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sábado, 27 de abril de 2024

MARCHA DO APRENDIZ

(republicação)
O Respeitável Irmão João Soares Miranda, Loja Saldanha Marinho, REAA, GOB-PR, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná apresenta a questão seguinte:
joaomiranda@trt9.jus.br

Aprendemos, há muitos anos, que no REAA o Aprendiz não deve levantar o pé do chão durante a marcha, e sim arrastá-lo, porque ainda está ligado à matéria, ao material, a Terra. Não sabe andar, não sabe falar (apenas soletrar...), também ainda não se acostumou à luz que acabou de receber, por isso vai “tateando”. Arrasta o pé esquerdo para frente e depois une o calcanhar direito, sem tirá-lo do chão, ao calcanhar esquerdo, formando um esquadro. 

No último ERAC, um dos trabalhos apresentados criticou o arrastar de pés na Marcha do Aprendiz. Fomos consultar o Manual do Grau 1 e o Manual de Procedimentos Ritualísticos, e efetivamente nenhum deles aborda o arrastar de pés. Com isso ficamos em dúvida e já não temos a mesma segurança para transmitir aos Aprendizes as considerações esotéricas que nos foram passadas. Estamos a tanto tempo repetindo um erro?

Considerações:

Essa prática do arrastar dos pés fez parte por muito tempo na concepção da Marcha do Aprendiz e a sua idade. Puríssima invenção. O Aprendiz tradicionalmente dá os passos normais unindo-os pelos calcanhares em esquadria iniciando com o pé esquerdo ou direito conforme o Rito. 

De fato a idade do Aprendiz de Maçonaria em alguns arcabouços doutrinários, como é o caso do Rito Escocês, está associado à infância, porém longe de ser distinguida pelo arrastar dos pés ou ligações com a matéria. O titubear dos passos com a dificuldade de locomoção figurada está diretamente ligada à Primeira Viagem e nunca à Marcha. 

Já no primeiro Ritual Escocês do simbolismo datado de 1.804 os passos se apresentam como normais e nunca arrastando os pés. Por esse sentido é que o Ritual, bem como o Manual de Procedimentos não preconiza o arrastar dos pés. 

O ato de juntar os pés em esquadria está ligado diretamente à tradição operativa e a pedra angular da obra, onde era ensinada ao Aprendiz iniciado a colocação dos pés junto à pedra esquadrejada no canto nordeste da construção, fato que viria formar a esquadria com os pés unidos pelos calcanhares. 

É dessa antiga prática que está à associação com a 47ª Proposição de Euclides ou o Teorema de Pitágoras. Davam-se a partir da pedra angular três passos em direção ao Sul; dela davam-se outros quatro em direção do Ocidente. A união desses dois extremos deveria ser fechada com cinco passos. 

O resultado preciso desse triângulo retângulo dava, e ainda dá o canto em esquadria (square). Daí se esquadrejava o canto, nivelava-se e aprumava-se. Aliás, essa é prática atual nas atuais marcações das construções. 

A Loja é um canteiro e nele se constrói um novo Homem. Nesse particular não cabem definições ocultistas e místicas, a despeito que esse pensamento não pode ser unânime em um espaço que a grande arte está na convivência e não opiniões pessoais e dogmáticas. 

Se ainda existem ritos que preconizem o arrastar dos pés, o que não é o caso do Rito Escocês Antigo e Aceito seria necessária à compreensão da sua proposta doutrinária para elucidar o ato. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.090 - Florianópolis (SC) – terça-feira, 27 de agosto de 2013

Um comentário:

  1. Bom dia - Passei parte de uma vida maçônica, sendo orientado e arrastando os pés. Mudei isso quando recebi o ritual do GOSP, após a desfederalização, que afirma, dar os passos normais.

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