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sábado, 24 de junho de 2023

ESPADA FLAMEJANTE E O PORTA ESPADA

(republicação)
Questão apresentada pelo Respeitável Irmão e amigo Paulo Afonso Fernandes de Carvalho, Loja Abolição, nº 6, Grande Loja Unida do Piauí, Oriente de Teresina, Estado do Piauí.
paafc2010@hotmail.com 

Pelo presente, venho solicitar uma consulta sobre algo que não consegui esclarecer para meus Irmãos de Loja. PERGUNTAMOS: Se ocorrer a seguinte situação durante uma sessão de Maçons, praticando o Rito Escocês Antigo e Aceito: No momento em que o Venerável Mestre declarar aberta a Loja o Estandarte é desfraldado pelo Porta Estandarte, o Mestre de Cerimônias expõe o Painel da Loja e o 1º Diácono expõe a Carta Constitutiva da Loja onde um Ex-Venerável terá que desembainhar a Espada Flamejante, a qual só pode ser manuseada por um Mestre Instalado. Esta última parte é que surgiu a dúvida. Vejamos: Se nessa dita Sessão não tiver presente o Ven∴ Mestre onde o Irmão Primeiro Vigilante está dirigindo a Sessão na interinidade da Venerança, e não esteja presente nenhum Mestre Instalado, quem executará o ato de desembainhar a Espada Flamejante? Ou tem outra variante para suprir esse ato? Espero que a pergunta esteja clara. Agradecemos a gentileza. 

CONSIDERAÇÕES:

Cabem antes algumas ponderações. Genuinamente no Rito Escocês é corretíssima a prática de se desfraldar o Estandarte. Já a exposição da Carta Constitutiva deveria também ser feita pelo Mestre de Cerimônias e nunca pelo Diácono que em Loja no Rito em questão tem apenas a função de transmitir a Palavra Sagra em alusão aos antigos oficias de chão da Maçonaria Operativa. 

Agora, o ato de desembainhar a Espada Flamejante não está de acordo. Primeiro porque essa Espada não é desembainhada, pois simbolicamente ela representa uma chama de fogo, ou talvez um raio e, nesse sentido ficaria estranho um raio ou uma labareda de fogo ser embainhada. Nesse caso a Espada Flamejante fica dentro de um escrínio ou sobre uma almofada colocada geralmente sobre o Altar ocupado pelo Venerável. Segundo que essa Espada é empunhada durante a sagração do candidato na Iniciação, ou mesmo no ato de consagrar durante a Elevação e Exaltação. 

Assim entendo que não existe procedimento ritualístico durante a abertura dos trabalhos da Loja no tocante ao uso da Espada Flamejante. 

Ainda em relação à Espada, o costume de empunhá-la somente é viável através de um Venerável, ou ex-Venerável (Mestre Instalado), todavia o Irmão Porta Espada não precisa ser um ex-Venerável, bastando que para tanto ele seja um Mestre Maçom. 

Essa é a razão pela qual a Espada Flamejante fica depositada dentro de um escrínio ou sobre uma almofada de tal maneira que o condutor desse instrumento em não sendo um Mestre Instalado possa conduzi-la pelo escrínio ou almofada – não há assim o contato com a Espada. 

Daí existe uma regra que em não havendo na Sessão Magna (Iniciação, Elevação ou Exaltação) um Mestre Instalado não existe possibilidade alguma do ato da consagração e, por extensão, essa Sessão não pode ser realizada. 

Já nas Sessões Econômicas (ordinárias) ou mesmo Magnas em que não haja o procedimento de sagração a Espada permanece sobre o Altar. 

Assim reputo um erro essa prática de se desembainhar (sic) a Espada Flamejante em qualquer Sessão, senão naquelas que pela passagem ritualística mereça a sua condução pelo Oficial até o elemento que fará a consagração. 

Não no intuído de corrigir, mas o de orientar, melhor seria o uso do termo “veneralato” no lugar de “venerança”. 

Finalizando devo salientar aqui que essas considerações não possuem a intenção de se insurgir contra os rituais aprovados por essa Grande Loja Unida, senão o objetivo de orientação. 

Da mesma forma fica o alerta para aqueles Irmãos que porventura tenham acesso a essas considerações, que tenham o cuidado de observar que não estou me referindo aos Rituais do GOB, CMSB e COMAB. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 0933 Florianópolis (SC) – domingo, 24 de março de 2013

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