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segunda-feira, 28 de outubro de 2024

ARRUMANDO O ALTAR

(republicação)
O Respeitável Irmão Juliano Francisco Martinho, Loja Igualdade, 1.647, sem declinar o nome do Rito, GOB, Oriente de Monte Alto, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão. juliano.martinho@cestari.com.br 

Mais uma vez lhe solicito um esclarecimento. Dia de sessão. Os Irmãos começam a chegar à Loja, e a verificar o Templo para que tudo esteja em ordem antes do inicio dos trabalhos. Estão dentro do Templo, sem os paramentos organizando os materiais quando o Irmão Mestre de Cerimônias nota que o malhete do Venerável não está no Altar. Há juntado a ele, um Irmão Aprendiz lhe auxiliando na organização e ele lhe pede que leve o malhete até o Altar. Há algum impedimento para que esse Irmão realize esta tarefa? Pergunto por que um Mestre mais antigo se aborreceu com o fato, dizendo que o Aprendiz não pode adentrar no Oriente. Que é um local “sagrado”. No meu entendimento, não vejo sustentação neste argumento. A Loja não estava trabalhando, todos estão sem paramentos, apenas organizando a Oficina. Se for assim, não poderíamos deixar a faxineira entrar no Templo para limpeza! Estou correto?

CONSIDERAÇÕES:

Infelizmente ainda existem Irmãos que querem fazer da Sala da Loja um lugar sagrado nos termos de uma religião.

Obviamente que isso não existe. Primeiro porque nesse caso o termo sagrado é mesmo rotulado como consagrado o que, em linhas gerais dá dignidade ao espaço, respeito, etc. Segundo porque existe uma diferença entre o espaço e a Loja aberta. Esta somente estará aberta com os procedimentos de abertura e assim declarada pelo Venerável Mestre.

Em Loja aberta, os Aprendizes e Companheiros realmente lá não tem acesso devido à escalada iniciática pertinente ao Rito que a Loja pertence. Mas, em Loja aberta.

Agora, no preparo da Loja, ou antes, do início dos trabalhos, não existe qualquer óbice para que alguém adentre ao Oriente, seja ele Aprendiz, Companheiro ou a própria faxineira como diz o Irmão.

O que eu acho mesmo engraçado é que tenho visto “certas sessões públicas”, isto é, com a presença de não iniciados, porém com a Loja aberta, com o Oriente repleto de autoridades profanas assim como convidados não maçons recebendo homenagens, proferido palestras, etc. E então? Nesse momento não existe espaço consagrado?

Deveríamos perguntar aos puristas de plantão se autoridades e convidados não iniciados estão acima dos nossos Irmãos Aprendizes e Companheiros, ou é mesmo o caso de se fazer “média”.

Assim, realmente não existe qualquer argumento que se possa proibir ingresso no Oriente antes do início dos trabalhos, ou mesmo durante a faxina do ambiente.

Com base nesses pormenores é que tenho evitado, quando possível, usar o rótulo de “templo” para a Loja Maçônica. Prefiro “Sala da Loja” à moda inglesa. Assim me parece que ficam reduzidas as especulações.

Também nunca é demais lembrar que o termo “profano” não está ligado a definição e ação do verbo transitivo direto “profanar” – tratar com irreverência coisas sagradas; transgredir, violar, infringir (regra, princípio sagrado); violar santidade, macular, desonrar, etc. Em Maçonaria o termo “profano”, consignado como adjetivo está mais ligado à etimologia da palavra. Do latim profanu – pró=antes; fanum=templo, o que designa “ates do templo”, por extensão, aquele que não é iniciado.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.174 – Florianópolis(SC) – terça-feira, 19 de novembro de 2013

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