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segunda-feira, 16 de abril de 2018

FUNDAMENTOS DO GRAU DE COMPANHEIRO MAÇOM

FUNDAMENTOS DO GRAU DE COMPANHEIRO MAÇOM
(Ensaio)
Ir∴ Valdemar Sansão

É certo que se o Companheiro maçom persistir na busca do saber, alcançará sem dúvida alguma, aquele mundo onde brilha o sol da sabedoria e estará apto a “erguer templos à virtude e cavar masmorras ao vício” (Cartilha do Companheiro – Ir∴ Raimundo Rodrigues).

O Grau de Aprendiz-Maçom é dedicado à infância do homem e da humanidade, como lembra a P∴ B∴, “jóia” que necessita de desbastes.

O Grau de Companheiro já corresponde a um ciclo superior, que é o da humanidade libertada dos conceitos supersticiosos e dedicada à verdade científica, sem prejuízo da cogitação do absoluto e do transcendental. É o segundo grau na Maçonaria Simbólica e representa mais um degrau na Escada de Jacó. Simbolicamente, ao Companheiro incumbe polir a Pedra Bruta, desbastada por ele no Grau de Aprendiz, e levá-la à perfeição. É um grau inteiramente dedicado ao trabalho, seja ele intelectual, manual ou técnico. O Companheiro aprenderá, utilizando-se de seus novos instrumentos ou ferramentas, a obter a abundância, cujo símbolo é uma espiga de trigo.

A jóia do Companheiro é a P∴C∴, destinada ao polimento e justaposição, para a construção do Templo Simbólico, ou do Edifício Social erguido com os fundamentos, juntas e cimento de Fraternidade e Amor ao Próximo, e com a solidez da verdadeira Justiça, esta considerada no seu sentido amplo, isto é, social, sempre atual e com o objetivo de satisfação geral.

O grau de Companheiro sobreleva em primeiro lugar a Ação e o Trabalho (quem não age nem trabalha não pode ser maçom, pois quem não atua não vive). Porém, o Obreiro deve buscar a eficiência de suas ações e, sempre que possível, usar da força do conhecimento ou “alavanca”, vencendo as dúvidas ou as “resistências destruidoras”.

Ainda, a meta do Obreiro deve ser a realização de um mundo melhor. Numa palavra, o objetivo do maçom é a arte de bem viver, isto é, a vida melhor possível e mais elevada para toda a humanidade.

Para tanto, o Companheiro começa a demonstrar a sua solidariedade para com os semelhantes, oferecendo a todos o próprio coração, num sinal de desprendimento (sin∴ cord∴ e segundo ponto fundamental do Simbolismo Maçônico). O seu empenho está em trabalhar na OBRA DA VIDA.


O Companheiro aprenderá a subir a Escada em caracol do aprimoramento, por 3, 5 e 7. Conhecerá a Estrela Flamígera, com a letra “G” no centro, que é o maior símbolo do grau. Contudo, a pentalfa, na Maçonaria, tomou o nome tradicional de Estrela Flamígera, de luz intermediária do brilho do Sol e da Lua, situada de preferência no zênite da Loja, para significar o homem, com sua cabeça e quatro membros, ou com seu espírito ou mente num só corpo de cinco sentidos. Trata-se, por conseguinte, de uma síntese de interpretações introduzida no grau de Companheiro-Maçom, como que a demonstrar o homem racional e a evolução de seus conhecimentos. Quanto à letra “G”, a interpretação também é evolucionista, eis que a inicial pode representar o Grande Geômetra, a Gnose, a Geometria, a Geração, o Gênio e, finalmente, a Gravitação. Como a tônica do grau é o número 5, tudo nesse grau se relacionará com esse número: 5 sentidos, Estrela de 5 pontas, 5 passos, 5 Ordens de Arquitetura, 5 viagens, idade, bateria de 5 golpes ou pancadas, etc.

O “5” é o símbolo do mental, quando vê o que os olhos e os sentidos não captam. Enquanto o quaternário reduz a visão cósmica dentro dos ciclos evolutivos, o 5 é o romper desse equilíbrio imanente, e é por isso símbolo de um transcender do físico. É essa uma de suas mais importantes significações, embora, pela suas muitas interpretações possa ter outro. Significado O “5” composto do binário, símbolo de tudo o que é duplo, dos contrastes, da imperfeição e do ternário que em Maçonaria, tem sua representação lado ou na verdadeira conciliação ou síntese. Lembramos que no triângulo, no qual a nossa busca não está nem na direita nem na esquerda e sim no terceiro triângulo representa para nós, Maçons, o Grande Arquiteto do Universo e a Suprema Perfeição.

