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quinta-feira, 25 de abril de 2024

QUESTÕES SOBRE RITUALÍSTICA

(republicação)
O Respeitável Irmão Bartholomeo Freitas, sem declinar o nome da Loja e Obediência, Oriente de Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte, apresenta as questões seguintes:
bartholomeofreitas@gmail.com

Inicialmente parabenizo pelo essencial trabalho de orientação que vem exercendo, pois se não fosse ele, as divergências e a ciência do "achismo" já tinham criado um rito sobrenatural. Para discernir algumas dúvidas pergunto o seguinte:

a) Qual a forma correta de segurar a espada, tanto a ordem como ao andar em loja e quando fazer? 

b) É possível durante a fala de um Irmão que está de pé e a ordem que esse sinal tenha seu desfazimento autorizado pelos Vigilantes, quando nas Colunas, e o Venerável, quando o Irmão estiver no Oriente? 

c) Ao sair do Oriente e depois de saudar o Venerável para descer os degraus deve o Irmão que está a descer e depois de desfazer o sinal, virar sua frente para o Ocidente girando sua fronte que está voltada para o Venerável sempre no sentido para sua direita? 

d) O Irmão que está no Oriente pode falar sentado? 

e) Como deve ser usado o Saco de Proposta e Informações? Pergunto por que na Palavra ao Bem da Ordem é frequente se ver em Lojas o uso para diversos pedidos de pranchas de pesar, congratulações de entrega de documentos e outros pleitos para a Secretaria. 

f) O Irmão que chegar atrasado e após o início da sessão pode entrar em qual momento? E quando e como o Irmão Primeiro Vigilante deve proceder para avisar o Venerável sobre a presença do Irmão fora do templo? Nessa ocasião o Cobridor Interno avisa com Loja aberta diretamente ao 1º Vigilante? Se existir Cobridor Externo o Irmão atrasado por ele visto espera o Cobridor Externo avisar o 1º Vigilante quando entrar? 

g) Se a sessão existir vícios/defeitos de ritualística e/ou legais como o Orador deve proceder? Ele ao final pode deixar de concluir que a sessão foi "justa e perfeita"? 

h) O 1º Vigilante, como responsável pela instrução dos Companheiros e o 2º Vigilante, como responsável pela instrução dos Aprendizes, podem, durante determinados atos da sessão e sem atrapalhar a palavra de outros Irmãos, falar livremente com Aprendizes ou Companheiros explicando o ato ou dar outras orientações? 

i) Na ausência de Metre de Harmonia, o Cobridor Interno pode auxiliar na sonorização da sessão?

Considerações:

a) A espada é empunhada pela mão direita com o punho junto ao quadril direito com o braço e antebraço afastados do corpo e a lâmina em riste (verticalmente apontada para cima). Tanto estando em pé e parado (pés em esquadria) ou em deslocamento. Formas diferenciadas somente aquelas que estiverem previstas no Ritual (apresentando armas ao Pavilhão Nacional, bateria na porta, etc.). Situação que não esteja prevista para o ato de empunhar a espada, esta deve estar embainhada, ou mesmo presa a um dispositivo geralmente colocado atrás do encosto da cadeira. No Ritual de Mestre está previsto junto à fita com a joia um dispositivo para prender a espada. Não está previsto o ato de o Cobridor sentado manter a espada sobre as coxas e nem mesmo apoiá-la pelo punho com a ponta no piso.

b) Vigilantes não autorizam ninguém a desfazer o Sinal. Isso é prerrogativa apenas do Venerável somente quando realmente houver necessidade. Por exemplo: durante a leitura de um texto. Essa regra deve ser rigorosamente observada para não atentar contra a ritualística e prevenir certos discursos providos de extenso e rançoso lirismo, bem como manifestações repetitivas. O Obreiro compondo o Sinal atende a exigência da prática ritualística e não prolonga pronunciamentos pelo desconforto da posição assumida.

