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terça-feira, 28 de maio de 2024

MESTRE DE CERIMÔNIAS ACOMPANHA OU CONDUZ?

(reprodução)
O Respeitável Irmão Adrian Rogers Censi, Mestre Instalado da Loja Caminhos da Verdade, 92, REAA, Grande Loja de Santa Catarina, Oriente de Blumenau, Estado de Santa Catarina, solicita esclarecimentos que seguem: 
adrian@blukit.com.br 

Mais uma vez, tomo a liberdade de recorrer aos seus conhecimentos. 

1. Na Instalação do Venerável Mestre na sua respectiva posse, dos Irmãos Oficiais e Dignitários, não houve consenso quanto ao entendimento do cumprimento da ordem que o Venerável (Ritual de Instalação de Veneráveis) dá ao Mestre de Cerimônias: CONDUZIR o recém-empossado ao seu lugar. Entendo que seguindo a ordem ao pé da letra, o Mestre de Cerimônias deve seguir à frente do empossado até o lugar a ele destinado. Outros acham que por se tratar de Mestre, não pode o Mestre de Cerimônias seguir a frente e sim atrás. Dessa forma não consigo ver “condução” e sim “acompanhamento”.

a) Qual seria o procedimento ritualístico correto? b) Conduzir e acompanhar; qual a posição correta do Mestre de Cerimônias? c) Pode uma Mestre ser conduzido como Aprendiz ou deve ser acompanhado? 

2. Qual o procedimento ritualístico correto ao apresentar trabalhos entre Colunas? Fazer a Saudação às Luzes ou cumprimenta-las antes de fazer a apresentação?

CONSIDERAÇÕES:

1. Um dos ofícios do Mestre de Cerimônias é o de conduzir. Quem conduz vai à frente como estar abrindo caminho e cumprindo a amabilidade protocolar. Esse é inclusive o símbolo do bastão pelo Oficial empunhado. Há mesmo uma diferença muito grande entre os verbos transitivos diretos “conduzir” e “acompanhar”. No máximo que eles podem se igualar na ação seria aquela de conduzir ou acompanhar ao lado, porém nunca conduzir andando atrás do conduzido. A tradição maçônica sempre colocou no ato daquele que conduz alguém na Sala da Loja como um guia que vai à frente, não importando se o conduzido seja um Aprendiz, um Companheiro, um Mestre, ou um Venerável Mestre. Assim não existe essa distinção de que um Mestre de Cerimônias ao conduzir um Mestre se posicione à sua retaguarda. Em qualquer situação ele, o Oficial condutor, em deslocamento, sempre estará posicionado na frente. 

2. Embora não seja nenhuma regra alguém apresentar peças de arquitetura entre as Colunas do Norte e do Sul no extremo do ocidente – esse procedimento pode ser perfeitamente apresentado do lugar ocupado pelo Irmão – em qualquer situação o que faz o uso da palavra, não saúda, porém sempre menciona as Luzes da Loja. Estando o apresentante à Ordem, sem desfazer o Sinal profere: “Venerável Mestre, Irmãos Primeiro e Segundo Vigilantes, meus Irmãos”, ou “Luzes, meus Irmãos”, etc. Concluído o seu pronunciamento, ele desfaz o Sinal e toma assento novamente (estando entre Colunas retorna ao seu lugar). Assim o ato não é o de saudar, e sim protocolarmente mencionar, aludir, citar, se referir. Saudação é outro procedimento que se faz executando a pena simbólica pelo Sinal quando está se saudando alguém, como é o caso do ingresso formal e a saudação às Luzes, ingresso e saída do Oriente, e outras situações que porventura venham exigir o ato de se saudar em Loja. Em Maçonaria muitos procedimentos parecem iguais, todavia em muitos casos se diferem na sua intenção. 

Ainda, se o apresentante falar do seu lugar, ele não carece do Mestre de Cerimônias, todavia se o caso for o de se posicionar entre Colunas, o Mestre de Cerimônias o conduz e o auxilia se for o caso. 

Cabe uma última consideração. O ato de se estar “entre Colunas” não significa em hipótese alguma se posicionar entre as Colunas B e J, porém entre as Colunas do Norte e do Sul, nome dado às duas bandas espaciais no Ocidente (direita e esquerda). Assim quem se posiciona “entre Colunas” estará sobre o eixo longitudinal do Templo (equador), convencionado por razões práticas, no extremo do Ocidente (próximo à porta). Verdadeiramente no Rito Escocês Antigo e Aceito as Colunas B e J são vestibulares e ficam no vestíbulo, ou átrio juntas ao lado externo da porta do Templo. 

Obs. Não vai aqui qualquer crítica ou desrespeito aos rituais vigentes que ainda apregoam a interiorização das Colunas. O trato do assunto aqui mencionado tem apenas o caráter de justificar e apontar uma tradição no Rito em questão. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.127 - Florianópolis (SC) – quinta-feira, 03 de outubro de 2013

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