Para sintetizar, podemos dizer que o número “5” é o símbolo da forma e dos esquemas que escapam aos olhos do corpo e são vistos pelos olhos da inteligência.

Os três primeiros graus da Maçonaria Especulativa, do ponto de vista esotérico significam os três estágios do pensamento humano, que são: intuição, análise e síntese. Eles se aplicam ao Aprendiz que luta, ao Comp∴ que trabalha e ao Mestre que cria. O Aprendiz com sua arma que é a intuição, ajudado pelo Companheiro, trabalha dissecando tudo o que observa, também ajudado pelo Mestre e este “ajunta tudo o que está disperso” realizando assim a síntese necessária desejada.

O Aprendiz tem como meta a disciplina; o Companheiro, a perseverança; e o Mestre a união.

O que é para o Aprendiz um fim, para o Companheiro é apenas o começo. As três viagens do Aprendiz indicam claramente o sentido da fatalidade desse ciclo, ou seja, a luta que o Aprendiz trava para vencer as imperfeições da personalidade profana. Da mesma forma, as 5 viagens do Companheiro e as numerosas ferramentas posta à sua disposição na elevação (sendo que cada uma dessas ferramentas está destinada a aperfeiçoar uma após outra as muitas facetas do seu método de trabalho) demonstram, mercê dessa variação e de modo flagrante que o período mais duro, mais penoso de sua vida maçônica, mais laborioso, como também mais fecundo, é o lote daquele que sabe realizar integralmente a sua Obra Prima.

Costuma-se dizer que o Grau de Companheiro é o mais genuíno de todos os graus maçônicos, por ser uma síntese histórica e doutrinária na qual se basearam todas as fases de ascensão do obreiro ao mais alto grau de qualquer rito.

Não é um grau intermediário. O grau de Companheiro se definiu anos depois da fundação da Grande Loja de Londres e o Grau de Mestre muito tempo após ter sido instituído o Grau de Companheiro.

Historicamente, o Grau de Companheiro correspondia no início da Maçonaria Especulativa ao Grau 3, o qual foi posteriormente criado.

Temos ainda que mencionar que o Grau de Companheiro, o qual já sabemos ser inteiramente dedicado ao trabalho, é exatamente aquele que nos ensina o sentido ou o segredo do método. Sem o método no trabalho, não conseguiremos nada.

O caminho do Companheiro é sinuoso e difícil. O Companheiro passa das asperezas terrenas para as belezas astrais, isto é, para o transcendental (Cosmo, Universo).

Diz-se também que o Grau de Companheiro também é dedicado à direção da mocidade, a felicidade possível, por meio do trabalho, da virtude, e das ciências que lhe são recomendadas.

Um dos principais objetivos do Companheiro é saber semear a dúvida em sua mente, não admitindo senão que possa ser provado e satisfaça sua razão. O Companheiro deve deixar-se guiar pelo Valor, pela Energia e pela Inteligência, as três forças que poderão salvá-lo da ignorância, do Fanatismo e da Superstição fazendo-lhe abandonar o ilusório pela realidade.

Devem os maçons atuais compreender definitivamente, que a Sublime Instituição não é somente o reino da tolerância, pois é acima de tudo uma ordem a serviço da Verdade em Movimento.

6 comentários:

  1. Um texto simples e muito rico. Leva o leitor maçom companheiro a entender e a valorizar a sua passagem por esse grau.

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  2. Muito bom está peça de arquitetura amado iramao

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  3. excelente texto, muito explicativo. T∴ F∴ A∴

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  4. Um dos textos mais simples e ao mesmo tempo cheio de conhecimento ....EXCELENTE

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  5. EXCELENTE TEXTO, CAPAZ DE FAZER O IRMÃO QUE ESTA NESSE GRAU DAR O VALOR DA OPORTUNIDADE QUE ESTÁ TENDO PARA ESTUDAR EA CADA DIA EVOLUIR NO CONHECIMENTO.

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  6. Irei apresentar um trabalho em loja nos próximos dias. Muito rico.

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