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quarta-feira, 13 de setembro de 2023

MINUTO DE SILÊNCIO E ACENDIMENTO DE VELAS

(republicação)
O Respeitável Irmão Wenceslau Braz Lopes dos Santos Jr., Orador da Loja Templários do Sul, 2.152, GOB, sem declinar o nome do Oriente (cidade) e Estado da Federação, apresenta a seguinte questão: 
wblsantos@aasp.org.br 

Em sessão regular de minha Oficina, foi solicitado esclarecimento sobre duas condutas do Mestre de Cerimônias, cujas mesmas, segundo prancha de um Irmão do Quadro, seriam condutas copiadas do Rito Adonhiramita: A primeira: "A solicitação para que os Irmãos respeitem um instante de silêncio antes de adentrar ao Templo para início da sessão." Tal conduta é correta e pode ser realizada sem o risco de estarmos copiando o Rito Adonhiramita? Existe alguma explicação especial para isso? A segunda: "Quando é feito o acendimento da vela no Altar do Venerável Mestre, a vela que fez o acendimento permanece acesa até que acenda as velas nos altares dos vigilantes". Tal conduta é própria do Rito Adonhiramita? A vela deve ser apagada e depois acendida nos demais altares? Existe alguma explicação especial para uma ou outra forma de acendimento das velas? 

CONSIDERAÇÕES:

As minhas ponderações serão sobre o Rito Escocês Antigo e Aceito, já que o consulente também não declinou o rito praticado pela Loja.

Minuto de silêncio – Isso não é prática original do Rito Escocês. Não existe e inclusive não está previsto no ritual em vigência no GOB. O Mestre de Cerimônias está inventando um procedimento, além de estar ferindo o previsto no ritual. Minuto de silêncio é realmente prática e costume de outros ritos, dos quais o Rito Adonhiramita. Assim, em se tratando do Rito Escocês, não existe nenhuma explicação para a prática alienígena. 

Acendimento das Luzes – cerimônia para esse afim também não é prática no Rito Escocês. Da mesma forma não está prevista no ritual em vigência no GOB. O previsto está apenas que em não sendo luzes elétricas, o Mestre de Cerimônias acende as velas. Essa observação está muito longe de ser a cerimônia de acendimento das Luzes praticadas genuinamente no Rito Adonhiramita. 

Na questão propriamente dita, no caso de não existirem luzes elétricas, o Oficial responsável pelo acendimento das mesmas, se municia de uma vela auxiliar para acender as luzes (velas, se for o caso) dispostas conforme o Grau sobre o Altar ocupado pelo Venerável e às mesas dos Vigilantes. Essa vela auxiliar não tem qualquer cunho místico. Assim, terminado o acendimento previsto, o Mestre de Cerimônias apaga imediatamente a vela acessória. 

Como está bem claro, esse procedimento não é uma cerimônia, senão o simples ato de acender as luzes quando as mesmas não forem elétricas. Essa vela auxiliar não fica sobre altar e deve ficar ao lado do Mestre de Cerimônias para facilitar o procedimento. 

Ocorre que existiu um costume enxertado de se deixar uma “velinha” acesa sobre o Altar dos Perfumes (que não serve para nada no Rito Escocês) para dela se servir o Oficial no acendimento das demais. 

Não tardou muito para que os “achistas” de plantão inserissem no ritual como uma prática litúrgica, alegando que a “velinha” era a “Luz do Grande Arquiteto do Universo”. Pura bobagem no Rito Escocês. 

A bem da verdade, essa “velinha” era apenas e tão somente um acessório auxiliar. Como existe a cerimônia de acendimento das Luzes no Rito Adonhiramita, acabou se confundindo alhos com bugalhos e, pelo simples fato de se achar bonito, a cerimônia, porém de maneira deturpada, ingressou nos rituais escoceses no Brasil. 

Cabe aqui uma consideração – Não estou fazendo nenhuma crítica ao belo Rito Adonhiramita. Nele a cerimônia de acendimento é tradicional e complexa não sendo assim um mero exercício de se acender Luzes. 

O que não é tradicional é a sua prática no Rito Escocês que, além de enxerto, ainda se apresenta deturpada. 

Concluindo e repetindo: não existe prática cerimonial de acendimento de velas no Rito Escocês Antigo e Aceito. Se elas carecem ser acesas, em sendo elas lâmpadas elétricas, cada qual por sua vez (o Venerável e os Vigilantes) o fará individualmente na forma de costume. 

Como muitas Oficinas ainda não se adaptaram à modernidade, então o Oficial responsável o faz auxiliando o Venerável e os Vigilantes. 

Esse ato não pode sob-hipótese alguma ser confundido com “cerimônia de acendimento das luzes”, muito menos deixar “velinha” acesa sob a justificativa equivocada que ela é uma, digamos, “luz divina”. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 0994, Florianópolis (SC) – sexta-feira, 24 de maio de 2013

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