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segunda-feira, 12 de junho de 2023

DÚVIDAS RITUALÍSTICAS SOBRE A MARCHA

(republicação)
Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Hiroshi Murakami, Loja Joaquim Rodrigues D’. Abreu, REAA, GOB, Oriente de Niterói, Estado do Rio de Janeiro. hiroshi.himura@gmail.com

Inicialmente gostaria de um esclarecimento: A página 20 do Ritual do Grau de Companheiro diz o seguinte: Marcha - Tr∴ ppa∴ de Ap∴ com Sin∴ de Apr∴, passando diretamente para o Sin∴ de Comp∴, dando dois passos obli∴ sendo um à dir∴ com o p∴ dir∴ e jun∴ a este o esq∴ e outro à esq∴ com o p∴ esq∴ e jun∴ a este o dir∴. Entendo que se ele passa da marcha do Apr∴ diretamente para a marc∴ de Comp∴ a Marc∴ de Comp∴ é somente o que vem depois da marcha de Apr∴. Se for de outra forma o ritual está grafado erradamente. O que se entende é que a Marc∴ de Comp∴ inicia-se com a Marc∴ de Apr∴ e é complementada com o Sin∴ de Comp∴ e mais os dois passos oblíquos. A pagina 112 do Ritual de MM∴, diz o seguinte: Ven∴ Ir∴ M∴ de CCer∴ orienta o Comp∴ a fazer a Marc∴ de Comp∴ e os passos de Mestre (sem Sin∴) Logo para o Grau de M∴M∴ a Marc∴ seria: Inicia-se com a Marc∴ de Comp∴ da forma que foi exposta acima e completado com os três passos exclusivos de mestres. Gostaria de uma confirmação abalizada desta autoridade com relação as Potencias Legalmente Reconhecidas no Brasil, as quais nós do GOB podemos frequentar, haja visto que existem muitas Confederações e Lojas que se dizem legalizadas e reconhecidas não sei por quem. O que significa no Rito Escocês Antigo e Aceito o termo que se relaciona com o tempo de trabalho “do Meio-Dia à Meia-Noite”? 

CONSIDERAÇÕES:

Do Companheiro – Em alusão à sua idade, a Marcha se inicia com a do Aprendiz. Dados esses, e sem saudar as Luzes da Loja o Obreiro desfaz o Sinal do Grau 01 pela aplicação simbólica da pena (o sinal é Penal) e compõe imediatamente o Sinal de Companheiro. Ato seguido completa os outros dois passos na forma de costume e saúda as Luzes da Loja. 

A título de esclarecimento, o primeiro passo após os de Aprendiz, deveria corretamente ser para a esquerda, e não à direita, já que em respeito à circulação o Obreiro não transpõe em Loja aberta o eixo simplesmente, senão pela forma de costume (giro no sentido dos ponteiros do relógio). O passo para a direita indicado no ritual, fere o preceito da circulação. Em resumo – a Marcha do Companheiro é composta por cinco passos (três do Aprendiz somados aos outros dois especificados). 

Do Mestre – Primeiro cabe aqui uma consideração: na página citada do Ritual pelo Irmão encontra-se mais um equívoco. O correto seria a aproximação do Altar pelo Obreiro apenas pela Marcha de Companheiro (composta por cinco passos descritos acima) e não Passos do Mestre sem sinal (sic). 

Há que se notar que o Irmão que está sendo exaltado ainda é um Companheiro, já que ele não prestou ainda o juramento e nem lhe foi explanado os segredos do Grau (a marcha é um caso). Assim o correto é aproximação pela Marcha que o obreiro detém. 

Na questão da Marcha do Mestre ela é composta por nove pontos e oito passos. O primeiro ritual do Rito Escocês em 1.804 já indicava o Aprendiz dando oito passos normais para frente. Posteriormente esses passos transformados em marcha foram divididos em três partes de acordo com os três graus simbólicos. 

Nesse significado a Marcha do Mestre se inicia no de Aprendiz, passa para o de Companheiro e posteriormente dão-se os passos alusivos ao terceiro grau que indicam no caso do Rito Escocês (que é de origem francesa), o movimento anual do sol sob o ponto de vista do planeta Terra com seus solstícios e equinócios. 

Em consideração a esses ciclos (estações terrestres do ano) é que existem quatro pontos – do eixo (equinócio) para o Sul (solstício) do Sul por sobre o eixo (outro equinócio) até o Norte (solstício) e por fim o ingresso no Oriente. 

Obviamente durante na execução da marcha o Mestre não pisa no ataúde, daí a alusão descrita acima (por sobre o eixo). 

Sobre o Altar ocupado pelo Venerável e as respectivas mesas dos Vigilantes existem luzes acesas no grau em questão que somadas resultam em número de nove que correspondem aos ciclos da primavera, verão e outono, já que no inverno imperam as trevas. 

Todos esses ciclos estão relacionados às Colunas Zodiacais que, em grupos de três correspondem às estações do ano. 

Assim os passos do Mestre sobre o ataúde, aludem aos ciclos da vida humana comparados aos ciclos da Natureza. 

Para que não haja contradição em relação ao exposto nos passos do Companheiro e a circulação, levando-se em conta que na Marcha o Mestre também há um deslocamento para a direita (sul), lembro que simbolicamente a Loja de Mestre ou Câmara do Meio representa outro ambiente, contrário aos de Aprendiz e Companheiro. 

Nesse sentido os passos são dados sobre o quadrângulo mosaico localizado na câmara mortuária e não sobre o pavimento mosaico conhecido nos dois graus anteriores. 

Nesse caso o objetivo já não mais é o da circulação, todavia do encerramento da Iniciação, cujo teatro simboliza desde o estado bruto do Homem e o seu aperfeiçoamento final quando o pó volta à terra que o era e o espírito vota a “Deus” que o deu. 

A grande Obra do Mestre é o exemplo da sua colheita para que fique eterna na mente dos pósteros – em Maçonaria, os símbolos falam por si, desde que despojadas as interpretações licenciosas apregoadas por alguns. 

Obviamente por questões econômicas, a Maçonaria geralmente faz adaptações no espaço da Sala da Loja conforme o grau simbólico praticado. 

Resumindo as questões sobre as Marchas, o Aprendiz a executa por três passos, o Companheiro por cinco e o Mestre por oito (sete ou mais). 

No que tange as Obediências Maçônicas brasileiras regulares além do Grande Oriente do Brasil são as Grandes Lojas Estaduais (CMSB) os Grandes Orientes Independentes (COMAB). 

Quanto à enxurrada de grupos e instituições que se dizem regulares em não sendo as três primeiras acima citadas, estas são espúrias sob o ponto de vista da verdadeira Maçonaria. 

Entendo que maçons do GOB, da CMSB e da COMAB, devem evitar reconhecimento, visitas e acolhimentos em Lojas desses outros agrupamentos irregulares. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 0919 Florianópolis (SC) 10 de Março de 2013

Um comentário:

  1. Concordo com tudo que foi dito, menos com essa instrução...

    "
    CONSIDERAÇÕES:

    Do Companheiro – Em alusão à sua idade, a Marcha se inicia com a do Aprendiz. Dados esses, e sem saudar as Luzes da Loja o Obreiro desfaz o Sinal do Grau 01 pela aplicação simbólica da pena (o sinal é Penal) e compõe imediatamente o Sinal de Companheiro. Ato seguido completa os outros dois passos na forma de costume e saúda as Luzes da Loja."

    Visto que o Ritual determina que após a marcha do Aprendiz, passa-se diretamente ao sinal do Companheiro, portanto, desnecessário descarregar o sinal com o sinal penal.

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