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domingo, 1 de julho de 2018

O USO DA PALAVRA

O USO DA PALAVRA
Ir∴ J.F.S. Abreu 

Nossas reuniões às vezes tornam-se cansativas, monótonas e enfadonhas em algumas de suas passagens, em alguns de seus momentos, o que traz-nos preocupação, pois, o que desejamos e que elas sejam o mais agradáveis possíveis, despertando em nós o prazer e o desejo de estarmos juntos todas as semanas. É certo que vimos à loja para vermos os irmãos, batermos papos informais, etc. Mas principalmente queremos é fazer maçonaria; trabalharmos como verdadeiros obreiros da causa maçonaria e, portanto, queremos participar de reuniões produtivas, agradáveis, que nos tragam algo a acrescentar, enfim, que nos façam sentir-nos úteis e melhorados.

Notamos que ás vezes a principal causa de termos reuniões cansativas desse tipo, está na dificuldade de alguns irmãos, de fazer bom uso da palavra. Por isso achamos oportuno dissertarmos um pouco sobre o assunto.

Algumas pessoas tem uma facilidade toda especial de se comunicar, em expor suas idéias, em dominar conversas. Pessoas que falam com clareza, organizam suas idéias, seus pensamentos e os transmitem de forma clara e didática.

Mas falar bem não é privilégio de uns poucos que nascem com esse dom. Mesmo os que tem dificuldades de se expressar, especialmente diante de uma assembléia, podem desenvolver essa arte através de técnicas relativamente simples.

O nervosismo é o inimigo numero um de quem fala, e ele é fruto principalmente, da insegurança e do despreparo do que se vai falar. Em primeiro lugar é preciso que se tenha domínio do assunto a ser exposto, pois, para que se transmita satisfatoriamente uma idéia, é preciso conhecê-la bem. Não se deve levantar e pedir a palavra só por obrigação (obrigação entre aspas), sem saber direito o que se vai falar, sem ter feito pelo menos uma mentalização de seus assuntos e ter avaliado se este são de interesse dos ouvintes. Há casos de se ouvir por tempo demasiadamente longo, irmãos que dissertam sobre assuntos que não interessam a mais ninguém senão a eles próprios. 

Um bom critério de filtrarmos as nossas palestras, nossas falas, é o de nos perguntarmos antes: Será que esse assunto interessa a eles, os que irão ouvir ?

Vale também lembrar que quando falamos muito, acabamos por levar outros irmãos a abdicarem da palavra por sentirem já ter esgotado o limite de tolerância dos ouvintes. 

Muitas vezes assuntos mais importantes e interessantes a todos, não são colocados por esse motivo.

Ao falar, é preciso fazê-lo sempre com clareza, pronunciando as palavras distintamente, evitando a monotonia da voz, mudando o ritmo, trocando a expressão, variando, falando depressa ou devagar, aumentando e diminuindo o tom da voz, dirigindo o olhar aos diversos pontos da platéia, pois se fala a todos, e por fim, observando se os ouvintes estão interessados. Deve-se fugir de dois graves defeitos muito comuns: o laconismo, resumindo demasiadamente a história sem os detalhes e floreamentos necessários; ou o prolixismo estendendo demais o assunto, com enormes rodeios, tornando o assunto fatídico, maçante. Como sempre, no meio termo é que está a virtude.

E o encerramento? Como terminar? Esta é uma das sérias dificuldades - A conclusão precisa ser preparada (mentalizada), é o arremate da fala - Pode-se terminar com um apelo ou uma breve retrospectiva do que se falou, o que ajuda as pessoas a acompanharem nosso raciocínio mediante breve recapitulação.

Em resumo, a palestra apresenta-nos três problemas distintos, classificados como probleminha, problema e problemão:

O primeiro é o PROBLEMINHA, que é começar a falar. A solução é preparar-se bem e a inibição estará quebrada.

O segundo é o PROBLEMA, que consiste em dar boa condução ao assunto, cuidando para ser claro e objetivo, não incidindo nos comuns erros de redundância e da repetição.

O terceiro é o PROBLEMÃO, PARAR - Parar é o problemão; para o qual, a solução talvez seja imaginar que se está enchendo um balão e que este pode estourar.

Para terminar, faço lembrar a analogia do discurso e da minissaia em três pontos:

1º - Ambos devem ter conteúdo;
2º - Devem ser tão longos que cubram as necessidades;
3º - Devem ser tão curtos que agradem a todos.

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