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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

O RITUAL

O RITUAL

Enquanto Adão Kadmom espiritualmente não desperta, seres angélicos sobem e descem o grande caminho que se estende entre o céu e a terra. Tal estado de consciência é a condição normal da maioria das pessoas, até que um dia se desperta, mesmo que apenas por um momento, para dizer com o mesmo espanto de Jacó: “O Senhor está neste lugar e eu não sabia!”.

Para o Maçom, essa é a primeira fase de sua conscientização, isto é, descobrir que o solo que pisa é santo e que o Grande Arquiteto do Universo “É”, pois, com veneração e humildade, nós o invocamos.

E quando nos referimos à evocação, vem-nos à mente como fazê-lo, de que forma podemos atingir o sagrado e desvendar os véus que nos separam do Santo e do Eterno. E a resposta é dada não por nós, mas pelos que vieram antes de nós.

Os rituais traduzem-se, então, os caminhos mais eficientes para se atingir os objetivos acima almejados e para nós, os iniciados, transmitidos pelos Mestres da Obra Universal desde a criação dos mundos.

O Templo, solo sagrado, irradiado e energizado pelas constantes invocações e egrégoras, torna-se o local mais indicado para a realização de um ritual.

Há outros lugares em que se pode invocar o Altíssimo, pois microcosmicamente nosso corpo também é um templo. Porém, com o auxílio de símbolos e sinais, a psique prepara-se e abre-se ao oculto.

Na preparação do Templo, seguindo a ritualística, queima-se incenso, o perfume exalado torna o ambiente propício e todos os sentidos do homem carnal são despertados d’alma e do corpo etéreo.

O Maçom, antes do ritual, deve se purificar, lavar as mãos e o rosto, deixando o corpo limpo e confortável, pois todo o trabalho que se realiza no Templo é de grande importância.

Recomenda-se ao iniciado jejuar, banhar-se e vestir roupas próprias para a cerimônia, servindo tudo isso para informar ao corpo e ao eu interior que algo de especial está para acontecer. Serve também para ajudar na conscientização corporal e obediência da vontade, que não deve ser dispersa.

Correntes mais radicais de ocultistas entendem que as vestimentas usadas em cerimoniais não devem ser utilizadas em nenhuma outra ocasião, pois perderão os poderes sagrados que porventura tenham adquirido durante a prática da ritualística.

O próprio ato de colocar a vestimenta nos ombros deveria ser um ritual, pois precisa ser realizado com plena consciência do que representa.

Devemos passar agora ao ritual em si, visto que acreditamos serem os irmãos conscientes de onde estão e da importância do que aqui se realiza.

Sabedores os Maçons que estão prestes a deixar o estado de consciência profana, após um período de silêncio e meditação, a cerimônia inicia-se. O corpo, agora elevado a um nível de amplitude física (vegetal, mineral e animal) mantém-se neste estado até que o ego seja equilibrado e a matéria sinta-se obediente, abrindo-se o campo da consciência pura.

O Mestre da Loja faz uma evocação, que pode ser uma oração, uma prece, uma súplica ou uma progressão complexa de termos que conduza a Loja a um estágio de sublimação.

O efeito causado é impressionante, porque havendo exaltado o veículo físico e psicológico, principia a colheita de bons fluidos chamados de “orvalhos do céu”, que cai incessantemente dos mundos superiores. Esse é o maná espiritual que alimenta a raça humana, embora apenas uma pequena parcela sensível e preparada adquira a consciência sem a utilização de técnicas especiais.

Tal fato ocorre somente com aqueles que desenvolveram capacidade interior e por concessão Divina, tornam-se instrumentos do Grande Arquiteto do Universo, receptores dos influxos celestiais.

Atingido o ponto de contato, o ritual prossegue com o objetivo de suplicar, submetendo-se à vontade Divina para que seja concedido um maior aprendizado acerca da natureza do trabalho desenvolvido.

Esses rituais podem ser direcionados para fins específicos, como os de cura, entretanto acreditamos que nessa fase não estejamos convenientemente preparados para tal graça. Portanto somente em reunião de Mestres experientes devemos nos aprofundar na arte da ação consciente.

Para finalizar, havendo um período de silêncio reverte-se o processo, agradecendo o Maçom ao Ente Supremo por tudo o quanto aqui se recebeu, guardando em lugar seguro, como de costume.

Ir⸫ Alexandre Gárgan Cavalheiro
Loja Saber Fraterno, 499 - Sorocaba - SP

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