(republicação)
O Respeitável Irmão Marcelo Rodrigues de Andrade da Loja União e Contagem, 92, sem declinar o Rito, Obediência e Oriente (Cidade – deve ser Contagem - MG), apresenta a questão que segue:
marcelo@hidrofontes.com.br
Irmão Pedro Juk, saiba que foi de grande valia ter acesso ao belíssimo trabalho intitulado "Estar Entre Colunas Quais?" Através do Irmão Amâncio de Belo Horizonte, recebi seu trabalho, achei maravilhoso e com bastante informação. Gostaria de poder contar com a ajuda do Irmão, para poder elucidar uma dúvida que paira sobre a minha Oficina. Estive pesquisando, e não consegui uma informação que estivesse em livros e sequer em um trabalho. Trata-se do seguinte: Como se portar ritualisticamente um Irmão que é colocado entre Colunas e que vai apresentar uma prancha ou um trabalho. A dúvida paira desde o momento em que o Mestre de Cerimônias o coloca entre Colunas até o encerramento da apresentação. Pelo que entendi, trata-se de Usos e Costumes, por isso não consigo informações por escrito. Irmão será de muita valia se conseguir algum artigo, ou até mesmo uma opinião pessoal que espelhe sua experiência maçônica. Aguardo com muita expectativa, pois sei que com a vossa vivência conseguirá ilustrar muito bem o desenrolar deste problema.
CONSIDERAÇÕES:
Necessariamente esse não deveria ser um costume tão corriqueiro, já que esse procedimento poderia ser perfeitamente executado do respectivo lugar em Loja. Todavia como ele está previsto nos nossos costumes, seguem as ponderações.
Primeiro nunca é demais lembrar que o termo “estar entre Colunas”, não significa exatamente estar entre as Colunas Gêmeas (B e J), porém entre as Colunas do Norte e do Sul exatamente sobre o eixo longitudinal do Templo no Ocidente.
Para os casos do obreiro se apresentar entre as mesmas seria mais prudente que a indicação fosse entre Colunas “no extremo do Ocidente”, ou o mais próximo possível da entrada do Templo. Digo isso porque alguns Irmãos por excesso de preciosismo ficam questionando que em se tratando das Colunas do Norte e do Sul, um obreiro ali posicionado poderia estar até próximo à entrada do Oriente, o que não estaria errado, porém mal estaria colocado o usuário do espaço que daria completamente às costas aos demais presentes.
Observação – genuinamente as Colunas B e J são vestibulares e no Rito Escocês ficam junto à porta no átrio (vestíbulo) e não interiorizadas com alguns rituais assim as preveem.
Dadas essas considerações, o que me parece ser questionado é o posicionamento nesse caso daquele que estiver apresentando uma peça de arquitetura, ou venha ter às mãos um escrito, livro, etc. É sabido que todo o obreiro estando em pé e parado em Loja aberta estará à Ordem, isto é, corpo ereto, pés em esquadria e compondo o Sinal Penal do Grau em que a Loja estiver trabalhando.
Também qualquer deslocamento em Loja de Irmãos que não estejam exercendo o seu ofício, o Mestre de Cerimônias portando o bastão deve à frente, conduzi-los.
Prosseguindo: Posicionado o obreiro entre Colunas, este se coloca à Ordem e por primeiro se manifesta na forma protocolar. Ato seguido, o Venerável atento ao procedimento, e vendo da necessidade do uso das mãos pelo Irmão, autoriza-o a desfazer o Sinal, pelo que ele o faz executando a pena simbólica. Ato seguido lê o que deve ser apresentado e ao final se posiciona à Ordem novamente.
