao avental. Existem países inclusive que os maçons usam o traje típico do país, tendo sobre ele o avental.

É verdade que em alguns países o terno preto é largamente usado pelos maçons, entretanto esse não é um costume exclusivo da Maçonaria, mas tradição de toda a população regional.

Como não bastasse isso, alguns escritores ocultistas já escreveram até sobre a importância do terno preto nas vibrações internas da Loja (sic). Agora se durma com um barulho desses.

Eu acho melhor parar por aqui, já que o uso de um traje tem feito até que um Venerável protegido pelo Orador “ache” que todos devem acompanha-lo talvez no seu gosto pessoal e de mais alguns.

Finalizando. Alguns maçons ainda não aprenderam a cumprir o que está escrito e legalmente aprovado, enquanto que outros que tem o dever de fazer cumprir a Lei, simplesmente a ignoram.

E.T. Se a Obediência à que se refere esse escrito não fizer previsão no tocante ao uso dos trajes maçônicos, infelizmente nada se pode fazer e aí estariam isentos de qualquer culpa o Venerável e o Orador.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JBNews n. 821, 25/11/2012

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