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segunda-feira, 21 de agosto de 2023

O BALANDRAU E OS COLLEGIA FABRORUM - TRAJE MAÇÔNICO

(republicação)
Em 20/01/2018 o um Respeitável Irmão que pratica o REAA no Rio Grande do Sul, comentando o uso do terno e do balandrau na Maçonaria, menciona o seguinte. 

O BALANDRAU DA ÉPOCA DOS COLLEGIA FABRORUM

(...) tem outra particularidade que me incomoda (não sei se estou usando o termo correto). É quando aludem a origem do balandrau aos Collegia Fabrorum. Não entendo patavina de moda, mas creio que a indumentária dos romanos naquele período nada se parece com um balandrau.

CONSIDERAÇÕES:

Os Collegia vestiam uma túnica sobre as vestes para diferenciá-los dos demais já que eles, acompanhando as legiões romanas, não se davam à atividade bélica. Conforme nos explicam alguns historiadores suas eram vestes compridas que iam até os talões (tornozelos) e alguns tinham neles capuzes presos à indumentária no intuito de cobrir a cabeça. Dessa vestimenta resultou também o hábito de muitos monges medievais.

Quanto à cor dessas vestimentas, elas eram geralmente de matiz escuro, negro ou marrom.

A Maçonaria, como herdeira dos construtores medievais, cujos quais sofriam forte influência da Igreja e, por extensão dos monges das Associações Monásticas, acabou adotando aos seus costumes essa vestimenta que, obviamente, seguiu os padrões evolutivos da moda, deixando os incômodos roupões pesados para adotar tecidos mais modernos, todavia manteve inquestionavelmente duas características: uma a de manter a cor negra e a segunda a de ser uma veste talar (que vai até os talões). Também não se adota atualmente no balandrau maçônico o capuz preso a ele.

Em termos de Moderna Maçonaria, autores impecáveis como o saudoso Theobaldo Varolli Filho sempre defenderam o uso do balandrau e do chapéu como indumentária obrigatória para todos os Mestres trabalhando na Loja em Câmara do Meio nos ritos que detém essa tradição.

A título de esclarecimento seguem algumas definições do balandrau conforme o disposto nos dicionários da língua portuguesa:

Balandrau (do latim “balandrana”) – substantivo masculino. 1. São as vestes utilizadas por algumas irmandades em cerimônias religiosas; 2. Capa ou casaco largo e comprido; 3. Antiga vestimenta de capuz e mangas largas; 4. Roupa ampla e comprida, sem cinto.

De fato, o balandrau utilizado atualmente por alguns ritos maçônicos não é literalmente vestimenta idêntica àquela utilizada pelos collegiati na época do imperador Numa Pompílio (século VI a. C.), entretanto a ideia da indumentária continua a mesma, até porque se ainda não existia Maçonaria naquele período da história, é inegável que aqueles usuários do antigo balandrau se dedicavam à construção e a reconstrução.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

Um comentário:

  1. Uma das evidências que constata que o balandrau não teve origem no
    Collegia Fraborum ou na maçonaria operativa é de que é um traje
    totalmente desconhecido na maçonaria de Inglaterra, Irlanda, Escócia e
    Alemanha, países em que a maçonaria é tão antiga e originária das
    antigas (Publicado em freemason.pt) Guildas quanto na Itália, França e
    Portugal; ao mesmo tempo que esses primeiros não tiveram a presença
    da Carbonária nos seus territórios, enquanto Itália, França e Portugal
    tiveram.
    Com base em tais relatos e análises históricas, conclui-se que a
    armação de que o balandrau é uma herança da maçonaria operativa,
    apesar de valorizar simbolicamente o balandrau, é totalmente falsa.
    Fica evidente a inuência que a Carbonária, através de Lucien Murat,
    exerceu sobre o Grande Oriente de França e, conseqüentemente, sobre a
    Maçonaria Brasileira, sendo o balandrau o mais visível indício disso.

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