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quinta-feira, 15 de junho de 2023

A INICIAÇÃO

Ir⸫ Laurindo Roberto Gutierrez
Loja Brasil de Pesquisas Maçônicas – Londrina – Pr
Loja de Pesquisas Maçônicas Francisco X. Ferreira- Porto Alegre

“Ser maçom, não é direito, é recompensa”

A iniciação maçônica é um ato definitivo na vida de um profano, prestes a ser tornar maçom. Não existe outra experiência igual. Ela é única e se não for bem conduzida, plena de emoção e respeito por parte dos envolvidos nesse ato, é possível que o recipiendário não vivencie ou não sinta intensamente cada movimento, passos, ruídos, sons e odores, no desenrolar da cerimônia. Essas sensações formam um conjunto que podemos chamar de “sensações iniciáticas”. A iniciação tem mais que emoção e sentimento em si, do que se pode imaginar, e cada um reage à sua maneira de acordo com sua sensibilidade e percepção. O silêncio e a seriedade no ambiente devem ser impecáveis para que todos, em especial, os neófitos possam assimilar o que acontece. Os que conduzem a cerimônia devem se compenetrar da importância do ato e os presentes tem a obrigação de colaborar, para que tudo saia à perfeição, pois nesse momento, a Egrégora está formada e o ambiente deve ser envolvente e harmonizado para que se possa “ouvir” o silêncio. 

A impostação de voz deve ser observada e treinada antes, especialmente pelo Venerável e os Vigilantes, que não podem atropelar a leitura nem tartamudear. O neófito em estado de quase transe, precisa que tudo tenha clareza para melhor ouvir e compreender, pois depois de horas privado da visão ele está psicologicamente desgastado e com dificuldade de entendimento. Um irmão de minha Loja Mãe, homem culto, escritor e maçom puro, diz foi de tal forma envolvido e como num arrebatamento, sentiu uma leveza de espírito que o fez CONHECER DEUS. Abordo esse assunto, pois sabemos que ainda, em pleno no século XXI, alguns maçons insistem em transformar a sessão de iniciação num ato ridículo, fazendo o profano esperar de terno e gravata, numa praça pública num dia de sol escaldante, à vista de todos, à espera de seus “algozes”. Creiam, ainda se usa a famigerada tábua de pregos num ato de covardia contra um profano amigo, que vendado e semi nu, não pode se defender nem identificar que assim age. Isso é uma prática medieval. Anos atrás, em viagem, fui a uma Loja e vi numa iniciação, galhos dentro do templo, que eram esfregados nas pernas, costas e peito do recipiendário, numa galhofa para divertir os presentes. Mais ainda, alguns “maçons de ocasião”, mostram seu lado obscuro, e chegam a levar o profano ao cemitério. Uma cena ridícula, e demonstração de total falta de respeito ao seu semelhante. Isso não é comportamento de homem livre. Incrível, como alguns se comportam tão mal maçonicamente, transformando o Templo numa quase arena.

Se o candidato não sentir as mensagens transmitidas na iniciação, seu ingresso na Ordem poderá resultar num retumbante fracasso com mais um faltante crônico, às sessões de sua Loja. Uma iniciação mal feita, pode apenas revestir com o avental maçônico um eterno profano. A cerimônia de iniciação pode ser vista como uma teatralização, mas não como um show de circo mambembe. A iniciação é a mais importante atividade maçônica e deve ser realizada entre irmãos reunidos em absoluto segredo e tomados pelo mesmo sentimento de amor, que só os iniciados nos Augustos Mistérios são capazes de sentir.

Londrina, 10 outubro/2011

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