Aqui cabem algumas considerações. Se a manifestação entre Colunas acontecer em Loja de Aprendiz, o Irmão segura o(s) escrito(s) na mão esquerda ao compor o Sinal. Autorizado a desfazê-lo, segura o texto com ambas as mãos para ministrar a leitura, porém permanece com o corpo ereto e os pés em esquadria. Caso seja em Loja de Grau de Companheiro, o Mestre de Cerimônias ao seu lado, segura o texto até que o Venerável o autorize a desfazer o Sinal. Em Loja de Mestre procede-se a ação igual na de Aprendiz.
A questão do uso da mão, ou mãos, se for o caso é a resultante do Sinal do Grau em composição, já que dependendo do caso urge a necessidade dos dois membros superiores.
O Mestre de Cerimônias em auxílio ao apresentante no momento que ele esteja compondo o Sinal segurará o texto na mão esquerda, enquanto que a direita estará ocupada com o bastão.
Cabe aqui também um alerta para os Veneráveis ao autorizarem um Irmão a desfazer o Sinal, estando este entre Colunas, ou não. Nesse caso seria de bom alvitre o Venerável pronunciar “podeis desfazer o Sinal”. O termo “podeis falar a vontade” deve ser evitado, já que a autorização se mal interpretada daria o sentido de que o usuário da palavra pudesse assumir uma postura desleixada.
Finalizando, devo salientar que o ideal mesmo é que quem tivesse que apresentar uma peça de arquitetura, deveria fazê-la do seu lugar. Isso pouparia percursos desnecessários pela Sala da Loja com a participação ainda do Mestre de Cerimônias. O protocolo seria o mesmo e o apresentante deixaria seus escritos enquanto de posse do Sinal sobre o seu assento.
Penso que esse excesso de preciosismo é o mesmo que dourar a pílula. Pode às vezes atrapalhar e comprometer a ritualística saudável, além do uso desnecessário do tempo.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 0862 Florianópolis (SC) 12 de Janeiro de 2013.
Caro e Estimado Irmão, boa tarde!
ResponderExcluirSe me permite, gostaria de um auxílio e/ou esclarecimento no que tange ao tema abaixo, de vossa valorosa lavra.
"Cabe aqui também um alerta para os Veneráveis ao autorizarem um Irmão a desfazer o Sinal, estando este entre Colunas, ou não. Nesse caso seria de bom alvitre o Venerável pronunciar “podeis desfazer o Sinal”. O termo “podeis falar a vontade” deve ser evitado, já que a autorização se mal interpretada daria o sentido de que o usuário da palavra pudesse assumir uma postura desleixada."
Com as devidas ponderações que o tema requer e merece, gostaria de saber se ao pronunciarmos: "Podeis desfazer o sinal" ou "Podeis falar a vontade", não obstante a explicação, já implícita no parágrafo, haveria, técnica e realmente, alguma diferença, haja vista já ser de conhecimento, do Irmão, que esta expressão coloquial, apenas em loja instalada, estaria indevida, estranha ou, mesmo, seria aceita? A indagação se prende ao fato de que, parcimoniosamente, acredita-se quem mesmo em se desfazendo o sinal, o Irmão, não vá atingir as barras do "desleixo", apenas porque foi autorizado a desfazer o sinal! O que, aliás, não poderia e nem mesmo seria aceito, pelo simples fato de tal comportamento não lhe ter sido ensinado.
Então, com o condão de enriquecimento pessoal, gostaria de saber de, efetivamente, a expressão "Podeis falar a vontade" estaria errada, equivocada ou seria apensa não indicada. Isto porque, o Irmão, independente de estar à Ordem, poderia estar a vontade. O que não quer dizer que, o caminho contrário, não estando ele a Ordem, não estivesse a vontade!
Obs.: Pautei-me, para buscar-lhe este ensinamento, em um Soldado que, ao encontrar seu superior, efetua/bate continência. Pelo que, logo após, lhe é autorizado ficar a vontade.
No aguardo de vossas valorosas considerações, desde já deixo meus protestos de eleva estima a apreço, enviando-lhe um T.'.F.'.A.'.