c) O Obreiro saúda o Venerável na forma de costume de frente para o mesmo. Terminada a saudação ele se vira normalmente para o Ocidente para dar continuidade ao seu trajeto. Ao se voltar para o Ocidente, não está previsto pelo qual lado ele deve girar. Tanto faz. Ele procede da maneira que melhor lhe convenha. O ato de girar no sentido horário apenas está previsto durante a circulação no Ocidente apenas ao se cruzar a linha imaginária do equador.

d) Esse costume aleatório de se falar sentado no Oriente caiu em desuso. Quem fala sentado no Oriente, salvo quando o ritual determinar o contrário é o Venerável, o Orador e o Secretário, todavia se os mesmos resolverem falar em pé, estes se posicionam à Ordem, inclusive o Venerável que deixa pousado o respectivo malhete sobre o Altar. Aproveitando: no Ocidente somente falam sentados os Vigilantes quando o ritual não determinar o contrário, porém se resolverem falar em pé, se posicionam à Ordem (também deixam os malhetes sobre suas respetivas mesas).

e) Por si só o título já determina: colhem-se propostas e informações. A questão é a de que se as propostas e as informações sejam realmente passíveis de assim serem definidas. O Orador deve observar se o conteúdo está de acordo com os princípios e leis da Maçonaria.

f) O bom mesmo é que ninguém chegue atrasado. Um atrasado não ingressa no Templo durante a abertura dos trabalhos ou em andamento de um procedimento. O Cobridor Interno ao ouvir a bateria maçônica (de Aprendiz), em qualquer grau que a Loja esteja trabalhando, se o momento for propício, ele anuncia ao Primeiro Vigilante que por sua vez anuncia ao Venerável dando-se o andamento dos métodos necessários. Se no momento estiver ainda presente no átrio o Cobridor Externo, ele bate na porta. Em qualquer situação quem bate na porta pelo lado externo aguarda. Se o momento não for propício para entrada o Cobridor Interno responde pela bateria de Aprendiz o que significa que se deve aguardar e nunca elevar a bateria para outro Grau. Dada essa prática, ninguém mais bate na porta. Havendo Cobridor externo ele verifica se o “atrasado” tem qualidade de Grau para adentar na Loja. Não havendo Cobridor Externo, no momento apropriado o Interno devidamente autorizado faz a verificação entreabrindo a porta. Outras observações. Após a circulação do Tronco ninguém mais ingressa no Templo. Da mesma forma em Sessões que demandem do ingresso formal do Pavilhão Nacional, após a sua entrada ninguém mais adentra na Loja.

g) Isso seria um verdadeiro contrassenso. Se o Orador está presente como fiscal da Lei e, em havendo descumprimento da mesma, o Guarda da Lei interfere imediatamente e não espera o final para declarar uma sessão injusta e imperfeita. Se ele assim proceder estará incorrendo no mesmo erro. Afinal o mal deve ser cortado pela raiz.

h) Obviamente que sim. Existe a regra formal que se embasa nas tradições, usos e costumes da Maçonaria, todavia isso não impede que outros Mestres ocupem o período de instrução contribuído para a formação de Aprendizes, Companheiros e de outros Mestres, todavia com bem disse o Irmão, esse processo deve ser preparado e organizado para que realmente atinja o objetivo.

i) No caso do Cobridor preencher esse ofício, na atualidade ele é perfeitamente exequível, posto que os aparelhos eletrônicos de som sejam geralmente acionados por controle remoto. No caso do Cobridor, há que observar que ele auxilia do seu lugar em Loja, nunca o abandonando para o exercício do ofício deficitário. Essa precariedade não é recomendável nas Sessões Magnas de Iniciação, dado que nessa cerimônia é imprescindível a presença do Mestre de Harmonia.

T.F.A. PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.088 - Florianópolis (SC) – segunda-feira, 26 de agosto de 2013

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