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domingo, 21 de agosto de 2022

RAMOS DO ESQUADRO

(republicação)
O Respeitável Irmão Antonio Raia, GOB, Oriente de Recife, Estado de Pernambuco, formula a questão abaixo:
antonio_raia@hotmail.com

Sempre com a preocupação de formar e informar os Aprendizes, e me colocando a disposição para dirimir qualquer duvida quanto ao REAA⸫, me deparo com um Aprendiz, após explicação sobre as hastes do esquadro. Sendo o Esquadro o símbolo da retidão, como joia distintiva do cargo de Venerável, etc., o Esquadro é formado pela junção da Horizontal com a Vertical formando um angulo de 90º. Esse angulo representa a quarta parte do círculo. Sabemos que o Esquadro, Símbolo da Maçonaria, sempre foi de hastes iguais, na igualdade das hastes, esta implicitamente estabelecida a tão falada igualdade dos Maçons em Loja com absoluto e profundo desprezo às condições que ostentam no mundo profano. Daí o Irmão Aprendiz me pergunta: Por que na página 17/18 no Ritual de Aprendiz diz que “PARA O INÍCIO DOS TRABALHOS O COMPASSO, COM A ABERTURA DE 45 GRAUS, SERÁ COLOCADO SOBRE A BIBLÍA SAGRADA ABERTA COM AS PONTAS VOLTADAS PARA O OCIDENTE COM O VÉRTICE VOLTADO PARA O OCIDENTE E O SEU LADO MENOR VOLTADO PARA O LADO NORTE, O ESQUADRO SERÁ DISPOSTO SOBRE O COMPASSO. Tentei justificar mostrando no mesmo Ritual nas paginas 32, Joias do Venerável e na 84 Painel no Grau de Aprendiz onde aparecem o Esquadro com hastes iguais. No momento não tendo uma resposta convincente para dar ao Aprendiz, informei que iria pesquisar e que na próxima vez ao visitar a sua Loja Mãe, ARLS" CAVALEIROS DA CRUZ " Nº 0267-Oriente de Recife/PE., darei a explicação desejada.

CONSIDERAÇÕES:

Essa é realmente mais uma das confusões que campeiam a doutrina maçônica de origem latina em geral e em particular a nossa brasileira.

Provavelmente essa distinção entre os esquadros tem origem na imensa quantidade de desenhos do símbolo ao longo dos últimos aproximados duzentos anos.

Infelizmente uma boa parte da Maçonaria não distingue a diferença existente no tocante a duas unidades do instrumento. 

Obviamente um esquadro é sempre um esquadro não importando o tamanho dos seus ramos, pois ele produzirá na intersecção dos seus ramos de forma perpendicular sempre noventa graus. 

Todavia na doutrina maçônica o comprimento dos seus ramos distingue o esquadro operativo do esquadro componente das Três Grandes Luzes Emblemáticas, ou das Três Luzes Maiores.

Nessa distinção, o Esquadro que compõe as Luzes Emblemáticas é de ramos iguais, isto é, sem cabo e sem graduação, já que esse símbolo como componente da tríade emblemática sugere parte da constituição do código de moral inerente ao conjunto composto ainda pelo Livro da Lei e pelo Compasso. 

Daí, nessa concepção figurada ele não possui conotação literal de construção operativa. Por assim ser ele simplesmente possui ramos iguais, sem cabo e sem graduação.

Já o Esquadro inerente a joia do Venerável é o operativo usado literalmente nas construções. Sua composição denota um lado (ramo) maior que o outro sugerindo um cabo (ramo menor) para o ato de empunhá-lo na aplicação literal da construção da Obra. 

O Venerável por ser parte integrante do canteiro como seu dirigente, revive essa tradição como o Mestre da Obra que tem como seu símbolo o Esquadro Operativo (de ramos desiguais).

Assim tradicionalmente não deveria haver preocupação alguma, no caso da colocação do instrumento sobre o Livro da Lei, se o ramo maior ou menor devesse ficar desse, ou daquele lado.

Se bem compreendida a Arte, esse Esquadro simbólico não possuindo ramos desiguais ostentaria a queda por terra dessas teorias insustentáveis.

De qualquer maneira o que está escrito no ritual em vigência deve ser seguido na forma da Lei, todavia isso não dos impede de apontar esses equívocos que esperamos um dia sejam realmente extirpados.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.
Fonte: JBNews n. 792, 27/10/2012

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